“Quando um dedo aponta para a lua, o tolo olha para o dedo.” (Provérbio Chinês)

[PeLeve]

Neste mundo de palavras e coisas, coisas e palavras, essencial e acessório, acessório e essencial, qual é, para vós, a mensagem implícita neste provérbio?

Um monge aproximou-se de seu mestre - que se encontrava em meditação no pátio do Templo à luz da lua - com uma grande dúvida:

"Mestre, aprendi que confiar nas palavras é ilusório; e diante das palavras, o verdadeiro sentido surge através do silêncio. Mas vejo que os Sutras e as recitações são feitas de palavras; que o ensinamento é transmitido pela voz. Se o Dharma está além dos termos, porque os termos são usados para defini-lo?"

O velho sábio respondeu: "As palavras são como um dedo apontando para a Lua; cuida de saber olhar para a Lua, não te preocupes com o dedo que a aponta."

O monge replicou: "Mas eu não poderia olhar a Lua, sem precisar que algum dedo alheio a indique?"

"Poderia," confirmou o mestre, "e assim tu o farás, pois ninguém mais pode olhar a lua por ti. As palavras são como bolhas de sabão: frágeis e inconsistentes, desaparecem quando em contato prolongado com o ar. A Lua está e sempre esteve à vista. O Dharma é eterno e completamente revelado. As palavras não podem revelar o que já está revelado desde o Primeiro Princípio."

"Então," o monge perguntou, "por que os homens precisam que lhes seja revelado o que já é de seu conhecimento?"

"Porque," completou o sábio, "da mesma forma que ver a Lua todas as noites faz com que os homens se esqueçam dela pelo simples costume de aceitar sua existência como fato consumado, assim também os homens não confiam na Verdade já revelada, pelo simples fato dela se manifestar em todas as coisas, sem distinção. Desta forma, as palavras são um subterfúgio, um adorno para embelezar e atrair nossa atenção. E como qualquer adorno, elas podem ser valorizadas mais do que é necessário."

O mestre ficou em silêncio durante muito tempo. Então, de súbito, simplesmente apontou para a lua.

Conto Zen.

Retirado de: Esteja Aqui e Agora...

“Quando um dedo aponta para a lua, o tolo olha para o dedo.”

[eu]

A mensagem implícita? São muitas...

Gosto especialmente desta parte: "Desta forma, as palavras são um subterfúgio, um adorno para embelezar e atrair nossa atenção. E como qualquer adorno, elas podem ser valorizadas mais do que é necessário."

Para mim, os tolos acreditam piamente nas palavras e não tentam ver além delas...

[PeLeve]

Eu prefiro, claramente e depois do raciocínio feito, a "conclusão", ou objectivo:

...

O mestre ficou em silêncio durante muito tempo. Então, de súbito, simplesmente apontou para a lua.

[RuiTurbo]

Epá, mete mais tabaco que isso tá forte.

[nathaniel]

Confúcio?

[tassilgo]

Eu prefiro, claramente e depois do raciocínio feito, a "conclusão", ou objectivo:

Esta parte não percebi! lol! Porque é que ele aponta para a Lua no fim...? O que achas?

[edgarmarques]

Esta parte não percebi! lol! Porque é que ele aponta para a Lua no fim...? O que achas?

Eu também não xD

[BLADERUNNER]

Originalmente Colocado por tassilgo
Esta parte não percebi! lol! Porque é que ele aponta para a Lua no fim...? O que achas?

Eu também não xD

Palavras para quê...?

[PeLeve]

Esta parte não percebi! lol! Porque é que ele aponta para a Lua no fim...? O que achas?

Eu também não xD

Imaginem-se, mesmo, no lugar do monge, a fazer parte das questões e respostas. Depois, após uma reflexão silenciosa, qual seria a vossa reacção quando o sábio apontasse para a lua?...

[Messerschmitt]

Imaginem-se, mesmo, no lugar do monge, a fazer parte das questões e respostas. Depois, após uma reflexão silenciosa, qual seria a vossa reacção quando o sábio apontasse para a lua?...

Muito sinceramente procurava outra coisa qualquer... pq a lua já lá está e eu sei disso... esperava alguma coisa mais "especial"

[eu]

Muito sinceramente procurava outra coisa qualquer... pq a lua já lá está e eu sei disso... esperava alguma coisa mais "especial"

Como é óbvio, tanto a lua como o dedo, são metáforas.

[PeLeve]

Penso que toda a situação pode, e deve, ser considerada uma metáfora, uma reflexão simbólica e genérica do que lateraliza o essencial e protagoniza o secundário!

Na vida, e por cá, terras lusas, constatamos muito (demasiadamente, diria eu...) isso mesmo, sobretudo quando surge, ou está prestes a surgir, um caminho para alguma direcção, a mais das vezes não se caminha, simplesmente, por ele mas, em vez disso, teoriza-se sobre o que poderia ser a história desse caminho, como foi feito o caminho, sobre se o caminho está feito para caminhar para a frente ou se para trás, sobre o que pensavam os que fizeram o caminho na altura da concepção, sobre se o caminho está quente ou frio, sobre...

[CarlosL]

O que tu queres é deslocalizar as empresas portuguesas para a China e andas com essa coisa do dedo, para veres se distrais o pessoal.

[Shark00n]

A mim sempre me disseram que apontar é má educação.

[PeLeve]

Se fosse só apontar...

[TheMoBsTeR]

O que eu compreendo disto é que o amigo Pé Leve está a sentir-se velho, a pensar na reforma e eventualmente em netos

[BLADERUNNER]

“Quando um dedo aponta para a lua, o tolo olha para o dedo."

A ideia de fundo da mensagem é a de que há quem prefira olhar para a forma e esquecer o conteúdo. Valorizar o acessório e esquecer o fundamental.

E o fórum, que é constituído essencialmente pela palavra escrita, é o exemplo mais acabado da forma como muitas vezes se cai no ridículo de se andar a olhar para o dedo esquecendo-se de olhar para onde ele aponta.

Há mesmo gente que se especializa nisso, primando por intervenções mesquinhas que se baseiam na dissecação das palavras dos outros, desvirtuando e desviando por completo a essência das discussões.
Cai-se frequentemente no ridículo de se estar a discutir palavras em lugar de se discutir ideias.

Este comportamento é muito mais habitual na sociedade do que se possa imaginar.
Quantas vezes não se andam dias ou semanas a fazer novelas em redor da forma como é apresentado um assunto, de tal forma exagerada que o assunto acaba ele mesmo por ser esquecido?

Isso faz parte da maneira como alguns se posicionam perante a vida, incapazes de se concentrar num pensamento, preferem sobrevalorizar o modo como ele é expresso.
Uma falta de visão incisiva, profunda e consequente de quem prefere ficar enredado na espuma dos dias, fascinado pela embalagem e esquecendo-se do seu conteúdo.
A esses o provérbio aplica-se na perfeição pela sua incapacidade de olhar para a lua, ficando-se pela felicidade limitada de olhar para o dedo.

[BLADERUNNER]

A mim sempre me disseram que apontar é má educação.

Pensaste naquilo que disseste?
Claro que não, como todos nós habitualmente fazemos ao repetirmos aquilo que já é dito há várias gerações e é tido como certo.

Pois, a ti sempre te ensinaram que apontar é má educação, mas já te questionaste porquê?
Frases feitas e verdades absolutas são para se pôr em causa e perceber a sua razão de ser.

Ficarmo-nos a olhar para o dedo e não vemos para onde ele está a apontar é mais comum do que possa parecer.

[Shark00n]

Pensaste naquilo que disseste?
Claro que não, como todos nós habitualmente fazemos ao repetirmos aquilo que já é dito há várias gerações e é tido como certo.

Pois, a ti sempre te ensinaram que apontar é má educação, mas já te questionaste porquê?
Frases feitas e verdades absolutas são para se pôr em causa e perceber a sua razão de ser.

Ficarmo-nos a olhar para o dedo e não vemos para onde ele está a apontar é mais comum do que possa parecer.

Calma calma, pensei, estava a brincar. Li o texto por alto.

[BLADERUNNER]

Calma calma, pensei, estava a brincar. Li o texto por alto.

Não te estou a criticar.

Apenas estava a constatar que ao dizermos lenga-lengas, provérbios populares ou frases feitas, nem pensamos na razão delas existirem (eu incluído).
Faz parte do senso comum e da educação que nos nos foi transmitida a todos nós na sociedade em que nos encontramos.

Sem nos darmos conta acabamos por nem sequer nos lembramos que a lua existe, quanto mais olharmos para o dedo que aponta.

[Peste]

A ideia de fundo da mensagem é a de que há quem prefira olhar para a forma e esquecer o conteúdo. Valorizar o acessório e esquecer o fundamental.

E o fórum, que é constituído essencialmente pela palavra escrita, é o exemplo mais acabado da forma como muitas vezes se cai no ridículo de se andar a olhar para o dedo esquecendo-se de olhar para onde ele aponta.

Há mesmo gente que se especializa nisso, primando por intervenções mesquinhas que se baseiam na dissecação das palavras dos outros, desvirtuando e desviando por completo a essência das discussões.
Cai-se frequentemente no ridículo de se estar a discutir palavras em lugar de se discutir ideias.

Este comportamento é muito mais habitual na sociedade do que se possa imaginar.
Quantas vezes não se andam dias ou semanas a fazer novelas em redor da forma como é apresentado um assunto, de tal forma exagerada que o assunto acaba ele mesmo por ser esquecido?

Isso faz parte da maneira como alguns se posicionam perante a vida, incapazes de se concentrar num pensamento, preferem sobrevalorizar o modo como ele é expresso.
Uma falta de visão incisiva, profunda e consequente de quem prefere ficar enredado na espuma dos dias, fascinado pela embalagem e esquecendo-se do seu conteúdo.
A esses o provérbio aplica-se na perfeição pela sua incapacidade de olhar para a lua, ficando-se pela felicidade limitada de olhar para o dedo.

[PeLeve]

O que eu compreendo disto é que o amigo Pé Leve está a sentir-se velho, a pensar na reforma e eventualmente em netos

Que bela maneira de me chamares velho, caro amigo!

Um abraço.

[PeLeve]

A ideia de fundo da mensagem é a de que há quem prefira olhar para a forma e esquecer o conteúdo. Valorizar o acessório e esquecer o fundamental.

E o fórum, que é constituído essencialmente pela palavra escrita, é o exemplo mais acabado da forma como muitas vezes se cai no ridículo de se andar a olhar para o dedo esquecendo-se de olhar para onde ele aponta.

Há mesmo gente que se especializa nisso, primando por intervenções mesquinhas que se baseiam na dissecação das palavras dos outros, desvirtuando e desviando por completo a essência das discussões.
Cai-se frequentemente no ridículo de se estar a discutir palavras em lugar de se discutir ideias.

Este comportamento é muito mais habitual na sociedade do que se possa imaginar.
Quantas vezes não se andam dias ou semanas a fazer novelas em redor da forma como é apresentado um assunto, de tal forma exagerada que o assunto acaba ele mesmo por ser esquecido?

Isso faz parte da maneira como alguns se posicionam perante a vida, incapazes de se concentrar num pensamento, preferem sobrevalorizar o modo como ele é expresso.
Uma falta de visão incisiva, profunda e consequente de quem prefere ficar enredado na espuma dos dias, fascinado pela embalagem e esquecendo-se do seu conteúdo.
A esses o provérbio aplica-se na perfeição pela sua incapacidade de olhar para a lua, ficando-se pela felicidade limitada de olhar para o dedo.

É, precisa e exactamente isso!

Não é que as discussões não sejam úteis, como profícuas, na vida e nos fóruns de discussão. Mas, demasiadas vezes as coisas boas, temas interessantes, acabam em discussão pelo acessório e destruídas precisamente por isso mesmo...

[Peste]

É, precisa e exactamente isso!

Não é que as discussões não sejam úteis, como profícuas, na vida e nos fóruns de discussão. Mas, demasiadas vezes as coisas boas, temas interessantes, acabam em discussão pelo acessório e destruídas precisamente por isso mesmo...

Mas isso é uma opção, uma escolha, entre a qualidade que julgo ter sido uma das premissa iniciais deste espaço e a vulgaridade e conflito que infelizmente, é cada vez mais comum. Escolha essa que acaba por ser também dos utilizadores, já que muitos dos melhores acabam por desaparecer ou por se fartar.