Disclaimer: Tudo o que se segue é relativo a um contacto de 500 kms com um Polo 1.2 Trendline Pack 1.2 70 cv. Já agora, aproveito para me desculpar pela qualidade das fotos.
______________________
Como é sabido, já desde há vários anos que a luta no segmento B tem vindo a crescer. Vários modelos viram, em sucessivas gerações, as suas falhas serem limadas - de modo que cada vez mais as aproximações são maiores e as diferenças menos relevantes.
Como ex-possuídor de um Clio III, o qual considero - ex-aequo com o 207 - o melhor do segmento, o lançamento deste Polo despertou-me o interesse. Conheci a geração anterior de perto e, devido ao design austero do interior, conforto algo sofrível e motores 1.2 e 1.4 TDI ruidosos e vibratórios, a minha impressão deste utilitário não era a melhor.
Conseguiria esta nova geração melhorar algo? Qual a evolução face ao modelo de 2002?
Exterior
Trata-se de um carro um pouco maior, ainda que as proporções sejam muito semelhantes às do seu antecessor. Tal como ele, é sóbrio e agradável. Não há grandes devaneios. Ainda bem - é bonitinho de qualquer ângulo. Mesmo sem jantes de liga leve e faróis de nevoeiro.
As folgas entre painéis são muito reduzidas, em especial para um carro deste segmento. Houve, sem dúvida, cuidados neste aspecto.
Interior
E não é o único ponto em que mereceu tais cuidados. O fechar de porta impressiona, abafado e seco. No entanto, quem espera encontrar neste Trendline Pack materiais refinados pode muito bem tirar o cavalinho da chuva. Tudo é construído à base de plástico duro (ainda que consistente), incluindo as portas da frente (para minha surpresa). Contudo, o aspecto geral é bom e as pequenas inserções a imitar cromados espalhadas pelo habitáculo resultam bem.
O espaço parece-me bom à frente. Atrás também, embora em termos de largura não seja nada de especial. A mala parece-me mais estreita do que a do Clio e, falando do volume em si, é mais pequena.
Esta versão, ainda que sendo das mais despidas, vinha dotada de um nível de equipamento muito razoável. ESP, ASR, Hill Holder, retrovisores reguláveis electricamente e os comuns AC manual e rádio leitor de cd's fazem parte do pacote.
É um interior que transpira boa qualidade, quer pela montagem sólida, quer por pequenos pormenores cuidados (como o bip do avisador do cinto ou dos piscas, sistema de som acima da média, etc).
Na estrada
A posiçao de condução é boa, ainda que o volante não tenha regulação em profundidade. Os comandos são todos de fácil uso, dado que a caixa é razoavelmente precisa e suave (gosto do punho estreito), a direcção é mais pesada do que a que encontrava no Clio (ponto positivo) e tudo tem um tacto consistente.
Uma incursão por quase 1 km em piso empedrado revela 3 pequenas vibrações (uma no tablier, outra numa porta e a terceira na chapeleira) mas, apesar disso, a sensação de solidez continua presente e os referidos barulhos parasitas apenas incomodarão o mais sensível dos condutores.
A suspensão é firme mas tolerável, sendo o conforto proporcionado pela mesma razoável. Já os bancos são excessivamente duros.
O motor é o sobejamente conhecido 1.2 70 cv, tricilíndrico. Faz mais barulho do que seria desejável e passa algumas vibrações para o interior.
Em cidade é despachado q.b, fruto de algum pulmão (para a cilindrada em questão) em regimes médios. Aquele gorgolejar grave acaba por ter piada, quando fazemos acelerações mais decididas.
Obviamente que a caixa longa (5ª a 130 km/h = 3500 rpm) prejudica a resposta deste Polo quando surgem subidas na AE, obrigado a reduzir para manter uma velocidade de cruzeiro decente. Nada de muito exasperante ou particularmente pior do que a concorrência, boa parte dela com motores acoplados a caixas mais curtas.
Quanto ao comportamento, tudo o que posso dizer é que nunca vi o ESP entrar em acção e que o carro adorna pouco. No entanto, transmite-me menos segurança do que os franceses - talvez por ter uma suspensão mais firme e, portanto, ser mais reactivo face às oscilações da estrada. A insonorização em AE seria boa, não fosse o culpado do costume - o ronco que o pequeno bloco emana, mesmo sem ir a rpm demasiado altas.
Gastou 3/4 do depósito, portanto creio que a média oscilou entre os 6,5-7 l/100 kms. Considero bastante bom, tendo em conta que é uma média mista, correspondente a um andamento despreocupado.
Conclusão
Este Polo é um salto significativo face ao anterior. Tem um interior muito mais bonito, ainda melhor montagem, algum espaço adicional e é mais confortável e condução mais refinada.
Continua a pecar pelo motor algo rude. Provavelmente com o 1.2 TSi ou 1.4 85 cv a experiência teria sido diferente. Resta-me a curiosidade de saber como se comportará o 1.6 TDI face a esta motorização, dado que é tido como um motor silencioso e refinado (dentro dos diesel).
Em suma, para uso citadino, este Polo é um dos melhores do segmento. Se a ideia for fazer dele um all-rounder, parece-me que tanto o Clio como o 207 tratam melhor quem neles viaja, embora este Polo não desiluda nesse aspecto.
______________________
Como é sabido, já desde há vários anos que a luta no segmento B tem vindo a crescer. Vários modelos viram, em sucessivas gerações, as suas falhas serem limadas - de modo que cada vez mais as aproximações são maiores e as diferenças menos relevantes.
Como ex-possuídor de um Clio III, o qual considero - ex-aequo com o 207 - o melhor do segmento, o lançamento deste Polo despertou-me o interesse. Conheci a geração anterior de perto e, devido ao design austero do interior, conforto algo sofrível e motores 1.2 e 1.4 TDI ruidosos e vibratórios, a minha impressão deste utilitário não era a melhor.
Conseguiria esta nova geração melhorar algo? Qual a evolução face ao modelo de 2002?
Exterior
Trata-se de um carro um pouco maior, ainda que as proporções sejam muito semelhantes às do seu antecessor. Tal como ele, é sóbrio e agradável. Não há grandes devaneios. Ainda bem - é bonitinho de qualquer ângulo. Mesmo sem jantes de liga leve e faróis de nevoeiro.
As folgas entre painéis são muito reduzidas, em especial para um carro deste segmento. Houve, sem dúvida, cuidados neste aspecto.
Interior
E não é o único ponto em que mereceu tais cuidados. O fechar de porta impressiona, abafado e seco. No entanto, quem espera encontrar neste Trendline Pack materiais refinados pode muito bem tirar o cavalinho da chuva. Tudo é construído à base de plástico duro (ainda que consistente), incluindo as portas da frente (para minha surpresa). Contudo, o aspecto geral é bom e as pequenas inserções a imitar cromados espalhadas pelo habitáculo resultam bem.
O espaço parece-me bom à frente. Atrás também, embora em termos de largura não seja nada de especial. A mala parece-me mais estreita do que a do Clio e, falando do volume em si, é mais pequena.
Esta versão, ainda que sendo das mais despidas, vinha dotada de um nível de equipamento muito razoável. ESP, ASR, Hill Holder, retrovisores reguláveis electricamente e os comuns AC manual e rádio leitor de cd's fazem parte do pacote.
É um interior que transpira boa qualidade, quer pela montagem sólida, quer por pequenos pormenores cuidados (como o bip do avisador do cinto ou dos piscas, sistema de som acima da média, etc).
Na estrada
A posiçao de condução é boa, ainda que o volante não tenha regulação em profundidade. Os comandos são todos de fácil uso, dado que a caixa é razoavelmente precisa e suave (gosto do punho estreito), a direcção é mais pesada do que a que encontrava no Clio (ponto positivo) e tudo tem um tacto consistente.
Uma incursão por quase 1 km em piso empedrado revela 3 pequenas vibrações (uma no tablier, outra numa porta e a terceira na chapeleira) mas, apesar disso, a sensação de solidez continua presente e os referidos barulhos parasitas apenas incomodarão o mais sensível dos condutores.
A suspensão é firme mas tolerável, sendo o conforto proporcionado pela mesma razoável. Já os bancos são excessivamente duros.
O motor é o sobejamente conhecido 1.2 70 cv, tricilíndrico. Faz mais barulho do que seria desejável e passa algumas vibrações para o interior.
Em cidade é despachado q.b, fruto de algum pulmão (para a cilindrada em questão) em regimes médios. Aquele gorgolejar grave acaba por ter piada, quando fazemos acelerações mais decididas.
Obviamente que a caixa longa (5ª a 130 km/h = 3500 rpm) prejudica a resposta deste Polo quando surgem subidas na AE, obrigado a reduzir para manter uma velocidade de cruzeiro decente. Nada de muito exasperante ou particularmente pior do que a concorrência, boa parte dela com motores acoplados a caixas mais curtas.
Quanto ao comportamento, tudo o que posso dizer é que nunca vi o ESP entrar em acção e que o carro adorna pouco. No entanto, transmite-me menos segurança do que os franceses - talvez por ter uma suspensão mais firme e, portanto, ser mais reactivo face às oscilações da estrada. A insonorização em AE seria boa, não fosse o culpado do costume - o ronco que o pequeno bloco emana, mesmo sem ir a rpm demasiado altas.
Gastou 3/4 do depósito, portanto creio que a média oscilou entre os 6,5-7 l/100 kms. Considero bastante bom, tendo em conta que é uma média mista, correspondente a um andamento despreocupado.
Conclusão
Este Polo é um salto significativo face ao anterior. Tem um interior muito mais bonito, ainda melhor montagem, algum espaço adicional e é mais confortável e condução mais refinada.
Continua a pecar pelo motor algo rude. Provavelmente com o 1.2 TSi ou 1.4 85 cv a experiência teria sido diferente. Resta-me a curiosidade de saber como se comportará o 1.6 TDI face a esta motorização, dado que é tido como um motor silencioso e refinado (dentro dos diesel).
Em suma, para uso citadino, este Polo é um dos melhores do segmento. Se a ideia for fazer dele um all-rounder, parece-me que tanto o Clio como o 207 tratam melhor quem neles viaja, embora este Polo não desiluda nesse aspecto.