Em certa altura da nossa vida, quase todos nós teremos que passar pelo processo de recrutamento para (re)ingressar no mercado de trabalho, e este tópico serve como uma partilha dessa experiência, tanto do lado do empregador como do trabalhador.
Já estive dos dois lados da barricada, e confesso que em ambas as situações senti-me frustado pela forma como as pessoas enfrentam o processo de recrutamento.
Quando estive do lado do empregador (como pessoa responsável pela selecção dos candidatos para entrevista), fiquei parvo pela quantidade de pessoas que se candidatam a um emprego sem terem sequer as qualificações/experiência exigidas. Pior do que isso, só mesmo pessoas com licenciatura que dão erros ortográficos e não estou a falar de 1 erro, mas sim de vários erros que são inadmissíveis para uma pessoa com escolaridade superior à 4ª classe.
Além disso, recebi imensos email's que eram basicamente textos copiados da net, muitos deles nem se deram ao trabalho de formatar o texto.
Enfim, de 400 CV's que recebi, mais de 300 não cumpriam os requisitos pedidos no anúncio, sendo que os restantes, ou tinham CV's com demasiada informação irrelevante (CV's de 6 páginas ), ou não demonstraram vontade em passar para a fase seguinte.
Entretanto, há bem pouco tempo despedi-me do meu emprego e passei para o outro lado da barricada, fui obrigado a enfrentar o processo de recrutamento de algumas empresas, e confesso que fiquei frustado com a abordagem de alguns empregadores.
Em 1º lugar, eu despedi-me porque estava desmotivado, e porque estagnei a nível profissional...já não me sentia útil e isso estava a fazer-me imensa confusão e a colocar em causa o desempenho das minhas funções.
Foi bastante complicado/arriscado abandonar um projecto de alguns anos mas senti que estava na hora de dar um novo estimulo à minha carreira profissional, contudo, isso acabou por ser um tema que gerou alguma controvérsia nos processos de recrutamento em que estive envolvido.
Uma vez que procurava um novo estimulo profissional, tive o cuidado de seleccionar as propostas de emprego que achei que fossem proporcionar melhores condições de crescimento/aprendizagem, sem descurar o facto de cumprir os requisitos pedidos na oferta de emprego.
Acabei por ser seleccionado para algumas entrevistas de emprego e foi aqui que a minha frustação começou a crescer e comecei a colocar em causa a decisão (que até aqui me parecia bastante ponderada) de me ter despedido.
Não sou um comunicador nato, sou até bastante reservado mas no que toca a trabalho, tenho bastante confiança nas minhas capacidades e isso faz com que não tenha receio de enfrentar as entrevistas com alguma naturalidade, contudo, acabei por ficar bastante nervoso nalgumas delas porque passei mais de metade da entrevista a explicar o porquê de me ter despedido. Chamaram-me maluco por ter saído de um trabalho em que estava efectivo, alguns ficaram sem reacção quando lhes disse os motivos do meu despedimento, e outros perderam logo o interesse em contratar-me.
Sinceramente, não estava à espera deste tipo de reacção, até porque eu saí a bem da empresa, ou seja, não tenho qualquer problema com a minha antiga entidade patronal, apenas quero evoluir profissionalmente e sempre pensei que isso fosse uma mais-valia, mas afinal não é.
Escusado será dizer que tive que inventar um motivo diferente para a minha saída para conseguir falar mais sobre mim e das minhas capacidades e menos dos motivos que me levaram a sair da empresa.
Outra coisa que me deixou frustado foram as condições salariais/trabalho. Apesar de já ter bastante experiência profissional, estava certo que seria bastante complicado começar no mesmo patamar salarial, por isso, optei por baixar bastante as minhas expectativas salariais. Na maior parte dos empregos, o valor que eu propus para começar ia de encontro ao valor que eles ofereciam inicialmente, contudo, deixei sempre bem claro que no espaço de alguns meses, e consoante a experiência demonstrada, gostaria que esse valor fosse revisto. Até hoje, ainda continuo há espera do feedback dessas entrevistas .
Mas o melhor, foi mesmo uma empresa ter insinuado que eu não iria gozar férias porque todos os colaboradores chegam ao final do ano com a totalidade das férias por gozar, e por iniciativa dos próprios. Eu nem sabia o que responder a isto
Apesar de todas as adversidades, consegui arranjar um emprego que correspondia às minhas expectativas mas confesso que fiquei um pouco traumatizado com esta experiência.
E vocês, que experiências têm para contar?
Já estive dos dois lados da barricada, e confesso que em ambas as situações senti-me frustado pela forma como as pessoas enfrentam o processo de recrutamento.
Quando estive do lado do empregador (como pessoa responsável pela selecção dos candidatos para entrevista), fiquei parvo pela quantidade de pessoas que se candidatam a um emprego sem terem sequer as qualificações/experiência exigidas. Pior do que isso, só mesmo pessoas com licenciatura que dão erros ortográficos e não estou a falar de 1 erro, mas sim de vários erros que são inadmissíveis para uma pessoa com escolaridade superior à 4ª classe.
Além disso, recebi imensos email's que eram basicamente textos copiados da net, muitos deles nem se deram ao trabalho de formatar o texto.
Enfim, de 400 CV's que recebi, mais de 300 não cumpriam os requisitos pedidos no anúncio, sendo que os restantes, ou tinham CV's com demasiada informação irrelevante (CV's de 6 páginas ), ou não demonstraram vontade em passar para a fase seguinte.
Entretanto, há bem pouco tempo despedi-me do meu emprego e passei para o outro lado da barricada, fui obrigado a enfrentar o processo de recrutamento de algumas empresas, e confesso que fiquei frustado com a abordagem de alguns empregadores.
Em 1º lugar, eu despedi-me porque estava desmotivado, e porque estagnei a nível profissional...já não me sentia útil e isso estava a fazer-me imensa confusão e a colocar em causa o desempenho das minhas funções.
Foi bastante complicado/arriscado abandonar um projecto de alguns anos mas senti que estava na hora de dar um novo estimulo à minha carreira profissional, contudo, isso acabou por ser um tema que gerou alguma controvérsia nos processos de recrutamento em que estive envolvido.
Uma vez que procurava um novo estimulo profissional, tive o cuidado de seleccionar as propostas de emprego que achei que fossem proporcionar melhores condições de crescimento/aprendizagem, sem descurar o facto de cumprir os requisitos pedidos na oferta de emprego.
Acabei por ser seleccionado para algumas entrevistas de emprego e foi aqui que a minha frustação começou a crescer e comecei a colocar em causa a decisão (que até aqui me parecia bastante ponderada) de me ter despedido.
Não sou um comunicador nato, sou até bastante reservado mas no que toca a trabalho, tenho bastante confiança nas minhas capacidades e isso faz com que não tenha receio de enfrentar as entrevistas com alguma naturalidade, contudo, acabei por ficar bastante nervoso nalgumas delas porque passei mais de metade da entrevista a explicar o porquê de me ter despedido. Chamaram-me maluco por ter saído de um trabalho em que estava efectivo, alguns ficaram sem reacção quando lhes disse os motivos do meu despedimento, e outros perderam logo o interesse em contratar-me.
Sinceramente, não estava à espera deste tipo de reacção, até porque eu saí a bem da empresa, ou seja, não tenho qualquer problema com a minha antiga entidade patronal, apenas quero evoluir profissionalmente e sempre pensei que isso fosse uma mais-valia, mas afinal não é.
Escusado será dizer que tive que inventar um motivo diferente para a minha saída para conseguir falar mais sobre mim e das minhas capacidades e menos dos motivos que me levaram a sair da empresa.
Outra coisa que me deixou frustado foram as condições salariais/trabalho. Apesar de já ter bastante experiência profissional, estava certo que seria bastante complicado começar no mesmo patamar salarial, por isso, optei por baixar bastante as minhas expectativas salariais. Na maior parte dos empregos, o valor que eu propus para começar ia de encontro ao valor que eles ofereciam inicialmente, contudo, deixei sempre bem claro que no espaço de alguns meses, e consoante a experiência demonstrada, gostaria que esse valor fosse revisto. Até hoje, ainda continuo há espera do feedback dessas entrevistas .
Mas o melhor, foi mesmo uma empresa ter insinuado que eu não iria gozar férias porque todos os colaboradores chegam ao final do ano com a totalidade das férias por gozar, e por iniciativa dos próprios. Eu nem sabia o que responder a isto
Apesar de todas as adversidades, consegui arranjar um emprego que correspondia às minhas expectativas mas confesso que fiquei um pouco traumatizado com esta experiência.
E vocês, que experiências têm para contar?
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