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As grandes limitações da imprensa automóvel.

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    As grandes limitações da imprensa automóvel.

    Há uns bons anos que sou um leitor assiduo e interessado de imprensa automóvel. Creio que a minha 1º revista Turbo é de 1983.

    Sempre tive a noção que ler revistas é um bom complemento ao nosso conhecimento, mas só por si é um bocado limitado.

    As análises e testes são quase, invariavelmente, sempre superficiais e muito descritivas, passa-se o press-release da marca, conduz-se umas dezenas de km e escrevem-se umas generalidades (indo 1º ver o que diz uma ou outra publicação de referência, para não ser muito dissonante).

    A maior parte dos jornalistas são demasiado novos e inexperientes, dá um ênfase exagerado ao comportamento dinâmico, fala nas capacidades da bagageira, consumos e pouco mais.

    A somar a isto tudo há ainda os constrangimentos que os bons relacionamentos com as marcas implicam. Apesar de hoje em dia, serem raros os maus produtos, também não é prudente dar muito ênfase aos aspectos menos positivos, sob pena de passar a ter dificuldades em ter carros para teste disponiveis e (maisimportante ainda) menos receitas de publicidade.

    A cereja no topo do bolo é as certezas com que se classificam os produtos de melhores ou menos bons, quando no minimo é preciso perceber o que é que o consumidor ou cliente alvo verdadeiramente valoriza. Criam-se verdadeiros dogmas com pouco ou nenhum sentido.

    O que acham desta questão ? não acham que a nossa prática, experiência, troca de experiências, etc. é fundamental e muitas vezes mais valiosa do que as análises simplistas da imprensa ?

    #2
    Dizes umas verdades, mas que estão misturadas com várias inverdades.

    A parte da inexperiência, por exemplo, está longe de ser verdade. Não podes tomar uma parte como um todo, se é que me entendes.

    Quanto ao comportamento dinâmico, acho bem mais evidente neste fórum do que na imprensa. Aliás, muitas vezes se critica a imprensa porque não fala no comportamento. Esquecem-se vocês é que as pessoas que compram as revistas pouco ligam ao desempenho dinâmico.

    Quem escreve deve tentar abranger a maior fatia possível de leitores e quem lê é que deve saber aquilo que valoriza, não o contrário.

    As análises do fórum são interessantes, mas nem tudo se pode levar a sério, pois ainda não vi ninguém a fazer uma análise com pés e cabeça, do início ao fim.

    Comentário


      #3
      Originalmente Colocado por JGTB Ver Post
      Dizes umas verdades, mas que estão misturadas com várias inverdades.

      A parte da inexperiência, por exemplo, está longe de ser verdade. Não podes tomar uma parte como um todo, se é que me entendes.

      Claro que não são todos inexperientes, mas acho que é o que predomina !

      Quanto ao comportamento dinâmico, acho bem mais evidente neste fórum do que na imprensa. Aliás, muitas vezes se critica a imprensa porque não fala no comportamento. Esquecem-se vocês é que as pessoas que compram as revistas pouco ligam ao desempenho dinâmico.

      Aqui concordamos parcialmente. Eu acho, mesmo assim que falta muito sumo nos testes e que se exagera a ênfase à dinâmica, isto pensando em imprensa generalista, porque se for especializada tipo EVO já me parece mais legitimo. Concordo que o mercado dê muito menos valor à dinâmica do que se dá por aqui. Interessa-lhes segurança e conforto.

      Quem escreve deve tentar abranger a maior fatia possível de leitores e quem lê é que deve saber aquilo que valoriza, não o contrário.

      Sim ! mas os testes deviam ser muuuuuuiiito mais completos e devia haver testes frequentes a usados.

      As análises do fórum são interessantes, mas nem tudo se pode levar a sério, pois ainda não vi ninguém a fazer uma análise com pés e cabeça, do início ao fim.

      Inteiramente de acordo ! eu na última parte do meu post não me referia ao fórum, mas à partilha genericamente
      O que me parece é que também na imprensa automovel e naturalmente vivemos uma época de fast-food em oposição à boa comida tradicional, bem confeccionada, com ingredientes selecionados e com tempo.

      Comentário


        #4
        Originalmente Colocado por v7 Ver Post
        Há uns bons anos que sou um leitor assiduo e interessado de imprensa automóvel. Creio que a minha 1º revista Turbo é de 1983.

        Sempre tive a noção que ler revistas é um bom complemento ao nosso conhecimento, mas só por si é um bocado limitado.

        As análises e testes são quase, invariavelmente, sempre superficiais e muito descritivas, passa-se o press-release da marca, conduz-se umas dezenas de km e escrevem-se umas generalidades (indo 1º ver o que diz uma ou outra publicação de referência, para não ser muito dissonante).

        A maior parte dos jornalistas são demasiado novos e inexperientes, dá um ênfase exagerado ao comportamento dinâmico, fala nas capacidades da bagageira, consumos e pouco mais.

        A somar a isto tudo há ainda os constrangimentos que os bons relacionamentos com as marcas implicam. Apesar de hoje em dia, serem raros os maus produtos, também não é prudente dar muito ênfase aos aspectos menos positivos, sob pena de passar a ter dificuldades em ter carros para teste disponiveis e (maisimportante ainda) menos receitas de publicidade.

        A cereja no topo do bolo é as certezas com que se classificam os produtos de melhores ou menos bons, quando no minimo é preciso perceber o que é que o consumidor ou cliente alvo verdadeiramente valoriza. Criam-se verdadeiros dogmas com pouco ou nenhum sentido.

        O que acham desta questão ? não acham que a nossa prática, experiência, troca de experiências, etc. é fundamental e muitas vezes mais valiosa do que as análises simplistas da imprensa ?
        Metade dos condutores não sabe conduzir e não quer saber pormenores sobre os carros, quer é saber se o carro é agradável à vista, tem GPS para saber o caminho para casa, se tem espaço para levar os putos, e se não custa os olhos da cara.

        Depois, 1/4 dos condutores conduz razoavelmente mas não leva o mundo automóvel muito a sério, no entanto, compram umas revistinhas para se irem entretendo no sofá enquanto a mulher vê a novela da TVI. Não querem saber de pormenores, só querem estar a par das novidades automóveis.

        Os restantes 1/4 consultam alguns (bons) conteúdos na internet, e até podem mandar vir revistas como a EVO.

        Portanto as revistas só estão a fazer o seu business, há procura, então criam uma oferta de acordo.

        Comentário


          #5
          Originalmente Colocado por Nitrofurano Ver Post
          Metade dos condutores não sabe conduzir e não quer saber pormenores sobre os carros, quer é saber se o carro é agradável à vista, tem GPS para saber o caminho para casa, se tem espaço para levar os putos, e se não custa os olhos da cara.

          Depois, 1/4 dos condutores conduz razoavelmente mas não leva o mundo automóvel muito a sério, no entanto, compram umas revistinhas para se irem entretendo no sofá enquanto a mulher vê a novela da TVI. Não querem saber de pormenores, só querem estar a par das novidades automóveis.

          Os restantes 1/4 consultam alguns (bons) conteúdos na internet, e até podem mandar vir revistas como a EVO.

          Portanto as revistas só estão a fazer o seu business, há procura, então criam uma oferta de acordo.
          Não creio que os que consultam os bons conteúdos na internet sejam 1/4, nem pouco mais ou menos.

          A revista que eu mais gostava do panorama nacional era a recém-extinta Auto Magazine, embora a achasse um bocadinho superficial. Mas sou o 1º a reconhecer que provavelmente não haveria mercado para o tipo de imprensa que eu idealizo.

          De qualquer forma a ideia mais do que criticar a imprensa é constatar que esse meio é apenas um meio de que dispomos para aprendermos alguma coisa, mas que há muitos outros meios tão ou mais valiosos.

          Comentário


            #6
            Originalmente Colocado por v7 Ver Post
            O que me parece é que também na imprensa automovel e naturalmente vivemos uma época de fast-food em oposição à boa comida tradicional, bem confeccionada, com ingredientes selecionados e com tempo.
            Sinceramente porque não há mercado para isso.

            As revistas mais técnicas não têm sucesso e as vendas são mínimas.

            A maioria das pessoas que compram querem ver coisas simples e fáceis de entender, não sabem o que é o ring, ou uma suspensão pilotada, nem sabem quanto faz o seu carro dos 0-100.
            Gostam de ver o carro, o espaço para levar os putos a sogra e o cão, se gasta muito, o que os outros acham e qual o preço final.

            Comentário


              #7
              Originalmente Colocado por SilverArrow Ver Post
              Sinceramente porque não há mercado para isso.

              As revistas mais técnicas não têm sucesso e as vendas são mínimas.

              A maioria das pessoas que compram querem ver coisas simples e fáceis de entender, não sabem o que é o ring, ou uma suspensão pilotada, nem sabem quanto faz o seu carro dos 0-100.
              Gostam de ver o carro, o espaço para levar os putos a sogra e o cão, se gasta muito, o que os outros acham e qual o preço final.
              Também me parece que sim ! embora a análise muito sintética acabe por ser muito reductora.

              Num bem multifacetado como o automóvel e que representa uma compra de grande envolvimento, é uma pena que não se façam testes em profundidade.

              P.S.: Achei piada ao que está a bold, mas até esse aspecto é muito mal explorado, podiam-se fazer estudos de opinião sobre as percepções das pessoas sobre um determinado produto.

              Comentário


                #8
                Originalmente Colocado por v7 Ver Post
                Há uns bons anos que sou um leitor assiduo e interessado de imprensa automóvel. Creio que a minha 1º revista Turbo é de 1983.
                Nunca mais iremos ler testes e textos feitos como os que fazia o malogrado Reis Thomas

                Comentário


                  #9
                  Originalmente Colocado por SilverArrow Ver Post
                  Sinceramente porque não há mercado para isso.

                  As revistas mais técnicas não têm sucesso e as vendas são mínimas.

                  A maioria das pessoas que compram querem ver coisas simples e fáceis de entender, não sabem o que é o ring, ou uma suspensão pilotada, nem sabem quanto faz o seu carro dos 0-100.
                  Gostam de ver o carro, o espaço para levar os putos a sogra e o cão, se gasta muito, o que os outros acham e qual o preço final.
                  Concordo plenamente. Mas entendo o porquê. Portugal sempre foi um país pobre. Onde não há, nem nunca houve, uma cultura automobilística rica. É comum ouvir nas pessoas mais velhas que no tempo de juventude eram raros os carros. O passado português é mto timido nesse aspecto. Portanto Portugal tem uma fraca herança em termos automobilísticos.

                  Acresce o facto de não existir uma indústria automóvel, como há em Inglaterra, Itália... Tenho exemplos que qdo me vêem lavar o carro ou assim, gozam e dizem que não vale a pena perder mto tempo pois o carro é "apenas" um monte de chapa...

                  Comentário


                    #10
                    Nos automóveis, tal como em tudo, por vezes consegue-se melhores vendas tendo um bom marketing que um bom produto.
                    Basta ver, por exemplo, o mercado feminino, aonde na sua maioria o design e os gadgets tem mais importância na decisão de compra que o motor, comportamento ou segurança.
                    Mas também é a verdade para muitos dos clientes masculinos.

                    As revistas, como produto que são, tem de oferecer aos seus potenciais compradores aquilo que eles querem ver e ler, para que eles comprem as revistas. É certo que sabemos que muito do que se publica não é o que nós, apreciadores de automóveis, queremos saber mas no final estamos em minoria em relação ao grosso dos compradores das revistas.
                    E sem vendas não há revistas.

                    Comentário


                      #11
                      Falando de Portugal, somos um mercado da treta e como tal, temos revistas da treta.

                      As primeiras Turbo que tive eram de 1990 / 91. Tinham informação de qualidade e em quantidade suficiente.

                      Lê-las, era um regalo, ainda que por vezes a complexidade dos termos utilizados me obrigassem a ir ao dicionário ou a levantar questões (note-se que na altura estava longe de conduzir !).

                      Até a AH de 1990 (a primeira revista que comprei), era bem mais completa e com mais polpa. Mais uma vez, dava imenso gozo lê-las.

                      Para mim, a única revista que se vai safando mesmo é a Guia do Automóvel, pois apesar das constantes renovações, o espírito ainda está lá, esta é a verdadeira revista dirigida a quem quer comprar carro. As outras deveriam ser um nadinha mais emocionais a falar dos carros e com isso mais técnicas.


                      As revistas em Portugal estão pela hora da morte, não me informam de rigorosamente quase nada. Tanto que de há mais de 10 anos para cá só compro revistas estrangeiras, que não só me informam decentemente como ainda quem escreve sabe descrever as sensações que o carro lhe transmite. Às vezes até em menos texto que um artigo feito em Portugal...

                      Comentário


                        #12
                        Eu também acho que a maior parte da imprensa estrangeira não é grande coisa. Aliás nem sei se é melhor que a portuguesa, que como sabem é genericamente de grupos multinacionais com várias revistas.

                        Mesmo a Car e a Evo não me parecem a 8ª maravilha, são apenas mais focadas em questões dinâmicas e em carros desportivos e topos de gama.

                        O que me parece é que para aprender sobre carros, temos que fazer um bocado mais do que ler revistas ou consultar sites on-line.

                        Ainda há cerca de 2 semanas assisti a uma coisa estranha e que contraria a lógica aparente dos automóveis.

                        Num TD num kartódromo, que servia de treino a um rallie com caracteristicas especificas (podem entrar carros normais e passa-se entre circuitos, kartódromos e rampas) a chover copiosamente e com participação de vários carrões como porsches, M3, Integrales, Subarus impreza entre muitos outros, o carro mais rápido foi um ...... Passat TDI com DSG

                        Se não estivesse lá e não tivesse visto, não acreditava, isto demonstra que quase tudo nos carros não é uma ciência exacta.

                        Comentário


                          #13
                          Originalmente Colocado por v7 Ver Post
                          Há uns bons anos que sou um leitor assiduo e interessado de imprensa automóvel. Creio que a minha 1º revista Turbo é de 1983.
                          Ainda era a preto e branco

                          Comentário


                            #14
                            A revolução da Internet.

                            Penso que alguns por aqui como eu encostaram os livros da Disney em meados dos anos 80 (quando começaram a repetir demasiado as histórias) e já adolescentes com mais de 12 anos, ao mesmo tempo que começaram a querer miúdas, também é normal sonharem com o dia em que teriam o seu carro.
                            Ora nessa época a malta devorava tudo o que era imprensa automóvel, no meu caso o que podia comprar.
                            Revistas como a Turbo, aquela muito técnica que agora me deu um ataque de senilidade e não me lembro, a Automotor (quando apareceu), GA, jornais como o Autosport, L'Automobile, etc.

                            Depois temos o aparecimento da NET em 3 fases:
                            - A lenta (abrir uma imagem 1024 demorava 3 minutos);
                            - Já mais rápida mas muito cara e cheia de limites;
                            - A actual, já sem limites de navegação e que até já tem tradutores automáticos.

                            Tal como os jornais, as revistas sofrem do problema que a NET está sempre mais rápida a fazer chegar a informação do que a imprensa.

                            Existem alguns pormenores que hoje as pessoas até se esquecem:
                            - Quem esperava um mês para saber os horários do Rallie de Portugal, quando hoje em 2 cliques o sabemos?
                            - Quem esperava outro mês para saber as classificações completas de uma prova, quando hoje é clique e pronto?
                            - Quem nunca recortou com uma tesoura imagens de carros de uma revista para colar numa capa da escola ou paredes? Eu decorava as capas A4 todinhas! Hoje tenho milhões de fotos soberbas em formato digital.

                            Enfim é a evolução... antigamente tinhamos que esperar pelo boletim meteorológico para saber o tempo...

                            Em Portugal, tal como no futebol e na política, a imprensa sempre teve tendência a ser dominada por um lobbie... e no meu tempo existem claramente dois, curiosamennte quem nos dá "pão para a boca"...
                            Outrora a Renault era a protegida, com várias fábricas em Portugal e com o acordo "democrático" Soares-Miterrand de marca "Nacional" com a obrigação de metade dos automóveis vendidos serem Renault... motivo pelo qual que de 78 a 88 quem quisesse comprar por exemplo um Opel ou FIAT, era ai até Abril; depois só para o ano seguinte.
                            Quando um carro custava 500 contos, tinhamos que dar 50 contos (+10%) para o vendedor nos arranjar um (bons tempos para eles )...
                            Escolher cores ou equipamentos era brincadeira... tinha que ser o que aparecia.
                            Renault é que tinha tudo e mais alguma coisa, incluíndo o pioneirísmo nas facilidades de pagamento.
                            O Estado também se abastecia de Renault... tantos R4 das CM's e EDP's etc...
                            Mais tarde a coisa virou para o grupo VW, muito à custa da implementação em Portugal da Autoeuropa; e assim estamos hoje.

                            Resta aos leitores, saberem ignorar as partes tendenciosas dos textos e também saberem ler os testes e pontuações, muitas vezes suprimindo certas pontuações.
                            O exemplo mais fácil de entender é a bagageira.
                            Se a pessoa não quer saber da bagageira para nada, simplesmente ignora a pontuação da mesma.

                            Comentário


                              #15
                              Originalmente Colocado por v7 Ver Post
                              Num TD num kartódromo, que servia de treino a um rallie com caracteristicas especificas (podem entrar carros normais e passa-se entre circuitos, kartódromos e rampas) a chover copiosamente e com participação de vários carrões como porsches, M3, Integrales, Subarus impreza entre muitos outros, o carro mais rápido foi um ...... Passat TDI com DSG

                              Se não estivesse lá e não tivesse visto, não acreditava, isto demonstra que quase tudo nos carros não é uma ciência exacta.
                              Não estava lá para ver, mas acho que o que isso demonstra é que a condução não é uma ciência exacta.

                              Comentário


                                #16
                                Originalmente Colocado por McFly Ver Post
                                Não estava lá para ver, mas acho que o que isso demonstra é que a condução não é uma ciência exacta.
                                Também ! mas a generalidade dos condutores conduziam bem e aquilo era uma pista para alguns sempre feita em 2ª e para outros eventualmente 2ª e 3ª e para quem quisesse esmifrar mais 1ª nalguns ganchos.

                                Não havia, uma grande descrepância nos condutores e haviam outros carros cheios de ajudas como mercedes CLK ou BMW 330d E90, já não falando nos AWD. No entanto foi um FWD, diesel e de cx auto que foi mais rápido.

                                Comentário


                                  #17
                                  Eu sou daqueles que deixou de comprar revistas desde que comecei a investigar na Net sobre questões mais técnicas, a ter mais experiência real ao andar nos produtos e a ler mais KM77.

                                  O meu problema com as revistas é não aceitar traduções, discurso standard e superficial, tabelas de pontuação a definir características que não são tangíveis e por isso produto do que se pensa e não do que se vê, discurso com o intuito de agradar e de estar de acordo com o que esta instituído e não discurso realista e coerente ao longo das publicações.

                                  É muito chato ler um artigo sobre 3 automóveis e de seguida ir aos respectivos stands e vermos que o artigo nos tinha induzido em erro e não tinha dito nada sobre o que faz os 3 produtos validos, originais e merecendo custar o "mesmo" por uma razão ou por outra.

                                  Para muita gente pilares forrados a tecido é motivo para o produto custar mais, bancos modulares já não é...e as revistas caiem nos mesmo erros porque estão obcecadas pela "qualidade" e é apenas o que parece sem se darem ao trabalho de verificar que muitas vezes são exactamente os mesmos materiais em analise! Depois é o comportamento e fazem desse item como prioritário quando nunca foi a não ser um produtos para funções desportivas.

                                  Comentário


                                    #18
                                    Originalmente Colocado por bizopt Ver Post
                                    Concordo plenamente. Mas entendo o porquê. Portugal sempre foi um país pobre. Onde não há, nem nunca houve, uma cultura automobilística rica. É comum ouvir nas pessoas mais velhas que no tempo de juventude eram raros os carros. O passado português é mto timido nesse aspecto. Portanto Portugal tem uma fraca herança em termos automobilísticos.

                                    Acresce o facto de não existir uma indústria automóvel, como há em Inglaterra, Itália... Tenho exemplos que qdo me vêem lavar o carro ou assim, gozam e dizem que não vale a pena perder mto tempo pois o carro é "apenas" um monte de chapa...
                                    Concordo

                                    Comentário


                                      #19
                                      Originalmente Colocado por v7 Ver Post
                                      Há uns bons anos que sou um leitor assiduo e interessado de imprensa automóvel. Creio que a minha 1º revista Turbo é de 1983.

                                      Sempre tive a noção que ler revistas é um bom complemento ao nosso conhecimento, mas só por si é um bocado limitado.

                                      As análises e testes são quase, invariavelmente, sempre superficiais e muito descritivas, passa-se o press-release da marca, conduz-se umas dezenas de km e escrevem-se umas generalidades (indo 1º ver o que diz uma ou outra publicação de referência, para não ser muito dissonante).

                                      A maior parte dos jornalistas são demasiado novos e inexperientes, dá um ênfase exagerado ao comportamento dinâmico, fala nas capacidades da bagageira, consumos e pouco mais.

                                      A somar a isto tudo há ainda os constrangimentos que os bons relacionamentos com as marcas implicam. Apesar de hoje em dia, serem raros os maus produtos, também não é prudente dar muito ênfase aos aspectos menos positivos, sob pena de passar a ter dificuldades em ter carros para teste disponiveis e (maisimportante ainda) menos receitas de publicidade.

                                      A cereja no topo do bolo é as certezas com que se classificam os produtos de melhores ou menos bons, quando no minimo é preciso perceber o que é que o consumidor ou cliente alvo verdadeiramente valoriza. Criam-se verdadeiros dogmas com pouco ou nenhum sentido.

                                      O que acham desta questão ? não acham que a nossa prática, experiência, troca de experiências, etc. é fundamental e muitas vezes mais valiosa do que as análises simplistas da imprensa ?

                                      Sempre me lembro de comprar revistas de automóveis, principalmente a Auto Magazine desde o n.º01 e o …AutoSport (que saudades do jornal, literalmente!)

                                      O que mais me atraia não eram os testes de modelos “mundanos”, excepto as novidades, mas sim aqueles especiais que só o nome já fazia sonhar!

                                      Relembro por exemplo, a visita á fábrica da Ferrari e á pista de Fiorano, os indispensáveis testes em pista, as referências aqueles “pormaiores” como por exemplo a história dos volantes da Momo, a pele cortada e cozida á mão por autênticos artífices (senhoras!), as fundições etc.
                                      O teste ao Mclaren F1, e as espectaculares fotografias publicadas na revista, etc.

                                      Havia uma espécie de romantismo que nos levava a esperar por cada mês para ver as novidades. De facto, a questão das revistas foi pertinente quando não havia…internet!


                                      Já focaram a superficialidade e a parcialidade dos textos escritos pelos jornalistas…pois eu ainda acrescento que muitos deles apenas desejam “esmifrar” os carros ao máximo, tal e qual como certos cidadãos “civilizados” fazem com os automóveis de aluguer! Penso que inclusivamente muitos vão para os ensaios com o único objectivo de descobrir as argoladas dos engenheiros das marcas para depois darem a entender que são mais “espertos” que os especialistas dessa marca! Uma espécie de engenheiros mecânicos frustrados….
                                      Refiro este pormenor pois convivi de perto com um responsável da Rover Portugal que me dizia que os carros dos jornalistas acabavam a ronda das revistas num estado deplorável, quer em termos técnicos, quer nos habitáculos! Por exemplo um Rover 200 Turbo coupe chegou ao ponto de ser devolvido com os bancos queimados com cinza de tabaco! Não tenho assim em boa conta esta classe profissional, até porque não penso que haja uma especialização em termos de curso para se ser “jornalista de automóveis”!

                                      Os testes a que dou mais credibilidade são aqueles que são efectuados por pilotos, como por exemplo o Pedro Lamy. São pessoas que, pela sua experiência, são na minha opinião muito mais avalizados para proferir uma opinião fundamentada sobre o tema em questão!
                                      Quem lê revistas de motos sabe do que é que eu estou a falar!



                                      Editado pela última vez por cloverleaf; 25 January 2010, 17:46.

                                      Comentário


                                        #20
                                        Originalmente Colocado por Cagi Ver Post
                                        É muito chato ler um artigo sobre 3 automóveis e de seguida ir aos respectivos stands e vermos que o artigo nos tinha induzido em erro e não tinha dito nada sobre o que faz os 3 produtos validos, originais e merecendo custar o "mesmo" por uma razão ou por outra.

                                        Para muita gente pilares forrados a tecido é motivo para o produto custar mais, bancos modulares já não é...e as revistas caiem nos mesmo erros porque estão obcecadas pela "qualidade" e é apenas o que parece sem se darem ao trabalho de verificar que muitas vezes são exactamente os mesmos materiais em analise! Depois é o comportamento e fazem desse item como prioritário quando nunca foi a não ser um produtos para funções desportivas.
                                        De facto há muitos dogmas e uma certa têndencia para classificar carros, quando normalmente as coisas não são assim tão simples.

                                        Comentário


                                          #21
                                          A imprensa automóvel tem que obedecer a uma lógica de mercado sob pena de estar condenada à extinção: os leitores, na sua maioria, são algo generalistas e dão primazia a aspectos como consumos, estética, agradabilidade e espaço.
                                          Aliás, se nos debruçarmos com um pouco mais de atenção neste forum poderemos constatar, com mais ou menos evidência, toda esta filosofia.

                                          Voltando à imprensa, temos exemplos de publicações nicho com sucesso mas fora de portas, aqui estariam certamente condenadas a uma extinção muito precoce (a Supermotores lá se aguentou até mais do que se estaria à espera mas também, os tempos eram outros).

                                          Saliento que, num forum auto, a secção mais concorrida é o off-topic.
                                          É pena!

                                          Comentário


                                            #22
                                            Já que falamos aqui de revistas portuguesas em geral, honra seja feita aos excelentes editoriais da Auto Motor!

                                            Comentário


                                              #23
                                              Na realidade o grande problema tem a ver com o público-alvo. As pessoas querem cada vez mais mariquices nos carros (as quais a maioria nunca ou raramente usa), espaço (exterior para mostrar a banheira aos outros e interior para a família não reclamar) e um aspecto “fluorescente” que mostre que eles estão aí para as curvas (nem que de estética não apanhem rigorosamente nada – é só ver a forma como a maioria se veste).

                                              Não posso deixar de dizer que o nosso povo é maioritariamente rude no que toca ao bom gosto, sendo que comummente interessa apenas aquilo que as revistas dizem. Se a máquina que compram é boa ou não, é relativo, desde que as revistas digam que «está na berra» para poder estar estacionada à porta de casa como um bom cartão-de-visita para quem passa, é tudo o que interessa.

                                              Não haja ilusões, pois na escolha automobilística para a maioria dos portugas (pelintras que são) armados em burgueses, apenas isto interessa: grande, conceituado e barato. Banheira, que dê nas vistas por tuta-e-meia. Se tiver uns gadgets e tal, melhor ainda para dizer aos amigos (nem que não saibam para quê que a maioria deles servem). Questionem por segurança, performance, dinâmica, conforto, durabilidade, qualidade e ecologia, e logo vos perguntam o quê que isso interessa.

                                              O público deixa-se levar pela onda esquecendo-se de ir olhando para a publicidade nas páginas da imprensa da especialidade e para a frequência com que surgem test-drives e comparativos de determinadas marcas que, invariavelmente, saem sempre bem na fotografia.
                                              O que interessa comprar é aquilo que está na moda. O gosto é secundário… porque dificilmente o têm. Assim facilmente se leva a carneirada para onde se quer.

                                              Por isso, sou sincero. Quanto a informação, procuro-a eu mesmo na net, seja na imprensa internacional, seja em dados técnicos apresentados, seja em fóruns como este (onde também abunda boa informação). No meio de tudo isto tiro as minhas conclusões, pois num mundo comandado pelo dinheiro, muito facilmente se diz que uma carroça é impecável apenas lhe faltando tudo, ou um topo de gama é dispensável pois tem tudo o que não interessa e é caro.

                                              Em termos de informações e novidades, a net está repleta delas. Relativamente a informação incisiva sobre os modelos, acontece frequentemente que antes sequer de ler nas revistas já sei o que lá está escrito. A maioria das vezes é um flop no qual se sente uma certa limitação nas palavras de quem quer, mas nada mais sabe ou pode dizer.

                                              No entanto, e em abono da verdade se diga, que existem bons especialistas que dá gosto ler. (incluindo os aqui do fórum que não são pagos). Por isso gasto mais tempo por aqui e por ali do que na imprensa escrita automóvel.

                                              Posto isto, não tenho dúvidas de que quando vier a invasão automobilística chinesa vai suceder o mesmo que sucedeu com as suas lojas que já por cá pululam: vai ser uma corrida para comprar grande (coisa) para inglês ver. Como segurança (e o resto) ninguém vê a compra em feira vai fazer sucesso.

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                                                #24
                                                Originalmente Colocado por erocha Ver Post
                                                Concordo

                                                acho exactamente o oposto.

                                                a tradicção automobilistica em portugal é grande.

                                                mas é de elite.

                                                não havia era carros baratos, pequenos e simples.

                                                Se referires alguns classicos vais ver que todos eles existiram em portugal.

                                                especialmente os raros

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                                                  #25
                                                  Originalmente Colocado por bg2 Ver Post
                                                  acho exactamente o oposto.

                                                  a tradicção automobilistica em portugal é grande.

                                                  mas é de elite.

                                                  não havia era carros baratos, pequenos e simples.

                                                  Se referires alguns classicos vais ver que todos eles existiram em portugal.

                                                  especialmente os raros
                                                  O user antes de mim refere exactamente que o problema é Portugal ser um país pobre (ou os carros serem carros).

                                                  Mesmo dentro da classe priveligiada, no Norte ainda há alguma cultura automobilistica agora, no sul, mesmo na zona de Lisboa esta é rara. Obvio que há carros bons, mas a maior parte é de wannabes e não de conhecedores.
                                                  Quanto aos clássicos, há bastantes, como dizes mas, penso que são de uma elite quase sem expressão...

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                                                    #26
                                                    Originalmente Colocado por Alpiger Ver Post
                                                    Nos automóveis, tal como em tudo, por vezes consegue-se melhores vendas tendo um bom marketing que um bom produto.
                                                    Basta ver, por exemplo, o mercado feminino, aonde na sua maioria o design e os gadgets tem mais importância na decisão de compra que o motor, comportamento ou segurança.
                                                    Mas também é a verdade para muitos dos clientes masculinos.

                                                    As revistas, como produto que são, tem de oferecer aos seus potenciais compradores aquilo que eles querem ver e ler, para que eles comprem as revistas. É certo que sabemos que muito do que se publica não é o que nós, apreciadores de automóveis, queremos saber mas no final estamos em minoria em relação ao grosso dos compradores das revistas.
                                                    E sem vendas não há revistas.
                                                    Como é que se faz bom marketing com um mau produto mesmo ?

                                                    É que é impossível mesmo. Isto porque o produto é parte intrínseca do marketing !

                                                    Comentário


                                                      #27
                                                      Têm mesmo saudades das revistas antigas? Daquelas que no conforto incluiam o acesso à roda suplente ou eficácia da iluminação da mala?

                                                      Eu n! E eu até sou uma das pessoas que acha graça a estes pormenores.

                                                      Tenho pena isso sim, de já n existir uma tabela técnica que honre este nome, referente ao veículo ensaiado.

                                                      Mas felizmente hoje em dia vivemos num mundo globalizado, com tudo o que de bom e mau daí advem. Por isso posso pelo menos ter acesso facilmente a revistas em lingua inglesa, sem grandes problemas.

                                                      Cada vez mais sou adepto de revistas de clássicos, que tendem a ter ensaios mais "dedicados", e onde se dá mais atenção a pormenores técnicos, e a curiosidades. E por curiosidades, tenho saudades, isso sim, de quando os ensaios referiam que aquele modelo era o único do segmento a fornecer travões do tipo y, ou que era o único a ter suspensão x. Mas tenho consciência, que ter ensaios de 4 páginas, só é possivel em revistas de nicho, em que a sua viabilidade n depende só da publicidade mas também muito do seu preço.
                                                      E quantas vezes já n vi por aqui o pessoal a queixar-se do valor de capa da revista?

                                                      Como muitos outros produtos, a revista segue o que os leitores querem ler, e os leitores seguem o que lhes oferecem.
                                                      Mais uam vez, o forum não reflecte, felizmente para a viabilidade económica das revistas, todo o universo de clientes potenciais.

                                                      PS: gosto de revistas que ensaiem de maneira fria e crua os veículos, mas que também façam uma análise emocional do mesmo. Lembro-me de um ensaio ao 155 quando saíu, em que depois de um texto em que sempre se falou da mediania do carro, acaba com dois parágrafos que trasmitem uma ideia, mesmo o jornalista achando que era um carro que n apresentava nada de especial para ser escolhido, sentiu-se triste quando o foi entregar.

                                                      Comentário


                                                        #28
                                                        Originalmente Colocado por erocha Ver Post
                                                        O user antes de mim refere exactamente que o problema é Portugal ser um país pobre (ou os carros serem carros).

                                                        Mesmo dentro da classe priveligiada, no Norte ainda há alguma cultura automobilistica agora, no sul, mesmo na zona de Lisboa esta é rara. Obvio que há carros bons, mas a maior parte é de wannabes e não de conhecedores.
                                                        Quanto aos clássicos, há bastantes, como dizes mas, penso que são de uma elite quase sem expressão...

                                                        que a cultura automobilistica no norte seja maior também concordo.

                                                        mas havia.

                                                        porque é que desde os anos 30 existia um jornal só sobre desportos motorizados-o volante, por exemplo

                                                        ou que fossem muito comuns as importações de revistas francesas como a l'automobile

                                                        se reparares, os pilotos da época tinham não raras vezes carros recentes e com óptimas especificações. ou seja, acompanhavam o mercado.

                                                        a maior diferença é que nos anos 40 e 50 até 70 o conceito de tertulia era muito comum. no fundo a partilha de informação existia mas de modo diferente


                                                        cumprimentos

                                                        Comentário


                                                          #29
                                                          quanto á nossa imprensa, e depois de uma fase de "deslumbraditos"

                                                          em que sempre que guiavam mais do 200cv era a loucura nos textos, melhorou-se alguma coisa.

                                                          Passamos para uma fase pior, a do desperdício, em que há bons carros para ensaiar mas quando se lêem os textos é só banalidades.


                                                          apesar de eu achar que se conseguem escrever bons textos sem banalidades.

                                                          no entanto, com o numero de caracteres a diminuir cada vez mais, não há milagres e os ensaios mais curtos não dizem, regra geral, nada de jeito.


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                                                            Originalmente Colocado por hpventura Ver Post
                                                            Como é que se faz bom marketing com um mau produto mesmo ?

                                                            É que é impossível mesmo. Isto porque o produto é parte intrínseca do marketing !
                                                            Verdade. Mas tens de perceber o contexto em que aquilo foi dito. Parece-me que para o Alpiger, um "mau produto", falando de automóveis, pode passar por um carro com dinâmica pobre, motor fraco, etc. A questão é que um carro, mesmo não tendo muita qualidade nesses aspectos, pode, para muitas pessoas, ser um bom produto. Porque um bom produto é aquele que satisfaz os consumidores. E bem sabemos que existem 1001 tipos de diferentes consumidores, cada qual com os seus gostos, preferências e exigências.

                                                            O problema é que, num fórum automóvel, muitas das variáveis do produto (carro) são remetidas ao esquecimento enquanto outras são extremamente valorizadas. É natural.

                                                            Comentário

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