Não é meu hábito andar a pedinchar votos e/ou outras coisas, mas acho que este assunto é de grande importância para Portugal.
Este é o texto dos signatários da petição. A negrito, são destaques da minha autoria.
Lista de Signatários da Petição à Assembleia da República contra a Integração da FCCN na FCT
Eu posso falar um pouco, pois conheço bem a FCCN, alguns dos projectos lá desenvolvidos, e o presidente demissionário, Pedro Veiga, professor catedrático na FCUL.
A FCCN é das fundações que mais tem contribuído para as boas infra-estruturas que a nossa rede académica e escolar goza. É a FCCN que gere o domínio .pt, que assegura a internet às universidades, e que tem promovido grandes iniciativas inovadoras como o arquivo.pt (tecnologia portuguesa, já agora).
A FCCN é uma fundação sem ligação ao Governo, o que segue a recomendação do ICANN (o gestor de domínios de topo, que nos delega o domínio .pt), para garantir que é gerido de uma forma sem influência do Governo (como se percebe!!).
Pedro Veiga é das pessoas mais competentes que já tive o prazer de conhecer, e a sua competência conseguiu resistir a diversos governos PS/PSD, que por ali não conseguiram meter boys.
A FCT, do qual conheço menos, mas sei que é uma instituição PÚBLICA, e que tem como principal responsabilidade distribuir bolsas de mestrado e de doutoramento. Ou seja, não tem NADA em comum com a FCCN.
Esta fusão é feita, na minha opinião, única e exclusivamente para tentar reduzir custos e meter boys! A redução de custos vai ser insignificante, e a perda de eficiência e autonomia da FCCN é um DURO golpe para a ciência e tecnologia que se faz nas escolas e universidades em Portugal. A FCT também perderá eficiência na tarefa vital de ajudar a criar doutorados em Portugal.
De salientar que esta decisão foi publicada em diário da República no ÚLTIMO dia de 2012, e como consequência, Pedro Veiga e o resto da administração demitiu-se em bloco no início deste mês.
= = =
Porquê assinar esta petição? Porque não podemos admitir que um governo ande a mudar o que está bem e funciona, só para dizer que faz alguma coisa, e andar a meter boys. É uma gestão danosa, a meu ver, e não me admirava nada que o Relvas andasse por detrás disto. É mais uma decisão vergonhosa deste governo reles, que espero que possa ainda ser revertida.
Obrigado, e desculpem o longo discurso.
Este é o texto dos signatários da petição. A negrito, são destaques da minha autoria.
O Conselho de Ministros decidiu em 11 de Dezembro a integração da missão e atribuições da Fundação para a Computação Científica Nacional (FCCN) na Fundação para a Ciência e a Tecnologia, IP (FCT). No Decreto-Lei n.º 266-G/2012, de 31 de Dezembro, que altera a lei orgânica do Ministério da Educação e Ciência, ficou previsto que esta integração se realizaria “nos termos a definir em diploma próprio”.
A FCCN, criada em 1986 e em cujo Conselho Geral têm assento como fundadores a FCT, o Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) e o Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), é uma entidade de natureza técnica que com grande eficiência e economia de recursos opera uma sofisticada rede electrónica de comunicações e fornece um leque alargado de serviços informáticos avançados essenciais para o sistema científico, universidades e politécnicos nacionais. Demonstrou ao longo de muitos anos capacidade de inovação na vanguarda do desenvolvimento tecnológico das comunicações electrónicas e dos sistemas de informação associados que a colocou na linha da frente das instituições congéneres que existem em todos os Estados Membros da União Europeia e em muitos outros países.
A FCCN foi avaliada positivamente no âmbito da avaliação das Fundações decidida pelo Governo há cerca de um ano e, por ofício de 20 de Setembro de 2012, foi informada da decisão do Governo de “não reduzir ou cessar os apoios financeiros públicos e/ou não cancelar o estatuto de utilidade pública”.
Para bom funcionamento da infraestrutura científica gerida pela FCCN tem sido essencial esta dispor de flexibilidade de gestão e capacidade de recrutar e renovar competitivamente recursos humanos no exigente mercado de especialistas em que também actuam as operadoras privadas de telecomunicações, o que fica comprometido com a integração num Instituto Público como é a FCT.
Por outro lado, é incompreensível que esteja a ser contemplada uma alteração que envolve um aumento de custos de administração. Na verdade, dos membros do Conselho Executivo da FCCN apenas um era remunerado pela FCCN e dois outros eram cedidos no âmbito de protocolos com universidades, e agora prevê-se o aumento do Conselho Directivo da FCT de três para cinco membros remunerados segundo regime especial ao nível de gestores de empresas públicas do grupo B em vez do nível do regime comum actual.
Neste contexto, os cidadãos e as cidadãs abaixo identificados consideram que a extinção da FCCN e a sua integração na FCT põem em risco a manutenção da qualidade dos serviços que presta e poderão conduzir a substanciais acréscimos de custos, quando for necessário recorrer ao mercado comercial para suprir a previsível degradação de serviços resultante dessa integração. Também não se percebe a razão para integrar a FCCN na FCT retirando ao CRUP e ao LNEC o envolvimento na definição das políticas gerais de funcionamento e na supervisão da FCCN, nem para alterar radicalmente um enquadramento institucional que deu tão boas provas em mais de 25 anos.
Em conformidade, e também em nome do interesse nacional, os signatários pedem à Assembleia da República para que a FCCN não seja inserida na FCT e seja mantida como entidade privada de utilidade pública, na forma de Fundação como até agora, ou, em alternativa se tal for considerado preferível, na forma de associação sem fins lucrativos cujos associados sejam a FCT e instituições científicas, universitárias e politécnicas.
A FCCN, criada em 1986 e em cujo Conselho Geral têm assento como fundadores a FCT, o Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) e o Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), é uma entidade de natureza técnica que com grande eficiência e economia de recursos opera uma sofisticada rede electrónica de comunicações e fornece um leque alargado de serviços informáticos avançados essenciais para o sistema científico, universidades e politécnicos nacionais. Demonstrou ao longo de muitos anos capacidade de inovação na vanguarda do desenvolvimento tecnológico das comunicações electrónicas e dos sistemas de informação associados que a colocou na linha da frente das instituições congéneres que existem em todos os Estados Membros da União Europeia e em muitos outros países.
A FCCN foi avaliada positivamente no âmbito da avaliação das Fundações decidida pelo Governo há cerca de um ano e, por ofício de 20 de Setembro de 2012, foi informada da decisão do Governo de “não reduzir ou cessar os apoios financeiros públicos e/ou não cancelar o estatuto de utilidade pública”.
Para bom funcionamento da infraestrutura científica gerida pela FCCN tem sido essencial esta dispor de flexibilidade de gestão e capacidade de recrutar e renovar competitivamente recursos humanos no exigente mercado de especialistas em que também actuam as operadoras privadas de telecomunicações, o que fica comprometido com a integração num Instituto Público como é a FCT.
Por outro lado, é incompreensível que esteja a ser contemplada uma alteração que envolve um aumento de custos de administração. Na verdade, dos membros do Conselho Executivo da FCCN apenas um era remunerado pela FCCN e dois outros eram cedidos no âmbito de protocolos com universidades, e agora prevê-se o aumento do Conselho Directivo da FCT de três para cinco membros remunerados segundo regime especial ao nível de gestores de empresas públicas do grupo B em vez do nível do regime comum actual.
Neste contexto, os cidadãos e as cidadãs abaixo identificados consideram que a extinção da FCCN e a sua integração na FCT põem em risco a manutenção da qualidade dos serviços que presta e poderão conduzir a substanciais acréscimos de custos, quando for necessário recorrer ao mercado comercial para suprir a previsível degradação de serviços resultante dessa integração. Também não se percebe a razão para integrar a FCCN na FCT retirando ao CRUP e ao LNEC o envolvimento na definição das políticas gerais de funcionamento e na supervisão da FCCN, nem para alterar radicalmente um enquadramento institucional que deu tão boas provas em mais de 25 anos.
Em conformidade, e também em nome do interesse nacional, os signatários pedem à Assembleia da República para que a FCCN não seja inserida na FCT e seja mantida como entidade privada de utilidade pública, na forma de Fundação como até agora, ou, em alternativa se tal for considerado preferível, na forma de associação sem fins lucrativos cujos associados sejam a FCT e instituições científicas, universitárias e politécnicas.
Lista de Signatários da Petição à Assembleia da República contra a Integração da FCCN na FCT
Eu posso falar um pouco, pois conheço bem a FCCN, alguns dos projectos lá desenvolvidos, e o presidente demissionário, Pedro Veiga, professor catedrático na FCUL.
A FCCN é das fundações que mais tem contribuído para as boas infra-estruturas que a nossa rede académica e escolar goza. É a FCCN que gere o domínio .pt, que assegura a internet às universidades, e que tem promovido grandes iniciativas inovadoras como o arquivo.pt (tecnologia portuguesa, já agora).
A FCCN é uma fundação sem ligação ao Governo, o que segue a recomendação do ICANN (o gestor de domínios de topo, que nos delega o domínio .pt), para garantir que é gerido de uma forma sem influência do Governo (como se percebe!!).
Pedro Veiga é das pessoas mais competentes que já tive o prazer de conhecer, e a sua competência conseguiu resistir a diversos governos PS/PSD, que por ali não conseguiram meter boys.
A FCT, do qual conheço menos, mas sei que é uma instituição PÚBLICA, e que tem como principal responsabilidade distribuir bolsas de mestrado e de doutoramento. Ou seja, não tem NADA em comum com a FCCN.
Esta fusão é feita, na minha opinião, única e exclusivamente para tentar reduzir custos e meter boys! A redução de custos vai ser insignificante, e a perda de eficiência e autonomia da FCCN é um DURO golpe para a ciência e tecnologia que se faz nas escolas e universidades em Portugal. A FCT também perderá eficiência na tarefa vital de ajudar a criar doutorados em Portugal.
De salientar que esta decisão foi publicada em diário da República no ÚLTIMO dia de 2012, e como consequência, Pedro Veiga e o resto da administração demitiu-se em bloco no início deste mês.
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Porquê assinar esta petição? Porque não podemos admitir que um governo ande a mudar o que está bem e funciona, só para dizer que faz alguma coisa, e andar a meter boys. É uma gestão danosa, a meu ver, e não me admirava nada que o Relvas andasse por detrás disto. É mais uma decisão vergonhosa deste governo reles, que espero que possa ainda ser revertida.
Obrigado, e desculpem o longo discurso.
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