Conheça o investidor que está a empurrar a Argentina para o segundo default em 13 anos. Paul Singer e o “fundo abutre” que gere cheiram fragilidades e alimentam-se de dívida.
Um satélite, um avião presidencial, uma fragata histórica e a residência de um embaixador. O que têm todos em comum? Foram (ou estiveram em risco de ser) confiscados a um Estado por um homem.
Paul Singer: um "abutre" que deixa governos de joelhos - Mundo - Jornal de Negócios
consegui obter o resto da notícia através da GLOBO :
SÃO PAULO E RIO - O protagonista da mais recente crise do governo de Cristina Kirchner não é argentino, não faz parte dos partidos da oposição nem participa de protestos contra o kirchnerismo. O americano Paul Singer, de 69 anos — nada a ver com o homônimo economista brasileiro — tem nas mãos as condições necessárias para incluir no discurso de Cristina a palavra “negociação”. Nos últimos 13 anos, sua empresa de gestão de recursos, a Elliott Management, acumulou títulos soberanos do governo. Com a decisão da Suprema Corte dos EUA, na semana passada, que determinou o pagamento integral destes papéis, Singer se tornou um dos principais credores, com um total de US$ 1,5 bilhão a receber.
Gestoras como a de Singer estão no centro da polêmica entre governo e credores que não aderiram às reestruturações da dívida argentina em 2005 e 2010. No jargão do mercado financeiro, estas gestoras são conhecidas como “fundos abutres” porque investem em papéis de empresas e de governos à beira do colapso. A Elliott Management é considerada uma das maiores. Administra US$ 24 bilhões em patrimônios aplicados nos mercados globais. Esses ativos incluem “fundos abutres", gestão de fortunas de famílias e administração de recursos de fundos de pensão. Com esse modelo de negócio, ele acumulou fortuna avaliada em US$ 1,5 bilhão pela revista “Forbes”.
— Uma gestora do tamanho da Elliott, com cerca de US$ 24 bilhões em ativos, tem força para colocar um país como a Argentina contra a parede e ganhar — diz o sócio de uma empresa de gestão de patrimônio no Brasil, que pediu anonimato.
O americano pertence ao grupo de bilionários nova-iorquinos com tradição no patrocínio de neoconservadores e políticos republicanos. Tem um filho gay e já se engajou doando alguns milhões de dólares em prol de campanhas pelo casamento de pessoas do mesmo sexo. Entre seus pares, Singer é considerado um “ás” em enxergar oportunidades de ganho em papéis considerados podres.
MITT ROMNEY É UM DOS CLIENTES
“Paul é intenso e perseverante em buscar oportunidades”, disse ao jornal “Financial Times" Daniel Loeb, criador do Third Point, hedge fund americano que busca chance de ganho correndo alto risco.
Singer nasceu em Nova Jersey. Tem formação em Psicologia, mas também cursou Direito em Harvard e seguiu carreira como advogado em Wall Street. Em 1977, decidiu investir o patrimônio da família, de US$ 1,3 milhão, e criou a Elliott Management. Trabalhava com uma fórmula de “arbitragem conversível", que explora as diferenças de valor entre a dívida conversível de uma empresa e suas ações. Mas sua empresa acabou crescendo e comprando dívida de companhias e de países à beira do calote. Em 1996, o fundo comprou US$ 11 milhões em dívidas do Peru e, após batalhas legais, recebeu US$ 58 milhões. Comprou títulos no valor de US$ 10 milhões da República Democrática do Congo. Novamente entrou em disputa judicial por US$ 400 milhões, e terminou embolsando US$ 127 milhões, segundo o britânico “The Telegraph”.
Entre seus clientes, estão o ex-candidato à Presidência dos EUA Mitt Romney e o fundo de pensão de Nova Jersey.
— A Elliott tem um dos hedge funds mais antigos da indústria americana. Eles são bastante bons no que fazem — avalia Pablo Spyer, diretor da Mirae Asset Securities no Brasil.
Singer não gosta do termo “fundo abutre” para classificar seu negócio, segundo o “Financial Times”. Em rara entrevista em 2008, à agência Bloomberg, defendeu sua estratégia, dizendo que há países “cujos líderes estão confortáveis e há pobreza. Se alguém se senta e conversa com você, há acordo. Caso contrário, você vai aos tribunais”.
Neste sábado, o governo argentino publicou um comunicado de página inteira no jornal americano "The Wall Street Journal", intitulado "A Argentina quer continuar a pagar as suas dívidas, mas não deixam", com a posição do país diante do conflito judicial com os "fundos abutres". O texto, assinado pelo "Gabinete do Presidente - República Argentina", começa com a frase: "A Argentina quer continuar a pagar as suas dívidas, como tem feito desde 2005, mas agora não pode por ordem do juiz Thomas Griesa e a recusa do Supremo Tribunal Federal em analisar o caso".
Paul Singer, o bilionário americano que pode quebrar a Argentina - Jornal O Globo
Estes magnatas são verdadeiros abutres
Um satélite, um avião presidencial, uma fragata histórica e a residência de um embaixador. O que têm todos em comum? Foram (ou estiveram em risco de ser) confiscados a um Estado por um homem.
Paul Singer: um "abutre" que deixa governos de joelhos - Mundo - Jornal de Negócios
consegui obter o resto da notícia através da GLOBO :
SÃO PAULO E RIO - O protagonista da mais recente crise do governo de Cristina Kirchner não é argentino, não faz parte dos partidos da oposição nem participa de protestos contra o kirchnerismo. O americano Paul Singer, de 69 anos — nada a ver com o homônimo economista brasileiro — tem nas mãos as condições necessárias para incluir no discurso de Cristina a palavra “negociação”. Nos últimos 13 anos, sua empresa de gestão de recursos, a Elliott Management, acumulou títulos soberanos do governo. Com a decisão da Suprema Corte dos EUA, na semana passada, que determinou o pagamento integral destes papéis, Singer se tornou um dos principais credores, com um total de US$ 1,5 bilhão a receber.
Gestoras como a de Singer estão no centro da polêmica entre governo e credores que não aderiram às reestruturações da dívida argentina em 2005 e 2010. No jargão do mercado financeiro, estas gestoras são conhecidas como “fundos abutres” porque investem em papéis de empresas e de governos à beira do colapso. A Elliott Management é considerada uma das maiores. Administra US$ 24 bilhões em patrimônios aplicados nos mercados globais. Esses ativos incluem “fundos abutres", gestão de fortunas de famílias e administração de recursos de fundos de pensão. Com esse modelo de negócio, ele acumulou fortuna avaliada em US$ 1,5 bilhão pela revista “Forbes”.
— Uma gestora do tamanho da Elliott, com cerca de US$ 24 bilhões em ativos, tem força para colocar um país como a Argentina contra a parede e ganhar — diz o sócio de uma empresa de gestão de patrimônio no Brasil, que pediu anonimato.
O americano pertence ao grupo de bilionários nova-iorquinos com tradição no patrocínio de neoconservadores e políticos republicanos. Tem um filho gay e já se engajou doando alguns milhões de dólares em prol de campanhas pelo casamento de pessoas do mesmo sexo. Entre seus pares, Singer é considerado um “ás” em enxergar oportunidades de ganho em papéis considerados podres.
MITT ROMNEY É UM DOS CLIENTES
“Paul é intenso e perseverante em buscar oportunidades”, disse ao jornal “Financial Times" Daniel Loeb, criador do Third Point, hedge fund americano que busca chance de ganho correndo alto risco.
Singer nasceu em Nova Jersey. Tem formação em Psicologia, mas também cursou Direito em Harvard e seguiu carreira como advogado em Wall Street. Em 1977, decidiu investir o patrimônio da família, de US$ 1,3 milhão, e criou a Elliott Management. Trabalhava com uma fórmula de “arbitragem conversível", que explora as diferenças de valor entre a dívida conversível de uma empresa e suas ações. Mas sua empresa acabou crescendo e comprando dívida de companhias e de países à beira do calote. Em 1996, o fundo comprou US$ 11 milhões em dívidas do Peru e, após batalhas legais, recebeu US$ 58 milhões. Comprou títulos no valor de US$ 10 milhões da República Democrática do Congo. Novamente entrou em disputa judicial por US$ 400 milhões, e terminou embolsando US$ 127 milhões, segundo o britânico “The Telegraph”.
Entre seus clientes, estão o ex-candidato à Presidência dos EUA Mitt Romney e o fundo de pensão de Nova Jersey.
— A Elliott tem um dos hedge funds mais antigos da indústria americana. Eles são bastante bons no que fazem — avalia Pablo Spyer, diretor da Mirae Asset Securities no Brasil.
Singer não gosta do termo “fundo abutre” para classificar seu negócio, segundo o “Financial Times”. Em rara entrevista em 2008, à agência Bloomberg, defendeu sua estratégia, dizendo que há países “cujos líderes estão confortáveis e há pobreza. Se alguém se senta e conversa com você, há acordo. Caso contrário, você vai aos tribunais”.
Neste sábado, o governo argentino publicou um comunicado de página inteira no jornal americano "The Wall Street Journal", intitulado "A Argentina quer continuar a pagar as suas dívidas, mas não deixam", com a posição do país diante do conflito judicial com os "fundos abutres". O texto, assinado pelo "Gabinete do Presidente - República Argentina", começa com a frase: "A Argentina quer continuar a pagar as suas dívidas, como tem feito desde 2005, mas agora não pode por ordem do juiz Thomas Griesa e a recusa do Supremo Tribunal Federal em analisar o caso".
Paul Singer, o bilionário americano que pode quebrar a Argentina - Jornal O Globo
Estes magnatas são verdadeiros abutres
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