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Tudo o que espoliámos à “geração sem remuneração”

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    Tudo o que espoliámos à “geração sem remuneração”

    Vale a pena a nossa reflexão... (os negritos e cores são meus...)


    Tudo o que espoliámos à “geração sem remuneração”

    por José Manuel Fernandes (Jornal Público - Sexta-feira, 4 de Fevereiro)

    Quando o FMI chegou pela segunda vez a Portugal, em 1983, eu tinha 26 anos. Num daqueles dias de ambiente pesado, quando havia bandeiras pretas hasteadas nos portões das fábricas da periferia de Lisboa, quando nos admirávamos com ser possível continuar a viver e a trabalhar com meses e meses de salários em atraso, almocei com um incorrigível optimista no Martinho da Arcada. Nunca mais me esqueci de uma sua observação singela: “Já reparaste como, apesar de todos os actuais problemas, a nossa geração vive melhor do que as dos nossos pais? Tenta lembrar-te de como era quando eras miúdo…”

    Era verdade: a minha geração viveu e vive muito melhor do que a dos seus pais. E eles já viveram melhor do que os pais deles. Mas quando olho para a geração dos meus filhos, e dos que são mais novos do que eles, sinto, sei, que já não vai ser assim. E não vai ser assim porque nós estragámos tudo – ou ajudámos a estragar tudo. Talvez aqueles que são um bocadinho mais velhos do que eu, os verdadeiros herdeiros da “geração de 60”, os que ocuparam o grosso dos lugares do poder nas últimas três décadas, tenham um bocado mais de responsabilidade. Mas ninguém duvide que o futuro que estamos a deixar aos mais novos é muito pouco apetecível. E que o seu presente já é, em muitos aspectos, insuportável.

    Começámos por lhes chamar a “geração 500 euros”, pois eram licenciados e muitos não conseguiam empregos senão no limiar do salário mínimo. Agora é ainda pior. Quase um em cada quatro pura e simplesmente não encontram emprego (mais de 30 por cento se tiverem um curso superior). Dos que encontram, muitos estão em “call centers”, em caixas de supermercados, ao volante de táxis, até com uma esfregona e um balde nas mãos apesar de terem andado pela Universidade e terem um “canudo”. Pagam-lhes contra recibos verdes e, agora, o Estado ainda lhes vai aplicar uma taxa maior sobre esse muito pouco que recebem. Vão ficando por casa dos pais, adiando vidas, saltitando por aqui e por ali com medo de compromissos.

    Há 30 anos, quando Rui Veloso fixou um estereótipo da minha geração em “A rapariguinha do Shopping”, a letra do Carlos Tê glosava a vaidade de gente humilde em ascensão social, fosse lá isso o que fosse: “Bem vestida e petulante/Desce pela escada rolante/Com uma revista de bordados/Com um olhar rutilante/E os sovacos perfumados/…/Nos lábios um bom batom/Sempre muito bem penteada/Cheia de rimel e crayon…”

    Hoje, quando os Deolinda entusiasmam os Coliseus de Lisboa e do Porto, o registo não podia ser mais diferente: “Sou da geração sem remuneração/E não me incomoda esta condição/Que parva que eu sou/Porque isto está mal e vai continuar/Já é uma sorte eu poder estagiar…” Exacto: “Já é uma sorte eu poder estagiar”, ou mesmo trabalhar só pelo subsídio de refeição, ou tentar a bolsa para o pós-doc depois de ter tido bolsa para o doutoramento e para o mestrado e nenhuma hipótese de emprego. Sim, “Que mundo tão parvo/Onde para ser escravo é preciso estudar…”
    É a geração espoliada. A geração que espoliámos.


    Sem pieguices, sejamos honestos: na loucura revolucionária do pós-25 de Abril, primeiro, depois na euforia da adesão à CEE, por fim na corrida suicida ao consumo desencadeada pela adesão à moeda única e pelos juros baixos, desbaratámos numa geração o rendimento de duas gerações. Talvez mais. As nossas dívidas, a pública e a privada, já correspondem a três vezes o produto nacional – e não vamos ser nós a pagá-las, vamos deixá-las de herança.
    Quisemos tudo: bons salários, sempre a subir, e segurança no emprego; casa própria e casa de férias; um automóvel para todos os membros da família; o telemóvel e o plasma; menos horas de trabalho e a reforma o mais cedo possível. Pensámos que tudo isso era possível e, quando nos avisaram que não era, fizemos como as lapas numa rocha batida pelas ondas: enquistámos nas posições que tínhamos alcançado. Começámos a falar de “direitos adquiridos”. Exigimos cada vez mais o impossível sem muita disposição para darmos qualquer contrapartida. Eram as “conquistas de Abril”.

    Veja-se agora o país que deixamos aos mais novos. Se quiserem casa, têm de comprá-la, pois passaram-se décadas sem sermos capazes de ter uma lei das rendas decente: continuamos com os centros das cidades cheios de velhos e atiramos os mais novos para as periferias. Se quiserem emprego, mesmo quando são mais capazes, mesmo quando têm muito mais formação, ficam à porta porque há demasiada gente instalada em empregos que tomaram para a vida. Andaram pelas Universidades mas sabem que, nelas, os quadros estão praticamente fechados. Quando têm oportunidade num instituto de investigação, dão logo nas vistas, mas são poucas as oportunidades para tanta procura. Pensaram ser professores mas foram traídos pela dinâmica demográfica e pela diminuição do número de alunos. Sonharam com um carreira na advocacia, mas agora até a sua Ordem se lhes fecha. Que lhes sobra? As noites de sexta-feira e pensarem que amanhã é outro dia…

    E observe-se como lhes roubámos as pensões a que, teoricamente, um dia teriam direito: a reforma Vieira da Silva manteve com poucas alterações o valor das reformas para os que estão quase a reformar-se ao mesmo tempo que estabelecia fórmulas de cálculo que darão aos jovens de hoje reformas que corresponderão, na melhor das hipóteses, a metade daquelas a que a geração mais velha ainda tem direito. Eles nem deram por isso. Afinal como poderia a “geração ‘casinha dos pais’” pensar hoje no que lhe acontecerá daqui a 30 ou 40 anos?

    Esta geração nunca se revoltará, como a geração de 60, por estar “aborrecida”, ou “entediada”, com o progresso “burguês”. Esta geração também não se mobilizará porque… “talvez *****”. Mas esta geração, que foi perdendo as ilusões no Estado protector – ela sabe muito bem como está desprotegida no desemprego, por exemplo… –, habituou-se também a mudar, a testar, a arriscar e, sobretudo, a desconfiar dos “instalados”.
    Esta geração talvez já tenha percebido que não terá uma vida melhor do que a dos seus pais, pelo menos na escala que eles tiveram relativamente aos seus avós. Por isso esta geração não segue discursos políticos gastos, nem se deixa encantar com retóricas repetitivas, nem acredita nos que há muito prometem o paraíso.

    Por isso esta geração pode ser mobilizada para o gigantesco processo de mudança por que Portugal tem de passar – mais do que um processo de mudança, um processo de reinvenção. Portugal tem de deixar de ser uma sociedade fechada e espartilhada por interesses e capelinhas, tem de se abrir aos seus e, entre estes, aos que têm mais ambição, mais imaginação e mais vontade. E esses são os da geração “qualquer coisa” que só quer ser “alguma coisa”. Até porque parvoíce verdadeira é não mudar, e isso eles também já perceberam…
    Sem tirar nem pôr... mas, nós, os mais novos, enquanto nos derem uns "bombons"... vamos continuar adormecidos... até quando?

    #2
    A situação actual é preocupante mas, de forma alguma, é exclusiva da realidade Portuguesa. Tudo o que aí se diz repete-se por essa Europa fora, desde Espanha, França, Alemanha, Reino Unido, Itália e afins.

    Trata-se do fim de um modelo de desenvolvimento assente em determinados pressupostos que já não existem. Não vale a pena chorar sobre o leite derramado mas sim pensar em novos modelos e novos pressupostos de desenvolvimento e de vida.

    O problema em Portugal agrava-se devido ao facto de termos feito erros enormes nos últimos anos: gastos públicos absolutamente loucos, obras públicas faraónicas, sub-investimento na educação, uma influência absolutamente desmesurada das corporações sobre as políticas públicas.....tudo isto se reflecte de uma forma desmesurada num país com a nossa dimensão!

    A solução: não sei qual é pois não sou profeta e desconfio muito de iluminados! Mas sei que temos que fazer um debate e uma reflexão profunda sobre a nossa sociedade e estilo de vida!

    Comentário


      #3
      Não se acostume com o que não o faz feliz,
      revolte-se quando julgar necessário.
      Alague seu coração de esperanças,
      mas não deixe que ele se afogue nelas.
      Se achar que precisa voltar, volte!
      Se perceber que precisa seguir, siga!
      Se estiver tudo errado, comece novamente.
      Se estiver tudo certo, continue.
      Se sentir saudades, mate-a.
      Se perder um amor, não se perca!
      Se o achar, segure-o!
      [Fernando Pessoa]
      As pessoas ainda não acham necessário.

      Comentário


        #4
        Originalmente Colocado por rantamplan Ver Post
        A situação actual é preocupante mas, de forma alguma, é exclusiva da realidade Portuguesa. Tudo o que aí se diz repete-se por essa Europa fora, desde Espanha, França, Alemanha, Reino Unido, Itália e afins.

        Trata-se do fim de um modelo de desenvolvimento assente em determinados pressupostos que já não existem. Não vale a pena chorar sobre o leite derramado mas sim pensar em novos modelos e novos pressupostos de desenvolvimento e de vida.

        O problema em Portugal agrava-se devido ao facto de termos feito erros enormes nos últimos anos: gastos públicos absolutamente loucos, obras públicas faraónicas, sub-investimento na educação, uma influência absolutamente desmesurada das corporações sobre as políticas públicas.....tudo isto se reflecte de uma forma desmesurada num país com a nossa dimensão!

        A solução: não sei qual é pois não sou profeta e desconfio muito de iluminados! Mas sei que temos que fazer um debate e uma reflexão profunda sobre a nossa sociedade e estilo de vida!
        É verdade que esta realidade não é exclusiva de Portugal, mas há países e países...

        Quem inicia esta reflexão/mudança?

        Os partidos que nos governam ditam as suas leis e as "novas" vozes são abafadas pelos sistema dos partidos, preservando os seus privilégios...
        Este nosso sistema politico é praticamente "unipessoal"... eleges partidos geridos essencialmente por meia dúzia de pessoas... não eleges pessoas.

        A solução poderia passar por um novo sistema politico, mas...
        Vês alguma mudança nos novos políticos?
        Os lideres das juventudes de cada partido só aspiram a ter altos cargos no partido esquecendo novos ideais... e abandonando os mais jovens.

        Entretanto a situação vai-se adensando... mas continuamos a dirigir para o abismo... até quando?!

        Comentário


          #5
          Acabei de ler esse artigo do José Manuel Fernandes. Acaba por ir ao encontro de um com algumas semanas da Helena Matos que cheguei a postar aqui no fórum.

          Hoje se não se é mesmo bom no que se faz, não há futuro. E mesmo quando se é mesmo bom, não são todos, longe disso, que garantem a efectividade. Já não falo da sustentabilidade da segurança social. Será que daqui a uns anos deixa de haver dinheiro para pensões?

          Comentário


            #6
            É um bom texto.

            Quanto a mim o que esta geração que está agora e que estará na próxima década a sair da vida activa merece, é que a nova geração imigre toda e os deixe aqui para se sustentarem a eles próprios na velhice.

            Saem a rir-se, com as suas reformas superiores aos salários a que os filhos podem aspirar, mas talvez o tiro lhes saia pela culatra.

            Não há dúvida nenhuma que nos últimos 30 anos se consumiu o que devia ter sido consumido por pelo menos duas gerações, hipotecando o futuro essas próximas gerações.

            É verdade que muitos países europeus estão assim, mas Portugal está pior. Até mesmo porque a queda de nível de vida que esta geração vai sofrer é de um patamar mais baixo do que da maioria dos Europeus.

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              #7
              "Força Portugal"!


              EDIT:

              Já me esquecia de cá deixar uma sugestão literária para quem está interessado na "mudança":

              http://diariodigital.sapo.pt/dinheir...id_news=151925

              O "livro" Desatar o Nó, do sr. António Carrapatoso, membro do "Compromisso Portugal". Se têm dinheiro e gostam de espatifá-lo em coisas inúteis (como comprar panfletos de partidos políticos...), esta é uma sugestão excelente. Pelo menos, estarão a fazer donativos ao Força Portugal. Toda a ajuda é pouca...
              Editado pela última vez por z0rg; 05 February 2011, 15:43.

              Comentário


                #8
                Originalmente Colocado por z0rg Ver Post
                "Força Portugal"!


                EDIT:

                Já me esquecia de cá deixar uma sugestão literária para quem está interessado na "mudança":

                Dinheiro Digital

                O "livro" Desatar o Nó, do sr. António Carrapatoso, membro do "Compromisso Portugal". Se têm dinheiro e gostam de espatifá-lo em coisas inúteis (como comprar panfletos de partidos políticos...), esta é uma sugestão excelente. Pelo menos, estarão a fazer donativos ao Força Portugal. Toda a ajuda é pouca...
                Esperamos que estejas a aforrar nestes últimos mesitos

                Comentário


                  #9
                  Originalmente Colocado por Thatsme Ver Post

                  Hoje se não se é mesmo bom no que se faz, não há futuro. E mesmo quando se é mesmo bom, não são todos, longe disso, que garantem a efectividade. Já não falo da sustentabilidade da segurança social. Será que daqui a uns anos deixa de haver dinheiro para pensões?
                  É bom que haja, se alteram o código contributivo e põe a malta a pagar mais é bom que sim! Espero que não seja mais uma medida para garantir a reforma de quem está agora no poder e quem vier a seguir fique a chuchar no dedo.

                  Comentário


                    #10
                    Obrigado, pela "herança".

                    Comentário


                      #11
                      É nessas horas que digo, minha rica dupla-nacionalidade...

                      Comentário


                        #12
                        Só podemos agradecer essa mesma herança! E como já disse noutro tópico, a culpa é toda nossa. Somos nós que votamos e os colocamos na liderança deste país. Nos últimos 30 anos tem sido sempre uma degradação de direitos, de políticas. Nós criticamos mas não nos unimos. Ambicionamos o que o vizinho quer, queremos mostrar aquilo que não somos e aquilo que não temos!


                        O país está farto da mesma ladaínha dos governantes. A crise é uma palavra sempre usada como desculpa mas com ela ou sem ela, a classe política e outras grandes entidades nunca mas NUNCA sofrem as consequências dela. Nós por outro lado já a sentimos há muitos...muitos anos!


                        O nosso sofrimento é proporcional aos inúmeros Tópicos criados á volta deste assunto! Já contabilizaram o nr. de tópicos acerca do país e da crise??

                        Podemos dizer FAHO a sofrer desde 2003...

                        Comentário


                          #13
                          Este país não é para jovens! És jovem? Sentes-te engado?

                          Vivemos uma época em que a «juventude» abaixo dos 45 anos está a pagar as reformas de uma geração privilegiada que agora é pensionista.
                          Uma juventude que paga agora para sustentar um sistema do qual nunca irá beneficiar.

                          Isto é exploração, pois está-se a tirar a quem tem pouco para dar muito a quem já não trabalha e ainda goza de reformas acima daquilo que o país pode pagar. Paga-se mais a quem já não trabalha do que a quem labuta.

                          E não se fale que quem o recebe já descontou durante a vida contributiva, pois não é justo estar-se a exigir à juventude que já passa tão mal com o desemprego, baixos salários e trabalho precário, que financie algo para os outros quando é mais que sabido que nunca irão ver a cor do dinheiro que estão a descontar quando chegar a sua vez de se aposentarem.

                          Existe nitidamente um país a duas velocidades:
                          dos que estão reformados ou a reformar-se, muitos com um relativo bem-estar;
                          e daqueles que, debatendo-se com falta de dinheiro, não têm um presente nem carreira, e que sem estabilidade, nem a possibilidade de reformas à vista, não vislumbram um futuro.

                          O que mais me custa é o oportunismo dos pais e avós em relação aos filhos e netos. Há um bater no peito “Eu tenho direito”… e os descendentes que paguem a factura. Que se amanhem com a herança miserável de dívidas e desorganização que nos deixaram.

                          Olhando para os muitos que recebem pensões miseráveis, pergunto se será sensato haver tantos com acumulação de reformas e empregos milionários?
                          Será que o oportunismo de hoje de uns não estará a semear a miséria para o futuro de outros?

                          Tudo isto é uma vigarice que o clube do reumático está a fazer à nossa juventude que se vai mantendo entretida e distraída deste roubo.

                          Desculpem lá o meu desabafo, mas olhando para “the big picture” é isto que vejo. Será que sou só eu que me estou a senti enganado?

                          Então, este país não é para jovens? Se és jovem, também te sentes engado?

                          Comentário


                            #14
                            Vê lá se isto te diz alguma coisa.
                            SER JOVEM NOS TEMPOS DE HOJE EM PORTUGAL!
                            SE ÉS UM JOVEM PORTUGUÊS
                            Atravessa a fronteira do teu País
                            E parte destemido
                            Na procura de um futuro com Futuro

                            PORQUE NO TEU PAÍS
                            A Educação é como uma licenciatura
                            Tirada sem mérito e sem trabalho
                            Arquitectada por amigos docentes
                            E abençoada numa manhã dominical

                            PORQUE NO TEU PAÍS
                            É mais importante a estatística dos números
                            Que a competência científica dos alunos
                            O que interessa é encher as universidades
                            Nem que seja de burros

                            PORQUE NO TEU PAÍS
                            A corrupção faz parte do jogo
                            Onde os jogadores e os árbitros
                            São carne do mesmo osso
                            E partilham o mesmo tempero

                            PORQUE NO TEU PAÍS
                            A justiça é ela própria uma injustiça
                            Porque serve quem é rico e influente
                            Com leis democraticamente pobres

                            PORQUE NO TEU PAÍS
                            As prisões não são para os ladrões ricos
                            Porque os ricos não são ladrões
                            Já que um desvio é diferente de um roubo

                            PORQUE NO TEU PAÍS
                            A Saúde é uma doença crónica
                            Onde, quem pouco tem
                            É sempre colocado na coluna da despesa

                            PORQUE NO TEU PAÍS
                            Se paga a quem nada faz
                            E se taxa a quem pouco aufere

                            PORQUE NO TEU PAÍS
                            A incompetência política
                            É definida como coragem patriótica

                            PORQUE NO TEU PAÍS
                            Um submarino é mais importante que tu
                            E o mar apenas serve para tomar banho
                            E pescar sardinhas

                            PORQUE NO TEU PAÍS
                            Um autarca condenado à prisão pela justiça
                            Pode continuar em funções em liberdade
                            Passeando e assobiando de mãos nos bolsos

                            PORQUE NO TEU PAÍS
                            Os manuais escolares são pagos
                            Enquanto a frota automóvel dos políticos
                            É topo de gama

                            PORQUE NO TEU PAÍS
                            Há reformas de duzentos euros
                            E acumulação de reformas de milhares deles

                            PORQUE NO TEU PAÍS
                            A universidade pública deixou cair a exigência
                            E as licenciaturas na privada
                            Tiram-se ao ritmo das chorudas mensalidades

                            PORQUE NO TEU PAÍS
                            Os governantes, na sua esmagadora maioria,
                            Apenas possuem experiência partidária
                            Que os conduz pelas veredas do "sim ao chefe"

                            PORQUE NO TEU PAÍS
                            O que é falso, dito como verdade,
                            Sob Palavra de Honra!
                            São votos ganhos numa eleição

                            PORQUE NO TEU PAÍS
                            As falências são uma normalidade
                            O desemprego é galopante
                            A criminalidade assusta
                            O limiar da pobreza é gritante
                            E a venda de Porsches... aumenta

                            PORQUE NO TEU PAÍS
                            Há esquadras da polícia em tal estado
                            Que os agentes se servem da casa de banho
                            Dos cafés mais próximos

                            PORQUE NO TEU PAÍS
                            Se oferecem computadores nas escolas
                            Apenas para compor as estatísticas
                            Do saber "faz de conta" em banda larga

                            PORQUE NO TEU PAÍS
                            Se os teus pais não forem ricos
                            Por mais que faças e labutes
                            Pouco vales sem um cartão partidário

                            PORQUE NO TEU PAÍS
                            Os governantes não taxam os bancos
                            Porque, quando saírem do governo
                            Serão eles que os empregam

                            PORQUE NO TEU PAÍS
                            És apenas mais um número
                            Onde o Primeiro-Ministro se chama Alice
                            Que vive no País das Maravilhas
                            Mesmo ao lado do teu.

                            FOGE!
                            E NÃO OLHES PARA TRÁS

                            Fonte: e-mail

                            Comentário


                              #15
                              Está tudo maluco, vivemos no "eu quero, logo tem que acontecer".

                              Deixem estar que estes que hoje não vislumbram nenhum futuro que lhes agrade, são os que lhes irão fazer a folha... é só esperar.

                              Vão ter que fugir todos para o Brasil, até tem lá grandes amigos (nada de novo portanto).

                              Comentário


                                #16
                                Estes tópicos e este país deixam-me deprimido..

                                Comentário


                                  #17
                                  Pois é... como eu ia dizendo há pouco, este país não é para jovens.

                                  Se é certo que muitos jovens não querem trabalhar e preferem ter tudo sem esforço por estarem mal habituados por quem não lhes soube ensinar o valor das coisas e o sacrifício que é preciso para as conseguir, muitos outros há que nem sequer têm hipótese de pensar num futuro digno num país que simplesmente os ignorou ou neles encontrou presa fácil para explorar.
                                  REFORMADOS ACTIVOS - SOMOS OS MELHORES

                                  Ao menos num capítulo ninguém nos bate, seja na Europa, nas Américas
                                  ou na Oceânia: nas políticas sociais de integração e valorização dos
                                  reformados.

                                  Nos últimos tempos, quase não passa dia sem que haja notícias
                                  animadoras a este respeito. E nós que não sabíamos!

                                  Ora vejamos:

                                  * O nosso Presidente da República é um reformado;

                                  * o nosso ex-candidato a Presidente da República é um reformado;

                                  * o nosso ministro das Finanças é um reformado;

                                  * o nosso anterior ministro das Finanças já era um reformado;

                                  * o ex-Ministro das Finanças Ernâni Lopes que propõe que se cortem os
                                  vencimentos dos Funcionários Públicos em 25 % é Reformado da CGD desde
                                  os 47 anos de idade!

                                  * o ministro das Obras Públicas é um reformado;

                                  * gestores activíssimos como o ex-ministro Mira Amaral são reformados;

                                  * o novo presidente da Galp, Murteira Nabo, é um reformado;

                                  * entre os autarcas, "centenas, se não milhares" de reformados -
                                  garantiu-o o presidente da ANMP

                                  * o presidente do Governo Regional da Madeira é um reformado .

                                  E assim por diante...

                                  Digam lá qual é o país da Europa que dá tanto e tão bom emprego a reformados?
                                  Fonte: e-mail

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                                    #18
                                    Já começa a ser altura desta juventude começar a acordar e encarar que tem o futuro lixado.
                                    Que se lembrem que a sua geração foi esquecida e que procurem responsáveis, se queixem e lembrem a quem de direito, que eles serão o futuro do país.

                                    Trabalham a recibos verdes e a trabalho temporário recebendo verbas miseráveis.
                                    Então, parece que a solução encontrada foi flexibilizar as leis do emprego para acabar de vez com o futuro de gente sem futuro que não tem trabalho ou trabalho dignamente remunerado, que não pode casar, ter filhos, ter casa, ter carro, ter uma vida independente e produtiva.
                                    Gente válida e qualificada que é puramente abandonada ou então explorada.

                                    Sem dinheiro nem emprego a juventude fica aprisionada em casa dos pais vendo a sua vida passar-lhes ao lado, num país que não aproveita os seus valores.
                                    Jovens que passarão directamente da adolescência para a meia-idade esquecidos e sem vida própria. E isso preocupa-me imenso.

                                    Entre heranças de pesadas dívidas como as das Parcerias Publico-Privadas, até à miséria do estado em que está o país, desbaratou-se tudo e deixou-se a factura para os mais novos pagarem.
                                    Afinal, que futuro é este que queremos para o nosso país?
                                    Que está o país a dar à nossa juventude?
                                    É como digo, as gerações mais velhas mostram a porta de saída do país o que explica que 60mil jovens emigrem todos os anos.

                                    Comentário


                                      #19
                                      Faço uma pergunta. Se um jovem no secundário, abordar um professor no encalço de uma opinião sobre quais as melhores saídas profissionais, o que será que o professor responderá?

                                      Comentário


                                        #20
                                        Originalmente Colocado por BLADERUNNER Ver Post
                                        Já começa a ser altura desta juventude começar a acordar e encarar que tem o futuro lixado.
                                        Que se lembrem que a sua geração foi esquecida e que procurem responsáveis, se queixem e lembrem a quem de direito, que eles serão o futuro do país.

                                        Trabalham a recibos verdes e a trabalho temporário recebendo verbas miseráveis.
                                        Então, parece que a solução encontrada foi flexibilizar as leis do emprego para acabar de vez com o futuro de gente sem futuro que não tem trabalho ou trabalho dignamente remunerado, que não pode casar, ter filhos, ter casa, ter carro, ter uma vida independente e produtiva.
                                        Gente válida e qualificada que é puramente abandonada ou então explorada.

                                        Sem dinheiro nem emprego a juventude fica aprisionada em casa dos pais vendo a sua vida passar-lhes ao lado, num país que não aproveita os seus valores.
                                        Jovens que passarão directamente da adolescência para a meia-idade esquecidos e sem vida própria. E isso preocupa-me imenso.

                                        Entre heranças de pesadas dívidas como as das Parcerias Publico-Privadas, até à miséria do estado em que está o país, desbaratou-se tudo e deixou-se a factura para os mais novos pagarem.
                                        Afinal, que futuro é este que queremos para o nosso país?
                                        Que está o país a dar à nossa juventude?
                                        É como digo, as gerações mais velhas mostram a porta de saída do país o que explica que 60mil jovens emigrem todos os anos.
                                        É essa clareza com que expões mais esta ideia que eu, infelizmente, vejo pouco partilhada na ideia e percepção essenciais.

                                        A maioria das pessoas parece que está a favor do desvínculo, da perda de laços e do desonrar compromissos. No fundo, parece que a consciência colectiva está, senão cúmplice, pelo menos "ideologicamente embriagada de mentiras" e já não parece conseguir pensar. Por vezes verborreia algumas ideias sem sentido, do "tem de ser", do "não há remédio", do "agora é tempo de pagar a factura", que até parece o "fado da desgraçadinha"...

                                        É, esta nova geração está a ver a vida passar ao lado, em casa dos país, embora o ainda mais grave disto tudo é que muitos apoiam estas "não verdades" e, que nem velhos, não saem daí...

                                        Enquanto isso, e fica o desafio, saiu, muito recentemente, legislação regulamentadora dos Institutos Públicos, legislação que exponencia a remuneração dos seus quadros para valores absurdos... Descubram-na no DR...

                                        Comentário


                                          #21
                                          Originalmente Colocado por warmthboy Ver Post
                                          Faço uma pergunta. Se um jovem no secundário, abordar um professor no encalço de uma opinião sobre quais as melhores saídas profissionais, o que será que o professor responderá?
                                          Um professor que eu tive no secundário dizia que aquilo que dava era ser um bom ladrilhador/canalizador/serralheiro/etc. Isto há uns 12 anos.

                                          Comentário


                                            #22
                                            Originalmente Colocado por warmthboy Ver Post
                                            Faço uma pergunta. Se um jovem no secundário, abordar um professor no encalço de uma opinião sobre quais as melhores saídas profissionais, o que será que o professor responderá?
                                            Reponder-lhe-á para se dedicar àquilo de que realmente gostar porque, seja qual for a opção, vai ter de trabalhar muito (ou roubar) para conseguir ter alguma coisa.

                                            Comentário


                                              #23
                                              Originalmente Colocado por Karma Ver Post
                                              Um professor que eu tive no secundário dizia que aquilo que dava era ser um bom ladrilhador/canalizador/serralheiro/etc. Isto há uns 12 anos.
                                              E continua a ser...e em qualquer lugar do mundo. O problema é que nem todos estão talhados para esse tipo de trabalho. Eu falo por mim .

                                              Comentário


                                                #24
                                                O que acho mesmo curioso é andar à 3 meses a tentar arranjar 2 estagiários e não conseguir.

                                                Mistérios!!!

                                                Comentário


                                                  #25
                                                  Originalmente Colocado por Two Ver Post
                                                  O que acho mesmo curioso é andar à 3 meses a tentar arranjar 2 estagiários e não conseguir.

                                                  Mistérios!!!
                                                  Mas estágios todas as empresas oferecem, principalmente se for o Estado a pagar. Empregos é que há pouco e são mal pagos...

                                                  Já agora e para dar uma visão geral e talvez servir de caso de estudo, o que precisas e o que ofereces?

                                                  #edit#
                                                  meu post pareceu um bocado mal...
                                                  Não queria dizer que era o teu caso, apenas que o pessoal mete estágios todos no mesmo saco.
                                                  Editado pela última vez por Mazzeo; 07 February 2011, 10:44.

                                                  Comentário


                                                    #26
                                                    Originalmente Colocado por Two Ver Post
                                                    O que acho mesmo curioso é andar à 3 meses a tentar arranjar 2 estagiários e não conseguir.

                                                    Mistérios!!!
                                                    Por quanto?...

                                                    Comentário


                                                      #27
                                                      Originalmente Colocado por PeLeve Ver Post
                                                      Por quanto?...
                                                      900 tal euros mais Sub. refeição a 4 aerios e KMs pagos nas deslocações. Formação estimada de 5 dias (que me custa 200 €/dia) e possibilidade de ficar na empresa e ascender a médio/longo prazo a partner.
                                                      Achas mau para um recém-licenciado?

                                                      Comentário


                                                        #28
                                                        Originalmente Colocado por Two Ver Post
                                                        900 tal euros mais Sub. refeição a 4 aerios e KMs pagos nas deslocações. Formação estimada de 5 dias (que me custa 200 €/dia) e possibilidade de ficar na empresa e ascender a médio/longo prazo a partner.
                                                        Achas mau para um recém-licenciado?
                                                        Qual a área profissional?

                                                        Comentário


                                                          #29
                                                          Originalmente Colocado por Two Ver Post
                                                          900 tal euros mais Sub. refeição a 4 aerios e KMs pagos nas deslocações. Formação estimada de 5 dias (que me custa 200 €/dia) e possibilidade de ficar na empresa e ascender a médio/longo prazo a partner.
                                                          Achas mau para um recém-licenciado?
                                                          N acho nada mau mm

                                                          Comentário


                                                            #30
                                                            Originalmente Colocado por Two Ver Post
                                                            900 tal euros mais Sub. refeição a 4 aerios e KMs pagos nas deslocações. Formação estimada de 5 dias (que me custa 200 €/dia) e possibilidade de ficar na empresa e ascender a médio/longo prazo a partner.
                                                            Achas mau para um recém-licenciado?
                                                            Acho muito razoável!

                                                            Qual a área de actividade? Será assim tão "fora de mão" para as pessoas não aderirem?

                                                            Pá, eu não um defensor de quem não quer trabalhar. O que por vezes acho é que o pessoal anda "escaldado" com maus exemplos e poderá ter algumas reticências até perante propostas aparentemente decentes, como é o caso da tua!

                                                            Nesse caso, não estou a ver o que se possa passar, pois a proposta parece-me bastante interessante!...

                                                            Comentário

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