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Caminhamos para uma infantilização da sociedade?

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    Sociedade Caminhamos para uma infantilização da sociedade?

    Olá a todos

    Gostaria de saber aqui a vossa opinião sobre isto: é ou não verdade que os jovens demoram cada vez mais tempo a tornarem-se adultos na sua forma de pensar e de agir e que até entre adultos se assiste cada vez mais a atitudes que mais se enquadrariam no comportamento de um pré-adolescente?

    Não falo apenas das muitas parvoíces geradas pelas redes sociais mas também por reparar que há muitas pessoas já na 2.ª metade dos seus 20 anos (ou seja, rapidamente a caminho dos 30) que continuam a revelar formas de estar e até um nível elevado de ingenuidade que mais faz lembrar pessoas com metade da idade.

    Ou tenho o azar de ver sempre as coisas erradas?

    #2
    Não sei se é generalizado mas posso confidenciar uma coisa.

    Tenho um familiar em Coimbra que aluga quartos a estudantes. Faço os possíveis para os conhecer e ajudar, em especial os mais deslocados nos primeiros tempos (ilhas, estrangeiros). Afinal eu passei pelo mesmo, e era tímido e tal.

    Noto que quando aparece um Francês ou um outro estrangeiro... com 18 anos é tão culto e mentalmente desenvolvido como um dos nossos aí no 3º ano. (sim há caloiros estrangeiros, não em Erasmus, mas a começar cá os estudos, é algo "recente")

    Não posso generalizar, porque quem vem de fora provavelmente já tem um estrato social acima da média assim como uma "abertura" de espírito diferente. Mas a diferença é confrangedora.

    E também se nota que os nosso caloiros são cada vez mais infantis, fechados e pouco desenvolvidos. Caloiros de 18 anos sem falar 1 palavra de inglês ou com enormes dificuldades de socialização... é mato hoje

    Tenho de ressalvar que a minha amostra é muito limitada (e também posso ter azar como o Lino), mas deixa-me bastante apreensivo.

    Comentário


      #3
      Originalmente Colocado por LinoMarques Ver Post
      Olá a todos

      Gostaria de saber aqui a vossa opinião sobre isto: é ou não verdade que os jovens demoram cada vez mais tempo a tornarem-se adultos na sua forma de pensar e de agir e que até entre adultos se assiste cada vez mais a atitudes que mais se enquadrariam no comportamento de um pré-adolescente?

      Não falo apenas das muitas parvoíces geradas pelas redes sociais mas também por reparar que há muitas pessoas já na 2.ª metade dos seus 20 anos (ou seja, rapidamente a caminho dos 30) que continuam a revelar formas de estar e até um nível elevado de ingenuidade que mais faz lembrar pessoas com metade da idade.

      Ou tenho o azar de ver sempre as coisas erradas?

      Os tempos cada vez menos o permitem no nosso país. Conheço alguns "adultos" a chegar aos 30 anos e a viver no seu próprio apartamento mas a ir buscar a comida num tupperware á casa dos pais. E outros com 40 a viver com os pais. Acho que o mercado de trabalho e os salários que os jovens conseguem em inicio de carreira não permitem esticar a perna para dar logo o passo de se tornar adulto. Porque na minha opinião adulto é quem paga as próprias contas e cuida do próprio nariz sem dar contas a ninguem.

      Comentário


        #4
        Originalmente Colocado por LinoMarques Ver Post
        Olá a todos

        Gostaria de saber aqui a vossa opinião sobre isto: é ou não verdade que os jovens demoram cada vez mais tempo a tornarem-se adultos na sua forma de pensar e de agir e que até entre adultos se assiste cada vez mais a atitudes que mais se enquadrariam no comportamento de um pré-adolescente?

        Não falo apenas das muitas parvoíces geradas pelas redes sociais mas também por reparar que há muitas pessoas já na 2.ª metade dos seus 20 anos (ou seja, rapidamente a caminho dos 30) que continuam a revelar formas de estar e até um nível elevado de ingenuidade que mais faz lembrar pessoas com metade da idade.

        Ou tenho o azar de ver sempre as coisas erradas?

        Eu penso o contrário, os adultos com mais de 50 anos, parecem de mentalidade juvenil, em Portugal, reparei nisso depois de várias vezes ter ido a Portugal durante os últimos 16 anos, depois de ter emigrado e de começar a dar com outros povos e culturas e mentalidades, deparei-me que afinal o Salazar fez bem o seu trabalho, de tapar as mentes e olhos ao povinho em Portugal, e quanto ingénuo eu era vivendo em Portugal, e como sou hoje em dia.

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          #5
          Originalmente Colocado por Vocsa Ver Post
          Não sei se é generalizado mas posso confidenciar uma coisa.

          Tenho um familiar em Coimbra que aluga quartos a estudantes. Faço os possíveis para os conhecer e ajudar, em especial os mais deslocados nos primeiros tempos (ilhas, estrangeiros). Afinal eu passei pelo mesmo, e era tímido e tal.

          Noto que quando aparece um Francês ou um outro estrangeiro... com 18 anos é tão culto e mentalmente desenvolvido como um dos nossos aí no 3º ano. (sim há caloiros estrangeiros, não em Erasmus, mas a começar cá os estudos, é algo "recente")

          Não posso generalizar, porque quem vem de fora provavelmente já tem um estrato social acima da média assim como uma "abertura" de espírito diferente. Mas a diferença é confrangedora.

          E também se nota que os nosso caloiros são cada vez mais infantis, fechados e pouco desenvolvidos. Caloiros de 18 anos sem falar 1 palavra de inglês ou com enormes dificuldades de socialização... é mato hoje

          Tenho de ressalvar que a minha amostra é muito limitada (e também posso ter azar como o Lino), mas deixa-me bastante apreensivo.
          Neste lado da serra da Estrela acontece praticamente a mesma coisa, não me parece que seja limitado.

          Estou a caminhar para o quinto ano que estou a estudar e uma coisa que é claramente visível e até já comentei com amigos e colegas que estudaram comigo nos primeiros três anos de licenciatura é que a cada 1º semestre que passa parece que os caloiros vêm mais embrutecidos.

          Cultura geral fraca: não saber nomes de líderes de partidos políticos, bandas e nomes de músicas que estão na base do que se ouve hoje, vocabulário fraco e atrofio quando se diz uma palavra menos comum - desiderato em vez de desejo, por exemplo;

          preocupação cada vez menor com entrega de trabalhos nas aulas: há três anos eu começava a fazer um trabalho para um dos cadeirões do semestre com semanas de antecedência, agora se for preciso fazem com dias e no limite a 48 horas de distância. o copiar nas frequências passou a ser a norma e não a exceção (e não é perguntar uma coisa ao colega do lado, é mesmo levar folhas A4 em papel ou no iPhone)

          Para mim isto deve-se a duas coisas: tive internet em casa aos 12 anos e computador aos 9, o pessoal mais novo que entra agora na universidade já não passou pela mudança tecnológica propriamente dita, já vivem com elas desde o início e isso pode estar a influenciar o comportamento e os conhecimentos. Por outro lado eventualmente a situação economica e social do país também pode estar a contribuir para um alheamento dos jovens. Eu pelo menos se fosse mais novo, não gostasse de política e visse como algumas coisas se desenrolam cá estava-me bem a borrifar e preocupava-me só comigo.

          Claro que isto depois vai influenciar a entrada na idade adulta. Mas vendo bem até a própria adolescência é cada vez mais retardada. Veja-se o cartão jovem até aos 30 ou nas notícias quando alguém de 25,26,27 anos faz alguma coisa de bom é um jovem mas se é uma coisa má já é um homem.

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            #6
            Boas,

            Isto é outro assunto que dá pano para mangas... isso que reportas confirma-se de facto e digo eu, que também não sou perfeito.
            Estou nos meus 30s e se há coisa que já percebi bem desde há muito, é que estamos sempre a aprender (para o bem e para o mal).

            Sobre o conceito "infantilização da sociedade", pela minha parte posso dizer que certas coisas que há uns anitos atrás não dava grande valor, hoje valem quase ouro (e algumas delas até são coisas bastante triviais)... mas é assim que se vai abrindo a pestana.

            Mas compreendo o conceito a que te referes, e provavelmente até já vem de gerações um pouco antes da minha (sou dos 1980's).
            Ainda há poucos dias estive com um conhecido com os seus 40s, que perante contrariedades começou a responder de forma arrogante (e ignorante ) a quem lhe estava a dar sugestões concretas para o ajudar, ainda para mais quando tinha pedido explicitamente ajuda.

            A partir daquele momento, da minha parte e de outros, ficou imediatamente sozinho a tratar do problema/despesa.
            Se gostou ou não, paciência.
            Já não é um "puto" com 20s, mas sim um gajo com 40s... é muito importante aprender a ter maneiras.

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              #7
              Originalmente Colocado por blakke Ver Post
              Os tempos cada vez menos o permitem no nosso país. Conheço alguns "adultos" a chegar aos 30 anos e a viver no seu próprio apartamento mas a ir buscar a comida num tupperware á casa dos pais. E outros com 40 a viver com os pais. Acho que o mercado de trabalho e os salários que os jovens conseguem em inicio de carreira não permitem esticar a perna para dar logo o passo de se tornar adulto. Porque na minha opinião adulto é quem paga as próprias contas e cuida do próprio nariz sem dar contas a ninguem.
              Resultado de salários baixos e trabalhos instáveis, cargas horárias ás vezes de 50 ou 60 horas semanais.

              Também conheço um rapaz do meu tempo (tem á volta de 27/28 anos) já tem gemeos, tanto ele como namorada trabalham, mas se não é os pais deles ajudar estavam desgraçados da vida.

              Tenho 27 anos e ainda vivo na casa da mãe. Apesar de minha profissão ser andar pela europa (motorista) quando ando por cá instala-mo aqui.

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                #8
                Nao vejo grandes mudancas.

                O que acontece é que o mundo é cada vez mais complexo e obriga a que os jovens tenham longos tempos de aprendizagem. Por exemplo, há 30 anos era fácil arranjar um emprego capaz de sustentar uma família com o 12o ano, agora isso já nao acontece. E mesmo para quem tem cursos superiores com alguma saída, vao encontrando mais dificuldades para subir na vida porque a maior parte dos cargos já estao ocupados por quem apareceu primeiro.

                Infantilizacao da sociedade? Nao vejo isso.

                Comentário


                  #9
                  Originalmente Colocado por Karma Ver Post
                  Nao vejo grandes mudancas.

                  O que acontece é que o mundo é cada vez mais complexo e obriga a que os jovens tenham longos tempos de aprendizagem. Por exemplo, há 30 anos era fácil arranjar um emprego capaz de sustentar uma família com o 12o ano, agora isso já nao acontece. E mesmo para quem tem cursos superiores com alguma saída, vao encontrando mais dificuldades para subir na vida porque a maior parte dos cargos já estao ocupados por quem apareceu primeiro.

                  Infantilizacao da sociedade? Nao vejo isso.
                  Também concordo com a parte das crescentes dificuldades académico/profissionais.
                  Mas creio que o Lino se refere também a aspectos como a mentalidade / educação / facilidades da parte dos progenitores, nas ultimas gerações.

                  Comentário


                    #10
                    Sim, refiro-me sobretudo a atitudes e maturidade mental/intelectual.

                    Mas essa vertente da cada vez mais prolongada dependência dos pais também está bastante relacionada com isso, não sendo apenas de índole económico-financeira.

                    Comentário


                      #11
                      Originalmente Colocado por BoraLaMarina Ver Post
                      Também concordo com a parte das crescentes dificuldades académico/profissionais.
                      Mas creio que o Lino se refere também a aspectos como a mentalidade / educação / facilidades da parte dos progenitores, nas ultimas gerações.
                      Como é óbvio uma fase mais longa de aprendizagem (nao só na escola/universidade, mas também no emprego), vai fazer com que se adiem algumas coisas que ajudam a ganhar essa maturidade. Mas ela chega, e nao acho que seja necessariamente mau esse tempo mais longo de aprendizagem, dá muito mais tempo para aproveitar a vida na maior parte dos casos.

                      Comentário


                        #12
                        Originalmente Colocado por LinoMarques Ver Post
                        Sim, refiro-me sobretudo a atitudes e maturidade mental/intelectual.

                        Mas essa vertente da cada vez mais prolongada dependência dos pais também está bastante relacionada com isso, não sendo apenas de índole económico-financeira.
                        É de índole economico-financeira e também cultural/social, cultura essa que é dada pelos pais. As geracoes mais novas sao educadas pelas geracoes mais velhas.

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                          #13
                          Originalmente Colocado por BoraLaMarina Ver Post
                          Também concordo com a parte das crescentes dificuldades académico/profissionais.
                          Mas creio que o Lino se refere também a aspectos como a mentalidade / educação / facilidades da parte dos progenitores, nas ultimas gerações.
                          o que o Karma referiu é uma realidade actual a nivel das dificuldades pós académico/profissionais face há 3 decadas atrás, eram outros tempos...

                          agora nos aspectos a que o lino referiu é pá lido com muita gente em varias fachas étárias, mas princialmente a malta mais jovem encontra-se um pouco de tudo, pessoal nos seus 18 a 20 e poucos com a cabeça acente, como na mesma idade encontro outros que nem sei em realidade vivem, quem os ouça falar é só facilidades, ora estes está mesmo visto que o problema está na maneira como foram educados a medida que foram crescendo, tornando-se denpendetes dos progenitores, e a cabecinha depois não assimila nada que se aproveite, ao contrario de outros que vê-se bem a sua portura e maneira de pensar que foram preparados e educados para se desenrrascarem sem dependerem de terceiros, ou seja como independentes e com conversas com pés e cabeça...

                          mas claro estas diferenças deve-se muito ás ultimas gerações de pais, que uns facilitaram tudo aos seus filhos, sem ter em mente que no futuro isso poderia ser prejudicial,e outros tiveram outra abordagem a ensinalos a desenrascarem-se por si proprios, sem ter dependencias, logo isto quando chegam á maturidade é uma diferença enorme...

                          nos ultimos anos, pelo menos no trabalho, pessoal estagiario e outros contratados, já se viu de tudo, uns muito interessados, outros que quase era um favor lá andar...

                          a melhor de todas ainda é aqueles que querem é um emprego e não um trabalho, e andar lá á patrão, aparecer quando lhe dá mais na gana, faltar e não dar cavaco a ninguém, e depois quando aparecem são confrontados dão uma desculpa esfarrapada, e o pouco que trabalham, tem que se andar sempre em cima deles, pois volta e meia, estão na pausa para o café e a navegar na net, estes geralmente não param em lado nenhum, pois quem é quer pessoal destes, e mudar-lhes a maneira de pensar, é para esquecer....

                          nem quero imaginar daqui a mais umas gerações...

                          Comentário


                            #14
                            Até percebo onde queres chegar, há inúmeros estudantes que entram em cursos de nome (boas engenharias e medicinas, direito e etc) que não não sabem o que é, por exemplo: uma tanb, a Euribor, não sabem a diferença entre direita e esquerda política, não sabem os nomes dos líderes dos partidos, 0 de literacia financeira. No outro dia estava a falar com umas miúdas de medicina, aquelas que supostamente entram com 19's de média e não sabiam o que eram os duodécimos...

                            Mas, ao contrário disto também há outros jovens muito interessados e bastante cultos.

                            A minha pergunta é a seguinte, no vosso tempo era diferente? Não me parece que seja, se eu olhar para a minha geração anterior(tios e etc, pessoal na casa dos 50), também há de tudo um pouco..
                            Hoje tem-se a ideia que quem anda a tirar um curso superior tem o dever se ser mais culto, maduro e etc.. ( e até concordo que sim)
                            Só que não se esqueçam que hoje, os mesmo que chegavam ao nono ano no vosso tempo, tiram agora uma licenciatura.. Porque o sistema é mesmo assim

                            Comentário


                              #15
                              Originalmente Colocado por LinoMarques Ver Post
                              Olá a todos

                              Gostaria de saber aqui a vossa opinião sobre isto: é ou não verdade que os jovens demoram cada vez mais tempo a tornarem-se adultos na sua forma de pensar e de agir e que até entre adultos se assiste cada vez mais a atitudes que mais se enquadrariam no comportamento de um pré-adolescente?

                              Não falo apenas das muitas parvoíces geradas pelas redes sociais mas também por reparar que há muitas pessoas já na 2.ª metade dos seus 20 anos (ou seja, rapidamente a caminho dos 30) que continuam a revelar formas de estar e até um nível elevado de ingenuidade que mais faz lembrar pessoas com metade da idade.

                              Ou tenho o azar de ver sempre as coisas erradas?
                              Venho isso também em pessoas de 50 anos. Falta de capacidade para lidar com problemas básicos que compreendo que ainda exista em pessoas de 20 e tal anos mas não na idade deles.

                              E penso como é que alguém já passou dos 50 e nunca aprendeu a lidar com determinadas coisas.

                              Acho que estará relacionado com a rigidez com que muitas pessoas mais velhas encaram tudo em Portugal. Não têm grande flexibilidade de adaptação a nada.

                              Se as coisas não forem sempre feitas como faziam há 30 anos, estão logo a gemer.
                              Editado pela última vez por Chowhound; 21 January 2017, 14:36.

                              Comentário


                                #16
                                A ideia de que no passado todos eram mais cultos não passa de preconceito geracional também.

                                Num país com analfabetismo atroz, poucos meios de acesso aos acontecimentos mundiais, acesso muito inferior ao ensino superior, viagens eram um luxo completamente fora de questão.

                                Até admito que existisse mais daquilo que se designa "street smarts" mas cultura? Não acredito.

                                Comentário


                                  #17
                                  Caminha-se, mas há muito, para a estupidificação formatada da sociedade.

                                  Comentário


                                    #18
                                    A ideia que tenho é que há uns 25/30 anos atrás as pessoas estudavam menos tempo, começando a trabalhar mais cedo. Com isto também casavam e tinham filhos mais cedo. Todo este acréscimo de responsabilidades acelerava também a entrada na maturidade.

                                    Hoje estuda-se até quase aos 25 anos, como tal fica-se mais tempo dependente dos pais, e ainda há outra coisa: hoje os pais tendem a ser hiper-protectores, o que também não me parece que estimule a vontade de autoafirmaçao, independência e, por conseguinte... maturidade!

                                    Comentário


                                      #19
                                      Originalmente Colocado por LinoMarques Ver Post
                                      A ideia que tenho é que há uns 25/30 anos atrás as pessoas estudavam menos tempo, começando a trabalhar mais cedo. Com isto também casavam e tinham filhos mais cedo. Todo este acréscimo de responsabilidades acelerava também a entrada na maturidade.

                                      Hoje estuda-se até quase aos 25 anos, como tal fica-se mais tempo dependente dos pais, e ainda há outra coisa: hoje os pais tendem a ser hiper-protectores, o que também não me parece que estimule a vontade de autoafirmaçao, independência e, por conseguinte... maturidade!
                                      E acho que todos sabemos bem os problemas e disfunções que resultaram de pessoas assumirem esse tipo de responsabilidades tão cedo. Há pessoas na casa dos 60/70 anos em que se nota perfeitamente a frustração de não terem tido grande vida própria quando eram jovens.

                                      Comentário


                                        #20
                                        Pá ...

                                        "As qualidades infantis deveriam conservar-se até à morte, como qualidades distintivamente humanas - as da imaginação, em vez do saber, do jogo, em vez do trabalho, da totalidade, em vez da separação. São essas, e não as outras, as que têm demonstrado os grandes criadores de ciência, os grandes artistas ou os grandes políticos. Por isso os perseguimos quando vivos e os aproveitamos, porque já eficientes, quando seguramente mortos. Não haverá salvação para o mundo enquanto não entendermos e fizermos penetrar em nossas consciências este facto basilar, e enquanto as nossas escolas, transformando-se inteiramente, não forem, em lugar de máquinas de fabricar adultos, viveiros de conservar crianças; enquanto não forem as crianças que nos levem, não pelo caminho que uma ciência fáustica previu, mas pelo que houver, dando a mão, ao mesmo tempo, a nós e às coisas; enquanto não for o Menino Jesus o nosso Deus verdadeiro."
                                        - Agostinho da Silva, Um Fernando Pessoa [1959], in Ensaios sobre Cultura e Literatura Portuguesa e Brasileira I, pp.115-116.

                                        Comentário


                                          #21
                                          Originalmente Colocado por LinoMarques Ver Post
                                          A ideia que tenho é que há uns 25/30 anos atrás as pessoas estudavam menos tempo, começando a trabalhar mais cedo. Com isto também casavam e tinham filhos mais cedo. Todo este acréscimo de responsabilidades acelerava também a entrada na maturidade.

                                          Hoje estuda-se até quase aos 25 anos, como tal fica-se mais tempo dependente dos pais, e ainda há outra coisa: hoje os pais tendem a ser hiper-protectores, o que também não me parece que estimule a vontade de autoafirmaçao, independência e, por conseguinte... maturidade!
                                          Todos os pais sao hiper protectores se tiverem possibilidade de o ser. Há 100 anos nao eram porque os filhos nasciam e morriam aos magotes e eram vistos mais como um par de bracos para trabalhar no campo ou em casa. Mas na sociedade actual, em que cada filho conta e é encarado também como uma projeccao dos pais, é óbvio que existe essa (hiper) proteccao.

                                          O meu pai com 13 ou 14 anos foi trabalhar para as obras a 250Km de casa, qual é que era o pai/mae que aceitava isso actualmente. Nao digo com 13 ou 14, porque isso agora é considerado trabalho infantil, mas podemos aumentar para 16.

                                          Os tempos mudaram, a sociedade mudou, as famílias adaptaram-se.

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                                            #22
                                            E passou-se do 8 para o 80...

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                                              #23
                                              Atenção que quando ficamos mais velhos, olhamos para a realidade com uma lente diferente.

                                              Assim, parece-nos que os jovens de hoje são mais imaturos que os da nossa geração. Mas se calhar, a nossa geração era igual ou pior.

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                                                #24
                                                É muito facebook, se frequentassem o FHAO aprendiam muito com o AndréPinto ou o jogador89.

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                                                  #25
                                                  Originalmente Colocado por Karma Ver Post
                                                  Todos os pais sao hiper protectores se tiverem possibilidade de o ser. Há 100 anos nao eram porque os filhos nasciam e morriam aos magotes e eram vistos mais como um par de bracos para trabalhar no campo ou em casa. Mas na sociedade actual, em que cada filho conta e é encarado também como uma projeccao dos pais, é óbvio que existe essa (hiper) proteccao.

                                                  O meu pai com 13 ou 14 anos foi trabalhar para as obras a 250Km de casa, qual é que era o pai/mae que aceitava isso actualmente. Nao digo com 13 ou 14, porque isso agora é considerado trabalho infantil, mas podemos aumentar para 16.

                                                  Os tempos mudaram, a sociedade mudou, as famílias adaptaram-se.

                                                  É basicamente isso. As circunstâncias fazem as pessoas.

                                                  Já sou da geração "que teve tudo" e lembro-me dos meus avós dizerem que tinham pena de não terem podido oferecer aos meus pais muitas das facilidades às quais eu tive acesso.

                                                  Ou seja, não fizeram isso numa grande missão de lhes estimular a maturidade mas simplesmente porque à época não podiam.

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                                                    #26
                                                    Originalmente Colocado por LinoMarques Ver Post
                                                    E passou-se do 8 para o 80...
                                                    Acho que nao é uma questao de 8 ou 80. Sao tempo diferentes e que nao se podem comparar. De que forma esperas aumentar a maturidade dos teus filhos?

                                                    Comentário


                                                      #27
                                                      Originalmente Colocado por Omega Ver Post
                                                      Pá ...

                                                      "As qualidades infantis deveriam conservar-se até à morte, como qualidades distintivamente humanas - as da imaginação, em vez do saber, do jogo, em vez do trabalho, da totalidade, em vez da separação. São essas, e não as outras, as que têm demonstrado os grandes criadores de ciência, os grandes artistas ou os grandes políticos. Por isso os perseguimos quando vivos e os aproveitamos, porque já eficientes, quando seguramente mortos. Não haverá salvação para o mundo enquanto não entendermos e fizermos penetrar em nossas consciências este facto basilar, e enquanto as nossas escolas, transformando-se inteiramente, não forem, em lugar de máquinas de fabricar adultos, viveiros de conservar crianças; enquanto não forem as crianças que nos levem, não pelo caminho que uma ciência fáustica previu, mas pelo que houver, dando a mão, ao mesmo tempo, a nós e às coisas; enquanto não for o Menino Jesus o nosso Deus verdadeiro."
                                                      - Agostinho da Silva, Um Fernando Pessoa [1959], in Ensaios sobre Cultura e Literatura Portuguesa e Brasileira I, pp.115-116.
                                                      Efectivamente.

                                                      Creio que o tema/assunto aqui falado não são as qualidades infantis, mas antes a estupidez e o orgulho nessa estupidez que cada vez parece ser mais comum.

                                                      Venho a Portugal quase todos os fins de semana e antigamente quando cá vivia, o orgulho em ser estúpido e até a demonstração publica de sintomas de sociopatia eram bastante restritos a alguns sectores da sociedade, actualmente aparece por todo o lado, desde o presidente da republica a fazer de tudo para aparecer nas televisões, aos funcionários das lojas onde vou e ao comportamento na estrada que me parece ser cada vez pior.

                                                      Comentário


                                                        #28
                                                        Originalmente Colocado por eu Ver Post
                                                        Atenção que quando ficamos mais velhos, olhamos para a realidade com uma lente diferente.

                                                        Assim, parece-nos que os jovens de hoje são mais imaturos que os da nossa geração. Mas se calhar, a nossa geração era igual ou pior.
                                                        Não tenho qualquer duvidas disto, cada uma à sua maneira tem o seus defeitos e as suas virtudes. A realidade dos mais velhos é quase sempre distorcida pela sua visão e vivência do passado.

                                                        Comentário


                                                          #29
                                                          Originalmente Colocado por paulofer Ver Post
                                                          Não tenho qualquer duvidas disto, cada uma à sua maneira tem o seus defeitos e as suas virtudes. A realidade dos mais velhos é quase sempre distorcida pela sua visão e vivência do passado.
                                                          Não há maior prova disso do que os consecutivos registos deixados por cada geração ao longo dos séculos a afirmar que as gerações seguintes eram uma desgraça.

                                                          Comentário


                                                            #30
                                                            Concordo em parte com o que diz o Lino, mas não concordo que os mais jovens estão mais ignorantes. Está provado cientificamente que quanto mais fácil é o acesso à informação menos o cérebro sente necessidade de a armazenar, daí os putos hoje em dia não memorizarem nomes/datas/etc, mas sabem muito bem ir buscar tudo isso em caso de necessidade.

                                                            O que de facto se nota é que são cada vez menos desenrascados com coisas mais manuais, ou trabalho mais duro, são cada vez mais lentos a ter a sua independência financeira e são mais infantis até mais tarde. Quando digo infantis quero dizer mais ingénuos, vivem mais tempo a pensar que o mundo é cor-de-rosa. Mas a culpa é claramente dos pais que os protegem de mais, não por mal, mas porque os pais querem sempre que os filhos tenham uma vida melhor e mais fácil que eles tiveram.

                                                            Graças a Deus que também se está a começar a notar uma moda de pais que querem que os filhos voltem às origens, que se sujem, que saiam de casa.

                                                            São ciclos, não é o fim do mundo.

                                                            Comentário

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