Momentos de mudança ou uma 2ª oportunidade – já sentiram isso?

[BLADERUNNER]

Desde que nascemos já mudámos muito ao longo dos anos. Esta metamorfose constante é a característica que torna a vida tão bela.
Nesta caminhada a vida revela-se como um longo caminho de imprevisibilidade e constante aprendizagem tendo sempre algo mais a acrescentar ao nosso ser, pedindo-nos apenas para deixarmos uma porta aberta ao conhecimento.

No entanto, neste nosso percurso surgem ocasiões ou acontecimentos marcantes que alteram a nossa forma de estar e pensar ou modificaram o rumo do nosso trajecto. Por vezes, pode-se mesmo experimentar a sensação de estarmos perante uma benesse da vida que nos dá uma segunda oportunidade.

Alguma vez sentiram que estavam a passar por uma experiência que mudaria a vossa vida?
Já vivenciaram algum acontecimento forte que traçou novos rumos na vossa vida?
Depois de algum momento difícil sentiram que a vida vos estava a dar uma 2ª oportunidade?

[BLADERUNNER]

O maior momento de mudança de rumo na minha vida foi quando me apaixonei. Foi algo tão bom quanto violento.
Eu seguia o meu caminho orientado para certas metas e sem outras definidas, e de repente fui abalroado por aquela coisa que eu desconhecia e se chamava – vejam só – «Amor»!

Tudo mudou: as minhas prioridades, os meus planos para o futuro, a minha vida, tudo deu uma enorme reviravolta. Era como se aquele que fui (e que agora aos meus olhos parecia tão perdido) tivesse continuado em frente no seu caminho enquanto eu virara na primeira saída, sem ninguém se aperceber, a caminho do país das maravilhas. Um caminho também com espinhos, é certo, mas com muito sentido e o qual não em arrependo ter seguido.

Eu que me preocupava comigo, passei a sentir a importância de dar atenção a alguém que me completava.
Eu que me preocupava apenas em seguir do ponto A ao B pelo percurso mais curto, aprendi que nem sempre o mais curto é o melhor caminho. Nesse, poderemos perder tudo aquilo de bom que o percurso turístico nos pode oferecer. Passei, então, a compreender que “não existe um caminho para a felicidade. A felicidade é o caminho” (Gandhi, Mahatma).

Quem passou pelo mesmo deve compreender o que significam estas palavras e a mudança na vida que alguém muito importante para nós poderá significar.
No fundo, é esta incerteza naquilo que o amanhã nos poderá trazer, que dá emoção à vida.

[CharGerGTi]

Há sempre um amor que nos marca, que nos muda, correspondido ou não. Direi até que acontece com todos, mas eu tive outros momentos de mudança. Só bem depois de entrar na universidade é que apanhei um "susto" e vi que já não estava no Secundário. Uma separação na família, acaba por tornar uma pessoa ainda mais responsável e a ter de fazer outras coisas que se calhar tomava como garantidas.

Agora vejo as coisas de outra forma, leva-se tudo mais a sério.

[Robie]

Concordo contigo, no meu caso, só fiquei com o cérebro em agua, 2 anos mal passados, enfim.

[PEDROM]

Para mim,as mudanças na vida são como vizinhos.Os que vêm são sempre piores que os que estavam.

[v7]

Quem apanha um susto com a saúde normalmente passa a relativizar um bocadinho as pequenas coisas que até aí pareciam muito importantes.

[BLADERUNNER]

Compreendo perfeitamente o que dizes, v7.
Espero não estar a ser chato nesta reflexão de fim de ano, pois nestes tempos de crise aguda em que vivemos, talvez fosse bom refletirmos um pouco sobre a vida e o que de bom ela nos trás.
É que, normalmente, só damos o devido valor a uma coisa quando a perdemos.

Relatei no tópico geral o que vos vou contar, mas de uma forma totalmente diferente.
Não sou um gato, mas se fosse já tinha gasto pelo menos duas das minhas 7 vidas. Já tive a infelicidade de ter sofrido 2 violentos acidentes de viação em que vi a morte a olhar-me olhos nos olhos e, sem explicação, a dar-me uma nova oportunidade para aqui estar. A morte encontrou-me e, quando reparei, ela tinha-me trespassado… e sem ter morrido, depois de me sentir condenado a estar morto eu estava novamente vivo. Este é o sentimento que se tem quando pensamos estar perante a morte certa e escapar.

Nos dias que se seguiram senti-me como um fantasma; como se tivesse morrido e nada disto fosse real. Senti a força do sentimento de estar a ser brindado com uma 2ª oportunidade – um prolongamento dos meus dias; um nascer de novo.

Encarar o nosso fim é algo terrível que poucos têm a ocasião de viver para contar. E eu (que tanto me queixo da sorte) já encarei a morte mais do que uma vez… e sobrevivi.
Foram momentos marcantes que mudaram a minha forma de encarar a vida. Talvez, por isso, me expresse de uma maneira que ocasionalmente vos pareça sem sentido; diga coisas num dialecto de sentimentos que não raramente poucos entendem (às vezes nem eu). Traumas e defesas inexplicáveis que ficam.

Não sei se ainda estou preso a esses momentos ou se a viver uma vida que nunca tinha vivido num mundo nunca visto. Esses momentos fizeram-me compreender que eu andava cego: olhava, mas não via.
Tudo isto poderá parecer não fazer qualquer sentido, mas para mim faz. Esta foi a única forma que a vida encontrou para me obrigar a parar e olhar em redor; de me encontrar a mim mesmo e descobrir qual o meu lugar no mundo; de me ensinar a olhar para além do meu umbigo; de entender o verdadeiro sentido da vida e aquilo que representamos no mundo.

Fez-me entender que antes julgava-me vivo, mas estava morto para o mundo. Mostrou-me como perdemos tanto tempo com coisas mesquinhas, fúteis e sem interesse esquecendo-nos do essencial, que é aproveitar a vida e aqueles que nos rodeiam.
Ensinou-me a dar valor àquilo que tenho; a valorizar algo que por momentos senti ter perdido; algo que me foi devolvido: a minha existência.

Naqueles dois episódios, afinal, eu morri mesmo. Morreu aquele que eu era antes e no seu lugar nasceu aquele que sou agora. Alguém que dá mais valor a essa coisa que todos nós temos e nos esquecemos de valorizar: a VIDA; toda a vida, todas as vidas e todas as formas de vida. A vida em toda a sua diversidade e plenitude. A vida imaterial das coisas simples, a saúde, os afetos, a natureza e a própria vida em si.

Com isso, aprendi que na vida nada é definitivo e terei de aproveitar ao máximo todos os momentos que ela me concedeu para aqui andar.
Até quando? Não sei, mas só a incerteza de não saber se este irá ser o nosso último dia, nos permite lhe dar o devido valor.
Agora compreendo e dou valor àquilo que o meu pai costuma dizer: esta vida são só dois dias e um já lá vai.
Não se percam com insignificâncias, aproveitem, pois, o que dela resta e façam o favor de serem felizes.

[dysplay21]

Em termos de sustos como o V7 falou ainda não tive, mas estou agora a passar o que penso será uma fase de mudança a nível profissional e de vida a dois.
Parece aqueles gajos do sky que vão descer uma montanha enorme, pode ser mais uns minutos cheios de adrenalina e alegria no final ou uma queda e vários dias no hospital. é mesmo como me sinto. Pode dar tudo bem ou tudo mal, ou a parte profissional nova ser excelente mas acabar com a parte a dois...vamos ver, é o que dá gozo á vida dizem os mais velhos.

[quimbeto]

Este ano desviei-me de uma bala enorme. Ainda estou em estado de reflexão

[ManymilesR]

Quase todos já experimentamos momentos de mudança e muitos já tiveram mais que muitas oportunidades na vida, mas fazemos sempre as nossas escolhas, mesmo que achemos que foi o destino, a escolha foi nossa e somos nós que promovemos a mudança!

Todos podemos sentir na vida em determinado momento, por uma fatalidade, por um acordar, por um click que precisamos de ver as coisas de outra forma, de viver outras coisas ou de outra maneira.

Os momentos e oportunidades existem para nos fazerem mais fortes e para nos fazerem seguir a felicidade...mas no fim, nunca saberemos!

[ClioII]

Este ano desviei-me de uma bala enorme. Ainda estou em estado de reflexão

como é que é?

[offpring]

a coisas banais, como por exemplo ir a uma colégio/universidade conhece a sua futura esposa, se tivesse ido a estudar noutra universidade/escola, já não conhecia, coisas tão simples, aconteceu a mim ( como ter 2 namoradas ao mesmo tempo ) e decidir com qual delas ficar, se fica com X, sempre se pensa que fosse acontecido se ficasse com Y, onde tivesse agora ?? a coisas " insignificantes" na vida que mudam a vida de uma pessoa, como em vez de morar num sitio, mora-se noutro, conhece gente distinta.

[Ilyushin]

Falar de uma segunda oportunidade é sempre egoísta, tendo em conta que há milhares de pessoas que nunca tiveram nenhuma.

[Bj40]

Nunca tive esse tipo de sentimento. (felizmente, presumo eu..)

[4cilindros]

Quem apanha um susto com a saúde normalmente passa a relativizar um bocadinho as pequenas coisas que até aí pareciam muito importantes.

É verdade, e sei do que falo

[BLADERUNNER]

Falar de uma segunda oportunidade é sempre egoísta, tendo em conta que há milhares de pessoas que nunca tiveram nenhuma.

Não sei bem ao que te referes, porque aqui ninguém está a falar de alguém que faz asneiras na vida, ou é incompetente, ou correu riscos desnecessários, e que lhe sai a sorte grande de ter mais oportunidades do que outros que são uns desafortunados.
O tópico debruça-se sobre situações imprevistas que surgem e que nos fazem repensar a nossa forma de encarar a vida.

Achas que se alguém teve um problema de saúde grave ou um acidente do qual nem teve culpa, enfrentando a morte, passa a ser uma pessoa egoísta por ter sobrevivido e ver nisso uma oportunidade de repensar a vida?
Não creio. Há quem chame isso de sorte, 2ª oportunidade, destino, sobrevivência a um azar ou percalço na vida, ou outro nome qualquer.
Mas o nome não interessa. Interessa é a vontade de viver e de aprender com os sobressaltos que a vida nos trás vendo o lado positivo das coisas.

Mas, pela tua ordem de ideias, então também seria legítimo ver o reverso da medalha e dizer que estes são uns desafortunados por terem sido surpreendidos com alguma desgraça na vida que foram obrigados a enfrentar para sobreviver.

No início as pessoas acabam por sentir uma certa revolta e perguntarem-se “Porquê eu?”. Isto deita por terrra qualquer teoria do "Egoismo" porque se trata de sofrimento, e só quem passa por ele compreende o absurdo dessa palavra neste contexto.
Mas tentar ultrapassar momentos difíceis que surgem na nossa vida valorizando a parte meio cheia do copo não é um sentimento egoísta. Bem pelo contrário.

Por vezes surgem acontecimentos que causam enorme impacto na nossa vida e nos fazem ver que perdemo-nos com tantas coisas vãs e nos esquecemos de dar valor ao mais importante.
Por vezes são precisos estes sustos para parar para pensar na nossa vida e apreciar melhor pequenas coisas que até então não dávamos a devida importância.

Tenho a ideia que não percebeste o que se pretende com o tópico e fizeste confusão.

[quimbeto]

como é que é?

Um problema de saúde dos grandes. Ainda estou na fase "isto mexeu comigo, que faço" e por ai fora

[BLADERUNNER]

Um problema de saúde dos grandes. Ainda estou na fase "isto mexeu comigo, que faço" e por ai fora

Força, amigo. O que não nos derruba torna-nos mais fortes.

Pensamento positivo e que tudo corra pelo melhor.

[JoelM]

a coisas banais, como por exemplo ir a uma colégio/universidade conhece a sua futura esposa, se tivesse ido a estudar noutra universidade/escola, já não conhecia, coisas tão simples, aconteceu a mim ( como ter 2 namoradas ao mesmo tempo ) e decidir com qual delas ficar, se fica com X, sempre se pensa que fosse acontecido se ficasse com Y, onde tivesse agora ?? a coisas " insignificantes" na vida que mudam a vida de uma pessoa, como em vez de morar num sitio, mora-se noutro, conhece gente distinta.

Concordo, há pequenos pormenores que na verdade são incríveis. Basta uma pequena coisa, que te faz ir por outro caminho e que naquele momento para ti até nem tem grande significado, mas se começas a juntar as peças, vês que se não fosse aquela "simples" decisão/ideia a tua vida seria completamente diferente.

Já me pus a pensar sobre isto e posso dar um exemplo. Decidi visitar um familiar que por acaso me deu um bilhete de futebol, que nem era do seu clube e era para o jogo seguinte do campeonato.
Parece não ter qualquer importância, mas a verdade é que mudou completamente a minha vida, desde o emprego que tenho e já tive a relações pessoais, estar na faculdade enfim, imensas coisas.
Se eu simplesmente não tivesse tido aquele bilhete, hoje seria uma pessoa diferente e tinha uma vida por certo muito diferente. Provavelmente até nem estaria neste forum..

Mas se eu pensar noutras pequenas decisões que mudaram a minha vida e começar a ir buscar o porquê das coisas terem ocorrido desta maneira, as coisas ainda se tornam mais impressionantes e nós nem temos a noção.

E pronto foi o meu momento do dia para pensar na vida e nas suas teias, obrigado BLADERUNNER.

[cuto]

Nada nos muda mais do que sermos pais. Não há amor igual, nem de perto. Nada se lhe compara. Nada! Comecei a viver, de verdade, nesse dia.

[riicardoo]

Nada nos muda mais do que sermos pais. Não há amor igual, nem de perto. Nada se lhe compara. Nada! Comecei a viver, de verdade, nesse dia.

Deve ser das melhores experiências que se pode viver.

[offpring]

Concordo, há pequenos pormenores que na verdade são incríveis. Basta uma pequena coisa, que te faz ir por outro caminho e que naquele momento para ti até nem tem grande significado, mas se começas a juntar as peças, vês que se não fosse aquela "simples" decisão/ideia a tua vida seria completamente diferente.

Já me pus a pensar sobre isto e posso dar um exemplo. Decidi visitar um familiar que por acaso me deu um bilhete de futebol, que nem era do seu clube e era para o jogo seguinte do campeonato.
Parece não ter qualquer importância, mas a verdade é que mudou completamente a minha vida, desde o emprego que tenho e já tive a relações pessoais, estar na faculdade enfim, imensas coisas.
Se eu simplesmente não tivesse tido aquele bilhete, hoje seria uma pessoa diferente e tinha uma vida por certo muito diferente. Provavelmente até nem estaria neste forum..

Mas se eu pensar noutras pequenas decisões que mudaram a minha vida e começar a ir buscar o porquê das coisas terem ocorrido desta maneira, as coisas ainda se tornam mais impressionantes e nós nem temos a noção.

E pronto foi o meu momento do dia para pensar na vida e nas suas teias, obrigado BLADERUNNER.

concordo, no entanto, se não recebe se aquele bilhete, a vida mudaria assim tanto ?? acho que a essência da pessoa é a mesma, estando em X ou Y lugar, fazendo X ou Y coisas, a pessoa é a mesma o que mudaria eram os amigos, esposa, filhos, tive a investigar isto na net, e de facto mudaria a " fachada" mas o interior é similar, embora uma esposa distinta tem ideias distintas, e poderia-se mudar substancialmente as ideias da outra pessoa, mas a pessoa será a mesma, faz-me lembrar o filme " efeito borboleta"

[air]

Quem apanha um susto com a saúde normalmente passa a relativizar um bocadinho as pequenas coisas que até aí pareciam muito importantes.

Tipo o Duarte Lima?

[4cilindros]

Tipo o Duarte Lima?

o que é que tu fostes dizer

[air]

o que é que tu fostes dizer

Foi a primeira coisa que me veio à cabeça. As pessoas são o que são, não é a vida que os muda. Há excepções claro, mas não acho que hajam segundas oportunidades.

[Danone]

Nada nos muda mais do que sermos pais. Não há amor igual, nem de perto. Nada se lhe compara. Nada! Comecei a viver, de verdade, nesse dia.

Não podia estar mais de acordo!

[quimbeto]

Foi a primeira coisa que me veio à cabeça. As pessoas são o que são, não é a vida que os muda. Há excepções claro, mas não acho que hajam segundas oportunidades.

No dia que te apanhares com a consciência que a morte te andou a fazer festinhas e te safaste onde muitos não se safam, se calhar passas a ver coisas com outros olhos.

[BLADERUNNER]

Foi a primeira coisa que me veio à cabeça. As pessoas são o que são, não é a vida que os muda. Há excepções claro, mas não acho que hajam segundas oportunidades.

Ninguém é hoje a mesma pessoa que era há 20 anos atrás. A vida muda-nos, mais a uns do que a outros.
Não precisamos de deixar de ser aquilo que somos. Poderemos é ver as coisas de uma forma diferente e alterar a nossa ordem de prioridades.
Claro que há pessoas que "nunca" mudam, mas se há coisa que nos influencia é a vida.

Encarar a nossa própria morte é sempre difícil, porque esta é a constatação da nossa finitude e fragilidade.
Somos e fazemos tudo enquanto vivemos, mas de um momento para o outro podemos deixar de ser e de fazer, porque simplesmente deixamos de existir. No momento em que tomamos consciência da força desta ideia é que começamos a pensar que viver até aos 70/80 anos e poder fazer e acontecer até lá, é uma falácia.

A consciencialização de que a nossa vida poderia já ter terminado ou que pode terminar a qualquer momento, torna-se muito mais presente depois de um acontecimento em que esta nos poderia ter sido tirada.
Isto é um pouco como nos filmes. Fartamo-nos de ver matar e estripar como se nada fosse, mas se acontecer à nossa frente ficamos chocados, e se se passar connosco, então o momento torna-se marcante e traumatizante.
Há certas coisas que só quem passa por elas poderá compreender verdadeiramente a sua profundidade e a forma como nos afetam.

[Sansoni7]

Um problema de saúde dos grandes. Ainda estou na fase "isto mexeu comigo, que faço" e por ai fora

Se entenderes que, deste lado, pode haver alguma ajuda....dispõe!

[Sansoni7]

Segunda oportunidade...
Assim de repente, cada dia pode representar, não uma segunda oportunidade, mas mais uma oportunidade para se fazer mais e melhor, pelos outros...e por si mesmo, porque não?

Um bom Domingo e, Blade, parabéns por mais um excelente tópico.