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Fim das Praxes?

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    Fim das Praxes?

    Culpa da tragédia dos 6 jovens mortos durante uma suposta praxe, muito se tem discutido sobre as praxes, se deviam acabar se são, se são ou não positivas na vida académica do aluno, etc etc.

    Partindo do ponto que as praxes são um conjunto de práticas que, alegadamente, visa a recepção e integração dos novos estudantes nas instituições de ensino superior em que ingressam, parece-me bem que existam.

    Para quem não conhece a história da praxe, ela começou na U.Coimbra à alguns seculos atrás e já não é de agora os abusos nas praxes:

    Em 1727, devido à morte de um aluno, D. João V proíbe as investidas feitas pelos veteranos (qualquer aluno com mais de uma matrícula na Universidade):
    "Hey por bem e mando que todo e qualquer estudante que por obra ou palavra ofender a outro com o pretexto de novato, ainda que seja levemente, lhe sejam riscados os cursos."

    Mas então, se acontece abusos, com consequencias várias e conhecidas por todos, culminando muitas vezes na morte de pessoas, alguma coisa está mal com esta prática de integração de novos alunos.

    Tenho a certeza que haverão bons exemplos, mas os maus atropelam-se...

    Dizia eu num outro tópico relacionado com a morte dos 6 alunos:



    "Para o próximo ano letivo as praxes passam a ser da seguinte forma:
    A comissão de praxes divide os caloiros em grupos pequenos e destaca um membro da comissão para cada grupo.
    Esse "doutor" está encarregue de reunir o seu grupo e de durante os próximos dias os levar a conhecer a secretaria, a reprografia, a biblioteca de lhes exemplificar como funciona a buracaria da universidade, de os acompanhar à cantina e mostrar o funcionamento da mesma, de lhes mostrar os locais onde irão ter as aulas, de lhes dar a conhecer a cidade, de os apresentar aos colegas mais velhos, etc etc. Quem sabe até podiam fazer todos uma festa no final da semana!!! "

    Então não seria isto integração?

    Para mim é disto que se trata, não acabar com a praxe, mas transformar a praxe num momento positivo, com consequencias positivas na vida dos novos alunos.
    Editado pela última vez por aalito; 27 January 2014, 16:41.

    #2
    CARTA ABERTA A UM DUX

    Dux:

    Ando aqui com esta ***** entalada há já algum tempo. A ouvir as diferentes versões, a pensar nas dúvidas e a pôr-me no lugar das pessoas. Tento pôr-me no lugar dos pais dos teus colegas que morreram. Mas não quero. É um lugar que não quero nem imaginar. É um lugar que imagino ser escuro e vazio. Um vazio que nunca mais será preenchido. Nunca mais, Dux. Sabes o que é isso? Sabes o que é "nunca mais"?

    A história que te recusas a contar cheira cada vez mais a *****, Dux. Primeiro não falavas porque estavas traumatizado e em choque por perderes os teus colegas. Até acreditei que estivesses. Agora parece que tens amnésia selectiva. É uma amnésia conveniente, Dux. Curiosamente, uma amnésia rara resultante de uma lesão cerebral de uma zona específica do cérebro. Sabias Dux? Se calhar não sabias. Resulta normalmente de um traumatismo crânio-encefálico. Portanto Dux, deves ter levado uma granda mocada na cabeça. Ou então andas a ver se isto passa. Mas isto não é uma simples dor de cabeça, Dux. Isto não vai lá com o tempo nem com uma aspirina. Já passou mais de 1 mês. Continuas calado. Mas os pais dos teus colegas têm todo o tempo do mundo para saber a verdade, Dux. E vão esperar e lutar e espremer e gritar até saberem. Porque tu não tens filhos, Dux. Não sabes do que um pai ou uma mãe é capaz de fazer por um filho. Até onde são capazes de ir. Até quando são capazes de esperar.

    Vocês, Dux... Vocês e os vossos ridículos pactos de silêncio. Vocês e as vossas praxes da treta. Vocês e a mania que são uns mauzões. Que preparam as pessoas para a vida e para a realidade à base da humilhação, da violência e da tirania. Vou te ensinar uma coisa, Dux. Que se calhar já vai tarde. Mas o que prepara as pessoas para a vida é o amor, a fraternidade, a solidariedade e o civismo. O respeito. A dignidade humana e a auto-estima. Isso é que prepara as pessoas para a vida, Dux. Não é a destruí-las, Dux. É ao contrário. É a reforçá-las.

    Transtorna-me saber que 6 colegas teus morreram, Dux. Também te deve transtornar a ti. Acredito. Mas devias ter pensado nisso antes. Tu que és o manda-chuva, e eles também, que possivelmente se deixaram ir na conversa. Tinham idade para saber mais. Meco à noite, no inverno, na maior ondulação dos últimos anos, com alerta vermelho para a costa portuguesa? Achavam mesmo que era sítio para se brincar às praxes, Dux? Ou para preparar as pessoas para a vida? Vocês são navy seals, Dux? Estavam a preparar-se para alguma missão na Síria? Enfim. Agora sê homenzinho, Dux. E fala. Vá. És tão dux para umas coisas e agora encolhes-te como um rato. Sabes o que significa dux, Dux? Significa líder em latim. Foste um líder, Dux, foste? Líderes não humilham colegas. Líderes não "empurram" colegas para a morte. Líderes lideram por exemplo. Dão o peito e a cara pelos colegas. Isso é um líder, Dux.

    Não sei o que isto vai dar, Dux. Não sei até que ponto vai a tua responsabilidade nesta história toda. Mas a forma como a justiça actua neste país pequenino não faz vislumbrar grande justiça. És capaz de te safar de qualquer responsabilidade, qualquer que ela seja. Espero enganar-me. Vamos ver. O que eu sei é que os pais que perderam os filhos precisam de saber o que aconteceu. Precisam mesmo, Dux. É um direito que eles têm. É uma vontade que eles precisam. Negá-los disso, para mim já é um crime, Dux. Um crime contra a humanidade. Uma violação dos direitos humanos fundamentais. Só por isso Dux, já devias ser responsabilizado. É tortura, Dux. E a tortura é crime.

    Sabes, quero me lembrar de ti para o resto da vida, Dux. Sabes porquê? Porque não quero que o meu filho cresça e se torne num dux. Quero que ele seja o oposto de ti. Quero que ele seja um líder e não um dux. Consegues pereceber o que digo, Dux? Quero que ele respeite todos e todas. Que ele lidere por exemplo. Que ele não humilhe ninguém. Que seja responsável. Que se chegue à frente sempre que tenha que assumir responsabilidades. Que seja corajoso e não um rato nem um cobardezinho. Que seja prudente e inteligente. E quero me lembrar também dos teus colegas que morreram. Porque não quero que o meu filho se deixe "mandar" e humilhar por duxezinhos como tu. Não quero que ele se acobarde nem se encolha perante nenhum duxezinho. Quero que ele saiba dizer "não" quando "não" é a resposta certa. Quando "não" pode salvar a sua dignidade, o seu orgulho ou até a sua vida. Quero que ele saiba dizer "basta" de cabeça erguida e peito cheio perante um duxezinho, um patrãozinho, um governozinho ou qualquer tirano mandão e inseguro que lhe apareça à frente. É isso que eu quero, Dux. Quem o vai preparar para a vida sou eu e a mãe dele, Dux. Não é nenhum dux nem nehuma comissão de praxes. Sabes porquê, Dux? Porque eu não quero um dia estar à espera de respostas de um cobarde com amnésia selectiva. Não quero nunca sentir o vazio dos pais dos teus colegas. Porque quero abraçar o meu filho todos os dias da minha vida até eu morrer, Dux. Percebeste? Até EU morrer. EU, Dux. Não ele.

    (in Pés no Sofá)

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      #3
      Esse texto é giro para se jogar a um "jogo" de bebida. Cada vez que encontrar a palavra Dux, tenho que beber.
      Acho que chego ao fim bebado.

      Comentário


        #4
        Conheço o texto, mas não é disso que se trata o tópico, até porque não coneço a verdade sobre o que aconteceu.
        Agora o que me pergunto é, se de facto fosse posto em prática o exemplo que deixei em cima, temo que os alunos que hoje praxam o deixariam de fazer, não tem piada se não tivermos poder sobre os outros.

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          #5
          Originalmente Colocado por Indigo Ver Post
          Esse texto é giro para se jogar a um "jogo" de bebida. Cada vez que encontrar a palavra Dux, tenho que beber.
          Acho que chego ao fim bebado.
          Parece propositado para "o lembrar" constantemente do significado.

          Comentário


            #6
            Eu sei, era num tom a cair para o irónico o meu comentário. Contudo, não é por ser Dux ou não que muda alguma coisa.

            Em tom de ironia também, já que todos os anos morrem pessoas a conduzir, devia proibir-se a condução de veiculos automoveis.

            Não há paciência para este assunto já!

            Comentário


              #7
              Mania de generalizar, sempre a bater no ceguinho
              É preciso ter cabeça e saber o nosso próprio limite, na praxe ninguém nos obriga a nada.
              Só entra quem quer e a qualquer momento pode sair, certamente que ninguém apontou uma arma à cabeça aos jovens que morreram recentemente.
              Fui praxado e estou vivo, sabia era distinguir o que era bom e mau para mim, e sabia que se levasse aquilo numa brincadeira não havia problema. Mas também vi muitos galifões que gostavam de protagonismo e depois queixavam-se que estavam sempre a levar nas orelhas

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                #8
                Originalmente Colocado por Indigo Ver Post
                Eu sei, era num tom a cair para o irónico o meu comentário. Contudo, não é por ser Dux ou não que muda alguma coisa.

                Em tom de ironia também, já que todos os anos morrem pessoas a conduzir, devia proibir-se a condução de veiculos automoveis.

                Não há paciência para este assunto já!
                Exatamente o mesmo que eu disse no outro tópico

                Comentário


                  #9
                  Originalmente Colocado por Indigo Ver Post
                  Eu sei, era num tom a cair para o irónico o meu comentário. Contudo, não é por ser Dux ou não que muda alguma coisa.

                  Em tom de ironia também, já que todos os anos morrem pessoas a conduzir, devia proibir-se a condução de veiculos automoveis.

                  Não há paciência para este assunto já!
                  Tu deves ter um défice de inteligência ao comparares as duas situações.

                  Primeiro, as pessoas necessitam de conduzir, daí que o facto de haver mortes é compensado pelos benefícios que as pessoas obtêm dos transportes. Segundo, os caloiros não necessitam da praxe, não é um bem ou algo indispensável à vida! Como tal, os acidentes e mortes que advêm da praxe não são atenuados por coisíssima nenhuma, de forma que proibir a praxe não é comparável a proibir a condução de veículos automóveis.

                  Comentário


                    #10
                    Originalmente Colocado por studmed Ver Post
                    Tu deves ter um défice de inteligência ao comparares as duas situações.

                    Primeiro, as pessoas necessitam de conduzir, daí que o facto de haver mortes é compensado pelos benefícios que as pessoas obtêm dos transportes. Segundo, os caloiros não necessitam da praxe, não é um bem ou algo indispensável à vida! Como tal, os acidentes e mortes que advêm da praxe não são atenuados por coisíssima nenhuma, de forma que proibir a praxe não é comparável a proibir a condução de veículos automóveis.
                    Não precisam da praxe, não vão....fácil.

                    Comentário


                      #11
                      Originalmente Colocado por roberts Ver Post
                      Mania de generalizar, sempre a bater no ceguinho
                      É preciso ter cabeça e saber o nosso próprio limite, na praxe ninguém nos obriga a nada.
                      Só entra quem quer e a qualquer momento pode sair, certamente que ninguém apontou uma arma à cabeça aos jovens que morreram recentemente.
                      ...
                      A realidade nunca é bem assim. Há dinâmicas de grupo que se criam que acabam por impedir que as situações sejam resumidas a um simples "só faço o que quiser". Imagina um caloiro a ser praxado. A praxe começa a ser demasiado humilhante e abusiva para a sua dignidade (nem falo em perigo físico). O caloiro diz que não quer ser praxado. Os doutores dizem que sim senhor, desde que ele se declare anti-praxe. Mas ele não é anti-praxe. Até acha piada á praxe, desde que feita dentro de limites. Em que ficamos?

                      Outra coisa profundamente estúpida: as trupes. Segundo o código da praxe de Coimbra (o único que conheço, e mal) estão autorizadas as trupes, que podem, segundo o código da praxe, rapar os caloiros que apanharem na rua após a meia-noite. Ora isto é a legitimação da violência e coação física, sem tirar nem pôr.

                      Eu não sou contra a praxe, desde que ela seja de facto uma forma de integração do caloiro. Há praxes divertidas. Andar pintado ou de roupa vestida pelo avesso, só para dar 2 exemplos, não é nenhuma tragédia. Infelizmente aquilo a que assistimos com frequência é a desmandos de garotos armados em doutores, descarregando sobre os colegas mais novos a sua mediocridade, não raras vezes a tresandar a coação moral, quando não é física.

                      Comentário


                        #12
                        Originalmente Colocado por studmed Ver Post
                        Tu deves ter um défice de inteligência ao comparares as duas situações.

                        Primeiro, as pessoas necessitam de conduzir, daí que o facto de haver mortes é compensado pelos benefícios que as pessoas obtêm dos transportes. Segundo, os caloiros não necessitam da praxe, não é um bem ou algo indispensável à vida! Como tal, os acidentes e mortes que advêm da praxe não são atenuados por coisíssima nenhuma, de forma que proibir a praxe não é comparável a proibir a condução de veículos automóveis.
                        E porque nao proibir touradas e o Futebol?

                        Comentário


                          #13
                          Concordo com o fim das praxes. Aliás, subscrevo a respectiva criminalização, inclusivé!

                          Comentário


                            #14
                            Excerto do que já tinha escrito no outro tópico:

                            Eu também sou "contra" as praxes na medida que é uma estupidez e é completamente dispensável! Assim como outras cenas como o traje e todas as VAIDADES relacionadas com o ensino superior, dou graças por ter andado numa universidade sem nada dessas merd@s.

                            Comentário


                              #15
                              Originalmente Colocado por Axxantis Ver Post
                              A realidade nunca é bem assim. Há dinâmicas de grupo que se criam que acabam por impedir que as situações sejam resumidas a um simples "só faço o que quiser". Imagina um caloiro a ser praxado. A praxe começa a ser demasiado humilhante e abusiva para a sua dignidade (nem falo em perigo físico). O caloiro diz que não quer ser praxado. Os doutores dizem que sim senhor, desde que ele se declare anti-praxe. Mas ele não é anti-praxe. Até acha piada á praxe, desde que feita dentro de limites. Em que ficamos?

                              Outra coisa profundamente estúpida: as trupes. Segundo o código da praxe de Coimbra (o único que conheço, e mal) estão autorizadas as trupes, que podem, segundo o código da praxe, rapar os caloiros que apanharem na rua após a meia-noite. Ora isto é a legitimação da violência e coação física, sem tirar nem pôr.

                              Eu não sou contra a praxe, desde que ela seja de facto uma forma de integração do caloiro. Há praxes divertidas. Andar pintado ou de roupa vestida pelo avesso, só para dar 2 exemplos, não é nenhuma tragédia. Infelizmente aquilo a que assistimos com frequência é a desmandos de garotos armados em doutores, descarregando sobre os colegas mais novos a sua mediocridade, não raras vezes a tresandar a coação moral, quando não é física.
                              Isso não é assim. O caloiro pode participar na praxe recusar-se a fazer determinada actividade. Seja por condição médica ou simplesmente por vontade própria.
                              Eu recusei levar com mistelas no cabelo por exemplo. Fui o único no meu curso a recusar e no entanto ninguém me disse nada.

                              Eu sei que se calhar a minha praxe não foi exemplo, porque foi na grande maioria jogos, cantigas, danças, e copos. O mais provável é acabarem com elas, porque há cromos que não sabem o que é praxar.
                              Apenas acho que uma tradição engraçada vai morrer não pelo que representa, mas pelo que a tornaram.

                              Comentário


                                #16
                                Originalmente Colocado por Bonhe Ver Post
                                Excerto do que já tinha escrito no outro tópico:

                                Eu também sou "contra" as praxes na medida que é uma estupidez e é completamente dispensável! Assim como outras cenas como o traje e todas as VAIDADES relacionadas com o ensino superior, dou graças por ter andado numa universidade sem nada dessas merd@s.
                                O traje académico nasceu exactamente para não haver discriminação dos ricos vs pobres.

                                Para além disso, representa a vida académica que vai muito além das praxes.

                                Comentário


                                  #17
                                  A praxe serve tanto para integrar como as laranjas fazem mal se ingeridas à noite: parece que esta conversa da integração está de tal maneira enraizada que há pessoas que acreditam mesmo nisto; é tipo uma ceita ou as conversas que as velhas tinham há uns anos para os netos " Se não te portares bem....Deus castiga"....e há malta que acredita mesmo nisto....

                                  ...a praxe é a mesma coisa...." Ah e tal....serve para integrar....serve para as pessoas se conhecerem, interagirem "....!!! Nha nha nha, nha nha nha....e nha nha nha !! Eu quando ouço, leio, vejo estas justificações não consigo realmente perceber se as frases são verdadeiramente sentidas ( e prefiro achar que não são ) ou se é a minha mente que infelizmente não atinge o brilhantismo das alminhas que defendem que andar com a cara todo esborratada, a rastejar, todos sujos, a cantar estupidez, a simular actos sexuais, e a ser tratados abaixo de cão por meia dúzia de cromos que se acham no direito de os rebaixar e lhes chamar-lhes todos os nomes e mais alguns.....integra pessoas onde quer que seja...!! Mas eu admito perfeitamente que seja a minha capacidade intelectual o problema...já que tanta gente defende esta humilhação, cultura da passividade, tradição cujo objectivo ( dissimulado claro está ) é levar a dignidade dos praxados ao fundo do esgoto...!!

                                  " Oh para mim todo badalhoco, a dizer palavrões aos altos berros no meio da rua, a fazer figuras ridículas.......estou tão mais integrado do que se não fizesse tudo isto" !!! Então alguma vez se eu não fizesse figura de parvo estava integrado ?! Eu na escola primaria, no ciclo, preparatória e secundário nunca falava com ninguém....assim já falo. Olha tão giro, um gajo sentado atrás de mim a simular actos sexuais........Aiiiiiiiiiiiiiii que eu estou tão integrado"

                                  "Quando acabar o curso, vou para um emprego e estou preocupado porque senão me ridicularizarem, não gozarem comigo e não me expuserem ao ridículo.....vai ser tramado...porque nunca me vou integrar e vou ter de meter baixa psicológica"

                                  Mas eu admito perfeitamente que seja eu que esteja errado...afinal numa altura em que a sociedade procura cada vez mais os valores morais relacionados com fraternidade, apoio, força, amizade, coragem, convicção,luta, dedicação que surjam exemplos no sentido aposto e que digam " não,não...isso é tudo muito bonito...mas é errado...a união e a integração entre humanos apenas é possível se tu conseguires fazer a figura mais ridícula e te humilharem enquanto a fazes" !! Numa altura em que se defende nos diversos sectores da sociedade o fim do tratamento desigual entre pessoas, a igualdade de direitos, a plena integração de emigrantes e pessoas de outras culturas.....o que era catita e certamente ajudava...era inferiorizar a malta...porque isso é que integra.

                                  Anda o Estado a gastar tanto dinheiro com assistentes sociais, em programas de integração na sociedade, em pessoas de outros países, raças e culturas, em malta traumatizada e em situações psicológicas débeis, presos que terminam as penas....e eis que surgem os Doutores e os Dux's com a solução !!!!!

                                  SE CALHAR........basta meter esta malta toda no Campo Grande a gritar, a rebolar na lama, a gritar palavrões e a serem tratados abaixo de cão que eles ficam logo integrados...!! Não sei como é que eles não se lembraram mais cedo disto.

                                  Lembrei-me de uma coisa: sabado, para quem não sabe há almoço do forum............prepare-se para quem vai pela primeira vez e não conhece bem os restantes participantes ou não conhece ninguem porque vai levar com umas belas praxes, senão certamente que ninguém fala com ninguém. Eu, e mais 5 ou 6, que já se conhece bem...vamos ser um belos Dux's senão já sabemos que fica tudo mudo todo o dia e ninguém se integra.
                                  Editado pela última vez por PeugeotSales; 27 January 2014, 19:12.

                                  Comentário


                                    #18
                                    Originalmente Colocado por eLniNo Ver Post
                                    O traje académico nasceu exactamente para não haver discriminação dos ricos vs pobres.

                                    Para além disso, representa a vida académica que vai muito além das praxes.
                                    Para mim é uma vaidade. E pelo que conheço só serve para superiorizar os estudantes universitários das outras pessoas, como símbolo de superioridade. E digo isto pois já vi montes de vezes pessoas trajadas em eventos que nada tinham à ver com a escola. "Olhem pra mim, ando na universidade e tenho um intelecto superior ao vosso"

                                    Comentário


                                      #19
                                      Fim das Praxes?

                                      Eu fui praxista. E defendo a praxe académica, tal como a como a conheci e pratiquei.
                                      Diverti-me imenso, tentei divertir os outros, quer como caloiro, quer como "doutor". Aderia quem quisesse, quem não quisesse, não aderia. Era-lhe vedado o acesso às actividades académicas decorrentes da praxe, e nada mais. Nunca conheci, no meu curso, ninguém ostracizado por não aderir à praxe.

                                      Nunca se pintaram caras. Cantava-se, berrava-se, pregavam-se partidas, etc. Sempre com o cuidado de nunca ferir a susceptibilidade, quanto mais o físico, de ninguém.

                                      Um episódio: fazia eu parte da comissão de praxe, preparámos uma situação. Fingimos que nos embebedámos durante e após o almoço, levámos as caloiras mais jeitosas para dentro de uma sala, enquanto todo o restante grupo de caloiros aguardava à porta, com a mesma fechada. Lá dentro, simulávamos situações mais quentes, como tentativas de violação e agressão, com berros das miúdas. Tudo a rir-se que nem uns perdidos lá dentro. Cá fora, todos em grupo, vigiados por trajados, a perceber qual a reacção dos mesmos perante o que "assistiam".
                                      Como a reacção dos miúdos e miúdas foi nula, abrimos as portas, entrou tudo para a sala, e "chateámo-nos" com os caloiros. Mostrámos que era inconcebível que, perante uma situação daquelas, nenhum deles se tivesse manifestado. E explicámos que, caso alguma vez algo sequer remotamente parecido acontecesse, algo que ferisse os seus direitos ou afins, deveriam dirigir-se de imediato às autoridades competentes, institucionais e policiais. Acabou tudo com grande aplauso, muito riso, e uma demonstração de como as coisas devem ser feitas.

                                      Esta é a minha noção de praxe académica.

                                      Agora, gente parva há em todo o lado.

                                      Comentário


                                        #20
                                        O problema disto é ter pessoas fora da praxe a querer proibir a mesma.

                                        Meus amigos, o país é livre, quem comete crimes vai a tribunal, se um grupo de jovens quer realizar praxe, se estiver dentro dos trâmites da lei, vocês não têm rigorosamente NADA a ver com isso!

                                        Ainda têm a lata de chamar fascistas aos organizadores da praxe quando são VOCÊS que são os verdadeiros fascistas, a quererem impor a vossa opinião caduca, carrancuda e mórbida nas pessoas.

                                        Não se metam no que não vos diz respeito. Preocupem-se com as vossas vidinhas.

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                                          #21
                                          Originalmente Colocado por Bonhe Ver Post
                                          Para mim é uma vaidade. E pelo que conheço só serve para superiorizar os estudantes universitários das outras pessoas, como símbolo de superioridade. E digo isto pois já vi montes de vezes pessoas trajadas em eventos que nada tinham à ver com a escola. "Olhem pra mim, ando na universidade e tenho um intelecto superior ao vosso"

                                          por acaso também tenho a mesma ideia. E além disso o traje, principalmente na versão feminina, é esteticamente muito desagradável, para não dizer feio. O traje faz com que gajas boas que deveriam andar de minisaia pareçam velhotas de luto.

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                                            #22
                                            Originalmente Colocado por eLniNo Ver Post
                                            O traje académico nasceu exactamente para não haver discriminação dos ricos vs pobres.

                                            Para além disso, representa a vida académica que vai muito além das praxes.
                                            por isso é que na uni que ando (Minho) ele custa 180€... mas para mim até podia ser 1800€ eu tou-me pouco ca**ndo, não gosto nem tenho interesse algum nessa tal vida académica, muito menos na tamanha estupidez da praxe, tenho muita mais vida para além daquilo... e mais não digo...

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                                              #23
                                              Na minha humilde opinião, as praxes, como eu as conheci e conheço, não devem acabar. Talvez tenha tido sorte, mas felizmente nunca conheci casos próximos nem apanhei energúmenos pela frente quer enquanto caloira, quer quando praxava. E sim, serviram como elemento de integração, de conhecimento entre os alunos dos vários anos, dos vários cursos.

                                              Quando os putos chegam com os seus 17/18/19 anos, a uma cidade diferente, a uma escola com uma dinâmica completamente diferente, acho bom que haja um movimento que os ajude a conhecer-se, a interagir, a conhecer a escola e o seu modo de funcionamento. E quem não o quis fazer nunca foi colocado de lado por isso. Mas nunca através de pseudo hierarquias estúpidas que não passam de um poder fictício que é dado a quem necessita dele para se afirmar. Sou a favor da brincadeira, da camaradagem, da entreajuda e da partilha de vivências. Para mim isto é a praxe.

                                              Quanto ao traje, não me diz nada... comprei-o por insistência dos meus pais... nunca o usei e vendi-o rapidamente. Não me agrada andar vestida de pinguim ambulante.

                                              Comentário


                                                #24
                                                Originalmente Colocado por Bonhe Ver Post
                                                Para mim é uma vaidade. E pelo que conheço só serve para superiorizar os estudantes universitários das outras pessoas, como símbolo de superioridade. E digo isto pois já vi montes de vezes pessoas trajadas em eventos que nada tinham à ver com a escola. "Olhem pra mim, ando na universidade e tenho um intelecto superior ao vosso"
                                                Infelizmente acontece. Eu percebo as criticas a essas situações, mas nada me dava mais gozo do que ir a uma serenata trajado.

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                                                  #25
                                                  Originalmente Colocado por snitram18 Ver Post
                                                  por isso é que na uni que ando (Minho) ele custa 180€... mas para mim até podia ser 1800€ eu tou-me pouco ca**ndo, não gosto nem tenho interesse algum nessa tal vida académica, muito menos na tamanha estupidez da praxe, tenho muita mais vida para além daquilo... e mais não digo...
                                                  O custo se fores a pensar em peça a peça não está desajustado.

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                                                    #26
                                                    Fui sempre anti-praxe nunca fui praxado ... e espero que esta situação sirva para acabar com essa barbaridade ... será a unica maneira de honrar a memoria das vidas que se perderam .



                                                    A historia da integração é a maior treta que existe ... as minhas melhores amizades foram feitas na universidade e nunca precisei de praxes para me dar bem com eles.

                                                    Como nao precisei de praxes para me dar bem no clube onde joguei , na empresa onde trabalho , nem no predio onde moro.
                                                    Editado pela última vez por SPV; 27 January 2014, 20:10.

                                                    Comentário


                                                      #27
                                                      Eu bem sei o que tive que aturar à pala desta aberração a que chamam praxes, tudo porque...decidi não aparecer na praxe e não frequentar a praxe. Essa história do "só participa quem quer" é uma treta tão grande quanto a história da praxe servir para integrar! Porque se assim fosse...não havia praxe porque a esmagadora maioria dos caloiros só vai porque é obrigada a ir, sob pena das ameaças de ser impedida de tudo e mais alguma coisa, de ser posta de parte e de lhe fazerem a vida negra por não participar na praxe!

                                                      Não digo que seja assim em todo lado porque sei que não é, mas essa foi a praxe que eu conheci. Uma praxe de humilhação, desrespeito, abuso, insultos e simulação de actos sexuais com as caloiras, para além de outras coisas mais graves.

                                                      Essas praxes têm que acabar de vez, ponto final! E espero que assim seja. Se por outro lado existem "boas praxes" que seguem a tradição verdadeira e os fundamentos pelos quais foram criadas, tenho pena que terminem...mas a verdade é que acredito que sejam uma insignificante percentagem das praxes deste país.

                                                      Comentário


                                                        #28
                                                        Por acaso disso não tenho queixas ... a partir do momento que disse que não ... ninguem mais me chateou ... passado 1 semana já ninguem se lembrava. Nunca fui excluído de nada.

                                                        Comentário


                                                          #29
                                                          Originalmente Colocado por Bonhe Ver Post
                                                          Para mim é uma vaidade. E pelo que conheço só serve para superiorizar os estudantes universitários das outras pessoas, como símbolo de superioridade. E digo isto pois já vi montes de vezes pessoas trajadas em eventos que nada tinham à ver com a escola. "Olhem pra mim, ando na universidade e tenho um intelecto superior ao vosso"
                                                          Caso não saiba quando se está trajado, não se pode usar objectos metálicos, maquilhagem, acessórios(relógios, brincos etc)
                                                          Sendo assim aposto como usa algum objecto metálico, sendo assim é um vaidoso.
                                                          Serve sim para representarmos um só, sem ricos nem pobres, tudo igual.

                                                          Comentário


                                                            #30
                                                            A Uminho deve ser das universidades que mais regras criou nos últimos anos, devido às muitas queixas de pais devido aos exageros que iam existindo, sendo que em 2011 (penso eu) tomou medidas mais restritivas, principalmente nos locais, períodos de praxes, indo até à linguagem utilizada (que foi o que levou ao caso do Professor praxado na semana passada).
                                                            Permite ainda assim praxe durante todo o ano desde que cumprindo as regras.
                                                            Mesmo assim os problemas mais ou menos conhecidos continuam e vão continuar porque fora da área da universidade nada podem fazer.

                                                            Uma pergunta simples a quem defende a praxe, se a mesma é para integração na universidade, qual o motivo de toda a gente estar vários dias durante 5, 6 7horas de cabeça para baixo e não se poder sequer dirigir a quem praxa (doutores dux, engenheiros, etc)?

                                                            O caso mais grave que conheci na praxe, foi no meu julgamento de curso em que uma caloira foi queimada com ferro de passar numa brincadeira estúpida. A pressão que sofreu para não apresentar queixa era digna de ser estudada, passou de vitima a quase criminosa, sofrendo várias ameaças.
                                                            O caso acabou conhecido porque ela vivia com uma cardeal que apresentou queixa no cabido de cardeais (órgão máximo da praxe), que no final deu em nada. Mesmo tendo saído nos jornais e sendo conhecido pela universidade nunca ninguém fez nada. A rapariga com 18 anos, deslocada centenas de quilometros com medo calou-se como seria de esperar, hoje arrepende-se.

                                                            Eu fui praxado, como já disse noutro tópico era um anti praxe na praxe, era o tipo que levava uma tshirt para a praxe com a frase " A liberdade não tem preço" que me fez encher centenas de flexões, recusei dezenas de praxes, fui insultado com as frases tipicas da praxe, insultei o Papa (que na UM é o órgão máximo e na altura era do meu curso, sendo que era um autentico animal e preconizava tudo aquilo que não deve ser um gajo que representa a praxe), fui ameaçado dezenas de vezes com cabido de cardeais, comissões, exclusão da praxe, etc. Mantive-me por lá até ao fim na minha onda.
                                                            Os que "facilitaram", principalmente raparigas, acabaram por sofrer alguns abusos, não foram raras as vezes que choraram por causa da praxe por exemplo. Vi várias serem obrigadas a beber quase até cair para o lado.

                                                            Quando chegou a minha vez de praxar usei traje, participei na praxe unicamente como assistente, tendo-me chateado várias vezes com outros doutores porque mandava os caloiros curtirem a praxe e mandarem dar uma volta os doutores que os insultavam e os punham a fazer cenas tristes, que era o que acontecia a maior parte das vezes. Criei alguns "inimigos" de praxe, mas fiz-lo de consciência tranquila.

                                                            Conheci centenas de pessoas durante a praxe, dos que me praxaram nenhum é meu amigo, apenas e só conhecidos.
                                                            Hoje não me arrependo de ter participado e provavelmente participaria novamente, mas a atitude seria ainda mais de recusa de maior parte das atitudes que me mandavam fazer.

                                                            Durante os anos que andei pela Universidade fiz várias denúnicas nos jornais da Universidade contra praxes que em minha opinião eram claros abusos, principalmente de LESI (curso onde as praxes são mais famosas por serem mais duras), sendo que quase sempre acabei seguido pelos engenheiros, praxantes e praxados, onde a única justificação que davam era que toda a gente participava de livre vontade e por isso podiam mandar fazer o que lhes apetecia... nada mudou como se vê.

                                                            Comentário

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