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Professor do ist em greve de fome

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    Professor do ist em greve de fome

    O caso remonta há já três anos, altura em que Vítor Oliveira, que era à data professor assistente de Vias de Comunicação e Transportes no departamento de Engenharia Civil e Arquitectura do Técnico, prestou ali as provas de doutoramento que lhe permitiriam continuar a leccionar na instituição com a categoria de professor.

    Contudo, a 13 de Maio de 2008, a tese com o título Gestão e controlo de qualidade, de infra-estruturas rodoviárias. Aplicação à drenagem foi reprovada por uma maioria de cinco votos contra três do júri que então a avaliou. Entre os que votaram contra esteve o próprio orientador da tese, o professor catedrático do Técnico José Manuel Viegas, que também presidiu ao júri e teria, caso decidisse pela aprovação, podido usar o voto de qualidade a que tem direito por inerência de funções e, assim, desempatar a votação a favor do seu aluno.

    Vitor Oliveira era então professor assistente do próprio Viegas no departamento de Engenharia Civil e foi nessa qualidade que o escolheu para orientar a tese. Conta que nunca teve problemas com o seu orientador durante o processo de elaboração da mesma, que demorou seis anos, e que este o ajudou a preparar a respectiva defesa, nunca lhe tendo feito objecções.

    O PÚBLICO não conseguiu ontem ouvir José Manuel Viegas, que está ausente no estrangeiro, mas as razões para o seu voto estão na acta redigida na sequência das provas públicas de doutoramento. Nela, Viegas reconhece o "grande esforço desenvolvido" pelo autor da tese e também "a existência de vários contributos interessantes", mas entendeu que tanto a tese, como a sua defesa nas provas públicas, não atingiram "o nível que deve ser exigido" no IST. E esclarece que, como orientador, não recusou previamente a tese por entender que esta não devia ser uma decisão individual e também para ser dada uma nova oportunidade ao candidato.

    Inconformado com a decisão, Vítor Oliveira considerou que era irregular o orientador da tese ser simultaneamente presidente do júri e, em Agosto de 2008, interpôs em tribunal uma providência cautelar que acabou por ganhar. A sentença do Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa, lavrada a 19 de Maio de 2009 e a que o PÚBLICO teve acesso, mandou suspender a deliberação do júri da prova de doutoramento e fez regressar o processo à estaca zero. Ao mesmo tempo, determinou o regresso do professor ao Técnico, de onde saiu logo após a defesa da sua tese por ter perdido, na sequência da sua reprovação, o direito ao lugar de professor assistente.

    Provas adiadas

    O presidente do júri é normalmente o presidente do Conselho Cientifico, que, neste caso, delegou essa competência no professor catedrático do Departamento de Engenharia Civil, precisamente o orientador de Vítor Oliveira. Ao PÚBLICO, o presidente do IST, António Cruz Serra, disse que a situação é legal mas precisava de ter sido publicada em Diário da Republica, o que na altura não aconteceu.

    De acordo com o presidente do IST, quando a tese foi entregue e ainda antes da defesa, houve uma primeira reunião de júris, na qual se definiu que Vítor Oliveira deveria reformular a tese num conjunto de pontos. Foram feitas algumas alterações, mas não todas aquelas que foram indicadas antes da defesa da tese, diz ainda Cruz Serra.

    Depois da decisão do tribunal, o processo de avaliação recomeçou e houve nova reunião de júri, na qual foi dado a Vítor Oliveira um prazo de 120 para reformular a tese. Uma vez mais, diz o presidente do Técnico, este não o fez.
    As novas provas foram entretanto marcadas para o próximo dia de 25 de Julho, com o mesmo orientador e o mesmo júri que avaliou a tese há três anos. Vítor Oliveira contesta esta decisão e foi por isso que iniciou o protesto dos últimos dias. Conta que perdeu a confiança no seu orientador e, por isso, exige que lhe seja dada a possibilidade de escolher outra pessoa para assumir essa função, bem como o adiamento da defesa da tese.Isso mesmo foi ontem decidido pelo Técnico e levou Vítor Oliveira a suspender a greve de fome que tinha iniciado na véspera. O caso foi agora tomado em mãos pelo presidente do Conselho Científico do IST, Paulo Martins, que o PÚBLICO não conseguiu ontem ouvir.

    Vítor Oliveira assume-se disposto a reformular a sua tese, mas nunca com o mesmo orientador. Para este licenciado em Engenheira Civil e mestre em Planeamento Regional e Urbano, que foi analista informático na Caixa Geral de Depósitos antes de ser professor no Técnico, onde está há 13 anos, esta tese não é apenas imprescindível para progredir na carreira. Com as proporções que o caso tomou, ela transformou-se também numa questão de dignidade pessoal.


    Fonte:Antigo professor assistente em protesto contra provas de doutoramento no Técnico - Educação - PUBLICO.PT

    #2
    Que falta de humildade de parte a parte. Se não passou, justo ou não, só tinha que fazer melhor para a próxima.

    Se eu fizesse greve de fome cada vez que chumbei numa frequência que acho que devia ter passado ou que foi injusto a esta hora já tinha desaparecido.

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      #3
      que cena

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        #4
        Quando li no início da notícia, no original, que o homem tem 63 anos, ainda pensei que ele queria era a reforma...

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          #5
          Uma tese de Doutoramento não é uma frequência. É das provas mais exigentes da vida académica de uma pessoa.

          O que mais me choca neste caso, e provavelmente também ao aluno, é o facto de o orientador lhe ter chumbado o trabalho que o próprio orientou. Na elaboração de uma tese, seja de mestrado ou doutoramento, o aluno é responsável por tudo, mas o orientador também é muito responsável pelo trabalho final elaborado pelo seu aluno.

          O facto do orientador ser o avaliador do trabalho causa-me estranheza e na minha opinião é errado.

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            #6
            ... e por norma é exigida uma declaração do orientador em como a tese está de feição...
            claro que há casos em que a defesa se faz à revelia, mas isto, à partida, denota problemas que podem ser ultrapassados não colocando o orientador no júri, estando o aluno à mercê dos outros.
            por norma, o orientador é um defensor do aluno (já que, em parte, é a sua capacidade de orientação que está em causa)

            é exagerada a comparação de um exame com a obtenção de grau de doutor. um doutoramento leva, usualmente, de 3 a 4 anos a ser elaboradora (embora conheça casos de 1 década de duração...)

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              #7
              Não me surpreende, tive um problema semelhante com o orientador do meu mestrado. Na hora da entrega da tese para depois ser aceite a discussão ou não, ele diz q não a tinha lido e que não a aceitava. Não levou com os exemplares na cara porque não calhou. Mas houve queixa dos alunos que foi aceite e as teses seguiram para bingo.

              Deverá existir aqui mais alguma coisa por trás e que não está a vir a lume. E devem ser essas outras guerras que lhe tramaram a tese e o concurso.

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                #8
                O orientador a saber que a tese tem erros, ou não está de acordo com o nível de exigência praticado pela Instituição, permite que esta siga para defesa só porque acha que não deve ser uma decisão pessoal? Que orientador é este?

                NORMALEMENTE, uma tese, seja de doutoramento ou mestrado, reflecte em muito as opções aconselhadas pelo orientador.
                Na minha tese, a minha orientadora, foi a última a falar e a que falou menos pois já conhecia o projecto.
                Só quando esteve tudo mas tudo do seu agrado é que avancei. Graças a Deus tudo dentro dos prazos.

                E a fantochada continua na eleição do mesmo júri 3 anos depois da primeira defesa.

                Acho por bem a luta deste homem em se revoltar contra um sistema que parece o querer linchar.

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                  #9
                  Numa análise muito superficial, a única conclusão a qual consigo chegar é de que quem não tem qualidade é o orientador e presidente do júri.

                  Este senhor deveria perder a idoneidade que tem para orientar ou presidir seja o que for.

                  Indo para o campo da especulação, provavelmente a vaga está guardada para algum "afilhado".

                  Comentário


                    #10
                    Originalmente Colocado por DocJRA Ver Post
                    Numa análise muito superficial, a única conclusão a qual consigo chegar é de que quem não tem qualidade é o orientador e presidente do júri.

                    Este senhor deveria perder a idoneidade que tem para orientar ou presidir seja o que for.

                    Indo para o campo da especulação, provavelmente a vaga está guardada para algum "afilhado".
                    Foram ambos meus professores. Conheço relativamente bem a qualidade de um e de outro e... os perfis.

                    E mais uma vez o caso é um pouco mais do que o que aparenta se é que alguém aqui faz uma pequena ideia do que é o meio do ensino universitário,...estatutos, personalidades complicadas e egos demasiado grandes para convivência no mesmo espaço,...

                    O Prof. Vitor Oliveira a verdade é que é visto como um "outsider" no meio, um tipo low profile...e o Prof. Viegas, o género de um "mourinho", um gajo muita vaidoso, mas muito bom...mas com um feitio muita complicado por vezes...

                    Não vou confiar nos testemunhos de nenhum dos dois. Confio no que diz o Presidente., o Cruz Serra, e a ter acontecido o que diz, só tenho a lamentar que o orientando não tenha pensado 2x em levar o nome da instituição para os jornais arrastado com a sua causa...e logo greve de fome!...Um episódio triste!

                    Mas a história deste senhor já vem de trás...a tese de doutoramento dele já devia ter começado aos anos...e só agora é que se viu com pressa porque sem ela deixava de poder dar aulas.

                    Para além disso, o Viegas não votou sozinho e em minha opinião, fez bem ter deixado levar a tese a discussão pelos motivos que invocou.

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                      #11
                      AMGfan só acho é que o próprio orientador devia avisar o orientando da sua posição de discordância com o conteúdo da tese. Mas se leres o texto, o orientando alega que este nunca lhe pôs problema ou entrave nenhum. Isto aqui há má fé, pois ele à anos que via erros e os deixava passar.
                      Tão simples como isso.
                      A minha orientadora nem uma virgula sem a sua aprovação deixava passar quanto mais o desenvolvimento do tema principal...

                      Comentário


                        #12
                        Originalmente Colocado por Jfire Ver Post
                        AMGfan só acho é que o próprio orientador devia avisar o orientando da sua posição de discordância com o conteúdo da tese. Mas se leres o texto, o orientando alega que este nunca lhe pôs problema ou entrave nenhum. Isto aqui há má fé, pois ele à anos que via erros e os deixava passar.
                        Tão simples como isso.
                        A minha orientadora nem uma virgula sem a sua aprovação deixava passar quanto mais o desenvolvimento do tema principal...
                        A história um pouco mais desenvolvida...

                        Antigo professor assistente em protesto contra provas de doutoramento no Técnico - Educação - PUBLICO.PT

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                          #13
                          Pá, há falhas de parte a parte.
                          Negligência do orientador por na primeira reunião de júris ter permitido que a tese do doutorando tivesse tantos defeitos que os outros júris lhe ordenassem uma lista com items a rever.
                          Falhanço crasso do aspirante a doutor quando não corrigiu tudo que era devido, visto até ter tido a oportunidade de o fazer.
                          Apesar de tudo, o próprio orientador falhou redondamente ao logo do desenvolvimento da tese ,ao não ir corrigindo sumariamente o conteúdo da mesma, mantendo-se ao que parece sempre complacente com o doutorando.

                          Um rol de equívocos...gostava era de saber quais os pontos em que a tese falhou. Se cientificamente estava mal, outras...Mas isso já são outros quinhentos.

                          Comentário


                            #14
                            como a minha chefe uma vez me disse: "de cada vez que pomos o nosso nome como orientadores num trabalho devemos ter presente que também nós vamos ser avaliados".

                            Comentário


                              #15
                              Originalmente Colocado por nipnip Ver Post
                              como a minha chefe uma vez me disse: "de cada vez que pomos o nosso nome como orientadores num trabalho devemos ter presente que também nós vamos ser avaliados".
                              Óbvio. É um compromisso importante e mais penalizador e de maior risco para o Orientador do que para o Orientando...

                              Tive um ou outro colega na faculdade que ficaram sem orientador a meio da tese de mestrado...

                              Comentário


                                #16
                                Eu ao ler isto continuo a achar que estudei numa grande instituição de ensino...

                                Comentário


                                  #17
                                  Não é um mau professor seja no ist ou no politécnico de cascos de rolha que põe em causa a instituição.

                                  Comentário


                                    #18
                                    Originalmente Colocado por Jfire Ver Post
                                    Eu ao ler isto continuo a achar que estudei numa grande instituição de ensino...
                                    Sem dúvida alguma. Tenho imensas saudades

                                    Comentário

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