Sociedade Há 20 anos que não havia tantos mortos nas estradas portuguesas -Fonte: Expresso

[Eagle88]

"Números dos primeiros seis meses do ano são alarmantes. É um “agravamento histórico”, dizem os especialistas


Os acidentes nas estradas portuguesas provocaram a morte de 237 pessoas no primeiro semestre do ano, uma subida de 22,8% face aos óbitos registados em igual período do ano passado (193), segundo os dados disponibilizados pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR). Este aumento de vítimas mortais (contadas no local do acidente ou com o ferido a caminho do hospital) é o maior desde 1998, ano mais remoto em que é possível obter uma estatística semestral com os dados constantes do sítio da ANSR na internet."

Esta noticia, embora o texto não esteja completo, deixou-me intrigado. Primeiro dizem que houve um aumento de 22.8% de mortos em relação a igual período do ano passado e depois dizem que recuamos a números de 1998. O crescimento não era tão acelerado desde 98 ou o número de vitimas não era tão alto desde 98!?
Sabemos que o número de vitimas não poderia descer de forma indefinida e que, mais tarde ou mais cedo, teriamos uma subida. Mas daí a recuar a número de há 20 anos?

Fui ao site da ANSR confirmar os dados para Janeiro-Junho.

Acidente:
2015 - 58 359
2016 - 61.585
2017 - 60 904

Mortos:
2015 - 230
2016 - 193
2017 - 237

Feridos graves/leves:
2015 - 1 070 / 17 819
2016 - 926/ 18 219
2017 - 974/ 18 313

Numa análise a ao primeiro semestre de três anos consecutivos, não me parece existir variações alarmantes. Obviamente que cada morte é uma morte a mais.

Quando analisamos no período de um ano temos o seguinte:

1 julho 2015 - 30 junho 2016
Mortos - 436
Feridos graves - 2 106

1 julho 2016 - 30 junho 2017
Mortos - 489
Feridos graves - 2 150

Para uma visão mais alargada, recorri à Pordata. Ao contrário dos dados anteriores, julgo que estes são referentes ao ano civil.

http://www.pordata.pt/Portugal/Acide...Continente-326

De qualquer forma, de acordo com este dados da Pordata, em 1998, morreram 1865 pessoas nas estradas. Hoje morre 1/4. Ainda de acordo com estes dados, a última (e primeira) vez que o número de mortos anuais esteve abaixo dos 500, foi em 2014.

Como é que podemos estar nos número de 1998?

Anos	Mortos
1960	641
1961	738
1965	920
1970	1 417
1975	2 676
1976	2 594
1977	2 153
1978	2 173
1979	2 186
1980	2 262
1981	2 269
1982	2 126
1983	2 177
1984	1 841
1985	1 875
1986	1 982
1987	2 296
1988	2 534
1989	2 375
1990	2 321
1991	2 475
1992	2 372
1993	2 077
1994	1 926
1995	2 085
1996	2 100
1997	1 939
1998	1 865
1999	1 750
2000	1 629
2001	1 466
2002	1 469
2003	1 356
2004	1 135
2005	1 094
2006	850
2007	854
2008	776
2009	737
2010	741
2011	689
2012	573
2013	518
2014	482
2015	473

Estes dados não farão muito sentido se não os cruzarmos com outros.
- Extensão da rede rodoviária aumentou de 11 991km (1999) para 14 310 (2015),
- Parque autmóvel, aumentou de 4 236 000 (1998) para 5 832 600 (2010) veículos - Dados Acap

[PEDROM]

Deve ser por terem andado a plantar radares de controlo de velocidade por tudo que é sítio.

[afc]

Aquelas pessoas que morreram na estrada com o incêndio são contabilizadas?

Mas pelo que vou vendo, admiro-me que não sejam mais

[Z00L]

Com tanta Prevenção Rodoviária?

[LinoMarques]

Na revista do ACP deste mês dizia que o sistema de pontos foi um rotundo falhanço. Até hoje nem uma única pessoa ficou sem carta por causa disso.

[Eagle88]

Pois, mas será mesmo assim como é anunciado na notícia? As estatísticas desmentem...

Enviado do meu VFD 600 através de Tapatalk

[bg2]

O importante é a malta pagar multas

O resto são danos colaterais. É esta a ideia da direcção geral dos impostos e consequentemente dos dptos de transito da PSP e GNR.

[Karma]

Já percebi a matemática da notícia, o título para variar está errado (com todas as letras) e o jornalista para nao variar é um calhau com olhos.

Entao é assim, e muito sucintamente, o que ele compara é a variacao percentual do numero de vítimas. Portanto, nos primeiros 6 meses do anos morreram mais 22.8% de pessoas na estrada quando comparado com primeiro semestre de 2016. Até aqui tudo bem.

Como é que daí se escreve como título "Há 20 anos que não havia tantos mortos nas estradas portuguesas" é material para especulacao. Mas eu sou da opiniao que é apenas burrice do jornalista. É o que dá ter jornalistas que vao para letras para fugir da matemática.


tl;dr o jornalista é burro e nao sabe o que escreve.

[Eagle88]

Já percebi a matemática da notícia, o título para variar está errado (com todas as letras) e o jornalista para nao variar é um calhau com olhos.

Entao é assim, e muito sucintamente, o que ele compara é a variacao percentual do numero de vítimas. Portanto, nos primeiros 6 meses do anos morreram mais 22.8% de pessoas na estrada quando comparado com primeiro semestre de 2016. Até aqui tudo bem.

Como é que daí se escreve como título "Há 20 anos que não havia tantos mortos nas estradas portuguesas" é material para especulacao. Mas eu sou da opiniao que é apenas burrice do jornalista. É o que dá ter jornalistas que vao para letras para fugir da matemática.


tl;dr o jornalista é burro e nao sabe o que escreve.

Exatamente, julgo que terá sido isso. Até acredito que, percentualmente, tenha sido o maior aumento, mas o título teria de ser outro.

[Vocsa]

Deve ter sido um trabalho de equipa.

Quem fez a conta não seria muito versado em transmitir o resultado.

E depois quem escreveu não devia ser muito versado na matemática.

Se foi uma única pessoa...

[RedHeart]

Ou então percebem perfeitamente de matemática e de português mas era preciso fazer um título que chamasse a atenção... e resultou perfeitamente!

[LuisMiguel]

Ou então percebem perfeitamente de matemática e de português mas era preciso fazer um título que chamasse a atenção... e resultou perfeitamente!

Só aqui pelos comentários, nota-se o efeito facebook: muitos nem leem a notícia, ficam-se pelo título e comentam com base nisso, por muito estúpido e enganador que seja.

[Vocsa]

Só aqui pelos comentários, nota-se o efeito facebook: muitos nem leem a notícia, ficam-se pelo título e comentam com base nisso, por muito estúpido e enganador que seja.

Por muito importante e bem escrita que a notícia seja, o título é falso... fake news! fake news everywhere!!!

Não há outra maneira de o por... não vejo interpretação semântica que não o torne numa mentira (mas sou todo ouvidos, atenção).

E sim, é importante, porque é o Expresso... não é CM a dizer que caiu um avião e já sabe o nome do piloto e tudo.

Isto das fake news, clickbaits, etc, é um fenómeno que não podemos desprezar.

[eu]

Já percebi a matemática da notícia, o título para variar está errado (com todas as letras) e o jornalista para nao variar é um calhau com olhos.

Quando vi o título sensacionalista percebi logo que só podia ser isto.

A maior parte dos jornalistas são uns completos cepos a matemática, mesmo nas noções mais básicas... este é mais um exemplo.

[LuisMiguel]

Por muito importante e bem escrita que a notícia seja, o título é falso... fake news! fake news everywhere!!!

Não há outra maneira de o por... não vejo interpretação semântica que não o torne numa mentira (mas sou todo ouvidos, atenção).

E sim, é importante, porque é o Expresso... não é CM a dizer que caiu um avião e já sabe o nome do piloto e tudo.

Isto das fake news, clickbaits, etc, é um fenómeno que não podemos desprezar.

Não estou a querer desprezar o fenómeno fake news, clickbait, etc. menos ainda a falta de ética de quem produz esse género de "conteúdos". Estou só a referir que este é alimentado pela partilha acéfala de notícias que ocorre. Ninguém rouba se não houver quem compre.

[Vocsa]

Sim, é verdade.

Até já existe um tópico no FAHO sobre o assunto...

(penso que a única novidade aqui é vir do Expresso... acho que nem tópico haveria noutro caso.)

[Jbranco]

Não estou a querer desprezar o fenómeno fake news, clickbait, etc. menos ainda a falta de ética de quem produz esse género de "conteúdos". Estou só a referir que este é alimentado pela partilha acéfala de notícias que ocorre. Ninguém rouba se não houver quem compre.

E também há muita ignorância. Ainda há poucas semanas alguém, a propósito das chamadas de solidareadade para as vitimas dos incendios, calculava mal a base de incidência do iva.

edit:

(penso que a única novidade aqui é vir do Expresso...

Já encontrei artigos no expresso (versão em papel) com erros de ortografia, o que seria impensável há uns anos. Já nem o expresso tem hoje a qualidade que já teve...

[Eagle88]

Entretanto a noticia já está completa online, com uma difereça, o titulo agora é “É um agravamento histórico”: há 20 anos que não havia tantos mortos nas estradas portuguesas"


http://expresso.sapo.pt/sociedade/20...as-portuguesas

Dá para entender a ideia deles e que baseia no incremento no número de mortos, mas isso não significa que o número de mortos seja igual aos de há 20 anos, ainda por cima, os dados que apresentam desmentem essa afirmação.

[Karma]

Entretanto a noticia já está completa online, com uma difereça, o titulo agora é “É um agravamento histórico”: há 20 anos que não havia tantos mortos nas estradas portuguesas"


http://expresso.sapo.pt/sociedade/20...as-portuguesas

Dá para entender a ideia deles e que baseia no incremento no número de mortos, mas isso não significa que o número de mortos seja igual aos de há 20 anos, ainda por cima, os dados que apresentam desmentem essa afirmação.

O título continua errado.

[Vocsa]

Pois continua...

[Avant]

O ministro já se demitiu?

[Vocsa]

O ministro já se demitiu?

A questão é essa: o Expresso nunca foi muito destas cenas.

Já vi diversos erros, até horto-gráficos como já assinalaram. Outros por nítida falta de conhecimento técnico.

Mas custa-me um bocado a enquadrar este titulo... está demasiado puxado, quer para uma gaffe, quer para uma incompetência.

[JcRabbit]

A questão é essa: o Expresso nunca foi muito destas cenas.

Pois. Mas entretanto já deve andar por aí muita gente aos berros para baixarem o limite de velocidade nas AE. ;)

[33Stradale]

Pois. Mas entretanto já deve andar por aí muita gente aos berros para baixarem o limite de velocidade nas AE. ;)

Pelo menos até perceberem que a maioria dos mortos é por atropelamento, e não se pode circular a pé na AES. Mas isso, no mundo da comunicação social, é um pormenor sem a mínima importância.

[Vocsa]

Oh 33Stradale, mas olha que se vamos por aí a expressão: "há 20 anos que não havia tantos mortos na estrada" pode até incluir os animais, ouriços, etc.



(Ao menos assim o título poderia passar a "matematicamente correcto").

[TILT]

Não conhecia esses números e acho notável ter-se passado de 2500 mortes/ano para menos de 500 nos últimos anos. Continuam a ser 500 mortes a mais do que deveria mas é notável o trabalho que se fez nestes últimos 20 anos, desde o incremento brutal da segurança nos carros (provavelmente a principal causa), à melhoria da rede viária e também alguma evolução na mentalidade.

[bg2]

Pelo menos até perceberem que a maioria dos mortos é por atropelamento, e não se pode circular a pé na AES. Mas isso, no mundo da comunicação social, é um pormenor sem a mínima importância.

isso e, pelo que me constou, para 2017 acidentes mortais com motociclos.

Era útil que essa estatistica fosse pública.

[TILT]

A questão é essa: o Expresso nunca foi muito destas cenas.

Já vi diversos erros, até horto-gráficos como já assinalaram. Outros por nítida falta de conhecimento técnico.

Mas custa-me um bocado a enquadrar este titulo... está demasiado puxado, quer para uma gaffe, quer para uma incompetência.

Placas no quintal?

[eu]

é notável o trabalho que se fez nestes últimos 20 anos, desde o incremento brutal da segurança nos carros (provavelmente a principal causa), à melhoria da rede viária e também alguma evolução na mentalidade.

A mentalidade também evoluiu imenso.

Há 30 anos atrás eu via coisas na estrada impressionantes; a estrada era um autêntico faroeste de condutores irresponsáveis e sem respeito pela vida.

Atualmente a grande maioria dos condutores tem uma atitude muito mais calma e defensiva.

[Jbranco]

A mentalidade também evoluiu imenso.

Por acaso não partilho dessa visão. A mim parece-me que muitos condutores continuam com comportamentos irresponsáveis, as estradas e os carros é que melhoraram muito. Acresce que há 30 anos ainda muita gente nem carro tinha, muitos com motor apenas tinham a motorizada.

edit: Dizia-se como piada que "sachs v5" significava "sachs vão 5" tal era o número de vezes que se viam motorizadas a transportar pai, mais e um ou dois filhos...