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"As pessoas viraram-se mais para a Igreja e isso é um retrocesso social"

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    "As pessoas viraram-se mais para a Igreja e isso é um retrocesso social"

    A deputada do Bloco de Esquerda trocou o palco do teatro pelo plenário em 2009. É dura na crítica à ausência do papel social do Estado
    Do Porto para Lisboa. Dos palcos para o plenário da Assembleia da República. Catarina Martins, actriz de profissão, deixou o teatro para ingressar na política. Deputada do Bloco de Esquerda desde 2009, culpa "toda a esquerda" pela vitória da direita nas últimas eleições. Mas também considera que os eleitores se sentiram "impotentes" e "acreditaram na ideia de que a democracia só funciona numa pequena percentagem". Com a crise que o país está a sofrer, afirma que as pessoas se "viraram mais para a Igreja", o que considera um "retrocesso social". "Quer dizer que o Estado está a falhar", conclui.



    Como iniciou o percurso na política?

    Quando estava no secundário e fiz manifestações contra a PGA (Prova Geral de Acesso). Nos governos de Cavaco Silva havia aquele péssimo hábito de tratar as manifestações à bastonada, era Ferreira Leite ministra da Educação. Tendo a não esquecer as pessoas que me bateram.

    Mas levou bastonadas?

    Fugi mais do que levei. Uma amiga minha ficou bastante mal uma das vezes. Mas pronto, lutei contra o aumento das propinas nessa altura, fui muito activa em Coimbra nos anos 90 e depois fui politicamente activa acima de tudo no sector cultural e das artes cénicas. Surgiu no Porto a primeira associação formal do sector, que é a Plateia, e fui a primeira presidente.

    E como entrou para o BE?

    Nunca tive actividade partidária. Quando era adolescente ainda sem idade sequer para votar colei cartazes para o PSR e quando estava na Universidade cheguei a ser candidata pelo PSR à Assembleia Municipal, mas nunca fiz parte do partido. Depois não tive vida partidária nunca, o BE convidou-me para ser candidata como independente e só depois dessa proposta é que decidi aderir ao Bloco, em 2010. Nunca tinha sido de nenhum partido.

    Quais as diferenças entre BE e PCP?

    Grande parte da minha família é do PCP. Considero que o PCP não soube retirar as consequências que devia da história e do que é ser de esquerda. Ser de esquerda em todos os momentos é muito mais importante que em todos os momentos defender alguma coisa que algum dia se aventou como ser de esquerda, ainda que já não seja. E a nossa capacidade de viver com o mundo que vai mudando, sabermos discuti-lo e sabermos viver com diversidade é para mim fundamental, e isso existe no BE.

    Está a dizer que o PCP é mais ligado ao passado e o BE mais ligado à mudança e às novas gerações?

    Há todas as gerações nos dois partidos. Mas são partidos diferentes, que se afirmam de formas diferentes e vêem o mundo de formas muito diferentes. O BE é um partido internacionalista e para o qual a defesa de valores como os direitos humanos tem de se fazer em todo o tempo e em todos os países.

    Qual a diferença entre estar nos palcos e no plenário?

    Sou actriz de teatro. A arte é uma construção que não tem nada a ver com estar no plenário. Mas é verdade que tanto quando estamos num palco como quando estamos no plenário há aquela ficção que é criada entre todos, que é na realidade estarmos a falar entre nós mas estarmos a falar para fora. Só que no teatro estamos todos lá para fazer a mesma coisa, para sermos capazes de contribuir para aquele momento artístico, e portanto há uma grande união. É um ambiente não hostil, em que as pessoas comungam. O plenário é um ambiente hostil.

    Representa-se muito nos debates?

    Todos nós representamos as ideias que defendemos em cada momento. Uma coisa diferente é achar que a representação é algum tipo de hipocrisia. Não acho que no teatro haja hipocrisia. Há uma verdade muito crua, na política há hipocrisia. Ainda hoje de manhã [quarta-feira] na comissão de Economia estivemos a discutir uma estrada. Interessa perceber que há partidos que localmente defendem uma coisa e do ponto vista nacional defendem outra. Esse tipo de hipocrisia local, eleitoralista ou caciquista, mina a democracia, porque não sabemos realmente quem representa o quê em cada momento.

    Continua a ser actriz?

    Ao princípio tinha espectáculos marcados, quando fui eleita, e durante dois meses ainda fiz alguns, mas depois fui substituída. Exige uma disponibilidade física e mental que não conseguia. Tento manter alguma ligação ao que fazia. Estou a fazer o doutoramento nessa área e é a minha forma de continuar a ligação.

    Como foi mudar de vida?

    Tenho três casas, o Porto, o Alfa e Lisboa. Passo muito tempo nos comboios. Tive uma mudança grande, tenho duas filhas pequenas que vieram para a escola em Lisboa. Embora tenha pouco tempo, acho que ser mãe passa por tomarmos pequenos-almoços juntas, dar dois berros para se vestirem para irem para a escola, não se é mãe só ao fim-de-semana, é preciso este quotidiano. Neste momento temos a vida um bocadinho dividida, o meu marido está no Porto e eu estou cá.

    Sente que por ser mulher tem de se esforçar mais que os homens?

    Existe o preconceito, agora não é só na Assembleia, é na sociedade como um todo.

    O parlamento ainda é controlado por homens?

    Sim. Continuam a ser a maioria e a actividade política continua a ter uma maioria de homens. Vamos tendo avanços, mas estamos muito longe de ter uma actividade política e decisão política maioritária, que represente a sociedade. O ridículo de tudo isto é termos uma sociedade que tem tantos homens como mulheres e depois as decisões estão só nas mãos de metade. Tem a ver com equilíbrios e na Assembleia não há equilíbrios.

    Ficou feliz com a eleição de Assunção Esteves como presidente da Assembleia?

    Gosto que seja uma mulher, mas isso não significa que se for uma mulher está tudo bem. Entre as mulheres há grandes divergências, e ainda bem que as há.

    O BE ficou com um grupo parlamentar reduzido. Foi um castigo do eleitorado?

    Não. Se fosse um castigo estava muito mais descansada. Estou muito mais preocupada porque acho verdadeiramente que houve uma viragem à direita. O que é preocupante. Temos uma população que se sentiu prisioneira de decisões que não tomou e achou que não havia solução. Temos mais de 85% dos eleitores que votaram no acordo com o FMI. Ninguém votou com certeza em ter menos salário ou pagar mais pelos transportes públicos, mas considerou que não havia alternativa. Acreditaram na ideia de que a democracia só funciona numa pequena percentagem. Que somos impotentes. É isso que assusta.

    Foi culpa da esquerda?

    De toda a esquerda. A direita venceu.

    O que faltou para convencer?

    Se houvesse um remédio fácil resolvia-se já. Há um discurso hegemónico sobre a ideia de inevitabilidade e austeridade da recessão. E é a ideia dominante na comunicação social, em tudo, até na ficção que vemos nas séries a que assistimos. Há todo um pensamento sobre o mundo e este momento em particular que a esquerda não tem sido capaz de combater.

    E o que pode fazer de diferente?

    Tem de encontrar novas formas e insistir em formas que já usa para discutir os caminhos que estão a ser escolhidos. Estamos com uma situação gravíssima em Portugal, a nível europeu, e não a estamos a discutir. E a esquerda tem de arranjar canais para a discutir de uma forma que chegue à vida das pessoas.

    Francisco Louçã devia ter-se demitido?

    Não. É uma ideia que tem tido mais peso fora do BE do que dentro.

    Mas tem de haver renovação?

    Sempre. Mas isso não é por causa do resultado eleitoral. Um partido que não se renova é um partido que morre. Seria um perigo os partidos acharem que por terem bons resultados tinham de permanecer estáticos e quando há maus resultados tinha de se mudar tudo. O partido precisa de renovação sim, tem-na feito. Tem de ser a partir do debate das ideias, não pode ser uma reacção ao que corre mal.

    Como é estar num grupo parlamentar com metade dos deputados?

    Para mim é uma novidade, para muitos dos meus camaradas não. Voltámos a ser oito. Na prática tenho mais comissões, é mais exigente.

    Com vê o ensino artístico nas escolas? Deve estar nos currículos?

    Deve ser obrigatório. Temos de aprender a ler a escrever em matemática, mas também em música. Tem a ver com termos ferramentas de conhecimento. Quando se fala nos problemas de qualificação da população, choca-me que ninguém diga que isto também acontece pela falta de contacto com a arte e a cultura, e não só pelo sistema de ensino. Temos muitos projectos-piloto, as crianças participam e depois nunca mais fazem nada na vida. Temos sempre projectos muito engraçados e giros uma vez na vida, mas depois não há evolução.

    Como tem visto a actuação do novo governo nesta área?

    Assusta-me muito um programa para a cultura que diz que a arte deve ser financiada de acordo com os mercados. Se a arte se transformar em entretenimento, deixa de haver criação artística fora do mercado de entretenimento. É como dizer que não podemos ter ciência pura e só podemos ter tecnologia. Se não financiarmos o cinema, a não ser de acordo com as receitas que o filme consegue gerar nos dois meses em que estreia, estamos a ser burros, no mínimo. O programa do governo confunde arte e entretenimento.

    É a favor da despenalização das drogas leves?

    Não há qualquer vantagem em penalizar. Há algumas drogas que são legais, como o álcool ou o tabaco. Não ganhávamos nada em penalizar o consumo dessas, por exemplo. Descriminalizar o consumo em Portugal foi muito importante, controlámos muito mais. Estávamos numa espiral negativa e agora estamos a ter bons resultados e sabemos que os países que despenalizaram tiveram bons resultados do ponto de vista da saúde pública e do controlo do tráfico.

    Acredita em Deus?

    Não.

    Como vê a actuação da Igreja na sociedade?

    A hierarquia da Igreja tem feito declarações inaceitáveis, no sentido de dizer que as pessoas não se devem defender dos ataques de que estão a ser alvo. Não tem sentido dizer que na sociedade actual as pessoas não se podem queixar. Se as democracias fossem só o voto, estávamos mal. A democracia é a capacidade de debater. Dizer que não pode haver debate e confronto é muito perigoso. Sou muito crítica também sobre a defesa da troca de direitos sociais por caridade. É também o sentido em que vai o governo. A caridade não é própria de um Estado de direito democrático. Devemos garantir às pessoas os mínimos para viverem, e isso não pode estar dependente da caridade. O Estado tem de se organizar para proteger as pessoas em situações mais frágeis. Isto não quer dizer que a Igreja não tenha instituições interessantes e personalidades importantes, que até têm sabido denunciar o aumento da pobreza. O que noto é que as pessoas se viraram mais para a Igreja e isso é um retrocesso social. Quer dizer que o Estado está a falhar.
    Catarina Martins. As pessoas viraram-se mais para a Igreja e isso é um retrocesso social

    #2
    Ai os esquerdistas ferrenhos...
    Ai os artistas...
    Ai os revolucionários...
    Ai como tudo isto é bom...
    ...como tudo isto é fado !!!

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      #3
      Uma opinião qualquer duma Srª Dona qualquer dum partido qualquer...

      Quanto à opinião sobre a Igreja, é de facto verdade mas não significa que seja um retrocesso social... Eu até acho bem que a Igreja amanse o Povo.

      Comentário


        #4
        Bem, ela basicamente disse o que eu estou farto de dizer sobre o decréscimo da esquerda nas últimas eleições assim como a diferença entre o BE e PCP ou seja esquerda do passado e a esquerda do presente.

        E exactamente o mesmo que digo em relação às drogas leves.

        Comentário


          #5
          Originalmente Colocado por Demoneeth Ver Post
          Bem, ela basicamente disse o que eu estou farto de dizer sobre o decréscimo da esquerda nas últimas eleições assim como a diferença entre o BE e PCP ou seja esquerda do passado e a esquerda do presente.

          E exactamente o mesmo que digo em relação às drogas leves.
          Qual é a esquerda do passado e qual é a esquerda do presente?

          Comentário


            #6
            Originalmente Colocado por K2000 Ver Post
            Qual é a esquerda do passado e qual é a esquerda do presente?
            "Quais as diferenças entre BE e PCP?

            Grande parte da minha família é do PCP. Considero que o PCP não soube retirar as consequências que devia da história e do que é ser de esquerda. Ser de esquerda em todos os momentos é muito mais importante que em todos os momentos defender alguma coisa que algum dia se aventou como ser de esquerda, ainda que já não seja. E a nossa capacidade de viver com o mundo que vai mudando, sabermos discuti-lo e sabermos viver com diversidade é para mim fundamental, e isso existe no BE."

            Comentário


              #7
              Sou muito crítica também sobre a defesa da troca de direitos sociais por caridade. É também o sentido em que vai o governo. A caridade não é própria de um Estado de direito democrático. Devemos garantir às pessoas os mínimos para viverem, e isso não pode estar dependente da caridade. O Estado tem de se organizar para proteger as pessoas em situações mais frágeis.
              Eu prefiro sublinhar este parágrafo que me parece muito acertado.

              Agora também acho que já não cabe ao estado andar com os cidadãos ao colo. Os apoios sociais devem ser atribuídos àqueles que os merecem efectivamente e sob um conjunto apertado de requisitos.
              Editado pela última vez por pacxito; 30 August 2011, 13:35.

              Comentário


                #8
                Nesse ponto concordo. Vejo a igreja como um condicionador de ideias das massas. Uma bela maneira de controlar muitas mentes ao mesmo tempo, muitas vezes sobre assuntos chave da nossa sociedade. E como considero a opinião da igreja sobre maior parte desses assuntos totalmente ultrapassada, tenho de considerar que realmente é um retrocesso.
                É normal que aconteça neste tipo de clima.

                Comentário


                  #9
                  Originalmente Colocado por Pastis Ver Post
                  Uma opinião qualquer duma Srª Dona qualquer dum partido qualquer...

                  Quanto à opinião sobre a Igreja, é de facto verdade mas não significa que seja um retrocesso social... Eu até acho bem que a Igreja amanse o Povo.
                  Ainda mais mansos do que já somos?

                  Comentário


                    #10
                    Originalmente Colocado por pacxito Ver Post
                    Ainda mais mansos do que já somos?
                    A anarquia interessa-te? A mim não.
                    Acho muito bem que malta fique bem mansa e contente idolatrando a igreja ou o benfica ( vai dar a o mesmo) . Prezo muito a paz e a ordem social.

                    Comentário


                      #11
                      Originalmente Colocado por Pastis Ver Post
                      A anarquia interessa-te? A mim não.
                      Acho muito bem que malta fique bem mansa e contente idolatrando a igreja ou o benfica ( vai dar a o mesmo) . Prezo muito a paz e a ordem social.
                      Não, o que tu prezas é a ignorância e inoperância para civicamente se contestar o que está errado.

                      Comentário


                        #12
                        Originalmente Colocado por Pastis Ver Post
                        A anarquia interessa-te? A mim não.
                        Acho muito bem que malta fique bem mansa e contente idolatrando a igreja ou o benfica ( vai dar a o mesmo) . Prezo muito a paz e a ordem social.


                        Desde quando é que debater ideias, ter uma consciência social, ter opinião própria (e não seguir cegamente o que disse o senhor padre na homilia) e criticar abertamente A ou B entra na definição de Anarquia?

                        Basta ler uns livros da história de Portugal (ou Espanha, ou Itália, ou Alemanha, ...) do séc XX para perceber ao que é que o "carneirismo" a a cultura da ignorância das massas pode levar. Isto para nem ir mais para trás na história, é que pode parecer coincidência, mas a igreja católica teve o condão de escrever sempre os capítulos mais negros dos compêndios...

                        Se há algo transversal a qualquer regime opressivo e totalitário, seja ele de esquerda ou de direita, é o controlo da educação e informação acessível ás massas.

                        Comentário


                          #13
                          Originalmente Colocado por dysplay21 Ver Post
                          Nesse ponto concordo. Vejo a igreja como um condicionador de ideias das massas. Uma bela maneira de controlar muitas mentes ao mesmo tempo, muitas vezes sobre assuntos chave da nossa sociedade. E como considero a opinião da igreja sobre maior parte desses assuntos totalmente ultrapassada, tenho de considerar que realmente é um retrocesso.
                          É normal que aconteça neste tipo de clima.
                          Isso é um mito absurdo.

                          Fiz o liceu nos Salesianos do Estoril, e não vi nada disso. E estamos a falar de algo
                          que se passou há mais de 25 anos.

                          Numa altura em que não era obrigatório, nos Salesianos havia aulas de educação
                          sexual (nada de tabus, nem abstinência, nem nada de conteúdos "moralistas", era
                          educação sexual pura e simples).

                          Nas aulas de Religião e Moral aprendi mais sobre as outras religiões (história, etc.)
                          do que aquilo que a maioria das pessoas sabe sobre o Catolicismo.

                          Um dos padres que foi meu professor saía-se frequentemente com piadas do estilo:
                          - Qual a diferença entre um homem e uma mulher?... A mulher não necessita de
                          fazer exercício para desenvolver o peito.
                          Isto sem falar das piadas ainda mais "para a cueca" dos professores que não eram
                          padres.

                          Isso do papão da Igreja é tão ridículo como a dos comunistas a comerem as
                          criancinhas...

                          PS:
                          Não sou praticante de nenhuma religião, e não quero nem saber. Diria que sou
                          agnóstico, mas respeito tanto quem acredita como quem não acredita... desde
                          que não me venham com tretas para o meu lado, a tentar convencer-me do que
                          quer que seja. Para venda da banha-da-cobra já me bastam os telefonemas da
                          PT, da ZON e da UNICRE. Além de que, diga-se o que disser, só quem está de má
                          fé é que não reconhece o excelente trabalho que a Igreja Católica faz, e em
                          particular a dedicação das freiras nos centros sociais. M€rd@s há em todo o lado,
                          e a Igreja não é excepção, mas preocupam-me MUITO MAIS os m€rd@s que estão
                          na Assembleia da República, com QI claramente abaixo da média. É o que eu digo:
                          «não encontram trabalho em lado nenhum, porque não sabem nada de jeito, por
                          isso sobra-lhes uma carreira na política»

                          Não me fecundem...

                          Comentário


                            #14
                            Originalmente Colocado por Demoneeth Ver Post
                            Não, o que tu prezas é a ignorância e inoperância para civicamente se contestar o que está errado.
                            Civicamente...

                            Sol

                            "O ministro da Agricultura, Jaime Silva, apelou hoje ao Bloco de Esquerda para que esclareça se respeita o Estado de Direito e qual a sua participação na destruição de um hectare de milho transgénico numa herdade em Silves

                            Jaime Silva reagia assim à posição do deputado europeu Miguel Portas que no seu blogue (http://www.miguelportas.net/blog ) assume a sua «simpatia» em relação à acção de sexta-feira, promovida pelo recém-criado movimento anti-transgénicos Verde Eufémia.

                            Para Miguel Portas, o movimento «conseguiu alertar a opinião pública» e fazer sair o debate sobre os transgénicos em Portugal «do Parlamento e das opiniões escritas nos jornais».

                            «Simpatizo com movimentos que sejam capazes de fazer saltar para o debate público os 'pontos negros' da nossa civilização inovando nas acções, se necessário nos limites da lei», afirma, considerando que a perda de um hectare de milho transgénico «deve ser colocado na balança do ganho social que o gesto induziu».

                            O eurodeputado defendeu, num texto publicado no sábado, que «a nossa sociedade tem que aprender a conviver com novas formas de conflitualidade não violenta»."

                            Comentário


                              #15
                              Originalmente Colocado por Pastis Ver Post
                              A anarquia interessa-te? A mim não.
                              Acho muito bem que malta fique bem mansa e contente idolatrando a igreja ou o benfica ( vai dar a o mesmo) . Prezo muito a paz e a ordem social.
                              Curioso. Tive um prof que desejava exactamente o contrário e dizia que só com a revolta e anarquia isto ia ao sítio, vá-se lá entender.

                              Comentário


                                #16
                                Originalmente Colocado por dysplay21 Ver Post
                                Nesse ponto concordo. Vejo a igreja como um condicionador de ideias das massas. Uma bela maneira de controlar muitas mentes ao mesmo tempo, muitas vezes sobre assuntos chave da nossa sociedade. E como considero a opinião da igreja sobre maior parte desses assuntos totalmente ultrapassada, tenho de considerar que realmente é um retrocesso.
                                É normal que aconteça neste tipo de clima.
                                É o que eu chamo de fé (cegueira) institucionalizada, tão conveniente à igreja.

                                Mas este senhor, sabe melhor do que fala que eu:

                                Controversos - 12 de Junho > Programas > TVI24

                                Quanto a estas pseudo-intelectuais de esquerda, fazem-me rir.

                                Comentário


                                  #17
                                  Originalmente Colocado por K2000 Ver Post
                                  Civicamente...

                                  Sol

                                  "O ministro da Agricultura, Jaime Silva, apelou hoje ao Bloco de Esquerda para que esclareça se respeita o Estado de Direito e qual a sua participação na destruição de um hectare de milho transgénico numa herdade em Silves

                                  Jaime Silva reagia assim à posição do deputado europeu Miguel Portas que no seu blogue (http://www.miguelportas.net/blog ) assume a sua «simpatia» em relação à acção de sexta-feira, promovida pelo recém-criado movimento anti-transgénicos Verde Eufémia.

                                  Para Miguel Portas, o movimento «conseguiu alertar a opinião pública» e fazer sair o debate sobre os transgénicos em Portugal «do Parlamento e das opiniões escritas nos jornais».

                                  «Simpatizo com movimentos que sejam capazes de fazer saltar para o debate público os 'pontos negros' da nossa civilização inovando nas acções, se necessário nos limites da lei», afirma, considerando que a perda de um hectare de milho transgénico «deve ser colocado na balança do ganho social que o gesto induziu».

                                  O eurodeputado defendeu, num texto publicado no sábado, que «a nossa sociedade tem que aprender a conviver com novas formas de conflitualidade não violenta»."
                                  Ena, foste buscar uma notícia de há não sei quanto tempo para argumentares que a esquerda é violenta.

                                  Agora modo ironia on
                                  Sim porque tudo o que o BE diz ou faz temos todos os bloquistas de concordar!!
                                  E claro que só existem dois extremos, ou a violência ou a ignorância.
                                  Modo ironia off

                                  Espero que não tenhas perdido muito tempo no google à procura dessa noticia.

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                                    #18
                                    Não tenho nada contra a necessidade que as pessoas têm de procurar conforto espiritual. É uma opção delas.
                                    O que considero realmente triste é escutar constantemente a Igreja a chamar a atenção para a pobreza quando esta instituição vive envolta em opulência. Vejam o que se gasta com as visitas papais, as fortunas que se dão em Fátima e noutros santuários e de que se perde o rasto e na ostentação clerical por esse mundo fora.

                                    Parte do clero é caridosa e humilde, mas a parte que é mais venerada pelo povo é aquela que vive como se fossem deus na terra. Isso só acontece porque existe pobreza de espírito.
                                    Não acreditando em Deus, mas nas pessoas, considero Madre Teresa de Calcutá um exemplo, não só para as religiões, como para a humanidade. Só é pena que as pessoas não vejam isso e corram mais depressa a ver o Papa do que a homenageá-la pela sua vida e obra.

                                    Se virarem-se mais para a Igreja é um retrocesso? A minha opinião vale o que vale, mas penso claramente que sim. A solução para os problemas das pessoas não está nas religiões, mas nas suas próprias mãos.
                                    Somos nós que temos o poder de mudar as nossas vidas enquanto respiramos. Deus ou as religiões não são nem os culpados nem a salvação para os nossos males.

                                    Mas como a religião vive da fraqueza humana, facilmente se explica que quanto maior for a miséria de um povo, mais ela floresce.

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                                      #19
                                      Originalmente Colocado por Demoneeth Ver Post
                                      Não, o que tu prezas é a ignorância e inoperância para civicamente se contestar o que está errado.
                                      Originalmente Colocado por pacxito Ver Post


                                      Desde quando é que debater ideias, ter uma consciência social, ter opinião própria (e não seguir cegamente o que disse o senhor padre na homilia) e criticar abertamente A ou B entra na definição de Anarquia?

                                      Basta ler uns livros da história de Portugal (ou Espanha, ou Itália, ou Alemanha, ...) do séc XX para perceber ao que é que o "carneirismo" a a cultura da ignorância das massas pode levar. Isto para nem ir mais para trás na história, é que pode parecer coincidência, mas a igreja católica teve o condão de escrever sempre os capítulos mais negros dos compêndios...

                                      Se há algo transversal a qualquer regime opressivo e totalitário, seja ele de esquerda ou de direita, é o controlo da educação e informação acessível ás massas.
                                      Ah! O belo do estereótipo...
                                      A Igreja faz lavagens ao cérebro...
                                      Os comunistas comem criancinhas...
                                      Os ALFA desafinam o carburador...
                                      Os MERCEDES não avariam, muito menos pegam fogo...
                                      Os carros alemães são os pilares da fiabilidade, mesmo quando comem MAF, partem
                                      motores, correntes da distribuição, vidros que deixam de funcionar, etc.

                                      Há que tomar contacto com a realidade, e ver que as coisas raramente são a
                                      preto e branco como as querem pintar.

                                      Até parece que não há uma enormidade de comunistas que vão todos os Domingos
                                      à igreja, e nem por isso mudam as suas convicções políticas...
                                      Às tantas, é por haver comunistas católicos que o BE diz que o PCP é um partido
                                      "do passado". Curiosamente... o PCP manteve (e mantém o eleitorado), e o BE foi
                                      para metade. Depois eles é que tem muito QI, e os outros são todos estúpidos...
                                      O problema é que quem tem um QI um pouco maior apercebe-se que não são
                                      assim tão inteligentes quanto isso... acabam por ser iguais aos outros todos:
                                      NA MAMA PELOS VOTOS.

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                                        #20
                                        Originalmente Colocado por Nuno156 Ver Post
                                        Ah! O belo do estereótipo...
                                        A Igreja faz lavagens ao cérebro...
                                        Os comunistas comem criancinhas...
                                        Os ALFA desafinam o carburador...
                                        Os MERCEDES não avariam, muito menos pegam fogo...
                                        Os carros alemães são os pilares da fiabilidade, mesmo quando comem MAF, partem
                                        motores, correntes da distribuição, vidros que deixam de funcionar, etc.

                                        Há que tomar contacto com a realidade, e ver que as coisas raramente são a
                                        preto e branco como as querem pintar.

                                        Até parece que não há uma enormidade de comunistas que vão todos os Domingos
                                        à igreja, e nem por isso mudam as suas convicções políticas...
                                        Às tantas, é por haver comunistas católicos que o BE diz que o PCP é um partido
                                        "do passado". Curiosamente... o PCP manteve (e mantém o eleitorado), e o BE foi
                                        para metade. Depois eles é que tem muito QI, e os outros são todos estúpidos...
                                        O problema é que quem tem um QI um pouco maior apercebe-se que não são
                                        assim tão inteligentes quanto isso... acabam por ser iguais aos outros todos:
                                        NA MAMA PELOS VOTOS.
                                        Sim claro, porque PCP e BE têm exactamente o mesmo tempo de existência.
                                        E sim, claro que eleitorado do BE é exactamente o mesmo do PCP.

                                        Se a tua análise da queda do BE nas últimas eleições se limita a isso...

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                                          #21
                                          Originalmente Colocado por BLADERUNNER Ver Post
                                          Não tenho nada contra a necessidade que as pessoas têm de procurar conforto espiritual. É uma opção delas.
                                          O que considero realmente triste é escutar constantemente a Igreja a chamar a atenção para a pobreza quando esta instituição vive envolta em opulência. Vejam o que se gasta com as visitas papais, as fortunas que se dão em Fátima e noutros santuários e de que se perde o rasto e na ostentação clerical por esse mundo fora.

                                          Parte do clero é caridosa e humilde, mas a parte que é mais venerada pelo povo é aquela que vive como se fossem deus na terra. Isso só acontece porque existe pobreza de espírito.
                                          Não acreditando em Deus, mas nas pessoas, considero Madre Teresa de Calcutá um exemplo, não só para as religiões, como para a humanidade. Só é pena que as pessoas não vejam isso e corram mais depressa a ver o Papa do que a homenageá-la pela sua vida e obra.

                                          Se virarem-se mais para a Igreja é um retrocesso? A minha opinião vale o que vale, mas penso claramente que sim. A solução para os problemas das pessoas não está nas religiões, mas nas suas próprias mãos.
                                          Somos nós que temos o poder de mudar as nossas vidas enquanto respiramos. Deus ou as religiões não são nem os culpados nem a salvação para os nossos males.

                                          Mas como a religião vive da fraqueza humana, facilmente se explica que quanto maior for a miséria de um povo, mais ela floresce.
                                          E quando as mãos das pessoas pedem apoio à Igreja na resolução dos seus
                                          problemas? Não podem? Não é também uma opção própria na resolução dos
                                          seus problemas? Não vejo diferença nenhuma.

                                          Há pessoas que vão a psiquiatras, vais dizer o mesmo a esses?

                                          A realidade é que nem todas as pessoas têm capacidade de saírem sozinhas de
                                          uma crise pessoal (seja depressão, falta de auto-estima, etc.). Há quem procure
                                          apoio psicológico, há quem procure apoio "espiritual", há quem procure apoio dos
                                          amigos (já usei esta ajuda... ainda me falta a ajuda do público e a 50:50). Cada
                                          um tenta "ajudar-se" como se sente melhor. Não me parece correcto criticar as
                                          pessoas pelas escolhas que fazem nos momentos mais difíceis da sua vida. Há
                                          que passar por essas situações para compreender.

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                                            #22
                                            Originalmente Colocado por Demoneeth Ver Post
                                            Sim claro, porque PCP e BE têm exactamente o mesmo tempo de existência.
                                            E sim, claro que eleitorado do BE é exactamente o mesmo do PCP.

                                            Se a tua análise da queda do BE nas últimas eleições se limita a isso...
                                            BE detected...

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                                              #23
                                              Originalmente Colocado por Nuno156 Ver Post
                                              Isso é um mito absurdo.

                                              Fiz o liceu nos Salesianos do Estoril, e não vi nada disso. E estamos a falar de algo
                                              que se passou há mais de 25 anos.
                                              Mas aposto que te falaram do mistério de Fátima, como facto consumado.

                                              E aposto que te falaram de um Deus castigador a quem devias prestar vassalagem.

                                              Ah e já agora, que o Papa era o representante de Deus na terra e que mantinha um contacto estreito com Ele.

                                              Claro que a Igreja nunca te tentou condicionar o pensamento.

                                              Comentário


                                                #24
                                                Originalmente Colocado por Nuno156 Ver Post
                                                BE detected...
                                                Até parece que é segredo.
                                                Aliás é mais conhecida a minha tendência política neste forum do que a tua (a não ser que não tenha reparado).

                                                Comentário


                                                  #25
                                                  Originalmente Colocado por Demoneeth Ver Post
                                                  Ena, foste buscar uma notícia de há não sei quanto tempo para argumentares que a esquerda é violenta.

                                                  Agora modo ironia on
                                                  Sim porque tudo o que o BE diz ou faz temos todos os bloquistas de concordar!!
                                                  E claro que só existem dois extremos, ou a violência ou a ignorância.
                                                  Modo ironia off

                                                  Espero que não tenhas perdido muito tempo no google à procura dessa noticia.
                                                  Não te preocupes comigo, ainda me lembrava bem da história, não perdi mais do que 1 minuto a encontrar uma notícia.

                                                  Não preciso de argumentar nada, as palavras de um dos dirigentes do bloco de esquerda são suficientemente elucidativas e desmentem categoricamente esta afirmação: "para civicamente se contestar o que está errado"

                                                  Comentário


                                                    #26
                                                    Originalmente Colocado por Nuno156 Ver Post
                                                    BE detected...
                                                    Até parece que é segredo.
                                                    Aliás é mais conhecida a minha tendência política neste forum do que a tua (a não ser que não tenha reparado).

                                                    Comentário


                                                      #27
                                                      Originalmente Colocado por K2000 Ver Post
                                                      Não te preocupes comigo, ainda me lembrava bem da história, não perdi mais do que 1 minuto a encontrar uma notícia.

                                                      Não preciso de argumentar nada, as palavras de um dos dirigentes do bloco de esquerda são suficientemente elucidativas e desmentem categoricamente esta afirmação: "para civicamente se contestar o que está errado"
                                                      Esqueces-te é de um pequeno pormenor. Quem falou em contestar civicamente fui eu e não nenhum dirigente do BE.
                                                      Que eu saiba, eu não represento o BE.
                                                      Eu entendo que por vezes para algumas pessoas seja um pouco dificil falarem contra o seu partido. Aliás, basta ires ao tópico da crise para constactares isso.
                                                      Mas na altura eu falai contra essa situação do milho (não tens de te lembrar naturalmente) porque embora eu me identifique mais com o BE o que não é segredo nenhum, sei pensar pela minha cabeça. Faz confusão não faz?

                                                      Comentário


                                                        #28
                                                        Originalmente Colocado por Demoneeth Ver Post
                                                        Esqueces-te é de um pequeno pormenor. Quem falou em contestar civicamente fui eu e não nenhum dirigente do BE.
                                                        Que eu saiba, eu não represento o BE.
                                                        Eu entendo que por vezes para algumas pessoas seja um pouco dificil falarem contra o seu partido. Aliás, basta ires ao tópico da crise para constactares isso.
                                                        Mas na altura eu falai contra essa situação do milho (não tens de te lembrar naturalmente) porque embora eu me identifique mais com o BE o que não é segredo nenhum, sei pensar pela minha cabeça. Faz confusão não faz?
                                                        Ou seja, quem contesta civicamente o que está errado, és apenas tu, certo? Não o partido, é isso?

                                                        Comentário


                                                          #29
                                                          Qual é mesmo a diferença entre o BE a a JCP?

                                                          Comentário


                                                            #30
                                                            Originalmente Colocado por Iran Ver Post
                                                            Mas aposto que te falaram do mistério de Fátima, como facto consumado.

                                                            E aposto que te falaram de um Deus castigador a quem devias prestar vassalagem.

                                                            Ah e já agora, que o Papa era o representante de Deus na terra e que mantinha um contacto estreito com Ele.

                                                            Claro que a Igreja nunca te tentou condicionar o pensamento.
                                                            Um conselho (a word of advice):
                                                            1. Mantém-te afastado dos casinos
                                                            2. Não jogues poker online
                                                            3. Não gastes dinheiro no Euromilhões

                                                            É que as tuas apostas foram todas ao lado. Não acertaste em nenhuma.
                                                            Já agora, para que conste:
                                                            - O Pai Natal não existe
                                                            - Os comunistas não comem criancinhas
                                                            - Os carros alemães avariam tanto ou mais que os carros italianos

                                                            Pronto, espero que tenha ficado mais claro.

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