Eu sou lisboeta e toda a vida disse "Lisboa" e "treze" e irrita-me quando ouço o "treuze", se bem que não o ouço só na zona de Lisboa. No entanto também digo "seixta".
Mas no norte também há muito quem diga "Puorto" ou "Lisbaua", como vêem todos temos por onde pegar.
Acho piada a esta diversidade.
És da Nazaré e nunca ouviste?
Epá é dificil de explicar assim por palavras mas geralmente é no terminar das palavras principalmente nos "nhos" "nhas".
Imagina uma pita "peixeira" a perguntar as horas a alguém mais novo "Ah coisinhetzxx sabess me dezer as horatzxxz"
Não consigo explicar bem, só ouvindo mesmo uma destas personagens a falar.
Cá em baixo, totil = porreiro, cool, nice...
É o que eu digo, vocês têm uma maneira eshquezita de falare.![]()
Não acho nada que seja o efeito morangos, até pq os putos (ou será que posso dizer a canalha?) são de várias zonas o país.
Todos temos o nosso sotaque dependendo da zona e onde somos, e é aí que está a piada.
A canalha é um termo que se usa muito no norte e sem carácter depreciativo quando se fala de crianças. Eu tenho por hábito dizer gaja/gajo sem qq conotação.
Lembro-me sempre de uma expressão do meu Tio: "levas 4 labrastadas"
Podiamos aproveitar e colocar as diferenças das palvras nas várias zonas.
Exº:
- ténis vs sapatilhas
- cruzeta vs cabide
- ....
Um Tripeiro da Constituição abre uma loja na baixa de Lisboa, em pleno Rossio e põe na montra o seguinte reclamo luminoso: ' LOJA DO TEM TUDO '.
Um Alfacinha que passava pela rua, ao ler o que estava escrito no reclamo, resolve entrar na loja, chega-se ao balcão e pede:
- Dê-me uma garrafa de vinho do Porto Vintage, de 1930.
O Tripeiro procura nas prateleiras, vai ao armazém e traz a garrafa pretendida.
No dia seguinte, o Lisboeta resolve voltar à loja para tramar o Portuense.
- Bom dia, dê-me 1/2 dúzia de ovos de avestruz.
O Tripeiro vai ao armazém e traz-lhe os seis ovos de avestruz.
O Lisboeta paga, e sai da loja dizendo para si mesmo: Amanhã é que vou tramar este gajo, palavra de Alfacinha.
No dia seguinte lá voltou à loja.
- Bom dia amigo, hoje preciso de 1/2 litro de esperma.
O Tripeiro pensa com os seus botões, **olha, olha este Morcom** e sem se desmanchar, pergunta-lhe:
- O amigo trouxe o Basilhame ou Bai levar no cú...?
Agora expliquem-me sff, porque não percebi a anedota![]()
Vivi 6 anos no Porto e posso dizer que no inicio achava piada ao sotaque, no fim já nem por isso.
Obviamente que me refiro mais ao sotaque bem vincado. Lembro-me perfeitamente quando ia nos autocarros, quando havia algum sobressalto por algum motivo e avançava peixerada, no inicio ria-me bastante mesmo, ou pelo menos, tentava não rir, mas no fim já sentia vergonha, como se já fosse da terra.
Odeio quando dizem "carago", então se for uma mulher... É uma maneira de escamotear um palavrão, mas dizem que não é feio.![]()
É verdade que o pessoal do norte usa mais o "vós" do que o "vocês"?
No litoral acho que não, pelo menos que eu tenha reparado, mas no interior (Trás-Os-Montes) o "vocês" quase que não existe, usam sempre o tempo verbal do "vós". Ex: Onde ides no próximo fim de semana? Foste(i)s lá? Comeste(i)s bem? Já voltaste(i)s? O "i" entre parenteses é porque há quem o pronuncie, apesar de estar incorrecto.
Eu que tenho uma namorada transmontana isto ao princípio fazia-me muita confusão, pois é algo que em quase todo o país já caiu em desuso há décadas, actualmente só os padres e os transmontanos é que falam assim, mas agora até acho castiço e vejo-o como preservação das raízes linguísticas da nossa língua.