Tratamento da menorragia
Um diário menstrual durante alguns períodos pode ser útil para avaliar a quantidade de sangue menstrual antes e depois de qualquer tratamento, registando durante cada período quantos tampões ou pensos higiénicos são necessários por dia e o número de dias de hemorragia. A ocorrência de fluxos excessivos, sintomas ou interrupção das actividades normais também deve ser anotada. Estes diários podem ser disponibilizados pelo médico ou “feitos em casa”. São úteis tanto para a doente como para o médico na medida em que permitem avaliar a gravidade dos sintomas e se é necessário tratamento, bem como verificar, se for iniciada uma terapêutica, se esta é eficaz.
Tratamento conservador
Medidas de carácter geral
Repouso, se a hemorragia for excessiva e perturbar as actividades diárias normais.
Evitar fármacos que interfiram com a coagulação sanguínea (anticoagulantes e alguns anti-inflamatórios não esteróides).
Medidas terapêuticas
Tratamentos orais
Os fármacos anti-hemorrágicos ou hemostáticos de origem sintética reduzem o volume e a duração da perda de sangue menstrual excessiva, actuando na primeira fase da hemostase e melhorando a adesividade plaquetária e restabelecendo a resistência capilar, mas sem interferirem com a coagulação sanguínea
Os anti-inflamatórios não esteróides ajudam a reduzir a perda de sangue menstrual e aliviam as cólicas dolorosas ao diminuir a produção, pelo corpo, da substância hormonal prostaglandina que causa hemorragia excessiva, mas como alguns deles podem interferir com a coagulação sanguínea, só devem ser tomados os que forem prescritos pelo médico.
Os fármacos anti-fibrinolíticos reduzem a hemorragia ao prevenirem a fibrinólise e, portanto, a decomposição de coágulos de sangue no revestimento uterino.
Os contraceptivos impedem a ovulação e reduzem a hemorragia menstrual excessiva ou prolongada.
A progesterona ajuda a corrigir o desequilíbrio hormonal e a reduzir a hemorragia menstrual excessiva ao prevenir o crescimento rápido do revestimento uterino
Se o quadro patológico for acompanhado de anemia, recomendam-se suplementos de ferro.
Tratamentos tópicos
Dispositivo intra-uterino que liberta levonorgestrel : insere-se no útero um pequeno dispositivo de plástico que liberta lentamente a hormona progestogénio. Esta impede que o revestimento do útero se desenvolva rapidamente e também actua como contraceptivo
Tratamentos injectados ou implantados
Progestogénio: Este fármaco, que actua como uma hormona, administrado em injecção ou implante impede o desenvolvimento rápido do revestimento uterino e também tem acção contraceptiva.
Hormona análoga que liberta gonadotrofina: é injectada para impedir a produção das hormonas estrogénio e progesterona pelo corpo e a ocorrência do ciclo menstrual.
Terapêutica de intervenção
Dilatação e curetagem: dilata-se o colo do útero e introduz-se no útero um instrumento em forma de colher, chamado curete, para raspar tecido do revestimento uterino e reduzir a hemorragia menstrual.
Histeroscopia cirúrgica: insere-se no útero um pequeno tubo com uma luz através da vagina e do colo do útero para observar o interior do útero e ajudar a remover os pólipos responsáveis pela hemorragia menstrual excessiva.
Ablação endometrial: a maior parte do revestimento (endométrio) do útero é destruída por energia ultrassónica. Diminui a capacidade de engravidar.
Resecção do endométrio: utiliza-se um laço de arame electrocirúrgico para remover o revestimento (endométrio) do útero. Diminui a capacidade de engravidar
Histerectomia: O útero e o colo do útero são removidos permanentemente por cirurgia. Depois deste procedimento não é possível engravidar.