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Os políticos como reflexo da sociedade

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    Os políticos como reflexo da sociedade

    é muito comum ouvir-se criticas a classe politica, e este forum nao é excepcao. Fala-se muitas vezes que se conseguissemos eliminar os politicos ("uma corja, uns sanguessugas") que isso faria bem ao pais. Ha quem ainda diga que um rei resolvia tudo.

    Eu sempre discordei desta opiniao, dizendo que os politicos sao o que devem ser, ou seja, representantes dos eleitores, e como tal com todos os vicios e problemas eticos da sociedade em que vivemos. Assim sendo, uma bomba na AR nao resolveria os nossos problemas, e a mudanca necessaria esta em todos nos, ao aproximarmo-nos de niveis eticos, de respeito e de conceito de bem comum que as populacoes dos paises nordicos possuem. Claro que estas mudancas demoram tempo, e nao se fazem por decreto.

    Partilho com voces um artigo sobre as eleicoes autarquicas, e que fala justamente deste tema, e do quanto os politicos verdeiramente nos representam. Tenho curiosidade em ouvir a opiniao geral sobre este assunto, talvez nao tao interessante como especular sobre o freeport ou escutas, mas mais relevante, creio para o nosso desenvolvimento a longo prazo.


    Helena Garrido
    Rotundas ou escolas, a escolha é sua
    Helenagarrido@negocios.pt

    Os nossos valores, prioridades e preferências. De todas as eleições em que participamos, é nas autárquicas que mais nos damos a conhecer como povo. Porque olhamos mais para a pessoa que para o partido, quando escolhemos a equipa autárquica revelamos, por exemplo, o lugar que ocupa a seriedade ou a obra feita, e o tipo de obras, na nossa hierarquia de valores.

    O poder local, que o lugar comum diz que foi a "maior conquista da democracia", é, sem dúvida, a democracia no seu estado mais puro. Eleitor e eleito, mesmo nas grandes cidades, conhecem-se e interagem mais do que na relação com o poder central. O princípio de aproximação máxima de eleitor e eleito, numa tentativa de limitar a impureza da democracia representativa aproximando-a mais da directa, é indiscutivelmente aceite. A própria União Europeia o consagra nos seus tratados através do princípio da subsidiariedade.

    É exactamente essa a eleição que vamos ter no domingo. Através dela, temos instrumentos para impor os nossos valores e preferências.

    O que nos tem dito o País sobre esses valores?

    O país do caos urbanístico, de autarcas corruptos, de rotundas ajardinadas num país mais seco que húmido, de escolas sem jardins e mal equipadas, de edifícios megalómanos, supostos centros culturais... Tudo isto é o reflexo daquilo de que gostamos mais.

    Não vale a pena culparmos os políticos. Se em cada aproximação de um acto eleitoral autárquico nos oferecem mais uma rotunda com uma espécie de escultura, a razão está em nós. Se o autarca não olha a meios para mudar a face da autarquia, e com isso ainda aproveita para arrecadar um bom dinheiro para si e para a sua família, sem qualquer disfarce e à vista de todos, a razão está em nós. Se um autarca condenado pelos tribunais e conhecido pelos seus eleitores se mantém nas corridas eleitorais e sabe que poderá ganhar, a razão está apenas e unicamente na nossa hierarquia de valores.

    Sim, é verdade que o quadro legal de financiamento das autarquias consagra incentivos perversos. É verdade que promove a construção desordenada e em quantidade, sem qualquer qualidade para quem lá vive. Mas também é verdade que não revelámos no passado qualquer preocupação com isso na altura em que vamos votar.

    Os autarcas sabem que uma grande obra - de cimento ou betão - que encha bastante o olho, dá votos. Sabem que dizer que têm na sua autarquia a maior qualquer coisa da Europa ou do mundo - em geral, um centro comercial - lhes pode garantir a reeleição.

    Os autarcas também sabem que melhorar a escola onde andam as nossas crianças, investir no tratamento dos lixos, manter pequenas estradas, até em terra batida, em vez de querer as violentas auto-estradas, dificilmente lhes trará a reeleição.

    Há algum tempo que alguns protagonistas políticos nos dizem para olharmos para o que podemos fazer para melhorar o País em vez de passarmos a vida a dizer mal dos políticos.

    É nas eleições autárquicas, muito mais do que nas legislativas, que temos mais poder para fazer de Portugal um país moderno. E não o Portugal das rotundas ajardinadas com escolas degradadas.


    helenagarrido@negocios.pt
    in Jornal de Negócios Online

    #2
    É bem verdade.

    Eu quero é rotundas ajardinadas e os respectivos ilhéus também para não se ver quem circula ou pretende entrar na rotunda.

    É tão triste..

    Comentário


      #3
      Os políticos são o espelho do povo. Seja em democracia ou em ditadura. Sempre foi e sempre será assim.

      Se quisermos políticos melhores temos que começar a olhar por nós abaixo.

      Comentário


        #4
        O melhor exemplo da relação dos portugueses com os políticos é o Isaltino Morais ir previsivelmente ganhar com MAIORIA ABSOLUTA.

        E a lista das Fátimas, Valentins, Avelinos, Narcisos, é imensa.

        Estás num País (ainda estás?) onde um político gastar 2 libras num vídeo clube com o cartão de crédito do Governo é alvo de censura pública.

        Aqui, as coisas são diferentes.

        Em Portugal há coisas não explicáveis.

        Comentário


          #5
          Já por diversas vezes, escrevi aqui, a minha opinião sobre esta questão.
          Este é um País onde os cidadãos culpam todos os outros, sejam eles porque o Vizinho triunfou, porque o politico é corrupto, ou incompetente, porque o empresario não criou riqueza suficiente para todos, porque o colega é um ineficaz.....

          TODOS são mediocres e culpados, menos EU, nunca EU.

          Esta incapacidade de fazer mea culpa, de auto-critica, é o reflexo de uma baixa formação socio-cultural, de baixa cultura e pratica de cidadania, e enquanto estas geraçoes por cá andarem, pouco irá mudar, com a agravante de que a proxima geração está a ser "educada" por estes...

          Comentário


            #6
            Originalmente Colocado por rantamplan Ver Post
            Os políticos são o espelho do povo. Seja em democracia ou em ditadura. Sempre foi e sempre será assim.

            Se quisermos políticos melhores temos que começar a olhar por nós abaixo.
            Sem duvida!

            Comentário


              #7
              Originalmente Colocado por 330i Ver Post
              Já por diversas vezes, escrevi aqui, a minha opinião sobre esta questão.
              Este é um País onde os cidadãos culpam todos os outros, sejam eles porque o Vizinho triunfou, porque o politico é corrupto, ou incompetente, porque o empresario não criou riqueza suficiente para todos, porque o colega é um ineficaz.....

              TODOS são mediocres e culpados, menos EU, nunca EU.

              Esta incapacidade de fazer mea culpa, de auto-critica, é o reflexo de uma baixa formação socio-cultural, de baixa cultura e pratica de cidadania, e enquanto estas geraçoes por cá andarem, pouco irá mudar, com a agravante de que a proxima geração está a ser "educada" por estes...
              Inteiramente de acordo.

              A necessidade de arranjar bodes espiatórios, sejam os politicos, patrões, empresas ou outros é de facto uma realidade com que não convivo bem.

              O que me preocupa é que, a avaliar pelo que vejo aqui no fórum e não só, muitas pessoas das novas gerações já entraram nesta lógica.

              Aliás, cheira-me que este tópico vai rapidamente cair no esquecimento.

              Comentário


                #8
                Originalmente Colocado por v7 Ver Post
                Inteiramente de acordo.

                A necessidade de arranjar bodes espiatórios, sejam os politicos, patrões, empresas ou outros é de facto uma realidade com que não convivo bem.

                O que me preocupa é que, a avaliar pelo que vejo aqui no fórum e não só, muitas pessoas das novas gerações já entraram nesta lógica.

                Aliás, cheira-me que este tópico vai rapidamente cair no esquecimento.
                Se te queres "arrepiar" um pouco com a mediocridade reinante, vai ao diario economico (on-line) lê os comentarios que lá estão escritos, sobre o assalto de ontem á casa da neta do Antonio Champalimoud (!)
                é de reflectir...

                Comentário


                  #9
                  Originalmente Colocado por CarlosL Ver Post
                  E a lista das Fátimas, Valentins, Avelinos, Narcisos, é imensa.
                  Desde que alimentem o Estado despesista, a stisfação das clientelas, e o caciquismo ainda tão apreciado de norte a sul, vão continuar a ser eleitos.

                  Comentário


                    #10
                    Esta geração já é assim, mas isto começou quando e o que motivou tais acontecimentos?

                    Comentário


                      #11
                      Originalmente Colocado por Israel Ver Post
                      Esta geração já é assim, mas isto começou quando e o que motivou tais acontecimentos?
                      É uma questão complexa. Há uma matriz que corresponde aos tempos da desresponsabilização provocados pelo 25 do A. Tomou-se de assalto todas as convenções e tudo foi questionado. A autoridade, tal como (bem ou mal) tinha sido cultivada evaporou-se. E como a moral estilhaçou, cada um faz o que quer e quem vier a seguir que se lixe.

                      E isto tem andado assim, de há 35 anos a esta parte.

                      Um vazio total de valores.

                      E eu que já sou dessa geração, sinto que a geração seguinte é pior que a minha.

                      Um dia lá teremos de voltar à cultura de exigência.

                      Em que um Primeiro Ministro não tenho sobre si as suspeitas de ter feito uma Licenciatura às 3 pancadas e que possa ser um modelo para os nossos filhos.

                      Comentário


                        #12
                        Originalmente Colocado por 330i Ver Post
                        Já por diversas vezes, escrevi aqui, a minha opinião sobre esta questão.
                        Este é um País onde os cidadãos culpam todos os outros, sejam eles porque o Vizinho triunfou, porque o politico é corrupto, ou incompetente, porque o empresario não criou riqueza suficiente para todos, porque o colega é um ineficaz.....

                        TODOS são mediocres e culpados, menos EU, nunca EU.

                        Esta incapacidade de fazer mea culpa, de auto-critica, é o reflexo de uma baixa formação socio-cultural, de baixa cultura e pratica de cidadania, e enquanto estas geraçoes por cá andarem, pouco irá mudar, com a agravante de que a proxima geração está a ser "educada" por estes...

                        Concordo, em parte.
                        Mas o facto é que ainda há pessoas que seguem a via correcta da vida, seja na pessoal, profissional.
                        Parece que agora são "tótós".


                        Chegámos a um ponto onde ser mal-educado, burlão, não se respeitar nada nem ninguém até já nem é mal visto.
                        É normal....

                        E quando chegamos a esta "normalidade", algo está anormal.....

                        Somos um pais de tristes e de trastes, onde enganar o próximo é o próximo objectivo.

                        Quando temos politicos, empresários, chefes, responsáveis, que hoje dizem ou prometem X, para amanhã fazerem precisamente o contrário como se isso fosse normal, leva também a que os comportamentos tomados por alguns sejam aqueles que infelizmente conhecemos.

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