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Mortes por demência vão aumentar 40%, superando o cancro

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    Saúde Mortes por demência vão aumentar 40%, superando o cancro

    Este artigo já tem alguns meses, mas ontem ouvi na rádio que a ONU prevê um aumento deste problema em cerca de 30% nas próximas décadas e a nível mundial, passando a ser a doença mais espalhada. Muito preocupante, de facto!

    Mortes por demência vão aumentar 40%

    Em 20 anos, doenças da velhice terão a maior subida entre as causas de morte em Portugal. Cancro está mais perto de ser doença crónica

    O cancro, a mais temível das doenças para a generalidade dos portugueses, vai perder agressividade e dar lugar a uma nova ameaça: a demência. Este futuro chega dentro de duas décadas, altura em que os portugueses viverão mais anos e melhor, mas em que também estarão mais sujeitos aos males do envelhecimento.

    Um estudo recente sobre 195 países, publicado pela revista científica “Lancet”, estima que em 2040 a mortalidade geral em Portugal seja pouco superior à atual, aumentando 5%, com cerca de 117 mil óbitos anuais. As neoplasias crescem 3%. A grande ameaça letal virá das doenças neurológicas. Haverá mais 39% de vítimas de demências, como Alzheimer — será 42% mais letal, tirando a vida a quase 17 mil portugueses — ou Parkinson — que será responsável por 1160 mortes, mais 38% do que em 2016, ano de comparação no estudo

    O retrato do futuro feito pelos peritos é positivo na generalidade, mas tem um preço a pagar no concreto. A população vai ter uma esperança média de vida reforçada em três anos e meio, e viverá melhor — o período sem problemas de saúde será mais longo, com uma redução de 20% dos anos de vida perdidos por doença face a 2016 — mas, em troca dos melhores dias anunciados, sofrerá intensamente os efeitos de um cérebro muito envelhecido.

    “Quando se fala em demência, o futuro só pode ser pior. A morbilidade do envelhecimento vai aumentar e não é possível evitar ou prever as doenças associadas”, afirma Alexandre Castro Caldas, diretor do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Católica. Pior, o neurologista garante que não estamos preparados. “É preciso ter uma atitude positiva perante o envelhecimento, estimular o cérebro, sair de casa, não ficar no sofá a ver televisão, e para isto é preciso trabalhar a área social. A pessoa demente deve ser mantida em casa, com apoio de dia e no domicílio.”

    Na verdade, esse futuro de que a “Lancet” fala já começou a chegar. “Semanalmente, vejo quatro a cinco casos novos de demências”, diz Castro Caldas. A estes juntam-se ainda outras situações de doença mental, associadas ao álcool ou drogas, que também irão levar mais 16% de pessoas à morte.

    As projeções sobre a mortalidade em Portugal dentro de 22 anos revelam ainda que os esforços para mudar o estilo de vida não deverão surtir o efeito desejado. Por exemplo, as mortes associadas à diabetes vão aumentar 18%, para quase cinco mil casos anuais. O universo é pequeno, mas revela que os maus hábitos estão para ficar.

    O mesmo aplica-se aos efeitos adversos do excesso de sal. As doenças cardiovasculares vão perder peso na mortalidade, com uma redução de 10% em muito devido aos avanços médicos, mas os casos fatais por hipertensão aumentam 55%. “A diminuição de mortes por doença cardíaca aguda já se está a verificar mas o aumento por hipertensão está mais associado à insuficiência cardíaca”, explica João Araújo Correia, presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna.

    TUMORES MAIS CONTROLADOS

    Igualmente sem novidade é o ‘controlo’ dos tumores malignos. “A relativa estabilidade na percentagem de mortes de causa oncológica não é surpresa porque o cancro tornou-se uma doença, em muitos casos, com longo tempo de sobrevida”, acrescenta o internista.

    É uma mudança sem precedentes aumentar o número de sobreviventes de cancro, contudo, a doença continuará a ser a mais mortífera. Em 2040, vai levar a vida de mais de 29 mil portugueses. Esta realidade será mais visível nos cancros da próstata e do cólon e reto, com subidas de mortalidade de 41% e 10%, respetivamente. Ao invés, as neoplasias do estômago, do pulmão ou da mama farão menos vítimas.

    “A evolução apresentada é expectável tendo em conta os avanços no tratamento e na capacidade de curar. Não há uma diminuição em relação ao cólon porque ainda é preciso fazer mais no rastreio e na próstata porque falta trabalho multidisciplinar. Temos avanços terapêuticos mas ainda é necessário colocá-los na fase certa”, explica Paulo Cortes, presidente da Sociedade Portuguesa de Oncologia. O rastreio, o tratamento disponível e o trabalho conjunto são, na opinião do oncologista, a receita que explica a estimativa de redução na mortalidade (menos 7%) por cancro da mama, por exemplo.

    Responsável pelo Programa Nacional para as Doenças Oncológicas, Nuno Miranda, sublinha que “os dados mantêm a percentagem de óbitos por doença oncológica nos 25%”, o que é “muito positivo e coloca Portugal numa excelente posição”. E destaca: “São em particular positivas as variações nas neoplasias tratáveis, como os cancros da mama e colorretal.”

    É também esperado o aumento dos óbitos por doenças respiratórias, pois o ambiente não tende a ser mais puro. E é preciso não esquecer que o estudo é uma projeção, feita com base nos dados conhecidos agora. Alterações como novos tratamentos ou mudanças de hábitos (ver texto em baixo) podem levar a outro cenário.

    “A realidade do país pode ser sempre diferente da que é traçada em grandes projeções. Além disso tem de se ter em conta que a resposta do sistema de saúde é fundamental para a qualidade da resposta à população”, explica Carlos Dias, diretor do Departamento de Epidemiologia do Instituto Ricardo Jorge. E neste caso tendo em conta a realidade do Serviço Nacional de Saúde, com muitas lacunas, muito pode mudar em pouco tempo.
    https://expresso.pt/sociedade/2018-1...r-40#gs.c09h6i

    #2
    A questão é que o cancro nas últimas décadas teve um combate que melhorou muitíssimo.

    Por outro lado cada veza se vive mais tempo, é normal que haja mais doenças associadas a isso.

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      #3
      O "problema" é que temos de morrer de alguma coisa. Temos menos acidentes de viação e de trabalho, melhores cuidados de saúde, doenças que hoje se conseguem curar ou lidar com elas e que dantes eram letais, etc., é natural que mais de nós cheguem a uma idade em que estamos sujeitos a essas doenças.

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        #4
        Para quem anda no fórum regularmente, essa % deve aumentar muito...

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          #5
          Tenho algumas dúvidas... acho que há cada vez mais doentes com cancro.
          De há uns anos para cá tem sido um ver se te avias.

          Uma tia, um tio, etc., com cancros.
          Em Janeiro deste ano foi o meu pai aos 91 anos com cancro do pulmão.
          Este mês um primo meu aos 67 com cancro do pulmão.
          Hoje soube que foi diagnosticado a uma amiga da minha mulher (~50 anos) cancro do pulmão.

          Pelo que vi no meu pai e no meu primo, é um modo bem fdd de ir...

          Comentário


            #6
            Sim, é tudo complicado, mas a demência também.
            Por vezes é muito complicado de lidar: confusões na rua, crime, hospitais, urgências, vitima de burlas, roubos, pesadelo total para a família. Eu que o diga.
            Se não é duma coisa é de outra... esta vida é mesmo dura.

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              #7
              Originalmente Colocado por Nuno156 Ver Post
              Tenho algumas dúvidas... acho que há cada vez mais doentes com cancro.
              De há uns anos para cá tem sido um ver se te avias.

              Uma tia, um tio, etc., com cancros.
              Em Janeiro deste ano foi o meu pai aos 91 anos com cancro do pulmão.
              Este mês um primo meu aos 67 com cancro do pulmão.
              Hoje soube que foi diagnosticado a uma amiga da minha mulher (~50 anos) cancro do pulmão.

              Pelo que vi no meu pai e no meu primo, é um modo bem fdd de ir...
              As estatísticas dizem que não há mais cancro em faixas etárias mais baixas (julgo que até aos 50/60) do que relativamente à década de 1980.

              O que faz aumentar a percepção da coisa são dois factores. O mais conhecido e principal causa tem a ver com o tempo de vida. Há quarenta anos, uma pessoa de 65 anos era velha. Quem chegava aos noventa era quase um fenómeno. E é obviamente nessas faixas etárias que existe maior incidência.

              O outro factor tem a ver com o alargamento das nossas relações. Em 1980, conhecia-se o pessoal da aldeia ou do bairro mais meia dúzia de pessoas. Agora, o conhecimento da sociedade é mais amplo e existe, ainda que por vezes falsa, uma maior sensação de proximidade com muito mais gente. Há 30/40 anos até se podia ouvir falar do Manel de 40 anos, que morava duas aldeias ao lado, que tinha morrido com uma "coisa rõe", mas não se ligava muito.

              Comentário


                #8
                Cada vez vivemos mais tempo, portanto é normal que a incidência deste tipo de doenças aumente.

                É aproveitar a vida enquanto podemos. Se calhar, passando menos tempo no fórum.

                Comentário


                  #9
                  Para alguns, passar tempo no fórum pode ser A definição de "aproveitar a vida"!

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                    #10
                    Criminoso seria a maioria dos séniores chegarem a essa idade sem demência......

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                      #11
                      Originalmente Colocado por AdolfoSDias Ver Post
                      As estatísticas dizem que não há mais cancro em faixas etárias mais baixas (julgo que até aos 50/60) do que relativamente à década de 1980.

                      O que faz aumentar a percepção da coisa são dois factores. O mais conhecido e principal causa tem a ver com o tempo de vida. Há quarenta anos, uma pessoa de 65 anos era velha. Quem chegava aos noventa era quase um fenómeno. E é obviamente nessas faixas etárias que existe maior incidência.

                      O outro factor tem a ver com o alargamento das nossas relações. Em 1980, conhecia-se o pessoal da aldeia ou do bairro mais meia dúzia de pessoas. Agora, o conhecimento da sociedade é mais amplo e existe, ainda que por vezes falsa, uma maior sensação de proximidade com muito mais gente. Há 30/40 anos até se podia ouvir falar do Manel de 40 anos, que morava duas aldeias ao lado, que tinha morrido com uma "coisa rõe", mas não se ligava muito.
                      Pois... não creio que todos esses pontos sejam assim tão relevantes para o que eu estava a dizer.

                      Começando pelo fim:

                      1. Alargamento das relações.
                      Falei apenas de familiares, e uma amiga de infância/teenager da minha mulher. Dificilmente são casos que venham de alargamento de relações por meio de melhores canais de informação.

                      2. Maior esperança de vida.
                      Parece óbvio que, quanto maior for a esperança de vida, maior será a probabilidade de ter cancro.

                      No entanto, em ambos os casos anteriores, o que é verdade para o cancro é verdade para a demência.
                      1. Tens mais conhecimentos de casos de demência pelo alargamento das relações.
                      2. Existem mais casos de demência porque as pessoas vivem mais tempo.

                      A diferença aqui é que a demência está directamente relacionada com a idade, enquanto o cancro não.
                      Portanto, quanto maior for a esperança de vida, maior será a incidência de demência.

                      3. Cancro em malta nova.
                      Tenho uma prima que teve cancro de mama por volta dos 30.
                      A amiga da minha mulher teve cancro de mama por volta dos 40, depois cancro da tiróide, e agora cancro do pulmão antes dos 50.

                      E isto dos múltiplos cancros é recorrente.
                      Uma tia minha teve cancro da mama por volta dos 60, viveu sem problemas uns 20 anos, e faleceu de cancro há uns anos (curiosamente, o meu tio, marido dela, faleceu pouco depois com cancro do pulmão).
                      O meu primo que faleceu de cancro do pulmão andou durante os últimos 11 anos a tratar vários cancros que foram surgindo.


                      A questão aqui é:

                      — O que faz com que surjam mais casos de demência, é a maior esperança de vida.
                      — A maior esperança de vida ocorre porque tem vindo a ser encontrada cura para a grande maioria das doenças que antes eram fatais (incluindo solução para alguns cancros).
                      — A maior incidência de cancro ocorre por várias razões, sendo que uma delas é também a maior esperança de vida (não se morre antes de outra coisa qualquer).

                      O problema são os outros factores.
                      — Uma das causas de demência é tumores no cérebro. Conta como cancro, ou como demência?
                      — A prevenção da demência passa muito por adoptar melhores estilos de vida, ou seja, é algo que se pode controlar até certo ponto.
                      — Já o aumento da incidência de cancro passa muito por factores externos que não controlamos, como factores ambientais (poluição).

                      Ou seja, é mais fácil haver maiores incidências de cancro, e menores incidências de demência, porque é mais fácil prevenir a demência que o cancro, e é mais fácil os factores externos que provocam o cancro continuarem a aumentar (poluição e radiação, por exemplo).

                      Se a demência passar a ter uma maior incidência que o cancro, será bom sinal.
                      Sinal que foram conseguidos avanços no tratamento e prevenção do cancro, e que a esperança de vida aumentou.
                      Infelizmente, não prevejo que isso venha a acontecer tão cedo.

                      Espero estar cá em 2040 para vos dar razão.

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                        #12
                        Originalmente Colocado por eu Ver Post
                        Cada vez vivemos mais tempo, portanto é normal que a incidência deste tipo de doenças aumente.
                        É aproveitar a vida enquanto podemos. Se calhar, passando menos tempo no fórum.
                        Originalmente Colocado por LinoMarques Ver Post
                        Para alguns, passar tempo no fórum pode ser A definição de "aproveitar a vida"!
                        Para a maioria, passar mais tempo no fórum significa passar menos tempo a trabalhar...
                        Não sei até que ponto "passar menos tempo no fórum e mais tempo a trabalhar" se qualifica como "aproveitar a vida".

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