Lembrei-me de cada um de nós ir contribuindo com a Biografia de Personagens que de uma forma ou de outra nos tenham deixado boa impressão, quer pela sua personalidade quer pelos seus feitos.
Será uma forma de darmos a conhecer figuras que terão tido o seu peso histórico na Humanidade ou numa determinada Nação.
Começo com um Exemplo nacional, vou realçar umas das coisas que me impressionou na Personagem.
Joaquim Mouzinho de Albuquerque (1855-1902)
Nascido a 11 de Novembro de 1855, na Quinta da Várzea, Batalha, Leiria, descendente de uma família da nobreza, Mouzinho de Albuquerque ingressou cedo no Colégio Militar da Luz, terminando o curso na Escola do Exército em 1878, sendo promovido a alferes.
No ano seguinte, matriculou-se nas Faculdades de Matemática e Filosofia da Universidade de Coimbra, tendo aí casado com sua prima, D. Maria José Mascarenhas de Mendonça Gaivão.
Em 1882, Mouzinho de Albuquerque adoeceu, facto que o impediu de frequentar o 4º ano da Universidade e o obrigou a regressar a Lisboa, onde permaneceu dois anos em inactividade.
No ano de 1884 foi promovido a tenente e nomeado regente de estudos no Colégio Militar. Dois anos depois, partiu para a Índia, ocupando um lugar na fiscalização do Caminho de Ferro de Mormugão e, em 1888, foi nomeado secretário-geral do governo do Estado da Índia.
Em 1890, foi promovido a capitão e nomeado governador do distrito de Lourenço Marques, cargo que ocupou até 1892, altura em que regressou a Lisboa.
O ano de 1894 marca o regresso de Mouzinho de Albuquerque às colónias, desta vez comandando um esquadrão de Lanceiros que se iriam juntar às forças de expedição militar que tinha por objectivo dominar as rebeliões indígenas no Sul de Moçambique.
Foi aí que Mouzinho de Albuquerque se destacou nas campanhas de África, nomeadamente a que levaria à prisão do chefe Vátua Gungunhana em 28 de Dezembro de 1895, em Chaimite.
A 11 de Novembro de 1895, as tropas comandadas por António Enes, e entre as quais se encontrava Mouzinho, tomaram e incendiaram Manjacaze, a residência principal de Gungunhana, levando à fuga deste.
António Enes pede reforços à Metrópole. Perante a indecisão do governo português, Enes decide finalizar a sua missão e regressar a Portugal. É nessa altura que, a 10 de Dezembro de 1895, Mouzinho de Albuquerque é nomeado governador do distrito militar de Gaza e, inicia a sua própria campanha, entendendo que só através da prisão do “Leão de Gaza”, a soberania portuguesa poderia ser mantida.
Após uma marcha de três dias em direcção a Chaimite, as tropas conduzidas por Mouzinho cercaram a povoação, prendendo o chefe Vátua e grande parte da sua família, forçando-o a entregar mil libras em ouro, oito diamantes, armas e munições e todo o gado e marfim de que dispunha.
No dia 6 de Janeiro do ano seguinte, Gugunhana e os restantes prisioneiros são entregues, oficialmente, em Lourenço Marques, por Mouzinho de Albuquerque ao governador geral da colónia para, dias mais tarde serem enviados para a Metrópole.
Depois deste êxito militar, que granjeou numerosas manifestações de apoio na Metrópole, Mouzinho de Albuquerque foi nomeado governador geral de Moçambique, a 13 de Março de 1896, tomando posse a 21 de Maio. A 27 de Novembro, do mesmo ano, foi nomeado comissário régio.
Depois de comandar, durante o ano de 1897, as campanhas de ocupação colonial de Naguema (3 de Março), Mocutumudo (6 de Março) e Macontene (21 de Julho), Mouzinho de Albuquerque partiu para a Metrópole, a 18 de Novembro, com o intuito de resolver, pessoalmente, com o governo de Lisboa questões relacionadas com a administração e o desenvolvimento económico da colónia de Moçambique, nomeadamente a concessão de um empréstimo que lhe permitisse proceder a algumas reformas.
Chegou a Portugal a 15 de Dezembro de 1897, tendo sido recebido de forma muito calorosa. Após algum tempo de repouso viajou pela Europa (Inglaterra, França e Alemanha) e, a 22 de Abril de 1898, regressou a Moçambique sem levar qualquer resultado prático da sua presença na Metrópole.
Em Julho do ano de 1898, Mouzinho de Albuquerque recebe, finalmente a notícia de que tinha sido concedido o tão esperado empréstimo, pelo qual se batera na viagem que fizera à Metrópole três meses antes. No entanto, no mesmo dia, recebeu uma informação, pela qual tinha sido decidido, a 7 de Julho, o fim das suas funções como comissário régio, o que o levou a apresentar, de imediato, a sua demissão, aceite pelo Presidente do Conselho, José Luciano de Castro, a 19 de Julho.
Mouzinho de Albuquerque voltou, então, a Lisboa sem ter realizado aquilo a que se tinha proposto, apesar de ter conseguido implementar algumas obras de fomento, bem como um importante impulso às receitas públicas.
Foi nomeado, a 28 de Setembro de 1898, ajudante de campo efectivo do Rei D. Carlos, oficial-mor da casa real e aio do príncipe D. Luís Filipe.
A sua posição crítica face à política e aos políticos da sua época foi determinante no lançamento de uma campanha contra a sua pessoa, para o afastar do Paço, correndo também rumores sobre uma sua ligação íntima à rainha D. Amélia.
Incapaz de, pela sua própria formação militar rígida e pelo feitio orgulhoso, de resistir ao clima de intriga, de indecisão política e de decadência em que a monarquia agonizava, Mouzinho de Albuquerque prepara minuciosamente a sua morte, suicidando-se no interior de uma “carruagem”, na Estrada das Laranjeiras no dia 8 de Janeiro de 1902.
"Oficial da Real Ordem Militar de S. Bento de Avis.
Medalha de Ouro da Classe de Valor Militar.
Medalha de Prata " Rainha D. Amélia".
Medalha de Ouro " Rainha D. Amélia".
Medalha de Ouro da Classe de Serviços Distintos no Ultramar
(Feito heróico de Chaimite, prisão de Gungunhana).
Comendador da Antiga e muito Nobre Ordem da Torre e Espada,
de Valor, Lealdade e Mérito.
Grande Oficial da Antiga e muito Nobre da Ordem da Torre e Espada,
de Valor, Lealdade e Mérito.
Medalha de Ouro da Classe de Valor Militar.
Medalha de Ouro da Classe de Serviços Distintos no Ultramar
(Operações de guerra no Distrito de Gaza, 1897).
Comendador da Real Ordem Militar de S. Bento de Avis.
2ª Classe da Ordem da Águia Vermelha da Prussia, com Espadas.
Comendador da Ordem de S.Miguel e S. Jorge, de Inglaterra.
Oficial da Legião de Honra, de França.
Comendador da Ordem de S. Mauricio e S. Lázaro, de Itália.
Comendador da Ordem de Leopoldo I, da Bélgica.
Comendador da Ordem de Carlos III, de Espanha."
"No ano de 1961, sendo Ministro do Exército o Senhor Brigadeiro Mário José Pereira da Silva, houve sua Excelência por bem, por despacho dado aos 22 dias do mês de Maio sobre proposta formulada pela Direcção da Arma de Cavalaria, mandar considerar como Patrono da Arma de Cavalaria Joaquim Augusto Mousinho de Albuquerque, herói de Chaimite, e consagrar como dia da Arma de Cavalaria a data gloriosa de 21 de Julho, aniversário do combate de Macontene."
( Ordem do Exército nº6, Iª série, de 31 de Maio de 1961)
Será uma forma de darmos a conhecer figuras que terão tido o seu peso histórico na Humanidade ou numa determinada Nação.
Começo com um Exemplo nacional, vou realçar umas das coisas que me impressionou na Personagem.
Joaquim Mouzinho de Albuquerque (1855-1902)
Nascido a 11 de Novembro de 1855, na Quinta da Várzea, Batalha, Leiria, descendente de uma família da nobreza, Mouzinho de Albuquerque ingressou cedo no Colégio Militar da Luz, terminando o curso na Escola do Exército em 1878, sendo promovido a alferes.
No ano seguinte, matriculou-se nas Faculdades de Matemática e Filosofia da Universidade de Coimbra, tendo aí casado com sua prima, D. Maria José Mascarenhas de Mendonça Gaivão.
Em 1882, Mouzinho de Albuquerque adoeceu, facto que o impediu de frequentar o 4º ano da Universidade e o obrigou a regressar a Lisboa, onde permaneceu dois anos em inactividade.
No ano de 1884 foi promovido a tenente e nomeado regente de estudos no Colégio Militar. Dois anos depois, partiu para a Índia, ocupando um lugar na fiscalização do Caminho de Ferro de Mormugão e, em 1888, foi nomeado secretário-geral do governo do Estado da Índia.
Em 1890, foi promovido a capitão e nomeado governador do distrito de Lourenço Marques, cargo que ocupou até 1892, altura em que regressou a Lisboa.
O ano de 1894 marca o regresso de Mouzinho de Albuquerque às colónias, desta vez comandando um esquadrão de Lanceiros que se iriam juntar às forças de expedição militar que tinha por objectivo dominar as rebeliões indígenas no Sul de Moçambique.
Foi aí que Mouzinho de Albuquerque se destacou nas campanhas de África, nomeadamente a que levaria à prisão do chefe Vátua Gungunhana em 28 de Dezembro de 1895, em Chaimite.
A 11 de Novembro de 1895, as tropas comandadas por António Enes, e entre as quais se encontrava Mouzinho, tomaram e incendiaram Manjacaze, a residência principal de Gungunhana, levando à fuga deste.
António Enes pede reforços à Metrópole. Perante a indecisão do governo português, Enes decide finalizar a sua missão e regressar a Portugal. É nessa altura que, a 10 de Dezembro de 1895, Mouzinho de Albuquerque é nomeado governador do distrito militar de Gaza e, inicia a sua própria campanha, entendendo que só através da prisão do “Leão de Gaza”, a soberania portuguesa poderia ser mantida.
Após uma marcha de três dias em direcção a Chaimite, as tropas conduzidas por Mouzinho cercaram a povoação, prendendo o chefe Vátua e grande parte da sua família, forçando-o a entregar mil libras em ouro, oito diamantes, armas e munições e todo o gado e marfim de que dispunha.
No dia 6 de Janeiro do ano seguinte, Gugunhana e os restantes prisioneiros são entregues, oficialmente, em Lourenço Marques, por Mouzinho de Albuquerque ao governador geral da colónia para, dias mais tarde serem enviados para a Metrópole.
Depois deste êxito militar, que granjeou numerosas manifestações de apoio na Metrópole, Mouzinho de Albuquerque foi nomeado governador geral de Moçambique, a 13 de Março de 1896, tomando posse a 21 de Maio. A 27 de Novembro, do mesmo ano, foi nomeado comissário régio.
Depois de comandar, durante o ano de 1897, as campanhas de ocupação colonial de Naguema (3 de Março), Mocutumudo (6 de Março) e Macontene (21 de Julho), Mouzinho de Albuquerque partiu para a Metrópole, a 18 de Novembro, com o intuito de resolver, pessoalmente, com o governo de Lisboa questões relacionadas com a administração e o desenvolvimento económico da colónia de Moçambique, nomeadamente a concessão de um empréstimo que lhe permitisse proceder a algumas reformas.
Chegou a Portugal a 15 de Dezembro de 1897, tendo sido recebido de forma muito calorosa. Após algum tempo de repouso viajou pela Europa (Inglaterra, França e Alemanha) e, a 22 de Abril de 1898, regressou a Moçambique sem levar qualquer resultado prático da sua presença na Metrópole.
Em Julho do ano de 1898, Mouzinho de Albuquerque recebe, finalmente a notícia de que tinha sido concedido o tão esperado empréstimo, pelo qual se batera na viagem que fizera à Metrópole três meses antes. No entanto, no mesmo dia, recebeu uma informação, pela qual tinha sido decidido, a 7 de Julho, o fim das suas funções como comissário régio, o que o levou a apresentar, de imediato, a sua demissão, aceite pelo Presidente do Conselho, José Luciano de Castro, a 19 de Julho.
Mouzinho de Albuquerque voltou, então, a Lisboa sem ter realizado aquilo a que se tinha proposto, apesar de ter conseguido implementar algumas obras de fomento, bem como um importante impulso às receitas públicas.
Foi nomeado, a 28 de Setembro de 1898, ajudante de campo efectivo do Rei D. Carlos, oficial-mor da casa real e aio do príncipe D. Luís Filipe.
A sua posição crítica face à política e aos políticos da sua época foi determinante no lançamento de uma campanha contra a sua pessoa, para o afastar do Paço, correndo também rumores sobre uma sua ligação íntima à rainha D. Amélia.
Incapaz de, pela sua própria formação militar rígida e pelo feitio orgulhoso, de resistir ao clima de intriga, de indecisão política e de decadência em que a monarquia agonizava, Mouzinho de Albuquerque prepara minuciosamente a sua morte, suicidando-se no interior de uma “carruagem”, na Estrada das Laranjeiras no dia 8 de Janeiro de 1902.
"Oficial da Real Ordem Militar de S. Bento de Avis.
Medalha de Ouro da Classe de Valor Militar.
Medalha de Prata " Rainha D. Amélia".
Medalha de Ouro " Rainha D. Amélia".
Medalha de Ouro da Classe de Serviços Distintos no Ultramar
(Feito heróico de Chaimite, prisão de Gungunhana).
Comendador da Antiga e muito Nobre Ordem da Torre e Espada,
de Valor, Lealdade e Mérito.
Grande Oficial da Antiga e muito Nobre da Ordem da Torre e Espada,
de Valor, Lealdade e Mérito.
Medalha de Ouro da Classe de Valor Militar.
Medalha de Ouro da Classe de Serviços Distintos no Ultramar
(Operações de guerra no Distrito de Gaza, 1897).
Comendador da Real Ordem Militar de S. Bento de Avis.
2ª Classe da Ordem da Águia Vermelha da Prussia, com Espadas.
Comendador da Ordem de S.Miguel e S. Jorge, de Inglaterra.
Oficial da Legião de Honra, de França.
Comendador da Ordem de S. Mauricio e S. Lázaro, de Itália.
Comendador da Ordem de Leopoldo I, da Bélgica.
Comendador da Ordem de Carlos III, de Espanha."
"No ano de 1961, sendo Ministro do Exército o Senhor Brigadeiro Mário José Pereira da Silva, houve sua Excelência por bem, por despacho dado aos 22 dias do mês de Maio sobre proposta formulada pela Direcção da Arma de Cavalaria, mandar considerar como Patrono da Arma de Cavalaria Joaquim Augusto Mousinho de Albuquerque, herói de Chaimite, e consagrar como dia da Arma de Cavalaria a data gloriosa de 21 de Julho, aniversário do combate de Macontene."
( Ordem do Exército nº6, Iª série, de 31 de Maio de 1961)
Comentário