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Cândida Almeida. "Todos os que podem fogem aos impostos"

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    Cândida Almeida. "Todos os que podem fogem aos impostos"

    A evasão fiscal das empresas é um dos crimes económico-financeiros que mais tem crescido em Portugal. E quase todas tentam fugir aos impostos de forma organizada e sofisticada. O crime, que anteriormente não motivava um inquérito judicial, é hoje uma das principais preocupações dos magistrados portugueses. Cândida Almeida, directora do DCIAP (Departamento Central de Investigação e Acção Penal), diz ao i que "há muitíssima evasão fiscal em Portugal" e os magistrados têm pouca formação e meios pouco especializados para combater um crime cada vez mais qualificado.

    "Todos os que podem fogem aos impostos de uma maneira mais ou menos sofisticada." A magistrada nota que o contexto da evasão fiscal é preocupante para o sistema financeiro português, muito pouco auto-sustentável e o défice recai sobre áreas essenciais para o país. "A qualidade da evasão fiscal em Portugal é extremamente prodigiosa para as finanças de um país que apenas se auto-financia através dos impostos." Por outro lado, a fuga de impostos motiva o bloqueamento de verbas na educação, saúde e justiça, apontou Cândida Almeida, durante o seminário do OSCOT sobre Criminalidade Organizada, que decorreu ontem em Lisboa.

    São cerca de cinco mil, o número de inquéritos de crime tributário nas mãos do Ministério Público. E, apesar do aumento no número de processos ser pouco significativo comparativamente a 2009, o crescimento pode ser considerado de 100% relativamente à última década. "Este crime não motivava um inquérito. A investigação hoje existe pelo grande esforço e contributo da Direcção Geral de Impostos, Polícia Judiciária e Ministério Público." A magistrada reforçou ainda a intenção e vontade do governo para travar a evasão fiscal no país, mas alerta para a insuficiência dos meios disponíveis. "Faltam meios humanos, tecnológicos e especialização. A formação tem sido feita à custa própria. Faltam meios necessários para que possamos dedicar-nos com conhecimento e profundidade a estas questões."

    A falta de sofisticação do Ministério Público contrapõe a "alta especialização" das empresas. Uma investigação pouco focada, devido à falta de análise e conhecimento das vulnerabilidades das instituições, foi um dos pontos críticos apontado por Maria José Morgado durante a sua intervenção. A directora do DIAP de Lisboa alertou para as dificuldades em combater a criminalidade organizada, sobretudo a corrupção e evasão fiscal, que "tende a disparar". "Não podemos investigar em pilhas de papel", ironiza a magistrada. O crime económico financeiro apresenta grandes barreiras por abranger pessoas colectivas e recorrer ao anonimato. O uso de novas tecnologias, estruturas de negócios lícitos, regime de offshore e o pacto de silêncio são alguns dos exemplos apontados pela magistrada, que dão conta da sofisticação do crime. O Ministério Público não tem qualquer tipo de prevenção, diz Maria José Morgado, que foi categórica na sua afirmação: "Estamos sem firewall. Tudo é possível."

    Para além das carências da justiça, a jurisprudência também não é a mais adequada. A directora do DCIAP, Cândida Almeida, defende que a legislação em vigor é "excessiva". "Fazemos uma adaptação de leis muito rápidas, - típico dos portugueses - leis espectaculares, que até são exemplo para outros países europeus, mas na realidade, essas leis são pouco concretas e têm falhas."

    Criminalidade tem cartão de crédito A modernização da sociedade motivou uma alteração no contexto da criminalidade organizada. Evasão fiscal, fraude, corrupção e branqueamento de capitais são crimes económico-financeiros que fazem parte do contexto da sociedade actual, e vieram tirar o lugar ao furto simples, "que era muito comum na sociedade rural", nota Cândida Almeida. "Hoje é preciso ser profissional para fazer um furto simples. A criminalidade tem cartão de crédito", sublinha a magistrada.

    Quanto à criminalidade violenta - outro dos principais temas em debate durante o seminário - o tráfico de seres humanos e o auxílio à imigração ilícita são, de acordo com o ministro da administração interna Rui Pereira, os substitutos do tráfico de drogas. "Estamos numa segunda vaga do crime organizado", apontou Rui Pereira. "Na década de 70 e 80, a droga era o pivot do crime organizado. As medidas adoptadas (punir altamente o tráfico e considerar o consumo ilícito) permitem--nos ter uma esperança muito grande", diz. Porém, o tráfico potenciou o surgimento de organizações transaccionais de enormes fluxos financeiros, de verbas ilícitas, que agora se ocupam do tráfico de pessoas. E, neste campo, ainda não há esperança. "O tráfico de pessoas e o auxílio à imigração ilegal são os novos pivots da criminalidade organizada."
    Cândida Almeida. Todos os que podem fogem aos impostos

    Será que finalmente se está a olhar para isto com "olhos-de-ver"?

    #2
    Ai é! Então vai de aumentar ainda mais o IRC e as contribuições para a Segurança Social, os impostos sobre combustíveis e electricidade, e criar uma taxa extra de combate à evasão fiscal!!


    Temos que combater estas fugas aos impostos ainda com mais impostos... a ver se esses sacanas aprendem, os ladrões!!!

    Comentário


      #3
      Num país onde os próprios gajos que instalam o software de facturação já explicam como se faz para meter o IVA ao bolso, está tudo dito.

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        #4
        Originalmente Colocado por Omega Ver Post
        Cândida Almeida. Todos os que podem fogem aos impostos

        Será que finalmente se está a olhar para isto com "olhos-de-ver"?
        Como se poderia, se o país está cego?...

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          #5
          Pela fotografia que associaram à notícia, deduzo que haja um erro no título desta notícia do i: falta um "h", depois do "p", na palavra "podem".

          Comentário


            #6
            Originalmente Colocado por portishead Ver Post
            Pela fotografia que associaram à notícia, deduzo que haja um erro no título desta notícia do i: falta um "h", depois do "p", na palavra "podem".

            Lindo !

            Comentário


              #7
              "i, um jornal com menos letras (e mais acção)"

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                #8
                Que novidade...

                Se este ano corresponde a 24%, para o ano passa dos 30%...vai uma aposta?!?

                Era muito mais eficaz simplificar a diarreia legislativa que é a nossa legislação fiscal, eliminando isenções, baixando impostos e adoptar a flat-rate em todos os impostos (IRS incluido)...

                Comentário


                  #9
                  Isto faz-me lembrar a história do WikiLeaks... Já toda a gente sabia, mas ninguém ainda tinha falado disso publicamente...

                  Comentário


                    #10
                    "Todos os que podem fogem aos impostos"

                    Descobriu a pólvora essa

                    É assim em todo o mundo, em todos os países, em todas as culturas. É a natureza do ser humano.

                    Agora, se se criarem condições para isso acontecer menos....

                    Comentário


                      #11
                      Originalmente Colocado por ARDav Ver Post
                      "Todos os que podem fogem aos impostos"

                      Descobriu a pólvora essa

                      É assim em todo o mundo, em todos os países, em todas as culturas. É a natureza do ser humano.

                      Agora, se se criarem condições para isso acontecer menos....


                      LOL

                      É que não podias estar mais longe da realidade!!

                      Comentário


                        #12

                        Comentário


                          #13
                          Originalmente Colocado por PeLeve Ver Post
                          Como se poderia, se o país está cego?...
                          A Administração Fiscal é a primeira a "fechar os olhos" a este tipo de situações.
                          Existem empresas que apresentam prejuízos consecutivos e não são fiscalizadas, existem profissionais liberais que usufruem de isenções com base em volumes de negócios irrisórios e não são fiscalizados, existem contribuintes com património superior aos rendimentos declarados e não são fiscalizados/questionados sobre a origem desse património, etc...

                          A administração fiscal deveria ser mais célere e mais pró-activa e infelizmente não é. Enquanto a fuga ao fisco compensar os contribuintes vão continuar a arriscar e graças aos sucessivos aumentos de impostos esta situação tende apenas a aumentar.

                          Comentário


                            #14
                            O problema não é o fugir aos impostos por fugir. Foge-se aos impostos por serem muitos, elevados e desequilibrados. Mas ainda pouca gente reconheceu isso.

                            Comentário


                              #15
                              Originalmente Colocado por PeLeve Ver Post
                              Como se poderia, se o país está cego?...
                              Está cego ou não quererá ver ?

                              Comentário


                                #16
                                Originalmente Colocado por vsfce Ver Post
                                A Administração Fiscal é a primeira a "fechar os olhos" a este tipo de situações.
                                Existem empresas que apresentam prejuízos consecutivos e não são fiscalizadas, existem profissionais liberais que usufruem de isenções com base em volumes de negócios irrisórios e não são fiscalizados, existem contribuintes com património superior aos rendimentos declarados e não são fiscalizados/questionados sobre a origem desse património, etc...

                                A administração fiscal deveria ser mais célere e mais pró-activa e infelizmente não é. Enquanto a fuga ao fisco compensar os contribuintes vão continuar a arriscar e graças aos sucessivos aumentos de impostos esta situação tende apenas a aumentar.
                                E porque é que não o é ?

                                Nada tem evoluido nos últimos anos ?

                                Comentário


                                  #17
                                  Originalmente Colocado por Omega Ver Post
                                  E porque é que não o é ?

                                  Nada tem evoluido nos últimos anos ?
                                  Não é mais célere e pró-activa porque não tem meios para isso, julgo eu!

                                  Tem evoluído muito mas face às últimas notícias (economia paralela de 24%), a evolução não acompanha a crescente tendência de fuga ao fisco.

                                  Comentário


                                    #18
                                    Originalmente Colocado por Rasec Ver Post
                                    LOL

                                    É que não podias estar mais longe da realidade!!
                                    Não, não quero exemplos bonitos dos países nórdicos/outros. Ou achas que lá não há fuga fiscal?

                                    Por aqui dá-se de caras a opção de fuga aos impostos (pelas mais diversas razões) ao cidadão, ao contrário de muitos países civilizados.

                                    Comentário


                                      #19
                                      isto é conversa da treta

                                      e é a maneira do MP desculpar-se, como faz habitualmente.

                                      já quando a DGCI apertou o cerco perdeu processos em tribunal.

                                      mas, a culpa nunca é do MP, nunca há meios para crime nenhum, etc etc


                                      se não conseguem fazer o trabalho deles então assumam que o MP é perfeitamente inutil actualmente

                                      Comentário


                                        #20
                                        "Todas as pessoas fogem aos impostos nem que seja na obrinha lá de casa e/ou na reparação da máquina de lavar [btw, utilize Calgon], após a pergunta sacramental "Com IVA ou sem IVA?", com ou sem silêncio sepulcral e com ou sem sorriso tímido e envergonhado"

                                        by Marquesa Cândida de LaPalisse


                                        Comentário


                                          #21
                                          Originalmente Colocado por vsfce Ver Post
                                          Não é mais célere e pró-activa porque não tem meios para isso, julgo eu!

                                          Tem evoluído muito mas face às últimas notícias (economia paralela de 24%), a evolução não acompanha a crescente tendência de fuga ao fisco.
                                          O criminoso está sempre um passo à frente, certo ?

                                          Além de que a Administração fiscal vai cumprindo sempre o objectivos superiormente definidos,nomeadamente o SIADAP.

                                          Portanto, supostamente, haverá meios. Ou o problema não serão os meios ?

                                          Estranho, não ? Sucessivamente atingem-se os objectivos. Mas a economia paralela aumenta estrondosamente.

                                          Comentário


                                            #22
                                            A economia paralela tb atinge os seus objectivos.

                                            Comentário


                                              #23
                                              O exemplo "vem de cima"... e muita da legislação é especialmente "adaptada" para servir certos e determinados interesses...

                                              Acho que a maneira como o IVA é processado fiscalmente a nível das empresas é um claro incentivo à fraude em grande escala...

                                              Comentário


                                                #24
                                                Originalmente Colocado por Omega Ver Post
                                                Está cego ou não quererá ver ?
                                                Penso que é um pouco das duas coisas, sim! Está cego e / ou não quer ver...

                                                Comentário


                                                  #25
                                                  Originalmente Colocado por vsfce Ver Post
                                                  A Administração Fiscal é a primeira a "fechar os olhos" a este tipo de situações.
                                                  Existem empresas que apresentam prejuízos consecutivos e não são fiscalizadas, existem profissionais liberais que usufruem de isenções com base em volumes de negócios irrisórios e não são fiscalizados, existem contribuintes com património superior aos rendimentos declarados e não são fiscalizados/questionados sobre a origem desse património, etc...

                                                  A administração fiscal deveria ser mais célere e mais pró-activa e infelizmente não é. Enquanto a fuga ao fisco compensar os contribuintes vão continuar a arriscar e graças aos sucessivos aumentos de impostos esta situação tende apenas a aumentar.
                                                  Penso que não será por aí, com o devido respeito. Penso que é mais uma impossibilidade material de chegar a todo o lado, do que falta de vontade, pelo menos dos que executam os objectivos!

                                                  A propósito, vi outro dia na televisão, de fugida, um programa sobre inventos portugueses, no qual um nosso compatriota inventou algo que apelidou (mais coisa menos coisa) de "o invento que vai resolver a crise" e que consistia numa aplicação / ligação de todos os terminais / caixas registadoras às Finanças...

                                                  Alguém viu isto "com tempo", que agora saiba explicar aqui melhor do que se trata?

                                                  Comentário


                                                    #26
                                                    Todos os que puderam também arranjaram trabalhinho no Estado. Quem tem telhados de vidro...

                                                    Comentário


                                                      #27
                                                      Originalmente Colocado por Omega Ver Post
                                                      O criminoso está sempre um passo à frente, certo ?

                                                      Além de que a Administração fiscal vai cumprindo sempre o objectivos superiormente definidos,nomeadamente o SIADAP.

                                                      Portanto, supostamente, haverá meios. Ou o problema não serão os meios ?

                                                      Estranho, não ? Sucessivamente atingem-se os objectivos. Mas a economia paralela aumenta estrondosamente.
                                                      Cumprem que objectivos? Estes: http://www.min-financas.pt/comunicados/2010/101201.pdf

                                                      A cobrança coerciva de dividas tem pouca interferência na economia paralela e no combate à fuga ao fisco. É certo que neste aspecto as finanças estão muito mais céleres e não deixam prescrever dividas que antigamente, devido à inércia do sistema, prescreviam.

                                                      As finanças têm neste momento acesso a muita informação e só não a usam porque não querem. Anualmente são enviados imensos dados sobre as empresas e sobre a actividade da mesma e o que é feito a essa informação? É só para estatística? É que se não precisam dessa informação podiam dispensar o envio da mesma, é que ainda dá algum trabalho e os TOC's agradecem.

                                                      A economia paralela aumenta porque não existe controlo.

                                                      Comentário


                                                        #28
                                                        Originalmente Colocado por PeLeve Ver Post
                                                        Penso que não será por aí, com o devido respeito. Penso que é mais uma impossibilidade material de chegar a todo o lado, do que falta de vontade, pelo menos dos que executam os objectivos!

                                                        A propósito, vi outro dia na televisão, de fugida, um programa sobre inventos portugueses, no qual um nosso compatriota inventou algo que apelidou (mais coisa menos coisa) de "o invento que vai resolver a crise" e que consistia numa aplicação / ligação de todos os terminais / caixas registadoras às Finanças...

                                                        Alguém viu isto "com tempo", que agora saiba explicar aqui melhor do que se trata?
                                                        Eu não digo que é falta de vontade de quem trabalha nos serviços de inspecção, eu sei que não é, será talvez falta de vontade de quem estabelece os objectivos. É muito mais fácil ir atrás de quem cumpre com as suas obrigações declarativas mas que, na maioria das vezes por falta de liquidez, não cumpre com o pagamento de impostos.

                                                        Essa notícia não vi mas também não será por aí que a economia paralela vai diminuir. O facto de as registadoras estarem ligadas às finanças não vai impedir o comerciante de não registar os serviços/produtos e continuar a fugir ao fisco. Além disso, neste momento, um sistema desses é impraticável.

                                                        No entanto, recentemente o ministério das finanças introduziu os recibos verdes electrónicos com o intuito de substituir os famosos recibos verdes em papel e, a partir de Julho, a maioria dos prestadores de serviços a recibos verdes serão obrigados a utilizar esta ferramenta.
                                                        Isto vai permitir às finanças ter um controlo dos recibos que são emitidos.

                                                        Comentário


                                                          #29
                                                          Originalmente Colocado por vsfce Ver Post
                                                          Cumprem que objectivos? Estes: http://www.min-financas.pt/comunicados/2010/101201.pdf

                                                          A cobrança coerciva de dividas tem pouca interferência na economia paralela e no combate à fuga ao fisco. É certo que neste aspecto as finanças estão muito mais céleres e não deixam prescrever dividas que antigamente, devido à inércia do sistema, prescreviam.

                                                          As finanças têm neste momento acesso a muita informação e só não a usam porque não querem. Anualmente são enviados imensos dados sobre as empresas e sobre a actividade da mesma e o que é feito a essa informação? É só para estatística? É que se não precisam dessa informação podiam dispensar o envio da mesma, é que ainda dá algum trabalho e os TOC's agradecem.

                                                          A economia paralela aumenta porque não existe controlo.
                                                          Esse comunicado não tem a ver com inspectivos de Inspecção.

                                                          De resto o Peleve já te respondeu.

                                                          Comentário


                                                            #30
                                                            Originalmente Colocado por ruymoreira Ver Post
                                                            O exemplo "vem de cima"... e muita da legislação é especialmente "adaptada" para servir certos e determinados interesses...

                                                            Acho que a maneira como o IVA é processado fiscalmente a nível das empresas é um claro incentivo à fraude em grande escala...
                                                            "Explica" lá isso melhor.

                                                            Comentário

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