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Linguagem de caserna

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    Linguagem de caserna

    Vejam esta recente decisão do Tribunal da Relação de Lisboa:

    I - A palavra “*******”, proferida por militar (Cabo da Guarda Nacional Republicana), na presença do seu Comandante, em desabafo, perante a recusa de alteração de turnos, não consubstancia a prática do crime de insubordinação por outras ofensas, previsto e punível pelo artigo 89º, n.º 2, alínea b), do Código de Justiça Militar.
    II - Será menos própria numa relação hierárquica, mas está dentro daquilo que vulgarmente se designa por “linguagem de caserna”, tal como no desporto existe a de “balneário”, em que expressões consideradas ordinárias e desrespeitosas noutros contextos, porque trocadas num âmbito restrito (dentro das instalações da GNR) e inter pares (o arguido não estava a falar com um oficial, subalterno, superior ou general, mas com um 2º Sargento, com quem tinha uma especial relação de proximidade e camaradagem) e são sinal de mera virilidade verbal. Como em outros meios, a linguagem castrense utilizada pelos membros das Forças Armadas e afins, tem por vezes significado ou peso específico diverso do mero coloquial.


    in Acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa

    #2
    De facto é um dos assuntos do dia na blogosfera. Os desenvolvimentos aqui: http://daliteratura.blogspot.com/ NOTA: O Link directo não funciona porque o título contém a dita palavra.

    Sem comentários.

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      #3
      Brutal, parece uma anedota

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        #4
        Vale a pena ler o acórdão no seu todo, mas eis a passagem crítica:

        O ora arguido, dirigindo-se ao senhor Comandante Interino do Posto da Guarda Nacional Republicana de Vila..., 2º Sargento B… e na presença do Cabo R... C…, disse:“ não dá para trocar, então pró c a r a l h o” e de seguida disse-lhe:” se participar de mim, depois logo falamos como homens”.
        O senhor Comandante Interino, 2º Sargento B…, ordenou-lhe que se retirasse do seu gabinete, ao que o ora arguido retorquiu: ”guitas são todos iguais, f o d a-se não valem nada, é tudo a mesma *****, se participar de mim, você, para mim, é zero.”

        Comentário


          #5
          Mais uma passagem hilariante:

          Segundo as fontes, para uns a palavra “*******” vem do latim “caraculu” que significava pequena estaca, enquanto que, para outros, este termo surge utilizado pelos portugueses nos tempos das grandes navegações para, nas artes de marinhagem, designar o topo do mastro principal das naus, ou seja, um pau grande. Certo é que, independentemente da etimologia da palavra, o povo começou a associar a palavra ao órgão sexual masculino, o pénis. E esse é o significado actual da palavra, se bem que no seu uso popular quotidiano a conotação fálica nem sequer muitas vezes é racionalizada.
          Com efeito, é público e notório, pois tal resulta da experiência comum, que ******* é palavra usada por alguns (muitos) para expressar, definir, explicar ou enfatizar toda uma gama de sentimentos humanos e diversos estados de ânimo.
          Por exemplo “pra *******” é usado para representar algo excessivo. Seja grande ou pequeno demais. Serve para referenciar realidades numéricas indefinidas (exº: "chove pra *******"; "o Cristiano Ronaldo joga pra *******"; "moras longe pra *******"; "o ácaro é um animal pequeno pra *******"; "esse filme é velho pra *******").
          Por seu turno, quem nunca disse ou pelo menos não terá ouvido dizer para apreciar que uma coisa é boa ou lhe agrada: “isto é mesmo bom, *******”.

          Por outro lado, se alguém fala de modo ininteligível poder-se-á ouvir: "não percebo um ******* do que dizes" e se A aborrece B, B dirá para A “vai pró *******” e se alguma coisa não interessa: “isto não vale um *******” e ainda se a forma de agir de uma pessoa causa admiração: "este gajo é do *******" e até quando alguém encontra um amigo que há muito tempo não via “como vai essa vida, onde ******* te meteste?”.
          Para alguns, tal como no Norte de Portugal com a expressão popular de espanto, impaciência ou irritação “carago”, não há nada a que não se possa juntar um “*******”, funcionando este como verdadeira muleta oratória.

          Assim, dizer para alguém “vai para o *******” é bem diferente de afirmar perante alguém e num quadro de contrariedade “ai o *******” ou simplesmente “*******”, como parece ter sucedido na situação em apreço nestes autos. No primeiro caso a expressão será ofensiva, enquanto que, ao invés, no segundo caso a expressão é tão-só designativa de admiração, surpresa, espanto, impaciência, irritação ou indignação (cfr. Dicionários da Língua Portuguesa da Priberam e da Porto Editora 2010).
          Editado pela última vez por Iuri; 18 November 2010, 17:59.

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            #6
            Que c#ralho de acórdão

            Comentário


              #7
              Originalmente Colocado por Fadista Ver Post
              Que c#ralho de acórdão
              Depende da perspectiva: o Ministério Público dirá "que ******* de acórdão!"
              Já o soldado dirá: "que acórdão do *******!"

              E assim se vai fazendo jurisprudência!

              Comentário


                #8
                este assunto vai dar conversa pa´*******

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                  #9
                  À luz desta decisão e afim de respeitar a jurisprudência que advém da mesma, proponho o levantar da censura neste fórum à palavra ******* e a não-aplicação de sanções a quem faça uso da expressão "vai pró *******".

                  Comentário


                    #10
                    Este tópico é informativo pra "*******"!!!

                    Não fazia a mínima...

                    Comentário


                      #11
                      Já me ri pa *******!!

                      Comentário


                        #12
                        YouTube - Gato Fedorento - Agência Criativa De Chelas

                        Acórdão do..

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                          #13
                          Como é que queriam que os Juízes transcrevessem no acórdão as palavras que, no fundo, deram origem ao processo?

                          Comentário


                            #14
                            Originalmente Colocado por Vanquish Ver Post
                            Como é que queriam que os Juízes transcrevessem no acórdão as palavras que, no fundo, deram origem ao processo?
                            A questão não é essa!

                            É mesmo o facto do palavrão ser utilizado como uma "muleta" em vários sentidos... (se leste o acordão, o juiz dá lá vários exemplos...)

                            Daí o pessoal estar a extravasar o conceito...

                            Comentário


                              #15
                              Phonix, cum car@lho.

                              Comentário


                                #16
                                epa esta Thread esta um mimo

                                Comentário

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