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    "Sindicatos querem Judiciária fora da alçada do Governo"

    Depois de tanto se falar em Justiça e de como o país precisa, urgentemente, que ela seja célere, eficaz e independente, eis que surge mais uma "nuance" ao tema que, parece-me, poderá ser de discussão importante, sobretudo a quem possa trazer ao mesmo opinião relevante e útil! Qual o vossa opinião?

    Sindicatos querem Judiciária fora da alçada do Governo

    Sandra Salvado, RTP 24 Fev, 2015, 12:50 / atualizado em 24 Fev, 2015, 12:55


    Pedro A. Pina, RTP Online


    A Associação Sindical da Polícia Judiciária (ASFIC) e o Sindicato dos Magistrados do Ministério Público (SMMN) querem que a polícia passe a ser autónoma do Ministério da Justiça. As estruturas falam de um risco de o poder político interferir nos processos, fator que condiciona as investigações.

    As associações sindicais constituíram um grupo de trabalho com o objetivo de estudar, aprofundar e apresentar propostas de natureza legislativa ou outras para a integração orgânica da Polícia Judiciária (PJ) no Ministério Público (MP) e ainda fazer a revisão dos sistemas de organização e de coordenação da investigação criminal.

    O grupo de trabalho, composto por seis pessoas, vai apresentar nos próximos dias um relatório às direções do SMMP e da ASFIC, que irão proceder à sua apresentação pública.

    Sindicatos temem interferências do poder político

    “O que se passa atualmente é que o senhor diretor nacional é nomeado pelo ministro da Justiça e depende dele. Portanto, temos sempre aqui algum problema ou pelo menos a possibilidade de que o poder político possa tentar de alguma forma interferir”, afirmou ao online da RTP Carlos Garcia, presidente da ASFIC.

    E lembra um exemplo recente: “Nós tivemos dois orçamentos para a PJ, claramente deficitários. Foi-nos dito pela senhora ministra da Justiça, face aos alertas feitos pela ASFIC de que tais orçamentos não permitiriam a PJ trabalhar, que o Ministério Público tinha uma reserva para fazer face a qualquer necessidade”.

    Investigação condicionada

    “Isto deixa-nos sempre uma dúvida. Será que eu tenho depois que dizer para que é que preciso do dinheiro, que tenho que dizer que o dinheiro é necessário para a investigação X ou Y e depois se a senhora ministra da Justiça ou o ministro, na altura, tiver interesse na investigação dá o dinheiro ou não dá o dinheiro”.

    O presidente da ASFIC considera que estes factores condicionam a investigação. Carlos Garcia espera que o assunto seja debatido na Assembleia da República. “Sabemos que vai haver muita oposição do poder político e vai haver oposição de muitos poderes instalados, mas achamos que este era o caminho”.

    “A investigação criminal quem a tutela é o Ministério Público, portanto, sendo a PJ a principal polícia de investigação criminal que tem as investigações mais complexas, graves, faz todo o sentido que esteja na dependência direta do Ministério Público”, reforçou.

    "Não é uma proposta contra ninguém"

    Também Rui Cardoso, do SMMP, partilha da mesma opinião, salientando ao online da RTP que não foi detetada “nenhuma dificuldade legislativa ou prática que inviabilize a ideia. (…) Aquilo que propomos não é uma confusão, uma fusão entre a PJ e o MP, é manter a PJ com a sua autonomia organizativa, com aquilo que hoje é dependente do MP e não dependente do executivo”.

    “Não é uma proposta contra ninguém. É uma proposta a favor da independência da investigação criminal, ou seja, da independência da justiça”.

    “Uma polícia do Governo”

    O presidente do SMMP questiona ainda se “deve o Governo manter uma polícia que é verdadeiramente judiciária, ou seja, que não é uma polícia administrativa, que não é uma polícia de proximidade, é uma polícia que só faz investigação criminal (…) ou pelo contrário deve manter-se o sistema existente, em que apesar de judiciária, é uma polícia do Governo”.

    Rui Cardoso refere que o que se passa hoje em dia é que “nos termos da lei, a Polícia Judiciária, no âmbito de cada processo, está funcionalmente dependente do Ministério Público, mas quanto aos outros aspetos administrativos, organizativos ou disciplinares, está dependente do Governo”.

    O presidente do SMMP considera que todas a áreas têm que estar na dependência do Ministério Público porque, na prática, “condicionam e muito” a investigação.

    “A PJ passará a usufruir de outra forma das garantias de autonomia que o MP tem e essas garantias são importantes para nós termos uma investigação criminal cada vez mais independente de quaisquer poderes”.

    A RTP Online contactou o Ministério da Justiça para comentar estas matérias. Foi-nos solicitado um email com as perguntas e, caso o Ministério da Justiça decidisse falar, responderia pela mesma via, mas não nos foi dado nenhum tipo de esclarecimento, até ao momento.

    "Outros operacionais a investigarem matérias da PJ"

    A Associação Sindical da Polícia Judiciária fala ainda das dificuldades por que estão a passar estes profissionais. "Com a agravante da aprovação da lei geral do trabalho em funções públicas. (...) Não se coaduna de todo com a investigação criminal porque eu não posso dizer a um criminoso: olha espera aí agora porque a lei diz que eu tenho que parar ao fim de cinco horas ou ao fim de dez horas".

    "Não foi acautelada, portanto, a excepção, tal como foi para a PSP e para a GNR, da aplicação desta lei e isso poderá trazer problemas".

    Além disso, Carlos Silva refere que "a PJ está na lei como sendo um corpo superior de polícia, e isto deveria ter alguma consequência que na prática não existe e, portanto, depois vamos vendo os outros OPC a investigarem matérias reservadas da PJ".
    Sindicatos querem Judiciária fora da alçada do Governo - País - Notícias - RTP

    #2
    Critiquemos a Justiça...

    Comentário


      #3
      Acho que o cidadão comum respeita imenso (e bem, no meu ponto de vista) a PJ e .... até ia dizer que era das poucas (Polícias) pouco assoladas por casos de corrupção e de criminalidade em geral, mas depois lembrei-me de alguns casos do passado recente.

      Mas acho que o cidadão comum se vai questionar "Mas querem sair do MJ para se sentirem mais independentes e quem lhes vai pagar? O MAI? Mas ficam mais independentes de quem e como? Se é sempre o mesmo a pagar?"

      E, já agora, que estamos, "alegadamente", em época de contenção de custos (para alguns)... quanto é que isso vai custar ao cidadão comum, aquele que paga tudo a todos?

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        #4
        Originalmente Colocado por CL Ver Post
        Acho que o cidadão comum respeita imenso (e bem, no meu ponto de vista) a PJ e .... até ia dizer que era das poucas (Polícias) pouco assoladas por casos de corrupção e de criminalidade em geral, mas depois lembrei-me de alguns casos do passado recente.

        Mas acho que o cidadão comum se vai questionar "Mas querem sair do MJ para se sentirem mais independentes e quem lhes vai pagar? O MAI? Mas ficam mais independentes de quem e como? Se é sempre o mesmo a pagar?"

        E, já agora, que estamos, "alegadamente", em época de contenção de custos (para alguns)... quanto é que isso vai custar ao cidadão comum, aquele que paga tudo a todos?
        O problema parece-me que nunca foi quem paga. É quem decide (força "política") quem vai para o lugar x, y ou z....isto aplica-se à justiça ou a qualquer outro sector da função pública.

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          #5
          Mas isso em nada infere no que eles querem modificar. Vai sempre ser um Ministério (Governo) a pagar e decidir.

          Ou pretendem estar numa esfera extra-poder/Governo? Não existe essa coisa... ou eu não a consigo vislumbrar...

          Se se sentem pressionados, e vamos falar claramente? Estamos ou não num regime supostamente democrático? Não se sentem com meios de divulgar as pressões a que supostamente se possam sentir submetidos?

          Com tantos PGR, TC, PAR, PR, etc. etc. que eles conhecem melhor do que a generalidade das pessoas?

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            #6
            O governo não consegue influenciar o MP?

            Eu acho bem que se mude, não sei é se não é apenas uma medida de cosmética.

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              #7
              Enquanto assim continuar Portugal não é um estado de direito pois o poder judiciário está dependente/ é influenciado pelo poder político.

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                #8
                Mas porque querem mudar o que está bem?

                O problema não está na pj que faz o seu trabalho. O problema está depois quando os casos vão a julgamento, em que muitos juízes corruptos anulam casos a favor que quem lhes é próximo.

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