In Publico,
A história é de romance e poderá facilmente ser transformada em filme. Este é um lugar comum quando se fala de alguns episódios da Segunda Guerra Mundial mas, neste caso, não há como fugir-lhe. O que dizer quando poderá ter sido descoberto um comboio, eventualmente carregado de ouro pelos nazis, cujo paradeiro se perdeu há 70 anos?
As autoridades acreditam ter localizado o referido comboio no condado de Walbrzych, no sul da Polónia, depois de terem sido alertadas para a possibilidade de ele ali se encontrar por dois caçadores de tesouros, um alemão e um polaco, que preferem manter-se anónimos e que agora reclamam 10% de tudo o que for resgatado.
“Tenho a certeza de que o comboio existe, mas pode conter materiais perigosos”, disse esta quinta-feira o director do património do Ministério da Cultura polaco, Piotr Zuchowski, num comunicado citado pelo diário britânico The Guardian e pela agência de notícias AFP. “Este é um apelo para que se suspendam todas as investigações até que tenhamos terminado todos os procedimentos oficiais necessários para garantir a segurança do sítio.”
Zuchowski tentava, assim, afastar as dezenas de curiosos e caçadores de tesouros de toda a Europa que na última semana chegaram à região. “A cidade de Walbrzych está cheia de mistérios por causa da sua história”, dissera já na véspera o presidente da câmara, Zygmunt Nowaczyk, escusando-se a avançar quaisquer pormenores sobre esta descoberta que é já “oficial”. Nowaczyk não usou, sequer, a palavra “comboio”.
Segundo os jornais polacos, trata-se de uma composição militar e terá sido escondida em 1945 pelas tropas alemãs quando o Exército Vermelho se aproximava por terra a passos largos e as forças aliadas intensificavam os ataques aéreos. Diz a lenda local que tem passado de geração em geração que os vagões que saíram da então cidade alemã de Breslau (actual Wroclaw, na Polónia) transportariam 300 toneladas de ouro, uma quantidade indeterminada de diamantes e outras pedra preciosas, obras de arte e equipamento industrial. Os soldados em fuga terão deixado o comboio num dos muitos túneis da Silésia Inferior (onde fica a cidade de Walbrzych), uma região montanhosa de exploração mineira, e a sua localização foi esquecida.
Que túneis seriam estes? Os historiadores concordam que muitos foram construídos na região durante a guerra, mas divergem nos motivos por que foram feitos. Para uns faziam parte de um centro de operações secreto ou eram fábricas de armamento protegidas, para outros serviam de laboratórios de ensaio para o projecto atómico alemão. O que se sabe ao certo é que, no fim do conflito, o exército nazi, tapou uns e inundou ou destruiu os outros.
Como o Titanic
As notícias de que os dois caçadores de tesouros alegavam ter descoberto o “comboio nazi” começaram a surgir em meados de Agosto, quando o seu representante legal, Jaroslaw Chmieleswski, encarregue de garantir que teriam direito a 10% do espólio antes de revelar onde tinham descoberto a composição, disse à rádio regional de Wroclaw que se tratava de “uma descoberta histórica de importância mundial”, comparando-a à identificação dos destroços do Titanic.
A 20 de Agosto, as autoridades de Walbrzych começaram a levar a sério a alegada descoberta, embora muitos historiadores alertassem para a possibilidade de não passar de uma fraude. Representantes da cidade reuniram com a polícia, os bombeiros e os militares para delinear uma estratégia e foi o próprio presidente da assembleia municipal que alertou para a forte probabilidade de o comboio conter grandes quantidades de metano.
E como terão os dois caçadores de tesouros localizado a composição militar? O diário polaco Gazeta Wyborcza cita uma fonte anónima que fala na utilização de um georadar e que assegura que o comboio estava a 70 metros de profundidade. Outras informações dão conta da possibilidade de estar sob uma linha ferroviária desactivada na vila de Walim. Esta hipótese parece ser reforçada por testemunhas que recordam ali ter visto, em 1945, um comboio com insígnias nazis. Para já, nenhuma destas informações foi confirmada pelas autoridades locais.
Caso venha a ser localizado, o comboio desencadeará um complexo processo de investigação. E se do seu espólio constarem ouro e obras de arte, lembra Jerome Hasler, porta-voz do Art Recovery Group, empresa que muito tem trabalhado na identificação de peças saqueadas pelos nazis, tudo deve ser feito para as devolver aos seus legítimos donos: “Encorajamos as autoridades polacas a partilharem informação sobre quaisquer obras de arte recuperadas para que os esforços para as restituir possam começar de imediato”, disse Hasler, citado pelo diário britânico The Telegraph.
In Daily Mail:
http://www.dailymail.co.uk/news/arti...k-secrets.html
EXCLUSIVE A family brutally murdered, secret police threats and deadly booby traps: Treasure hunter who spent 40 years searching for Nazi gold train reveals its dark secrets
By Ed Wight In Walbrzych, Poland, For Mailonline
Published: 10:07 GMT, 31 August 2015 | Updated: 12:53 GMT, 31 August 2015
An 85-year-old man who spent half his life searching for the missing Nazi gold train has revealed the murder, secret police intimidation and deathbed confession that led to its sensational discovery under a hillside in Poland.
The sprightly pensioner, who has an unrivalled insight into the hunt for the train, added that not only does he know where the train is hidden, but he also knows the identity of the two men who two weeks ago claimed to have found it - as well as the man who is said to have given a deathbed confession about its location.
As the world's press descend upon the small town of Walbrzych in southwest Poland, the country's equivalent of MI5, the Internal Security Service (ABW), have now moved into the area where the train is said to have disappeared 70 years ago, leading to speculation that secret Third Reich documents may be among its precious cargo.
Tadeusz Slowikowski revealed to MailOnline how he first heard about the train hidden in the tunnel, and its dark and dangerous history, back in the 1950s.
Slowikowski said: 'I became aware of the tunnel after saving a German man named Schulz from being attacked by two men. As gratitude for saving him, he told me about the tunnel.'
The story Schulz told him was one of murder, fear and secrets, beginning in the dying days of the Second World War when another German man, then working on the railways, found the tunnel's entrance.
'A few Germans carried on living in the area after the war and this one had been working on the railways when he came across the entrance to the tunnel,' Slowikowski explained to MailOnline.
'He saw two tracks leading into the tunnel. The tunnel was blocked up very shortly afterwards.'
But the railway worker didn't say anything because he was afraid of what might happen - and with good reason: he feared he would meet the same fate as a family murdered in cold blood, apparently to keep the existence of the tunnel secret.
Holding up an old black and white wartime photo showing a man and two young boys standing outside a house with a tiled roof, Slowikowski said: 'This house used to overlook the track.
'From the top window you could see everything coming and going on the railway line. On the 5th of May 1945, the family living there were all shot dead and the house razed to the ground. It was three days before the Soviets took the town.
'Whoever killed them didn't want them talking about anything they had seen. There is nothing there now. Just an empty space where the house used to be. Nothing has been built there since.'
A história é de romance e poderá facilmente ser transformada em filme. Este é um lugar comum quando se fala de alguns episódios da Segunda Guerra Mundial mas, neste caso, não há como fugir-lhe. O que dizer quando poderá ter sido descoberto um comboio, eventualmente carregado de ouro pelos nazis, cujo paradeiro se perdeu há 70 anos?
As autoridades acreditam ter localizado o referido comboio no condado de Walbrzych, no sul da Polónia, depois de terem sido alertadas para a possibilidade de ele ali se encontrar por dois caçadores de tesouros, um alemão e um polaco, que preferem manter-se anónimos e que agora reclamam 10% de tudo o que for resgatado.
“Tenho a certeza de que o comboio existe, mas pode conter materiais perigosos”, disse esta quinta-feira o director do património do Ministério da Cultura polaco, Piotr Zuchowski, num comunicado citado pelo diário britânico The Guardian e pela agência de notícias AFP. “Este é um apelo para que se suspendam todas as investigações até que tenhamos terminado todos os procedimentos oficiais necessários para garantir a segurança do sítio.”
Zuchowski tentava, assim, afastar as dezenas de curiosos e caçadores de tesouros de toda a Europa que na última semana chegaram à região. “A cidade de Walbrzych está cheia de mistérios por causa da sua história”, dissera já na véspera o presidente da câmara, Zygmunt Nowaczyk, escusando-se a avançar quaisquer pormenores sobre esta descoberta que é já “oficial”. Nowaczyk não usou, sequer, a palavra “comboio”.
Segundo os jornais polacos, trata-se de uma composição militar e terá sido escondida em 1945 pelas tropas alemãs quando o Exército Vermelho se aproximava por terra a passos largos e as forças aliadas intensificavam os ataques aéreos. Diz a lenda local que tem passado de geração em geração que os vagões que saíram da então cidade alemã de Breslau (actual Wroclaw, na Polónia) transportariam 300 toneladas de ouro, uma quantidade indeterminada de diamantes e outras pedra preciosas, obras de arte e equipamento industrial. Os soldados em fuga terão deixado o comboio num dos muitos túneis da Silésia Inferior (onde fica a cidade de Walbrzych), uma região montanhosa de exploração mineira, e a sua localização foi esquecida.
Que túneis seriam estes? Os historiadores concordam que muitos foram construídos na região durante a guerra, mas divergem nos motivos por que foram feitos. Para uns faziam parte de um centro de operações secreto ou eram fábricas de armamento protegidas, para outros serviam de laboratórios de ensaio para o projecto atómico alemão. O que se sabe ao certo é que, no fim do conflito, o exército nazi, tapou uns e inundou ou destruiu os outros.
Como o Titanic
As notícias de que os dois caçadores de tesouros alegavam ter descoberto o “comboio nazi” começaram a surgir em meados de Agosto, quando o seu representante legal, Jaroslaw Chmieleswski, encarregue de garantir que teriam direito a 10% do espólio antes de revelar onde tinham descoberto a composição, disse à rádio regional de Wroclaw que se tratava de “uma descoberta histórica de importância mundial”, comparando-a à identificação dos destroços do Titanic.
A 20 de Agosto, as autoridades de Walbrzych começaram a levar a sério a alegada descoberta, embora muitos historiadores alertassem para a possibilidade de não passar de uma fraude. Representantes da cidade reuniram com a polícia, os bombeiros e os militares para delinear uma estratégia e foi o próprio presidente da assembleia municipal que alertou para a forte probabilidade de o comboio conter grandes quantidades de metano.
E como terão os dois caçadores de tesouros localizado a composição militar? O diário polaco Gazeta Wyborcza cita uma fonte anónima que fala na utilização de um georadar e que assegura que o comboio estava a 70 metros de profundidade. Outras informações dão conta da possibilidade de estar sob uma linha ferroviária desactivada na vila de Walim. Esta hipótese parece ser reforçada por testemunhas que recordam ali ter visto, em 1945, um comboio com insígnias nazis. Para já, nenhuma destas informações foi confirmada pelas autoridades locais.
Caso venha a ser localizado, o comboio desencadeará um complexo processo de investigação. E se do seu espólio constarem ouro e obras de arte, lembra Jerome Hasler, porta-voz do Art Recovery Group, empresa que muito tem trabalhado na identificação de peças saqueadas pelos nazis, tudo deve ser feito para as devolver aos seus legítimos donos: “Encorajamos as autoridades polacas a partilharem informação sobre quaisquer obras de arte recuperadas para que os esforços para as restituir possam começar de imediato”, disse Hasler, citado pelo diário britânico The Telegraph.
In Daily Mail:
http://www.dailymail.co.uk/news/arti...k-secrets.html
EXCLUSIVE A family brutally murdered, secret police threats and deadly booby traps: Treasure hunter who spent 40 years searching for Nazi gold train reveals its dark secrets
- Expert Tadeusz Slowikowski first heard of the mysterious train in the 1950s
- Told how family near the tunnel were shot dead as the Soviets advanced
- Railway worker revealed seeing the entrance - but only on his deathbed
- Slowikowski, 85, has been threatened by men who he believes poisoned his dog and tapped his phone as he got closer to finding out the truth
By Ed Wight In Walbrzych, Poland, For Mailonline
Published: 10:07 GMT, 31 August 2015 | Updated: 12:53 GMT, 31 August 2015
An 85-year-old man who spent half his life searching for the missing Nazi gold train has revealed the murder, secret police intimidation and deathbed confession that led to its sensational discovery under a hillside in Poland.
The sprightly pensioner, who has an unrivalled insight into the hunt for the train, added that not only does he know where the train is hidden, but he also knows the identity of the two men who two weeks ago claimed to have found it - as well as the man who is said to have given a deathbed confession about its location.
As the world's press descend upon the small town of Walbrzych in southwest Poland, the country's equivalent of MI5, the Internal Security Service (ABW), have now moved into the area where the train is said to have disappeared 70 years ago, leading to speculation that secret Third Reich documents may be among its precious cargo.
Expert: Walbrzych resident Tadeusz Slowikowski has been hunting for the mysterious Nazi gold train ever since he first heard of its existence back in the 1950s, from a man he rescued from being attacked. Here he shows a picture of where he believes the the tunnel entrance used to be
Deaths: This family lived in a house overlooking the entrance to the tunnel. Slowikowski claims they were all killed on May 5, 1945, by the Nazis just days before the Soviets marched in. Rail workers suspected it was to keep them quiet
Tadeusz Slowikowski revealed to MailOnline how he first heard about the train hidden in the tunnel, and its dark and dangerous history, back in the 1950s.
Slowikowski said: 'I became aware of the tunnel after saving a German man named Schulz from being attacked by two men. As gratitude for saving him, he told me about the tunnel.'
The story Schulz told him was one of murder, fear and secrets, beginning in the dying days of the Second World War when another German man, then working on the railways, found the tunnel's entrance.
'A few Germans carried on living in the area after the war and this one had been working on the railways when he came across the entrance to the tunnel,' Slowikowski explained to MailOnline.
'He saw two tracks leading into the tunnel. The tunnel was blocked up very shortly afterwards.'
But the railway worker didn't say anything because he was afraid of what might happen - and with good reason: he feared he would meet the same fate as a family murdered in cold blood, apparently to keep the existence of the tunnel secret.
Holding up an old black and white wartime photo showing a man and two young boys standing outside a house with a tiled roof, Slowikowski said: 'This house used to overlook the track.
'From the top window you could see everything coming and going on the railway line. On the 5th of May 1945, the family living there were all shot dead and the house razed to the ground. It was three days before the Soviets took the town.
'Whoever killed them didn't want them talking about anything they had seen. There is nothing there now. Just an empty space where the house used to be. Nothing has been built there since.'
Comentário