Destak.pt | Opinião | A revolta pelo pão
Mohamed Bouazizi, um jovem tunisiano licenciado que vendia frutas e verduras para sobreviver, imolou-se pelo fogo quando a polícia lhe apreendeu o que tinha na banca. O rastilho pegou e incendiou Tunísia e Egipto, e Síria, Jordânia, Iémen, Marrocos e Argélia. Porquê? A população árabe tem de fazer o pão com os cereais que compra no mercado, competindo comos fabricantes de rações animais e de biocombustíveis. Os recentes fogos na Austrália dizimaram as culturas, fazendo subir o preço dos cereais. E como os especuladores compram aquilo que sobe, eles ficaram cada vez mais caros, como o petróleo e os juros das dívidas dos países do Euro.
Mohamed Bouazizi tinha produção própria que vendia para comprar o pão. Como a maioria da população, era um jovem culto
e qualificado, mas desempregado. O emprego, como o preço do pão, depende de um mercado que já ninguém controla. O orçamento adquire-se com pequenos trabalhos e mal dá para comprar pão. Chegada a fome e o desespero, o rastilho pega facilmente.
O que está a acontecer no mundo árabe, e pode acontecer na Europa, é fruto do liberalismo económico. Os Estados, outrora protectores, reduziram-se à mínima expressão e foram substituídos por elites endinheiradas e corruptas.
Aos povos desesperados, nada lhes resta senão a economia paralela e as instituições religiosas. Espero que o Ocidente liberal não se queixe daquilo que vier a acontecer.
Mohamed Bouazizi tinha produção própria que vendia para comprar o pão. Como a maioria da população, era um jovem culto
e qualificado, mas desempregado. O emprego, como o preço do pão, depende de um mercado que já ninguém controla. O orçamento adquire-se com pequenos trabalhos e mal dá para comprar pão. Chegada a fome e o desespero, o rastilho pega facilmente.
O que está a acontecer no mundo árabe, e pode acontecer na Europa, é fruto do liberalismo económico. Os Estados, outrora protectores, reduziram-se à mínima expressão e foram substituídos por elites endinheiradas e corruptas.
Aos povos desesperados, nada lhes resta senão a economia paralela e as instituições religiosas. Espero que o Ocidente liberal não se queixe daquilo que vier a acontecer.
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