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Exemplos de vida

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    Exemplos de vida

    Estas férias baptizei a minha filha. A minha mulher teve a ideia de encomendar o bolo nos "bolos da Célia". Sinceramente, valeu muito a pena.

    Deixo 3 exemplos, 3 Mães que fazem tudo pelos filhos! Leiam as estórias.

    ----------------
    Mudar Por amor
    Inspira. Expira. Inspira. Expira. Deitado na cama, imóvel, Tiago olha a paisagem verde e arejada a partir da janela do quarto dos pais. Inspira. Expira. Inspira. Expira. Deixa-se viajar, embalado pela melodia do ventilador que mantém com vida os seus tenros mas frágeis pulmões. Inspira. Expira. Inspira. Expira. Maria, a mãe, aproxima-se. Limpa-lhe a boca e os olhos com compressas, controla-lhe os batimentos cardíacos. Inspira. Expira. Inspira. Expira. Por fim, com o coração apertado, acaricia-lhe o rosto, aconchega o pequeno corpo aos lençóis e junta-lhe o peluche do Noddy. Inspira. Expira. Inspira. Expira. Tiago retribui o gesto, com um esforçado mas sentido sorriso. Inspira. Expira. Inspira. Expira.

    Maria e Isildo foram feitos um para o outro. Depois de onze anos de namoro, com casa comprada e uma vida profissional estável, decidiram casar e logo começaram a fazer planos para aumentar o clã Mendes. O estado de graça daquele que seria o primeiro dos tão planeados dois herdeiros não podia ser mais perfeito. Certo dia, Maria foi, no entanto, surpreendida com fortes pontadas no ventre. Contra tudo e contra todos Tiago estava decidido a vir ao Mundo antes do tempo, pregando um valente susto aos pais. Mas quinze dias bastaram para que os momentos de aflição dessem lugar à alegria. Tiago estava com saúde para dar e vender. Tinha carta branca para ir para a sua nova casa.

    O que se esperava serem dias agitados entre mudas de fraldas e tomas de biberões, foram antes dias estranhamente tranquilos. Tiago era uma criança frágil, “praticamente não se mexia e quase não tinha forças para chorar”. A explicação dos médicos ia sempre no mesmo sentido: “Bebé prematuro!” Seguiram-se as infecções urinárias, a perda de apetite e a falta de capacidade para respirar. As viagens ao Hospital somaram e seguiram. Perdeu-se a conta ao número de exames a que foi submetido. Mas o quebra-cabeças não era de simples resolução. Foi preciso uma biópsia ao nervo da perna para descobrir a doença que teimava em roubar o sorriso de Tiago: Neuropatia Hipomielinizante Congénita (Charcot Marie-Tooth).

    A nuvem negra que veio assombrar a vida desta família é uma doença rara que pode acontecer a uma criança em cem mil. Caracteriza-se pelo facto de o corpo não produzir mielina – a camada que reveste alguns dos nervos do corpo humano e é responsável pela condução dos impulsos enviados pelo cérebro. No Tiago, esses impulsos não chegam ao seu destino e, por isso, impedem-no de se movimentar. Suspeita-se que ele seja o único portador da enfermidade em Portugal. Por causa dela, desde há dois anos, quando nasceu, que vive preso entre as grades da cama do ursinho Pooh à mais triste forma de vida que uma criança pode ter. “Deus não lhe quis dar a hipótese de ser um rapaz normal”, atira a mãe. “Enquanto eu puder (haja saúde!), nada lhe irá faltar”, acrescenta com inconformismo conformado.

    O AMANHÃ É UMA INCERTEZA

    A notícia caíu que nem uma bomba nas vidas de Maria e Isildo. E virou-as literalmente do avesso. Especialmente no caso de Maria, a quem a enfermeira tomou o lugar da ajudante de cabeleireiro. “Nunca mais trabalhei. Para além de ninguém o aceitar numa creche, ele tem que ser constantemente vigiado e sujeito a cuidados especiais. Não ficaria descansada se não estivesse por perto”, adianta, consciente de que o amanhã de Tiago é uma incerteza. “Como ainda não há cura para a doença, nem muito conhecimento sobre ela, não podemos prever se ele vai viver muitos anos neste estado, se vai ficar para sempre assim, se morre daqui a uns dias”, desabafa.

    O embate foi violento. E porque ninguém é de ferro, actualmente, é Maria quem precisa de acompanhamento. O apoio psicológico aliado a uma medicação moderada têm sido fundamentais no dia-a-dia desta supermãe. “Tive que arranjar forças pelo Tiago. Ele precisa de mim!”, diz. Dividida entre os cuidados que presta ao filho numa tentativa louca de prolongar a chegada do dia do adeus, e a lida da casa, Maria descobriu a poção mágica que a ajuda a não parar para pensar. Com o auxílio do marido, que é programador informático, criou o mariabiju.blogspot.com, um espaço onde expõe desde colares a pregadeiras, peças de bijutaria para agradar a todos os gostos, feitas com a arte das suas mãos.

    Assim, ao mesmo tempo que se mantém entretida, Maria ganha dinheiro para somar aos 75 euros que o Estado lhe subsidia para estar em casa a tomar conta do filho. “Entrei para o desemprego logo que soubemos da doença dele. Fiquei a receber o equivalente ao salário mínimo. Agora, acabou-se a papa doce”, confidencia. Pela força das circunstâncias, acabou por descobrir uma veia artística que até então desconhecia, surpreendendo-se a si mesma e mostrando a tudo e todos até onde pode ir o amor de uma mãe. “Não tem limites.”

    De tão parecidas que são, as histórias de Maria e Célia chegam a confundir-se. Tal como Maria, Célia estava bem casada, tinha casa própria e uma profissão segura. Ao lado do marido sentiu, por isso, que tinha chegado o momento de dar o passo a seguir. Tal como Maria, Célia viveu uma gravidez tranquila mas, contra todos os prognósticos, Miguel teimou em nascer antes do tempo. Tal como Maria, Célia apercebeu-se de comportamentos estranhos no filho nos primeiros dias de vida. E tal como aconteceu com Maria, os médicos insistiam em apontar a prematuridade de Miguel como a causa de todos os males. Tal como aconteceu com o Tiago, esse não era o verdadeiro problema.

    UM ANO DEPOIS...

    Tinha o Miguel quatro meses quando terminou o período de licença de maternidade de Célia. Nessa altura, a gestora de recursos humanos teve naturalmente que regressar ao trabalho. Mas o cansaço sobrepôs-se à vontade de voltar a exercer com total empenho e concentração as suas funções. “O Miguel era um bebé muito complicado. Bastava estar acordado para chorar.” Com mútuo acordo, Célia voltou para casa com o intuito de se dedicar 24 sobre 24 horas ao filho. Mas educá-lo estava a tornar-se um inferno.

    “Começou a revelar-se uma criança muito nervosa. Para além disso, passava o tempo a chorar, entortava a vista e, volta e meia, andava com a língua de fora”, recorda Célia. Fartos de evasivas explicações médicas, ao fim de quase um ano Célia e Paulo procuraram uma segunda opinião. E não se arrependeram.

    Durante o parto, Miguel sofreu um derrame cerebral que, segundo os médicos, seria ”inofensivo para o seu desenvolvimento”. Puro engano. Miguel tem paralisia cerebral. “O problema afecta-lhe a capacidade motora, a nível cognitivo para já não lhe notamos nenhum atraso”, adianta a mãe, sob o olhar atento do próprio Miguel que se mantém entretido a teclar energicamente no computador.

    Para além da natural revolta que a notícia originou, trouxe também uma sobrecarga às carteiras de Célia e Paulo. Entre tratamentos de fisioterapia, medicação e “tantas coisas mais”, a situação da família começou, a certa altura, a ficar apertada. Pior ainda quando, por aconselhamento médico, inscreveram Miguel no colégio e, quase em simultâneo, foram surpreendidos com a notícia de uma nova gravidez. “Coincidiu com a altura em que deixei de receber o subsídio de desemprego e por isso tive que optar entre regressar ao antigo trabalho, onde me deixaram portas abertas, ou arranjar uma outra solução.” O importante era fazer entrar mais dinheiro em casa.

    Certo dia, numa visita à Fnac, Célia teve a sensação de que “aquele livro de bolos” lhe estava a ser enviado do céu, em forma de mensagem. “Deixei-me encantar. Comprei-o e arrisquei fazer o meu primeiro bolo. Mais tarde, comecei a fazer outras versões para os aniversários de familiares e amigos e, por fim, lembrei-me de afixar algumas fotografias dos bolos que já tinha feito na clínica pediátrica do Miguel”. Não tardaram a surgir as primeiras encomendas. Não eram, contudo, suficientes.

    Pela mão de uma das suas primeiras clientes conheceu o admirável mundo dos blogues. Nasceu o bolosdacelia.blogspot.com. Foi a explosão do negócio. “Criei-o há cerca de três meses. E já cheguei a um ponto em que por vezes tenho que recusar encomendas.” Hoje, apesar de passar os dias a dar o litro para responder a tantos pedidos quantos possíveis, Célia abraça com alegria o desafio de dar largas à imaginação para criar bolos cheios de cor que fazem as delícias da clientela. Cada um tem a maior moeda do mundo em troca: as melhoras do filho. “O médico já me disse que o facto de acompanhar o Miguel de perto tem ajudado muito à sua evolução.”

    VIDA MADRASTA

    Ana não tem dúvidas: “Ver o desenvolvimento do Guilherme é a melhor prenda que me podem dar”, diz, de olhos reluzentes, rendida aos encantos do filho, enquanto este canta alegremente o ‘Atirei o pau ao gato’. Os dias de tristeza, preso entre as quatro paredes pálidas do Hospital, já lá vão. E na sua cabeça não há espaço para pensar em consequências futuras. Apenas para sonhar, sonhar alto, em redor do azul marinho que dá cor à casa onde vive com a mãe. “Ele é um charmezinho!”

    Para Ana a vida tem sido madrasta. Formada em estilismo, tentou por várias vezes a sua sorte no mercado da moda. Em vão. Para comer teve que se sujeitar a trabalhar como estafeta de pizzaria e até como vendedora de pastilhas elásticas. No campo sentimental, o cenário também não foi nem pintalgado de cor-de-rosa.

    Quando engravidou, o pai do filho que Ana esperava já tinha passado a ‘ex’. E este, assim que recebeu a notícia, limitou-se a desaparecer do mapa. Mas um mal nunca vem só. À 32.ª semana de gestação Ana descobriu que o bebé por quem tão ansiosamente aguardava tinha uma deficiência. Para voltar a erguer a cabeça foi buscar forças não sabe bem onde. “Acho que o simples facto de saber que tinha um bebé dentro de mim me ajudou a ver tudo com outros olhos.”

    DOIS ANOS... E JÁ TRÊS OPERAÇÕES

    A primeira vez que Ana viu Guilherme foi através de uma polaroid – logo que nasceu, foi transferido para o bloco operatório para retirar um mielomeningocelo, uma bola que se formou nas suas costas como consequência de uma espinha bífida (má formação congénita do sistema nervoso que se desenvolve nos primeiros dois meses de gestação e apresenta problemas na formação do tubo neural). Mais tarde, foi-lhe detectada uma hidrocefalia – caracteriza-se pelo aumento do tamanho dos ventrículos cerebrais, com aumento da pressão intra-craniana – e Guilherme teve que ser submetido a uma nova cirurgia que consistiu em colocar-lhe uma válvula na cabeça para drenar líquido em excesso.

    Actualmente, com dois anos de vida, a ficha médica de Guilherme conta com três duras operações. Incansável, Ana tem estado de pedra e cal ao seu lado, demonstrando-lhe todo o seu amor, só possível com muito sacrifício. “Deixei de trabalhar. Ia cozendo uma peça ou outra para este ou aquele amigo ou conhecido, e nunca deixei de criar as minhas próprias peças, mas claro que sempre em pequenas quantidades.” Até há bem pouco tempo, Ana levou a vida para a frente graças à bondade de muito boa gente que não hesitou em dar-lhe a mão.

    Com o Guilherme a dar mostras de melhoras, a estilista considerou, contudo, que estava na hora de pôr o tapete a funcionar a todo o gás. Com pouco dinheiro para grandes investimentos lembrou-se de juntar o útil ao agradável. “Os gorros são peças pequenas, que levam pouco tecido e à partida todas as crianças têm que os usar”, explica. “Entretanto, uma amiga falou-me da hipótese de criar um blogue e achei a ideia gira.”

    Numa tarde, fotografou algumas das suas peças e disponibilizou-as em anamadragoa.blogspot.com. Mais tarde, uma outra amiga difundiu o trabalho de Ana e as suas motivações através de um email.

    O gesto tomou proporções inesperadas. Bastou um ‘click’ para fazer nascer uma corrente de solidariedade. “A contagem de visitas ao blogue cresceu tão rápido que cheguei a pensar que se tratava de um vírus”, recorda Ana. A seguir, choveram as chamadas telefónicas. “Desde Trás-os-Montes, passando por Leiria e Alentejo.” Em três meses, venderam-se perto de trezentos gorros.

    O SUCESSO DO BLOG

    Agora, a estilista não tem mãos a medir. À conta disso, viu-se obrigada a reunir uma pequena equipa de trabalho, que “funciona em perfeita sintonia”. Ana desenha, faz os moldes e corta os tecidos. A fase de confecção fica a cargo de duas amigas. Para além disso, a ideia dos gorros coloridos e floridos já se alastrou às saias, aos calções, e tantas outras peças. Se há um ano dissessem a Ana que hoje ela estaria a viver este sucesso, a estilista limitar-se-ia a rir. “Só em sonhos! É mesmo isto que gosto de fazer!”, diz, abraçando fortemente o filho. “O Guilherme é um espectáculo, é ele que me estimula, que me inspira.”

    http://www.correiodamanha.pt/noticia...=19&idCanal=19

    #2


    Ganda texto, nem consegui ler tudo xiça, não podias ter resumido?!?!?

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      #3
      [^][^][^][^]

      é realmente notável a coragem que estas mulheres têm.

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        #4
        (10 minutos depois)
        Sim de facto estas mulheres são super mulheres, é preciso ter uma força interior....

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