Já todos temos vindo a ouvir falar da Ota, a necessidade e a sobrecarga que irá ocorrer na Portela.
Mas e se se tem empreendido um projecto diferente !?
Quais as causas da sobrecarga da Portela ?
A Portela está actualmente em sobrecarga se calhar não tanto pelo afluxo de passageiros mas por tentar conjugar o cada vez mais crescente trafego de carga aerea, as empresas de express mail, de carga de produtos frescos pereciveis - frutos, flores, mariscos, medicamentos, etc, etc. - tudo passa por Lisboa e Porto sendo o principal a Portela.
Ora os "interesses" têm desviado as atençãoes de um projecto de um Terminal Aeroportuário que iria servir o Alto e Baixo Alentejo, dinamizar a industria, comercio e Turismo (o Alqueva ali tão perto).
Já passaram uma duzia de anos desde as primeiras "conversas" sobre o assunto, e já passaram pelo menos 6 desde que o embrião da EDAB - Empresa Desenvolvimento do Aeroporto de Beja ganhou vida.
E até agora as "turras" e "interesses" mantêm tudo em "Banho de Maria".
Ainda estamos a projectar, ainda estamos a negociar, ainda estamos a engordar alguns srs.
Haja vontade neste pais, porque se houvesse talvez este terminal aeroportuário tivesse o permitido desviar cargas que chegam a Lisboa e assim evitar o "apressado" aeroporto da Ota.
O aeroporto de Beja irá usar parte da Base Aerea 11 que desde da partida dos Alemães no incio da decada de 90 é claramente sobredimensionada (em termos de espaço), a sua adaptção ao trafego civil passa pela construção de uma GAre e a criação de infraestruras adaptadas á realidade de um aeroporto civil.
Fica aqui um entrevista do Diário do Alentejo 15-02-05
O Aeroporto de Beja é cada vez mais 'aero' e menos porto...
O senhor aí abaixo diz que o Governo não quer que o aeroporto arranque. Diz mais. Diz que há um empréstimo determinante sem aval do governo. Diz pior. Diz que alguma nomeações foram feitas com o objectivo de empatar o trabalho necessário para a prossecução deste desiderato.
Resumindo: este senhor está farto de 'empata-aeroportos'.
Nós?... nós estamos fartos é de conversa...
"Torna-se notório" que o Aeroporto #8220;não vai avançar#8221;
Mourato Grilo diz que neste momento torna-se notório que o projecto do aeroporto de Beja não vai avançar. Em causa está um empréstimo considerado fundamental que não foi aprovado pelo Estado.
Mourato Grilo, nomeado presidente do conselho de administração da Empresa de Desenvolvimento do Aeroporto há seis meses, em entrevista ao #8220;Diário do Alentejo#8221;, fala das razões que estão por detrás da sua substituição, aprovada recentemente por três accionistas, e lamenta que o Estado não tenha dado aval ao empréstimo intercalar considerado fundamental para fazer avançar com o projecto.
O engenheiro civil defende ainda que, embora os dinheiros sejam maioritariamente públicos, os alentejanos #8220;têm muito peso na necessidade e no arranque#8221; do futuro aeroporto.
Quais as razões que estão na base da sua substituição como presidente do conselho de administração da EDAB, considerando que era apontado, aquando da sua nomeação, como tendo o perfil ideal, para além de que em finais de 1993 já se falava no seu nome para integrar a administração da empresa?
Apareceu aqui alguém a este nível, e como funcionário público, a trabalhar, o que é um bicho raro #8211; não digo que os funcionários não trabalhem. E ao trabalhar pôs o projecto em condições de demonstrar que neste momento quem está em falta é o Estado. A empresa é de capitais maioritariamente estatais mas é uma empresa que se destina a servir um serviço de utilidade local, que é a construção do aeroporto. Independentemente da maioria do capital deviam ter grande peso os locais. Preparou-se tudo, está preparado um concurso de assessoria à gestão, coordenação e fiscalização, que ninguém tinha pensado em preparar e que é imprescindível para lançar as empreitadas. Era preciso o aval do Estado para um empréstimo, não só para adquirir os terrenos como lançar este concurso, fazer contratações, e o Estado não deu esse aval, e por conseguinte, neste momento, torna-se notório que o projecto não vai avançar e isso é tudo desagradável para um Estado que não gosta de reconhecer as suas limitações...
O problema está então no facto de ter mostrado trabalho...
Isso e não deixar contratar algumas pessoas que estavam previstas contratar desde Agosto. Escudando-se numa decisão do secretário de Estado das Obras Públicas, o senhor dr. Gaspar Rodrigues e o outro vogal [Mário Resende] quiseram contratar essas pessoas, eu não me pude opor à decisão na maneira em que ela é marioritária, mas pude-me opor no sentido de que não os mandatei para as fazer.
Sentiu-se atraiçoado?
Não, porque sei que isto funciona assim. Como é óbvio havia um trunfo na manga, daí a tal armadilha que referi numa entrevista. Se fosse colaborante dessas coisas e se conviesse, poderia ficar; se não alinhasse, se fosse incómodo ou se já não fosse preciso, haveria de sair. A questão da minha nomeação sem o mandato dos quatro anos poderá até ser que correspondesse a um lapso, só que as pessoas que mexem nestas coisas, ou por lapso ou premeditadamente, uma vez detectada a situação têm o trunfo na manga que podem accionar quando muito bem lhes convém. Logo em Agosto, tendo eu detectado isto, fiz um pedido de clarificação à secretaria de Estado que até hoje não respondeu, depois fiz mais um ou dois intermédios, até hoje não responderam. Em Novembro fiz um claro, inequívoco pedido ao senhor ministro [Obras Públicas], e a única resposta que veio foi realmente uma tentativa do secretário do Tesouro para rectificar a acta de nomeação no sentido de que lá ficasse claro que eu afinal acabava em Dezembro, o que é uma absolutamente irregularidade administrativa que felizmente não foi aceite pela mesa da assembleia. Depois passou-se aquela cena mais ou menos, eu direi, marialva do dia 25 [assembleia geral da EDAB] e a única resposta que tenho até hoje é por comunicação escrita, já sem ser com o título de presidente, mas endereçada ao engenheiro Mourato Grilo, portanto a segunda acta #8211; que entretanto estará a ser impugnada pela mesa da assembleia #8211;, onde me dá conhecimento da situação, mas ainda ninguém conseguiu dizer: #8216;com base nisto e com base naquilo, tendo ouvido as pessoas, o seu mandato era até ao final do ano e o senhor estava enganado#8217;. É óbvio que não fui convidado por quatro meses.
Ainda em relação às contratações, considera que este não é o momento adequado, é uma questão de currículos, a EDAB não necessita de mais colaboradores ou não há dinheiro?
Os currículos nunca os vi. Quanto ao dinheiro a empresa neste momento está a funcionar com o capital social. Em Agosto do ano passado quando foram primeiramente propostos foi feita uma análise. Se entrassem o capital daria quanto muito até ao final deste ano, portanto não é altura. Para além disso, a sociedade não existe como tal, só existe nomeada, neste momento há um projecto âncora para executar e há sim acções de marketing que deviam ser feitas e de análise económica. Cheguei aqui depois de um mês de indecisões e trazia um organograma e desde o primeiro dia estão lá o problema da obra, da estratégia e da economia como fundamentais. Neste momento não tenho dúvidas que a única coisa que interessa é avançar com a obra. Preparei um contrato de gestão, coordenação e fiscalização, para que possa vir alguém que neste momento faz gestão do que falta e lança as empreitadas, esse é o contrato fundamental neste momento. Como até haver obra é preciso haver espaço na instalação da EDAB é óbvio que meter mais gente é absolutamente desadequado. É desadequado por questões de espaço e porque não há nada para fazer de marketing, para anunciar.
Mas sentiu que tinha o apoio dos vogais Gaspar Rodrigues e Mário Resende quando integrou a administração em Julho do ano passado?
Uma pessoa ver-se em frente de duas que já sabe que vão votar da mesma maneira, porque uma manda na outra, porque mesmo às perguntas técnicas havia sempre só uma pessoa a responder que era o senhor dr. [Gaspar Rodrigues] #8211; como é que é possível que uma resposta que é técnica de um engenheiro seja o senhor dr. a responder #8211; é desagradável. Já sabia que todos os assuntos que tivesse a fazer mais ou menos teria dois votos do outro lado. O engenheiro Mário Resende diz que deu o apoio possível, se aquele é o possível é muito pouco. Em relação ao dr. Gaspar Rodrigues, eu não sou jurista, mas senti três divergências fundamentais jurídicas, e das quais penso que sempre tive razão, é uma questão de senso. Por exemplo dizer que se considerava mandatado pelo conselho [para fazer contratações] só porque decidiram os dois, penso que não é possível haver um tão grande disparate jurídico sem ser por uma obediência a qualquer ordem que vem do exterior, não por uma interpretação clara da lei. Felizmente o parecer jurídico que veio de fora deu-me totalmente razão.
Em relação à assembleia geral do dia 25, como é que vê toda aquela sucessão de acontecimentos?
Fiquei um bocadinho surpreendido. Estava toda a gente e de repente suspende-se [a assembleia geral]. Fosse como fosse, pressuponho que mais tarde o Estado viria sempre a dizer o mesmo porque a intenção estava criada. O que a gente sente é que o Governo está com muita pressa, e muita pressa absolutamente ilógica, porque normalmente estas coisas [resolução dos prazos dos mandatos] fazem-se ou no tempo adequado que era em Novembro, porque sabíamos que os contratos terminavam em Dezembro, embora em relação ao meu pudesse haver dúvida, ou quando houvesse o fecho que contas em Março.
#8220;Os locais têm muito peso no arranque da estrutura#8221;
Qual é a actual situação financeira da EDAB?
Não havendo empréstimo funciona com o capital social. Com aquelas pessoas que estavam previstas entrar em Agosto daria até meio do ano. Se entrarem agora, e se não houver outras despesas, daria até final do ano, como houve indemnizações do coronel [Santos Nicolau] que não estavam previstas, e outras despesas, é possível que não dê até final do ano, e como há aumentos de vencimentos, de certeza que não dá se não houver empréstimo.
Não havendo o aval do Estado que implicações é que isso terá no avançar do projecto?
Poderá haver grandes entraves, ficará grande coisa parada, a não ser que haja a confiança política que venha aí a curto prazo. Mas como vai haver uma mudança, mantenha-se este governo ou não, neste momento não é possível esperar nada. Se não houver dinheiro obviamente não se compram os terrenos, se não se compram os terrenos não pode haver a obra, pode avançar um bocadinho o contrato de gestão, mas depois deixa de haver dinheiro, porque as verbas são elevadas. Neste momento é lícito perguntar se o Estado quer fazer a obra. É óbvio que os dinheiros são maioritariamente públicos, mas esta finalidade pública é de criar uma obra de interesse local, embora possa também ser nacional. É evidente que os locais têm muito peso na necessidade e no arranque desta estrutura.
Tem dúvidas então que o projecto avance...
Nesta altura estava convencido que ia avançar desta maneira. A obra da primeira fase, terrenos, arranjos interiores, ainda com necessidade de projecto, poderia ser feito neste ano. Os projectos dos edifícios já estão a ser atrasados, desde Setembro que está a segunda versão nas mãos do engenheiro Mário Resende, não veio absolutamente colaboração nenhuma daí para fazer a discussão do programa base e fazer o projecto para poder lançar a meio do ano, é evidente que neste momento já está atrasado para poder terminar no primeiro trimestre de 2006. Nada me garante que o Estado não queira fazer a obra, tenho dúvidas é no período que estava previsto.
Em termos de projecto o que é foi feito nestes seis meses que esteve à frente dos destinos da empresa?
O estudo de impacto ambiental já vinha de trás. Em relação aos outros houve fundamentalmente a descoberta de dois relatórios perdidos, em que a Força Aérea se pronunciava sobre os caminhos de alargamento e a plataforma, e tive que recapitular tudo, pedir segunda versão, houve uma tentativa de reformulação do contacto com a Azep #8211; empresa que estava responsável pela coordenação dos projectos #8211; a pensar na fiscalização, coordenação e gestão, foi preparado este concurso de gestão, coordenação e fiscalização, que está aí com 20 concorrentes, identificou-se que em relação à plataforma não estava equacionado o problema dos combustíveis, é preciso adjudicar um estudo e meter isso nos financiamentos, e avançou-se com a questão dos terrenos.
Concluído todo o processo que permitirá a abertura ao tráfego aéreo qual vai ser a estratégia de funcionamento para o futuro aeroporto?
A questão de se fazer uma infra-estrutura e depois ficar tudo à espera a ver o que é que ela dá tem que ser abandonada. Tem que haver necessidade e vontade de desenvolver negócios na área de tal maneira que ao pedir e ao querer desenvolver um negócio de frutos frescos ou outra coisa qualquer, por exemplo, se veja que falta aqui um hangar, um pipeline, e isso faz-se.
Que outras finalidades poderá ter? Terminal de passageiros, conforme o turismo. Fala-se muito no turismo selectivo, low coast, voos charters. Mas em comércio é assim que ele tem que começar, é ver onde é que há uma hipótese de comércio, o avião pode aterrar aqui, o que é que pode aqui deixar, o que é que pode daqui levar. Mas tem que haver uma vontade local de querer desenvolvimento. Agora é evidente que é lícito pensar-se se não se estará a pensar outra vez na OTA e se se vai abandonar isto.
Links de interesse
http://www.portugal.gov.pt/Portal/PT...oAeroportoBeja
http://www.edab.pt/index.php?option=...id=31#9001;=pt
http://www.beja-aeroporto.com/
http://www.geci.net/uk/geci_articles.php
Mas e se se tem empreendido um projecto diferente !?
Quais as causas da sobrecarga da Portela ?
A Portela está actualmente em sobrecarga se calhar não tanto pelo afluxo de passageiros mas por tentar conjugar o cada vez mais crescente trafego de carga aerea, as empresas de express mail, de carga de produtos frescos pereciveis - frutos, flores, mariscos, medicamentos, etc, etc. - tudo passa por Lisboa e Porto sendo o principal a Portela.
Ora os "interesses" têm desviado as atençãoes de um projecto de um Terminal Aeroportuário que iria servir o Alto e Baixo Alentejo, dinamizar a industria, comercio e Turismo (o Alqueva ali tão perto).
Já passaram uma duzia de anos desde as primeiras "conversas" sobre o assunto, e já passaram pelo menos 6 desde que o embrião da EDAB - Empresa Desenvolvimento do Aeroporto de Beja ganhou vida.
E até agora as "turras" e "interesses" mantêm tudo em "Banho de Maria".
Ainda estamos a projectar, ainda estamos a negociar, ainda estamos a engordar alguns srs.
Haja vontade neste pais, porque se houvesse talvez este terminal aeroportuário tivesse o permitido desviar cargas que chegam a Lisboa e assim evitar o "apressado" aeroporto da Ota.
O aeroporto de Beja irá usar parte da Base Aerea 11 que desde da partida dos Alemães no incio da decada de 90 é claramente sobredimensionada (em termos de espaço), a sua adaptção ao trafego civil passa pela construção de uma GAre e a criação de infraestruras adaptadas á realidade de um aeroporto civil.
Fica aqui um entrevista do Diário do Alentejo 15-02-05
O Aeroporto de Beja é cada vez mais 'aero' e menos porto...
O senhor aí abaixo diz que o Governo não quer que o aeroporto arranque. Diz mais. Diz que há um empréstimo determinante sem aval do governo. Diz pior. Diz que alguma nomeações foram feitas com o objectivo de empatar o trabalho necessário para a prossecução deste desiderato.
Resumindo: este senhor está farto de 'empata-aeroportos'.
Nós?... nós estamos fartos é de conversa...
"Torna-se notório" que o Aeroporto #8220;não vai avançar#8221;
Mourato Grilo diz que neste momento torna-se notório que o projecto do aeroporto de Beja não vai avançar. Em causa está um empréstimo considerado fundamental que não foi aprovado pelo Estado.
Mourato Grilo, nomeado presidente do conselho de administração da Empresa de Desenvolvimento do Aeroporto há seis meses, em entrevista ao #8220;Diário do Alentejo#8221;, fala das razões que estão por detrás da sua substituição, aprovada recentemente por três accionistas, e lamenta que o Estado não tenha dado aval ao empréstimo intercalar considerado fundamental para fazer avançar com o projecto.
O engenheiro civil defende ainda que, embora os dinheiros sejam maioritariamente públicos, os alentejanos #8220;têm muito peso na necessidade e no arranque#8221; do futuro aeroporto.
Quais as razões que estão na base da sua substituição como presidente do conselho de administração da EDAB, considerando que era apontado, aquando da sua nomeação, como tendo o perfil ideal, para além de que em finais de 1993 já se falava no seu nome para integrar a administração da empresa?
Apareceu aqui alguém a este nível, e como funcionário público, a trabalhar, o que é um bicho raro #8211; não digo que os funcionários não trabalhem. E ao trabalhar pôs o projecto em condições de demonstrar que neste momento quem está em falta é o Estado. A empresa é de capitais maioritariamente estatais mas é uma empresa que se destina a servir um serviço de utilidade local, que é a construção do aeroporto. Independentemente da maioria do capital deviam ter grande peso os locais. Preparou-se tudo, está preparado um concurso de assessoria à gestão, coordenação e fiscalização, que ninguém tinha pensado em preparar e que é imprescindível para lançar as empreitadas. Era preciso o aval do Estado para um empréstimo, não só para adquirir os terrenos como lançar este concurso, fazer contratações, e o Estado não deu esse aval, e por conseguinte, neste momento, torna-se notório que o projecto não vai avançar e isso é tudo desagradável para um Estado que não gosta de reconhecer as suas limitações...
O problema está então no facto de ter mostrado trabalho...
Isso e não deixar contratar algumas pessoas que estavam previstas contratar desde Agosto. Escudando-se numa decisão do secretário de Estado das Obras Públicas, o senhor dr. Gaspar Rodrigues e o outro vogal [Mário Resende] quiseram contratar essas pessoas, eu não me pude opor à decisão na maneira em que ela é marioritária, mas pude-me opor no sentido de que não os mandatei para as fazer.
Sentiu-se atraiçoado?
Não, porque sei que isto funciona assim. Como é óbvio havia um trunfo na manga, daí a tal armadilha que referi numa entrevista. Se fosse colaborante dessas coisas e se conviesse, poderia ficar; se não alinhasse, se fosse incómodo ou se já não fosse preciso, haveria de sair. A questão da minha nomeação sem o mandato dos quatro anos poderá até ser que correspondesse a um lapso, só que as pessoas que mexem nestas coisas, ou por lapso ou premeditadamente, uma vez detectada a situação têm o trunfo na manga que podem accionar quando muito bem lhes convém. Logo em Agosto, tendo eu detectado isto, fiz um pedido de clarificação à secretaria de Estado que até hoje não respondeu, depois fiz mais um ou dois intermédios, até hoje não responderam. Em Novembro fiz um claro, inequívoco pedido ao senhor ministro [Obras Públicas], e a única resposta que veio foi realmente uma tentativa do secretário do Tesouro para rectificar a acta de nomeação no sentido de que lá ficasse claro que eu afinal acabava em Dezembro, o que é uma absolutamente irregularidade administrativa que felizmente não foi aceite pela mesa da assembleia. Depois passou-se aquela cena mais ou menos, eu direi, marialva do dia 25 [assembleia geral da EDAB] e a única resposta que tenho até hoje é por comunicação escrita, já sem ser com o título de presidente, mas endereçada ao engenheiro Mourato Grilo, portanto a segunda acta #8211; que entretanto estará a ser impugnada pela mesa da assembleia #8211;, onde me dá conhecimento da situação, mas ainda ninguém conseguiu dizer: #8216;com base nisto e com base naquilo, tendo ouvido as pessoas, o seu mandato era até ao final do ano e o senhor estava enganado#8217;. É óbvio que não fui convidado por quatro meses.
Ainda em relação às contratações, considera que este não é o momento adequado, é uma questão de currículos, a EDAB não necessita de mais colaboradores ou não há dinheiro?
Os currículos nunca os vi. Quanto ao dinheiro a empresa neste momento está a funcionar com o capital social. Em Agosto do ano passado quando foram primeiramente propostos foi feita uma análise. Se entrassem o capital daria quanto muito até ao final deste ano, portanto não é altura. Para além disso, a sociedade não existe como tal, só existe nomeada, neste momento há um projecto âncora para executar e há sim acções de marketing que deviam ser feitas e de análise económica. Cheguei aqui depois de um mês de indecisões e trazia um organograma e desde o primeiro dia estão lá o problema da obra, da estratégia e da economia como fundamentais. Neste momento não tenho dúvidas que a única coisa que interessa é avançar com a obra. Preparei um contrato de gestão, coordenação e fiscalização, para que possa vir alguém que neste momento faz gestão do que falta e lança as empreitadas, esse é o contrato fundamental neste momento. Como até haver obra é preciso haver espaço na instalação da EDAB é óbvio que meter mais gente é absolutamente desadequado. É desadequado por questões de espaço e porque não há nada para fazer de marketing, para anunciar.
Mas sentiu que tinha o apoio dos vogais Gaspar Rodrigues e Mário Resende quando integrou a administração em Julho do ano passado?
Uma pessoa ver-se em frente de duas que já sabe que vão votar da mesma maneira, porque uma manda na outra, porque mesmo às perguntas técnicas havia sempre só uma pessoa a responder que era o senhor dr. [Gaspar Rodrigues] #8211; como é que é possível que uma resposta que é técnica de um engenheiro seja o senhor dr. a responder #8211; é desagradável. Já sabia que todos os assuntos que tivesse a fazer mais ou menos teria dois votos do outro lado. O engenheiro Mário Resende diz que deu o apoio possível, se aquele é o possível é muito pouco. Em relação ao dr. Gaspar Rodrigues, eu não sou jurista, mas senti três divergências fundamentais jurídicas, e das quais penso que sempre tive razão, é uma questão de senso. Por exemplo dizer que se considerava mandatado pelo conselho [para fazer contratações] só porque decidiram os dois, penso que não é possível haver um tão grande disparate jurídico sem ser por uma obediência a qualquer ordem que vem do exterior, não por uma interpretação clara da lei. Felizmente o parecer jurídico que veio de fora deu-me totalmente razão.
Em relação à assembleia geral do dia 25, como é que vê toda aquela sucessão de acontecimentos?
Fiquei um bocadinho surpreendido. Estava toda a gente e de repente suspende-se [a assembleia geral]. Fosse como fosse, pressuponho que mais tarde o Estado viria sempre a dizer o mesmo porque a intenção estava criada. O que a gente sente é que o Governo está com muita pressa, e muita pressa absolutamente ilógica, porque normalmente estas coisas [resolução dos prazos dos mandatos] fazem-se ou no tempo adequado que era em Novembro, porque sabíamos que os contratos terminavam em Dezembro, embora em relação ao meu pudesse haver dúvida, ou quando houvesse o fecho que contas em Março.
#8220;Os locais têm muito peso no arranque da estrutura#8221;
Qual é a actual situação financeira da EDAB?
Não havendo empréstimo funciona com o capital social. Com aquelas pessoas que estavam previstas entrar em Agosto daria até meio do ano. Se entrarem agora, e se não houver outras despesas, daria até final do ano, como houve indemnizações do coronel [Santos Nicolau] que não estavam previstas, e outras despesas, é possível que não dê até final do ano, e como há aumentos de vencimentos, de certeza que não dá se não houver empréstimo.
Não havendo o aval do Estado que implicações é que isso terá no avançar do projecto?
Poderá haver grandes entraves, ficará grande coisa parada, a não ser que haja a confiança política que venha aí a curto prazo. Mas como vai haver uma mudança, mantenha-se este governo ou não, neste momento não é possível esperar nada. Se não houver dinheiro obviamente não se compram os terrenos, se não se compram os terrenos não pode haver a obra, pode avançar um bocadinho o contrato de gestão, mas depois deixa de haver dinheiro, porque as verbas são elevadas. Neste momento é lícito perguntar se o Estado quer fazer a obra. É óbvio que os dinheiros são maioritariamente públicos, mas esta finalidade pública é de criar uma obra de interesse local, embora possa também ser nacional. É evidente que os locais têm muito peso na necessidade e no arranque desta estrutura.
Tem dúvidas então que o projecto avance...
Nesta altura estava convencido que ia avançar desta maneira. A obra da primeira fase, terrenos, arranjos interiores, ainda com necessidade de projecto, poderia ser feito neste ano. Os projectos dos edifícios já estão a ser atrasados, desde Setembro que está a segunda versão nas mãos do engenheiro Mário Resende, não veio absolutamente colaboração nenhuma daí para fazer a discussão do programa base e fazer o projecto para poder lançar a meio do ano, é evidente que neste momento já está atrasado para poder terminar no primeiro trimestre de 2006. Nada me garante que o Estado não queira fazer a obra, tenho dúvidas é no período que estava previsto.
Em termos de projecto o que é foi feito nestes seis meses que esteve à frente dos destinos da empresa?
O estudo de impacto ambiental já vinha de trás. Em relação aos outros houve fundamentalmente a descoberta de dois relatórios perdidos, em que a Força Aérea se pronunciava sobre os caminhos de alargamento e a plataforma, e tive que recapitular tudo, pedir segunda versão, houve uma tentativa de reformulação do contacto com a Azep #8211; empresa que estava responsável pela coordenação dos projectos #8211; a pensar na fiscalização, coordenação e gestão, foi preparado este concurso de gestão, coordenação e fiscalização, que está aí com 20 concorrentes, identificou-se que em relação à plataforma não estava equacionado o problema dos combustíveis, é preciso adjudicar um estudo e meter isso nos financiamentos, e avançou-se com a questão dos terrenos.
Concluído todo o processo que permitirá a abertura ao tráfego aéreo qual vai ser a estratégia de funcionamento para o futuro aeroporto?
A questão de se fazer uma infra-estrutura e depois ficar tudo à espera a ver o que é que ela dá tem que ser abandonada. Tem que haver necessidade e vontade de desenvolver negócios na área de tal maneira que ao pedir e ao querer desenvolver um negócio de frutos frescos ou outra coisa qualquer, por exemplo, se veja que falta aqui um hangar, um pipeline, e isso faz-se.
Que outras finalidades poderá ter? Terminal de passageiros, conforme o turismo. Fala-se muito no turismo selectivo, low coast, voos charters. Mas em comércio é assim que ele tem que começar, é ver onde é que há uma hipótese de comércio, o avião pode aterrar aqui, o que é que pode aqui deixar, o que é que pode daqui levar. Mas tem que haver uma vontade local de querer desenvolvimento. Agora é evidente que é lícito pensar-se se não se estará a pensar outra vez na OTA e se se vai abandonar isto.
Links de interesse
http://www.portugal.gov.pt/Portal/PT...oAeroportoBeja
http://www.edab.pt/index.php?option=...id=31#9001;=pt
http://www.beja-aeroporto.com/
http://www.geci.net/uk/geci_articles.php
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