Anúncio

Collapse
No announcement yet.

Personagens da História ! !

Collapse

Ads nos topicos Mobile

Collapse

Ads Nos topicos Desktop

Collapse
X
Collapse
Primeira Anterior Próxima Última
 
  • Filtrar
  • Tempo
  • Show
Clear All
new posts

    Personagens da História ! !

    Lembrei-me de cada um de nós ir contribuindo com a Biografia de Personagens que de uma forma ou de outra nos tenham deixado boa impressão, quer pela sua personalidade quer pelos seus feitos.

    Será uma forma de darmos a conhecer figuras que terão tido o seu peso histórico na Humanidade ou numa determinada Nação.


    Começo com um Exemplo nacional, vou realçar umas das coisas que me impressionou na Personagem.




    Joaquim Mouzinho de Albuquerque (1855-1902)


    Nascido a 11 de Novembro de 1855, na Quinta da Várzea, Batalha, Leiria, descendente de uma família da nobreza, Mouzinho de Albuquerque ingressou cedo no Colégio Militar da Luz, terminando o curso na Escola do Exército em 1878, sendo promovido a alferes.

    No ano seguinte, matriculou-se nas Faculdades de Matemática e Filosofia da Universidade de Coimbra, tendo aí casado com sua prima, D. Maria José Mascarenhas de Mendonça Gaivão.

    Em 1882, Mouzinho de Albuquerque adoeceu, facto que o impediu de frequentar o 4º ano da Universidade e o obrigou a regressar a Lisboa, onde permaneceu dois anos em inactividade.

    No ano de 1884 foi promovido a tenente e nomeado regente de estudos no Colégio Militar. Dois anos depois, partiu para a Índia, ocupando um lugar na fiscalização do Caminho de Ferro de Mormugão e, em 1888, foi nomeado secretário-geral do governo do Estado da Índia.

    Em 1890, foi promovido a capitão e nomeado governador do distrito de Lourenço Marques, cargo que ocupou até 1892, altura em que regressou a Lisboa.

    O ano de 1894 marca o regresso de Mouzinho de Albuquerque às colónias, desta vez comandando um esquadrão de Lanceiros que se iriam juntar às forças de expedição militar que tinha por objectivo dominar as rebeliões indígenas no Sul de Moçambique.

    Foi aí que Mouzinho de Albuquerque se destacou nas campanhas de África, nomeadamente a que levaria à prisão do chefe Vátua Gungunhana em 28 de Dezembro de 1895, em Chaimite.

    A 11 de Novembro de 1895, as tropas comandadas por António Enes, e entre as quais se encontrava Mouzinho, tomaram e incendiaram Manjacaze, a residência principal de Gungunhana, levando à fuga deste.

    António Enes pede reforços à Metrópole. Perante a indecisão do governo português, Enes decide finalizar a sua missão e regressar a Portugal. É nessa altura que, a 10 de Dezembro de 1895, Mouzinho de Albuquerque é nomeado governador do distrito militar de Gaza e, inicia a sua própria campanha, entendendo que só através da prisão do “Leão de Gaza”, a soberania portuguesa poderia ser mantida.

    Após uma marcha de três dias em direcção a Chaimite, as tropas conduzidas por Mouzinho cercaram a povoação, prendendo o chefe Vátua e grande parte da sua família, forçando-o a entregar mil libras em ouro, oito diamantes, armas e munições e todo o gado e marfim de que dispunha.

    No dia 6 de Janeiro do ano seguinte, Gugunhana e os restantes prisioneiros são entregues, oficialmente, em Lourenço Marques, por Mouzinho de Albuquerque ao governador geral da colónia para, dias mais tarde serem enviados para a Metrópole.

    Depois deste êxito militar, que granjeou numerosas manifestações de apoio na Metrópole, Mouzinho de Albuquerque foi nomeado governador geral de Moçambique, a 13 de Março de 1896, tomando posse a 21 de Maio. A 27 de Novembro, do mesmo ano, foi nomeado comissário régio.

    Depois de comandar, durante o ano de 1897, as campanhas de ocupação colonial de Naguema (3 de Março), Mocutumudo (6 de Março) e Macontene (21 de Julho), Mouzinho de Albuquerque partiu para a Metrópole, a 18 de Novembro, com o intuito de resolver, pessoalmente, com o governo de Lisboa questões relacionadas com a administração e o desenvolvimento económico da colónia de Moçambique, nomeadamente a concessão de um empréstimo que lhe permitisse proceder a algumas reformas.

    Chegou a Portugal a 15 de Dezembro de 1897, tendo sido recebido de forma muito calorosa. Após algum tempo de repouso viajou pela Europa (Inglaterra, França e Alemanha) e, a 22 de Abril de 1898, regressou a Moçambique sem levar qualquer resultado prático da sua presença na Metrópole.

    Em Julho do ano de 1898, Mouzinho de Albuquerque recebe, finalmente a notícia de que tinha sido concedido o tão esperado empréstimo, pelo qual se batera na viagem que fizera à Metrópole três meses antes. No entanto, no mesmo dia, recebeu uma informação, pela qual tinha sido decidido, a 7 de Julho, o fim das suas funções como comissário régio, o que o levou a apresentar, de imediato, a sua demissão, aceite pelo Presidente do Conselho, José Luciano de Castro, a 19 de Julho.

    Mouzinho de Albuquerque voltou, então, a Lisboa sem ter realizado aquilo a que se tinha proposto, apesar de ter conseguido implementar algumas obras de fomento, bem como um importante impulso às receitas públicas.

    Foi nomeado, a 28 de Setembro de 1898, ajudante de campo efectivo do Rei D. Carlos, oficial-mor da casa real e aio do príncipe D. Luís Filipe.

    A sua posição crítica face à política e aos políticos da sua época foi determinante no lançamento de uma campanha contra a sua pessoa, para o afastar do Paço, correndo também rumores sobre uma sua ligação íntima à rainha D. Amélia.

    Incapaz de, pela sua própria formação militar rígida e pelo feitio orgulhoso, de resistir ao clima de intriga, de indecisão política e de decadência em que a monarquia agonizava, Mouzinho de Albuquerque prepara minuciosamente a sua morte, suicidando-se no interior de uma “carruagem”, na Estrada das Laranjeiras no dia 8 de Janeiro de 1902.


    "Oficial da Real Ordem Militar de S. Bento de Avis.
    Medalha de Ouro da Classe de Valor Militar.
    Medalha de Prata " Rainha D. Amélia".
    Medalha de Ouro " Rainha D. Amélia".
    Medalha de Ouro da Classe de Serviços Distintos no Ultramar
    (Feito heróico de Chaimite, prisão de Gungunhana).
    Comendador da Antiga e muito Nobre Ordem da Torre e Espada,
    de Valor, Lealdade e Mérito.
    Grande Oficial da Antiga e muito Nobre da Ordem da Torre e Espada,
    de Valor, Lealdade e Mérito.
    Medalha de Ouro da Classe de Valor Militar.
    Medalha de Ouro da Classe de Serviços Distintos no Ultramar
    (Operações de guerra no Distrito de Gaza, 1897).
    Comendador da Real Ordem Militar de S. Bento de Avis.
    2ª Classe da Ordem da Águia Vermelha da Prussia, com Espadas.
    Comendador da Ordem de S.Miguel e S. Jorge, de Inglaterra.
    Oficial da Legião de Honra, de França.
    Comendador da Ordem de S. Mauricio e S. Lázaro, de Itália.
    Comendador da Ordem de Leopoldo I, da Bélgica.
    Comendador da Ordem de Carlos III, de Espanha."

    "No ano de 1961, sendo Ministro do Exército o Senhor Brigadeiro Mário José Pereira da Silva, houve sua Excelência por bem, por despacho dado aos 22 dias do mês de Maio sobre proposta formulada pela Direcção da Arma de Cavalaria, mandar considerar como Patrono da Arma de Cavalaria Joaquim Augusto Mousinho de Albuquerque, herói de Chaimite, e consagrar como dia da Arma de Cavalaria a data gloriosa de 21 de Julho, aniversário do combate de Macontene."
    ( Ordem do Exército nº6, Iª série, de 31 de Maio de 1961)

    #2
    Padre Himalaia - 1868/1933



    Foi um inventor extraordinário. Em 1904 criou uma máquina solar, para substituir o uso do petróleo. Queria generalizar o acesso a uma forma de energia gratuita. Preocupou-se com a utilização de energias renováveis e, em simultâneo, inventou explosivos. Ajudou os pobres e viveu entre os ricos. Viajou por todo o mundo e por Portugal. Vegetariano, fitoterapeuta, cientista e teólogo, era sobretudo um homem do conhecimento. Foi professor e aluno durante toda a vida. Teve grandes sucessos e maiores fracassos. Mas realizou feitos enormes. Himalaia foi o seu nome.



    Manuel António Gomes tornou-se “Himalaia” bem jovem, devido à sua altura. Mas maiores foram os seus feitos. Foi, definitivamente, um grande homem grande.

    Nada fazia acreditar que da aldeia de Cendufe, concelho de Arcos de Valdevez, no Minho, sairia esta figura enigmática. Nasceu no dia 9 de Dezembro de 1868, filho e neto de agricultores pobres. Trabalhou na terra e pastou o gado, actividades que promoveram o seu interesse pela natureza.

    Rapaz inteligente e curioso pelas coisas da vida, aos 14 anos foi para o Seminário de Braga, para poder continuar os estudos. Foi ali que recebeu a alcunha, que adoptou como nome próprio: Himalaia. Leu tudo o que conseguiu sobre astronomia, antropologia, física, química, zoologia, geologia, botânica. Adquiriu, ainda, o gosto pelo experimentalismo, graças aos métodos de ensino inovadores praticados no Seminário. Foi ordenado em 1890.

    Seguiu para Coimbra para estudar matemática e tornou-se capelão no Colégio dos Órfãos, do qual foi nomeado vice-reitor. Nos cinco anos seguintes visitou como missionário alguns países africanos. Numa dessas viagens contraiu malária. Procurou, para se curar, umas termas - foi para Bad Wörishoffen, na Alemanha. Conheceu então Sebastian Kneipp, director da instituição, que o iniciou na fitoterapia, ou a cura com plantas. A partir desta altura, o Padre Himalaia dedicou-se a recolher diversos exemplares da flora, a estudá-los e a fabricar pomadas, chás e elixires, que distribuía não só pelos familiares e amigos como pelas populações mais pobres. Tornou-se um reconhecido terapeuta do kneippismo em Portugal.

    Em 1899 conseguiu o patrocínio de uma benfeitora e partiu para Paris, onde assistiu a aulas de cientistas de reconhecido mérito. No ano seguinte, ainda na capital francesa - incentivado pelo clima de entusiasmo por tudo o que era novo e mecânico que antecedeu a Exposição Universal de 1900 -, iniciou as suas experiências com o protótipo de um forno solar, baptizado “Pireliófero”, que, traduzido à letra, significa “eu trago o fogo do Sol”.

    Os arredores de Paris, em Neuilly-sur-Seine, foram o local escolhido para fazer a primeira experiência com esta máquina de 13 m de altura. Foi um sucesso. O mecanismo consistia num enorme espelho parabólico formado por 6177 pequenos espelhos, com uma superfície reflectora de 80 m². Concentrava-se assim a energia solar, que incidia nessa superfície, para atingir a temperatura proposta: 1500 °C. Objectivo: derreter todos os materiais colocados naquele foco de luz. Para que pudesse acompanhar o movimento do Sol, o Padre Himalaia concebeu um sistema de relojoaria. A segunda experiência realizou-se no topo dos Pirenéus orientais, tendo atingido, de temperatura, 1100 °C.
    Na experiência realizada em Lisboa, em 1902, atingiu os 2000 °C e fundiu um enorme bloco de basalto.

    [u]Conseguiu um novo patrocinador para a apresentação do “Pireliófero” na Exposição Mundial de 1904, a decorrer em Saint Louis, nos EUA. O investimento compensou, já que a invenção ganhou o grande prémio, duas medalhas de ouro e uma medalha de prata. Teve ainda possibilidade de viajar pelo país, estabelecendo valiosos contactos, mas tendo recusado a proposta do Presidente Theodore Roosevelt para se naturalizar americano.</u>

    Se ficou conhecido pela máquina solar, não foi apenas nesta que investiu a sua energia. [u]Patenteou invenções como o “himalaíte” - nome que deu à empresa que explorou o invento. Tratava-se de um explosivo três vezes mais potente que a dinamite. Também trabalhou em formas de obter farinhas alimentares e rações para animais à base de crustáceos. O turbomotor, o motor a gás pobre, um sistema para provocar chuva artificial ou, ainda, o aproveitamento da energia solar através de fotopilhas foram outros dos seus projectos. O Padre Himalaia procurava - em todas as suas invenções, intervenções científicas e acções humanas - instaurar “uma alternativa tecnológica nova, baseada na organização territorial e social, assente em energias renováveis”,</u> segundo diz numa carta a um dos irmãos. Fundou o Círculo Católico do Porto e foi membro da Academia das Ciências de Lisboa.

    Em 21 de Dezembro de 1933, com 65 anos, acabados de fazer, depois de ter conhecido os continentes europeu, africano e americano e ter absorvido todo o conhecimento que conseguiu, o Padre Himalaia morre como capelão do Asilo de Velhos e Entrevados da Caridade, em Viana do Castelo.


    in: http://www.rtp.pt



    Comentário


      #3
      Jorge Nuno Pinto da Costa (1937)

      Presidente do Futebol Clube do Porto.

      Estudante num colégio jesuíta em Santo Tirso, aos 35 anos, torna-se dirigente do Futebol Clube do Porto, como chefe da secção de hóquei em patins. Passou também pelas secções de hóquei em campo e boxe. Em 1976, chega a responsável pelo departamento de futebol. Alguns anos mais tarde, no dia 17 de Abril de 1982, é eleito Presidente do FC Porto.

      Com Pinto da Costa, o FC Porto conheceu os seus momentos mais gloriosos: o clube tornou-se campeão Europeu e Intercontinental de futebol por duas vezes, tendo igualmente conquistado alguma hegemonia no futebol português. Mas também noutras modalidades, o Futebol Clube do Porto coleccionou títulos - basquetebol, andebol, hóquei em patins, entre outros. Nenhum outro presidente português tem um currículo tão vasto e bem sucedido como Jorge Nuno Pinto da Costa, o que o tornou uma bandeira da cidade do Porto. Em 2005 lançou a sua auto-biografia, Largos Dias têm 100 Anos.

      Comentário


        #4
        Isto estava a correr tão bem até chegar o Pinto da Costa [}][}];)

        Comentário


          #5
          Já agora, achei extramente interessante a história do Padre Himalaia, pessoa da qual nunca tinha ouvido falar.
          Alguém tem mais alguma informação sobre ele? As invenções dele foram desenvolvidas ou ficaram paradas?
          Será que aquele forno solar teria viabilidade de ser desenvolvido e aperfeiçoado nos dias de hoje?

          Comentário


            #6
            Podem não gostar dele mas que ele tem feito grande trabalho tem...

            Também achei bastante interessante o Padre, é pena é nos ouvirmos isto e depois ficamos a saber que temos grandes "Coisas" criadas por nós mas que se falam mais na dos outros que nas nossas...

            PS: Desculpem o portugue...

            Comentário


              #7
              D. AFONSO HENRIQUES
              Pai da pátria portuguesa: 1109 - 1185


              1109: Provável ano de nascimento, em Coimbra, do infante Afonso Henriques, filho do conde Henrique de Borgonha e de dona Teresa, bastarda do rei Afonso VI de Castela e Leão. No mesmo ano morre Afonso VI. Início da dis**** entre dona Urraca, a herdeira legítima, dona Teresa e vários outros pretendentes ao trono. A briga pelo poder dura anos. - 1122: Afonso Henriques antecipa em sete séculos um gesto de Napoleão Bonaparte. Ignorando o cardeal que presidia a cerimônia, arma-se cavaleiro na catedral de Zamora. - 1128: Afonso Henriques luta contra a mãe, dona Teresa, e seu aliado, o conde galego Fernão Peres de Trava. As tropas de Afonso Henriques e dona Teresa se enfrentam no campo de São Mamede, junto ao castelo de Guimarães. O exército galego é derrotado. Esta vitória leva dona Teresa a desistir da idéia de anexar a região portucalense ao reino da Galícia. - 1129: No dia 6 de abril, Afonso Henriques dita uma carta em que se proclama soberano das cidades portuguesas. - 1135: Afonso VII, filho de dona Urraca, é coroado “imperador de toda a Espanha” na catedral de Leão. Afonso Henriques se recusa a prestar vassalagem ao primo. - 1137: Paz de Tui. Após lutar com Afonso VII no Alto Minho, Afonso Henriques promete ao imperador “fidelidade, segurança e auxílio contra os inimigos”. - 1139: Batalha de Ourique. Afonso Henriques vence cinco reis mouros. - 1140: Afonso Henriques começa a usar o título de Rei. - 1143: Provável Tratado de Zamora no qual estabelece a paz com o primo Afonso VII. Primeiro passo para a independência portuguesa. Afonso Henriques escreve ao Papa Inocêncio II e se declara - e a todos os descendentes - “censual” da Igreja de Roma. A palavra “censual” significa que Afonso Henriques é obrigado a prestar obediência apenas ao Papa. Na região que governa, portanto, nenhum outro poder é maior que o dele. - 1147: Afonso Henriques expulsa os mouros de Lisboa e várias outras cidades portuguesas. - 1169: Afonso Henriques é feito prisioneiro pelo rei de Leão, Fernando II. - 1179: A Igreja Católica reconhece, formalmente, a realeza de Afonso Henriques. - 1180: Final dos conflitos com Fernando II, de Leão, pela posse de terras na região da fronteira e costa da Andaluzia. - 1185: Afonso Henriques morre na cidade em que nasceu. Sua herança, além de imensa fortuna, é o Condado Portucalense, primeiro território europeu que estabelece sua identidade nacional.

              Comentário


                #8
                Carlos Viegas Gago Coutinho

                1869 - 1959




                Carlos Viegas Gago Coutinho, nasceu em Belém, Lisboa (17/02/1869). Era filho de José Viegas Gago Coutinho e de Fortunata Maria Coutinho. Em 1885 concluiu o curso do Liceu e matriculou-se na Escola Politécnica para preparar a sua entrada na Escola Naval, um ano depois, como aspirante da Armada. Em 1890 foi promovido a guarda-marinha, depois a segundo-tenente (1891), passou a primeiro-tenente (1897), foi promovido ao posto de capitão-tenente (1907) e em 1915 ao posto de capitão-de-fragata. Em 1920 passou a capitão-de-mar-e-guerra. Em 1922 foi promovido ao posto de vice-almirante, e em 1958 a almirante. Gago Coutinho

                Podemos dividir a atividade de Gago Coutinho em 4 áreas que se sucedem cronologicamente, enquanto áreas de atuação prioritária:

                1. Marinha: sobretudo entre 1893 a 1898,
                2. Trabalhos geográficos: de 1898 a 1920,
                3. Navegação aérea: de 1919 a 1927,
                4. História da náutica e dos descobrimentos: de 1925 a 1958.

                O seu primeiro embarque prolongado foi na corveta "Afonso de Albuquerque" (entre 7/12/1888 a 16/01/1891), em viagem para Moçambique e na Divisão Naval da África Oriental. Desta corveta passou à canhoneira "Zaire", na qual esteve até 24/04/1891, viajando para Lisboa.

                Colocado na Divisão Naval da África Ocidental, embarcou sucessivamente na lancha-canhoneira "Loge" (que comandou), na canhoneira "Limpopo", na canhoneira "Zambeze" e na corveta "Mindelo". Em serviço nesta corveta no Brasil em 1894 contraiu a febre amarela, pelo que foi internado no Hospital da Beneficência Portuguesa no Rio de Janeiro.

                Novamente na Metrópole, esteve embarcado na canhoneira "Liberal" e na corveta "Duque da Terceira". Fez outra viagem pelo Atlântico Norte na corveta "Duque da Terceira". Viajou até Moçambique no transporte "Pero de Alenquer" e depois passou à corveta "Rainha de Portugal", e em seguida à canhoneira "Douro" que o trouxe para Lisboa. Embarcou depois na corveta couraçada "Vasco da Gama", até 31/03/1898, da qual transitou para a sua primeira comissão de geógrafo ultramarino, em Timor.

                Desde Março de 1898 a maior parte da atividade de Gago Coutinho desenvolveu-se no âmbito da Comissão de Cartografia, nascida em 1883, primeiramente em trabalhos de campo de delimitação de fronteiras ou de geodésia processados em Timor, Moçambique, Angola, e São Tomé, e a partir de 1919 como vogal, passando a presidir aos seus destinos em 1925, até à sua transformação na Junta de Investigações do Ultramar, em 1936.

                Entre 27/07/1898 e 19/04/1899, Gago Coutinho esteve envolvido em trabalhos de campo, na delimitação de fronteiras de Timor e no levantamento da carta deste território. De regresso à metrópole, foi nomeado para a delimitação de fronteiras no Niassa, trabalho que decorreu entre 5/09/1900 e 28/02/1901.

                PÁGINA DE NIASSA

                Partiu depois para Angola, onde se dedicou à delimitação da fronteira de Noqui para o rio Cuango, até fins de 1901. Em seguida trabalhou na delimitação de fronteiras no distrito de Tete, em Moçambique, entre 27/02/1904 a 18/12/1905.

                Foi nomeado chefe da Missão Geodésica da África Oriental, nela tendo trabalhado durante cerca de 4 anos, de Maio de 1907 até ao início de 1911. Foi nesta missão que conheceu Sacadura Cabral, com quem travou amizade e que viria a ser o mentor dos projetos futuros de navegação aérea.

                Em seguida, foi escolhido para chefiar a missão portuguesa de delimitação da fronteira de Angola no Barotze, a qual só se constituiu definitivamente em 1912. Regressando à metrópole em 1914, foi nomeado no ano seguinte a chefe da Missão Geodésica de São Tomé.

                Os seus trabalhos ao serviço da Comissão de Cartografia, foram interrompidos apenas pelos períodos em que esteve embarcado nas canhoneiras "Sado", na Índia, e "Pátria", em Timor (entre Setembro de 1911 a Agosto de 1912, e de Março de 1922 a Dezembro de 1923), quando da travessia aérea Lisboa - Rio de Janeiro

                m meados de 1919, quando terminava os trabalhos relativos à missão geodésica de S. Tomé, Gago Coutinho, incentivado por Sacadura Cabral, começou a dedicar-se ao progresso dos métodos de navegação aérea. Tinham voado juntos pela primeira vez em 1917. Sacadura Cabral já planejav a viagem aérea ao Brasil, que pretendia fazer por altura da comemoração do centenário da independência desse país, em 1922.

                Gago Coutinho passou então a dedicar-se à resolução dos problemas que se punham à navegação aérea sem pontos de referência à superfície. Para experimentar os processos de navegação aérea em estudo, Sacadura Cabral e Gago Coutinho fizeram diversas viagens juntos, incluindo a primeira viagem aérea entre Lisboa e Funchal, em 1921, aperfeiçoando deste modo os métodos de observação em desenvolvimento. Estes estudos culminaram em 1922 com a realização da viagem aérea entre Lisboa e o Rio de Janeiro.

                Foi membro de diversas associações científicas, entre as quais a Academia das Ciências, a Academia Portuguesa de História, a Sociedade de Geografia de Lisboa e várias Sociedades de Geografia do Brasil.

                Atividade Científica

                Gago Coutinho realizou muitos trabalhos de delimitação de fronteiras das colônias portuguesas, nomeadamente em Timor, Moçambique e Angola. Em Timor procedeu à demarcação da fronteira com a parte da ilha então ocupada pelos holandeses, nos anos de 1898 e 1899.

                Em Moçambique delimitou as fronteiras no Zambeze e no lago Niassa, no ano de 1900, estabelecendo também triangulações. Em 1901 e 1902 chefiou a equipe de delimitação de fronteiras no Norte de Angola, entre esta colônia e o Congo Belga. Entre 1907 e 1910 trabalhou de novo em Moçambique, para voltar a Angola em 1912 em trabalhos de delimitação da fronteira Leste com a Rodésia.

                Entre 1915 e 1918 chefiou a missão geodésica em S. Tomé, onde implantou marcos para o estabelecimento de uma rede geodésica da ilha, após o que fez observações de triangulação, medição de precisão de duas bases e numerosas observações astronômicas. No decurso destas observações comprovou a passagem da linha do Equador pelo Ilhéu das Rolas.

                A Carta resultante destas observações foi entregue em 1919 em conjunto com o Relatório da Missão Geodésica da Ilha de S- Tomé 1915-1918, que foi considerado oficialmente o primeiro trabalho de geodesia completo referente a uma das colônias portuguesas.

                O que celebrizou Gago Coutinho foi o seu trabalho científico pioneiro na navegação aérea astronômica e a realização, com Sacadura Cabral, da primeira travessia aérea do Atlântico Sul, entre Lisboa e o Rio de Janeiro.

                A partir do momento em que vôou pela primeira vez com Sacadura Cabral, em 1917, Gago Coutinho tentou resolver os problemas que se punham à navegação aérea. Colocava-se o problema da dificuldade de definição da linha do horizonte a uma altura normal de vôo.

                A dificuldade em efetuar medições precisas de posição em situação de vôo com um sextante vulgar colocava problemas de natureza instrumental e metodológica.

                Para resolver o problema de medição da altura de um astro sem horizonte de mar disponível Gago Coutinho concebeu o primeiro sextante com horizonte artificial que podia ser usado a bordo das aeronaves. Este instrumento, que Gago Coutinho denominou "astrolábio de precisão" permite materializar um horizonte artificial através de um nível de bolha de ar e é dotado de um sistema de iluminação elétrico do nível de bolha que permite fazer observações noturnas.

                Entre 1919 e 1938 Gago Coutinho dedicou-se ao aperfeiçoamento deste instrumento, que veio a ser fabricado e difundido pelo construtor alemão C. Plath com o nome de "System Admiral Gago Coutinho".

                Em colaboração com Sacadura Cabral concebeu e construiu um outro instrumento a que chamaram "Plaqué de abatimento" ou "corretor de rumos", que permitia calcular graficamente o ângulo entre o eixo longitudinal da aeronave e o rumo a seguir, considerando a intensidade e direcção do vento.

                Para comprovar a eficácia dos seus métodos e instrumentos, Gago Coutinho e Sacadura Cabral fizeram várias viagens aéreas, entre as quais uma viagem Lisboa-Funchal, em 1921, em cerca de sete horas e meia. Nesta viagem, Gago Coutinho executou 15 cálculos de retas de altura e várias observações da força e direção do vento.

                Segundo escreveu, os processos de navegação utilizados "eram os suficientes para demandar com exatidão qualquer ponto afastado da terra, por pequeno que fosse, recurso este que se tornava muito essencial numa projetada viagem aérea de Lisboa ao Brasil"

                A viagem que finalmente demonstrou a todo o mundo o valor destes instrumentos e métodos foi a travessia aérea do Atlântico Sul, entre Lisboa e o Rio de Janeiro, entre 30 de Março e 17 de Junho de 1922.

                Após esta viagem e as subsequentes homenagens e recepções oficiais, Gago Coutinho continuou a trabalhar na Comissão de Cartografia e passou a dedicar grande parte da sua atenção à história das viagens do descobrimento dos séculos XV e XVI, tendo publicado muitos textos em que analisava os métodos utilizados e procurava explicar como conseguiram os portugueses realizar as navegações a longa distância e ver terra nos séculos XV e XVI.

                A partir das suas experiências de navegação à vela em diversos navios em que prestou serviço procurou explicar como os portugueses utilizavam já então os métodos mais adequados para fazer face aos ventos e correntes contrárias.

                Fez viagens em que praticou a observação com astrolábio semelhante aos que usavam os portugueses no século XV, comparando os seus resultados com os obtidos em sextantes e cronômetros com auxílio de sinal de rádio. Destes estudos concluiu que a experiência dos navegadores portugueses da época dos descobrimentos foi determinante para possibilitar a navegação astronômica, e que as viagens eram devidamente planeadas a partir da experiência e que as suas rotas de regresso não eram fruto das tempestades e outros imprevistos, como defendiam alguns historiadores...

                São de destacar os seus estudos sobre o regime de ventos e correntes no Atlântico Norte, que obrigava os navegadores portugueses a contornar pelo mar largo as correntes e ventos contrários, no regresso da Guiné ou da Mina. Esta manobra, chamada volta da Guiné ou volta da Mina, e que Gago Coutinho habitualmente chamava "volta pelo largo", começou a ser praticada em meados do século XV, sendo no início do século XVI uma navegação de rotina.

                A única publicação em livro foi o Relatório da Missão Geodésica da Ilha de S. Tomé 1915-1918. No entanto, publicou inúmeros trabalhos em publicações periódicas, tendo sido muitos destes trabalhos reunidos em dois volumes organizados e prefaciados pelo Comandante Moura Brás: A náutica dos descobrimentos.

                Os descobrimentos marítimos vistos por um navegador: coletânea de artigos, conferências e trabalhos inéditos do Almirante Gago Coutinho, Lisboa, Agência Geral do Ultramar, 1951-1952, 2 vols.

                Muitos outros textos foram publicados em dois volumes editados por Teixeira da Mota: Obras completas de Gago Coutinho, Lisboa, Junta de Investigações do Ultramar, 1972.

                [img]uploaded/Excalibur/200612794248_gago_coutinho_corretor.jpeg[/img]Corretor de rumos Coutinho Sacadura, utilizado na navegação.[img]uploaded/Excalibur/200612794048_gago_coutinho_sextante.jpeg [/img]Sextante de Gago Coutinho usado na travessia do Atlântico.

                Almirante Carlos Viegas Gago Coutinho

                Comentário


                  #9
                  O meu pai fez o maior feito da história! :D

                  Tinha de ser! [:I]

                  Comentário


                    #10
                    <center>Aristides de Sousa Mendes</center>

                    <center></center>
                    <center>1885 - 1954 (Diplomata)</center>

                    Aristides de Sousa Mendes foi o "Schindler português" muito antes de o alemão começar a sua actividade humanitária em prol dos judeus.

                    De uma coisa ninguém tem dúvidas: Aristides de Sousa Mendes é um dos maiores símbolos nacionais da II Guerra Mundial. Foi o homem como metáfora do humanismo. [u]Em 1940, Aristides era cônsul de Portugal em Bordéus e, indo contra uma directiva expressa de Salazar para não se concederem vistos a refugiados que quisessem atravessar a França para chegar a Portugal, desobedeceu e passou 30 mil vistos.</u> "Na vida de cada pessoa há uma ou outra oportunidade para se revelar, para mostrar aquilo em que acredita e levar isso até às últimas consequências", diz D. Manuel Clemente, bispo auxiliar de Lisboa. "Ele revelou um sentido de rasgo, um sentido de risco."

                    No século XX português, não há outra figura que tenha mudado tanto - objectiva e materialmente - a vida de milhares pessoas. "Ele representa a desobediência justa", refere António Costa Pinto, historiador e professor do Instituto de Ciências Sociais. "É o exemplo de solidariedade. A sua figura é muito associada ao humanismo do século XX."

                    No momento crucial da vida na Europa e no mundo, Aristides de Sousa Mendes foi capaz de distinguir o essencial do acessório. "Percebeu que não poderia ficar indiferente à sorte de milhares de pessoas que foram aparecendo no Consulado de Portugal em Bordéus", diz José de Sousa Mendes, sobrinho-neto de Aristides.

                    Nascido numa abastada família de antigos fidalgos de província, de Cabanas de Viriato, perto de Viseu, Aristides e o irmão gémeo cursam Direito em Coimbra e seguem a carreira diplomática. Perseguido pelo regime sidonista e a I República em geral, após o golpe de 28 de Maio de 1926 é colocado em Vigo, num posto prestigiante e de confiança. A seguir é transferido para Antuérpia, outro posto de confiança, onde ficará nove anos. Com 50 anos é o decano do corpo diplomático.

                    Em 1938, após Salazar recusar o seu pedido para permanecer na Bélgica, é colocado em Bordéus. Em 1939, com o rebentar da II Guerra Mundial e, em 1940, devido à invasão da França pelas tropas alemãs, milhares de refugiados fogem para sul. [u]Os jardins do Consulado e as ruas vizinhas servem de local de acampamento a milhares de pessoas, das mais variadas nacionalidades, sobretudo judeus, que fogem da perseguição nazi, mas também gente que foge somente da guerra</u>.

                    Com a proibição de Salazar - que além de presidente do Conselho de Ministros era ministro dos Negócios Estrangeiros - de se passarem vistos a refugiados, sobretudo a "israelitas", Aristides de Sousa Mendes segue a sua formação humanista e católica e desobedece. [u]Passa (com dois dos seus filhos mais velhos) milhares e milhares de vistos àqueles fugitivos, entre os dias 17 e 19 de Junho de 1940. Terão sido passados cerca de 30 mil, nesses escassos dias. "Concede vistos sem olhar a nacionalidades, etnias ou religiões. Graças a ele, Portugal ficou na história como um país que apoiou os refugiados durante a II Guerra Mundial"</u>, lembra a historiadora Irene Pimentel. "Aristides marca de forma indelével a história de Portugal porque permitiu reconciliar-nos com a nossa dignidade. Mais do que qualquer outra pessoa da sua época, dignificou o que era ser-se humano e ser-se português", diz Fernando Nobre, presidente da Fundação AMI.

                    O mais atraente na história de Aristides de Sousa Mendes é ele ser uma espécie de herói vulgar, que está preso "apenas" à sua consciência. Quando se deu a ocupação do Consulado, fechou-se num quarto para reflectir o que deveria fazer. Numa alucinante inquietação, ficou apenas ele e o seu dilema: respeitaria as ordens superiores - o que, aliás, havia feito toda a vida - ou responderia à sua consciência? "Aristides de Sousa Mendes era um homem vulgar, um funcionário ordeiro, com mais de 50 anos e 12 filhos, que nunca se tinha oposto ao regime ditatorial existente em Portugal", conta o jornalista Ferreira Fernandes. "Mas naquela hora respondeu à sua consciência. E isso foi extraordinário."

                    [u]Continuando a desobedecer às ordens superiores, provou que não tinha vocação de capacho. Pela inacção dos colegas de Bayonne e de Hendaye, desloca-se a estas cidades nos dias seguintes e ele próprio emite mais alguns milhares de vistos</u>. "Segue a sua consciência humanista universal", refere Medeiros Ferreira, historiador e professor universitário. "Opta nitidamente pela desobediência civil. Opta por salvar aquelas milhares de pessoas que estavam nas escadarias do Consulado à espera de um visto salvador."

                    As perspectivas dos seus actos não se limitavam a ser sombrias. Excediam em perigo mais do que a imaginação humana pudesse conceber. "Fez tudo o que estava ao seu alcance, mesmo que isso lhe custasse a carreira, a vida e o bem-estar da sua família", conta José de Sousa Mendes. [u]No dia 24 de Junho recebe um telegrama de Salazar ordenando-lhe o regresso imediato a Lisboa. "Enfrentou a ira de Salazar, que não podia permitir que um diplomata desobedecesse às suas ordens"</u>, relata Irene Pimentel. Após 32 anos de serviço, Aristides de Sousa Mendes (com uma família de 12 filhos) é demitido compulsivamente sem direito a qualquer reforma ou indemnização. Além disto, é interditado de exercer advocacia e os filhos de frequentarem a universidade. O irmão também é demitido do serviço diplomático. A sua vida estilhaça-se por completo: desmorona-se em prol de um ideal.

                    Há uma grande presença de Deus na sua vida. O cônsul coloca o seu catolicismo acima de tudo. "Viveu a vida como responsabilidade, a vida como encargo, a vida como compaixão. Actuou de maneira exemplar na história portuguesa e da Humanidade", resume D. Manuel Clemente. Foi um homem conservador, que se adaptara ao regime do Estado Novo, e que levou o seu cristianismo até às últimas consequências.

                    Alberga no seu palácio de Cabanas de Viriato muitas famílias de refugiados, hipotecando para o efeito todo o recheio. Já na miséria, é auxiliado pela Comunidade Israelita de Lisboa a partir de 1941, sendo muitos dos seus filhos chamados por aqueles que haviam sido salvos, sobretudo a partir dos Estados Unidos e do Canadá. "Aquilo que mais admiro foi a capacidade de ter aguentado a vida nos quase 14 anos que se seguiram àquele acontecimento", sublinha José de Sousa Mendes. "O seu mundo desabou totalmente."

                    Em 1945, terminada a Guerra, tendo feito uma exposição para tentativa de reapreciação do seu processo, não recebe resposta. A situação de miséria agrava-se. Em 3 de Abril de 1954 morre, no Hospital da Ordem Terceira, em Lisboa, desonrado e sozinho (os filhos já tinham todos emigrado para a América), acompanhado apenas por uma sobrinha.

                    Ainda hoje a figura de Aristides de Sousa Mendes é controversa. "A nível da diplomacia, há quem diga que o dever de obediência deveria estar acima da sua atitude humanitária", conta Irene Pimentel. Pormenor importante: por incrível que pareça, Aristides de Sousa Mendes só foi reabilitado nos anos 80 do século XX - e muito por pressão exterior. [u]Foi primeiro elogiado nos Estados Unidos e em Israel. É considerado o justo entre os justos.</u>

                    "Em 1987, reencontrei um dos filhos dele que emigrou para o Canadá, numa homenagem a Aristides, na Alameda dos Justos, em Jerusalém, onde há uma árvore dedicada a cada um dos justos que ajudou os judeus durante a guerra. Fomos convidados para regar essa árvore", conta, emocionado, José de Sousa Mendes. "Aristides não tem um monumento em Portugal. Mais do que um monumento, deveria haver simplesmente uma lei que dissesse: 'A nuvem - aquela coisa efémera -, a nuvem mais bonita em Portugal, todos os dias, deveria chamar-se Aristides de Sousa Mendes'", remata Ferreira Fernandes.

                    Comentário


                      #11
                      citação:Originalmente colocada por Neptuno_74

                      Já agora, achei extramente interessante a história do Padre Himalaia, pessoa da qual nunca tinha ouvido falar.
                      Alguém tem mais alguma informação sobre ele? As invenções dele foram desenvolvidas ou ficaram paradas?
                      Será que aquele forno solar teria viabilidade de ser desenvolvido e aperfeiçoado nos dias de hoje?
                      Um dos maiores estudiosos da vida e obra do Padre Himalaia é o Prof. Jacinto Rodrigues (Professor da Fac. de Arquitectura da Univ. do Porto), que responde a algumas das tuas perguntas, nesta entrevista http://www.energiasrenovaveis.com/ht...taques1204.asp , tendo publicado este livro "A Conspiração Solar do Padre Himalaya"

                      Hoje em dia existe o Concurso Solar "Padre Himalaya", é anual e dirigido às escolas portuguesas dos ensinos básico e secundário

                      Quando das comemorações do 1º Centenário do seu nascimento, a Câmara Municipal dos Arcos de Valdevez voltou a prestar homenagem perpétua ao Padre Himalaia, em 14 de Dezembro de 1969, erguendo num dos seus espaços centrais e de maior nobreza da vila, um monumento evocativo com o seu busto

                      Tens o filme "A utopia do Padre Himalaia", realizado por Jorge António

                      Quanto á sua maior invenção o “Pireliófero” , como é óbvio já na altura, não interessava

                      Comentário


                        #12
                        citação:Originalmente colocada por Neptuno_74

                        Isto estava a correr tão bem até chegar o Pinto da Costa [}][}];)
                        [}][}][}][}][}][}][}] ui ui com tal aparece ai o Wally! :D

                        Comentário


                          #13
                          Pessoal mas vamos lá a fazer o ponto da situação.

                          Eu pedi Personagens da História, até aceito que num erro de interpretação aqui seja colocado o Sr. JNPC.

                          É evidente contudo que a história dele embora um Dinoussáurio das Futebolices Nacionais ainda está a ser escrita, por isso o futuro dirá se ficará na história só pelos bons motivos ou por outros, é que a História e o Epitáfio do Sr. em causa ainda não foram escritos.


                          Por isso agradeço coloquem Personagens da História.

                          O pedido é simples e todos teremos a ganhar, é somente uma partilha de conhecimentos da História.

                          Comentário


                            #14
                            citação:Pessoal mas vamos lá a fazer o ponto da situação.

                            Eu pedi Personagens da História, até aceito que num erro de interpretação aqui seja colocado o Sr. JNPC.

                            É evidente contudo que a história dele embora um Dinoussáurio das Futebolices Nacionais ainda está a ser escrita, por isso o futuro dirá se ficará na história só pelos bons motivos ou por outros, é que a História e o Epitáfio do Sr. em causa ainda não foram escritos.


                            Por isso agradeço coloquem Personagens da História.

                            O pedido é simples e todos teremos a ganhar, é somente uma partilha de conhecimentos da História.
                            Coloquei o Pinto da Costa porque acho que realmente é uma pessoa que fez, faz e fará grandes feitos, uns que já perpetuam na nossa história inclusive. Sem qualquer tipo de piada.

                            Caso assim não o considerem podem retirar o meu post.

                            Comentário


                              #15
                              citação:Originalmente colocada por Filipe Dias


                              Coloquei o Pinto da Costa porque acho que realmente é uma pessoa que fez, faz e fará grandes feitos, uns que já perpetuam na nossa história inclusive. Sem qualquer tipo de piada.

                              Caso assim não o considerem podem retirar o meu post.

                              Por isso mesmo a História do Sr. Ainda não está escrita e encerrada.

                              Além de que o intuito é tentar dar a conhecer Personagens por vezes com pouca Visibilidade e esquecidas.

                              Comentário


                                #16
                                citação:Originalmente colocada por Excalibur

                                citação:Originalmente colocada por Filipe Dias


                                Coloquei o Pinto da Costa porque acho que realmente é uma pessoa que fez, faz e fará grandes feitos, uns que já perpetuam na nossa história inclusive. Sem qualquer tipo de piada.

                                Caso assim não o considerem podem retirar o meu post.

                                Por isso mesmo a História do Sr. Ainda não está escrita e encerrada.

                                Além de que o intuito é tentar dar a conhecer Personagens por vezes com pouca Visibilidade e esquecidas.
                                Um off-topic no post, mas é para rir e não é pouco

                                http://www.correiomanha.pt/noticia.a...Canal=92&p=200

                                Comentário


                                  #17

                                  LUÍS VAZ DE CAMÕES



                                  1524 ou 1525: Datas prováveis do nascimento de Luís Vaz de Camões, talvez em Lisboa. - 1548: Desterro no Ribatejo; alista-se no Ultramar. - 1549: Embarca para Ceuta; perde o olho direito numa escaramuça contra os Mouros. - 1551: Regressa a Lisboa. - 1552: Numa briga, fere um funcionário da Cavalariça Real e é preso. - 1553: É libertado; embarca para o Oriente. - 1554: Parte de Goa em perseguição a navios mercantes mouros, sob o comando de Fernando de Meneses. - 1556: É nomeado provedor-mor em Macau; naufraga nas Costas do Camboja. - 1562: É preso por dívidas não pagas; é libertado pelo vice-rei Conde de Redondo e distinguido seu protegido. - 1567: Segue para Moçambique. - 1570: Regressa a Lisboa na nau Santa Clara. - 1572: Sai a primeira edição d’Os Lusíadas. - 1579 ou 1580: Morre de peste, em Lisboa.

                                  PASSAGEM PARA A ÍNDIA

                                  Camões é desterrado para a Índia. 1552. No Largo do Rossio dois mascarados lutam com Gaspar Borges, funcionário da Cavalariça Real. Camões aproxima-se, reconhece os mascarados, são amigos seus. Não hesita, mete a mão no bolso e parte para a rixa. Faca em punho, movimento nervoso, cutilada no pescoço do adversário. A noite acaba em sangue. Camões é preso e levado para a cadeia do Tronco.

                                  A mãe, Dona Ana de Macedo, chora a prisão do filho. Vive em súplica de perdão para Luís: visita ministros reais e o próprio Borges. Passados nove meses a vítima, já restabelecida do ferimento, resolve atender ao pedido.

                                  É dia de alguma liberdade para Camões. O poeta deixa as masmorras sob duas condições: primeiro tem de pagar multa de 4 mil réis ao esmoler d’El-Rei; depois, embarcar para a Índia e servir por três anos na milícia do Oriente.

                                  Em Março de 1553 o poeta parte para Goa na São Bento, nau incorporada à frota comandada pelo capitão Fernão Álvares Cabral. É soldado raso. Chega à capital da Índia portuguesa seis meses depois. Pena e papel sempre à mão, o poeta escreve sobre o que vê:

                                  "(...) Cá, onde o mal se afina e o bem se dana,
                                  E pode mais que a honra a tirania;
                                  Cá, onde a errada e cega monarquia
                                  Cuida que um nome vão a Deus engana;
                                  (...) Cá neste escuro caos de confusão,
                                  Cumprindo o curso estou da natureza.
                                  Vê se me esquecerei de ti, Sião!" (1)

                                  Camões participa numa expedição punitiva contra o Rei de Chemba, na Costa do Malabar, enviada pelo Vice-Rei D. Afonso de Noronha. Vitória. O poeta regressa a Goa. Em Fevereiro de 1554 parte novamente sob o comando de D. Fernando de Meneses. Desta vez em perseguição a navios mouros que comercializavam entre a índia e o Egipto, prejudicando o monopólio mercantil dos portugueses. A frota só volta à Índia em Novembro do mesmo ano.

                                  Chegam as férias militares, fim do soldo. Para ganhar alguns trocados, Camões escreve versos e autos por encomenda de um poderoso senhor que os apresenta como seus à pretendida. Em troca, restos de comida. O poeta também se torna escriba público. São muitos os soldados analfabetos. Camões escreve cartas para os seus familiares no Reino. Assim vive em Goa até 1556:

                                  "Junto de um seco, duro, estéril monte"(2). "Numa mão sempre a pena e noutra a espada".(3)

                                  O NAUFRÁGIO

                                  Fim do estágio obrigatório na milícia do Oriente. Camões é nomeado provedor-mor em Macau, entreposto comercial de portugueses na China. É encarregado de arrolar e administrar provisoriamente os bens de pessoas falecidas ou desaparecidas. Lá, descobre uma estreita gruta, refúgio. Passa horas a escrever, Os Lusíadas: a viagem épica de Vasco da Gama e, no extremo sul da África, o gigante Adamastor a tentar impedir o avanço dos nautas portugueses:

                                  «Eu sou aquele oculto e grande Cabo
                                  A quem vós chamais de Tormentório.»

                                  Heróis trágico-marítimos; deuses mitológicos, paixões, intrigas, batalhas, aventuras e cobiças. Histórias de um minúsculo Portugal em expansão, «mais do que prometia a força humana»...

                                  Não tarda e é acusado, por compatriotas, de apropriação de dinheiro alheio. Camões tem de ir a Goa para responder a inquérito judicial.

                                  No regresso, o susto, o naufrágio. Está na Costa de Camboja, próximo do Rio Mecom. Camões salta do barco. Os Lusíadas colados ao corpo. Braçadas. Mais braçadas. Turbilhão de água, escassez de ar. Camões nada, incansavelmente. Terra firme. Ainda não perdeu os sentidos. Sabe que está vivo. Olhar de soslaio, o manuscrito está salvo. Já pode desmaiar. O corpo a transpirar, ardência, febre. A infância, paixões e conflitos, lampejos. Mazelas.

                                  TRISTE VIDA SE ME ORDENA...

                                  Camões enamora-se da irmã do rei e perde um olho numa escaramuça em Ceuta. Fidalgo pobre, de família arruinada, tem uma infância cheia de privações. O pai, Simão Vaz de Camões, deixa filho e esposa, em busca de riquezas nas Índias. Morre em Goa. A família desamparada. O menino Luís Vaz assiste ao novo casamento da mãe. Um estranho ocupa o lugar do falecido.

                                  É educado em Lisboa por dominicanos e jesuítas. Vive um período em Coimbra, onde faz o curso de Artes no Convento de Santa Cruz. O tio, D. Bento de Camões, é prior do Mosteiro e chanceler da Universidade. Camões frequenta os centros aristocráticos, onde tem acesso às obras de Petrarca - a quem toma por modelo -, Bembo, Garcilaso, Ariosto, Tasso, Bernardim Ribeiro, entre outros. Domina a literatura Clássica da Grécia e Roma; lê latim, sabe italiano e escreve o castelhano.

                                  Conta-se que o poeta é levado a frequentar o Paço por D. António de Noronha, cuja morte é citada num soneto. Ali conhece Dona Caterina de Ataíde, Dama da Rainha, por quem se apaixona perdidamente. O objecto de paixão é imortalizado na sua lírica sob o anagrama de Natércia. Há quem diga ainda que o autor d’Os Lusíadas se enamora da própria Infanta D. Maria, irmã de D. João III, Rei de Portugal.

                                  Talvez boatos, como tantos outros acerca de sua vida. O que se sabe ao certo é que os seus amigos são vadios que se amotinam pelas ruas da cidade; as suas mulheres, meretrizes. O Malcozinhado, bordel de má fama lisboeta, é o lugar preferido para refastelar-se. Gosta de fitar o sexo oposto. Assedia, fala, canta. É jocoso. Convida a dançar, cheiro a cravo. Saiotes a girar, contentamento. Inspiração:

                                  "Amor é fogo que arde sem se ver;
                                  É ferida que dói e não se sente ;
                                  É um contentamento descontente
                                  É dor que desatina sem doer..."(4))

                                  Mas a vida do poeta não é feita só de encontros fortuitos. Alterna pequenos momentos de regozijo com indagações profundas sobre si mesmo. Nos seus pensamentos, os apetites carnais entram em colisão com a visão platónica que tem da mulher e dos sentimentos amorosos. Transfere a contradição para a lírica. Compõe o amor no seu mais alto anseio espiritual, afectivo. O amor transcendente, imaculado:

                                  "Transforma-se o amador na cousa amada,
                                  Por virtude do muito imaginar,
                                  Não tenho logo mais que desejar,
                                  Pois em mim tenho a parte desejada.
                                  Se nela está minha alma transformada,
                                  Que mais deseja o corpo alcançar?
                                  Em si somente pode descansar,
                                  Pois consigo tal alma está liada." (3)

                                  Mas também evoca o erotismo, os desejos e a arte de tão bem seduzir. Dirá mais tarde, n’Os Lusíadas:

                                  "Oh! Que famintos beijos na floresta,
                                  E que mimoso choro que soava!
                                  Que afagos tam suaves, que ira honesta,
                                  Que em risinhos alegres se tornava!
                                  O que mais passam na manhã e na sesta,
                                  Que Vénus com prazeres inflamava,
                                  Melhor é exprimentá-lo que julgá-lo;
                                  Mas julgue-o quem não pode exprimentá-lo." (5)

                                  Num plano mais terreno, Camões tem outras inquietações. É apontado como sujeito folgado e briguento. Ganha a alcunha de Trinca-Fortes. As suas desavenças dão origem ao desterro, em 1548. Segue para o Ribatejo. No bolso, nem um vintém. Amigos afortunados garantem-lhe cama e comida.

                                  Vive seis meses na província, de favores. Resolve alistar-se na milícia do Ultramar. Embarca para Ceuta no Outono de 1549. Perde o olho direito numa escaramuça contra os mouros inimigos de Cristo. Em 1551, volta a Lisboa. Amargura, desilusão:

                                  "(...) Que castigo tamanho e que justiça.
                                  (...)Que mortes que perigos, que tormentas,
                                  Que crueldades neles experimenta."(6)

                                  O poeta anda muito calado. Reflexões. Confessa aos amigos que sente despedaçados todos os valores em que acredita, ele, homem de princípios cristãos. Aflito com as diferenças entre utopia e realidade, aspiração e recompensa. Já escrevera sobre a contradição entre o que julga ser moral, racional e o que realmente testemunha e vive. É o "desconcerto do Mundo, em que os bons vê sempre passar no mundo graves tormentos, os maus vê sempre nadar em mar de contentamentos" (1). Tais injustiças passam a ser tema constante na sua lírica. Descreve os seus infortúnios, aponta com desprezo a sede cobiçosa, o querer tiranizar (1). Também não lhe escapam as transformações às quais os homens estão sujeitos:

                                  "Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades
                                  Muda-se o Ser, muda-se a confiança;
                                  Todo mundo é composto de mudança,
                                  Tomando sempre novas qualidades." (3)

                                  AQUELA CATIVA...

                                  Camões apaixona-se pela cativa chinesa. Camões acorda na praia. Tudo embaçado, imagens sem sentido. Sonho e realidade confundem-se. Abandona-se. Chora a perda da mulher amada: Dinamene, a chinesa, "aquela cativa que me tem cativo"... Ela, que viajou em sua companhia, não sobreviveu ao naufrágio.

                                  Luís Vaz levanta-se, caminhar trôpego, desconsolo:

                                  "Alma minha gentil, que te partiste
                                  Tão cedo desta vida, descontente,
                                  Repousa lá no céu eternamente
                                  E viva eu cá na terra sempre triste." (3)

                                  Permanece na região em companhia de monges budistas, até que um dia é levado de volta a Goa num navio português.

                                  NASCE A OBRA

                                  Camões passa miséria em Moçambique. Em Goa, sempre as atribulações: um empréstimo aqui, outro acolá. Finta. Um credor zanga-se. Cadeia. Do cárcere, Camões invoca os bons ofícios do Conde de Redondo, vice-Rei da Índia Portuguesa, nuns versos humorísticos escritos por volta de 1562. O vice-rei concede-lhe a liberdade. O poeta é ainda distinguido com a sua protecção.

                                  Nesta época mantém contactos com outras figuras importantes. Representa o auto do Filodemo ao governador Francisco Barreto. Compõe uma ode a favor do vice-rei D. Constantino de Bragança, defende-o contra críticas. Também é amigo do vice-rei Francisco de Sousa Coutinho. Ganha de um deles a nomeação para a feitoria do Chaul, mas não chega a ocupar o cargo. Convive com Diogo do Couto, o continuador das "Décadas", e com Garcia de Orta. O médico, naturalista e ex-catedrático de Lisboa pede-lhe uma ode para acompanhar a primeira edição dos "Diálogos dos Simples e Drogas".

                                  Apesar das boas relações, Camões queixa-se da vida difícil. Resolve então celebrar as próprias desgraças, é o que diz aos companheiros. Banquete. Mas na mesa, não há iguarias nem bom vinho.

                                  "Heliogábalo zombava das pessoas convidadas,
                                  E de sorte as enganava,
                                  Que as iguarias que dava
                                  Vinham nos pratos pintadas.
                                  Não temais tal travessura,
                                  Pois já não pode ser nova;
                                  Que a ceia está segura
                                  De não vos vir em pintura,
                                  Mas há de vir toda em trova." (3)

                                  Em 1567, Camões conhece Pêro Barreto. Nomeado capitão para Moçambique, Barreto promete-lhe um emprego e adianta-lhe o pagamento da passagem. Dívida prolongada. Os dois brigam. O Capitão manda prendê-lo, rotina.

                                  Fome. Os amigos mais uma vez ajudam-no. Inverno. Camões fecha-se na poesia. Retoca os seus Lusíadas. Deseja muito imprimi-los. Nestes dias de frio, o poeta nunca larga a sua pena: compõe o "Parnaso Lusitano", colectânea de poemas líricos. Obra de muita erudição, consideram os amigos. Um ladino leva-a, fim desconhecido.

                                  Finais de 1569. Nos últimos meses, o poeta fala muito na Pátria, que tanto exalta em seus cantos. Saudades. Diogo do Couto junta uns amigos, compram roupas a Camões, pagam-lhes as dívidas e ajudam-no a deixar Moçambique.

                                  Camões chega a Lisboa na Santa Clara, em 1570. Traz com ele Jau, um escravo javanês comprado em Moçambique, e os dez cantos d’Os Lusíadas. Na capital portuguesa vai viver com a mãe, na Mouraria. A sua penúria é ainda maior. O poeta abatido pousa a cabeça na escrivaninha e queixa-se em voz baixa:

                                  "Ah! Fortuna cruel! Ah! Duros Fados! (7)

                                  EDIÇÃO D’ OS LUSIADAS

                                  Apenas uma ambição: editar Os Lusíadas. Macambúzio, roupa apertada e esgarçada, restos de altivez, o poeta pede ajuda ao Conde de Vimioso, D. Manuel de Portugal. Permissão real para levar adiante o seu projecto. Júbilo. O censor, Frei Bartolomeu Ferreira, concede-lhe o imprimatur. Mas antes, lê o poema e faz algumas modificações: limpeza de certos indícios de impiedade.

                                  Na oficina do Mestre António Gonçalves, à Costa do Castelo, a obra de Camões ganha corpo. Desatenção: duzentos exemplares cheios de erros tipográficos. Correm os primeiros meses de 1572.

                                  Após a publicação, D. Sebastião, o jovem monarca, concede ao poeta uma tença trienal de 15 mil réis, ou seja 40 réis por dia, "em respeito aos serviços prestados na Índia e pela suficiência que mostrou no livro sobre as coisas de tal lugar". Vale lembrar que, nesta época, um carpinteiro ganha em média 160 réis por dia. A pensão é renovada em 1575 e novamente em 1578. Conta-se que o poeta sobrevive juntando estes proventos às esmolas recolhidas pelo escravo javanês.

                                  O seu nome começa a fazer eco. Composições líricas e até cartas suas - uma escrita em Ceuta, outra na Índia e mais duas escritas em Lisboa - passam a ser recolhidas em cancioneiros particulares manuscritos.

                                  MORRE O AUTOR

                                  Em 1579 a peste assola Lisboa. Num quarto escuro, Camões estirado na cama. Tem muita febre e já ninguém duvida que é mais uma vítima da doença. Na boca, um gosto, misto de gengibre, canela, cominhos e açafrão: remédio contra a pestilência. Dona Ana de Macedo segue todas as receitas conhecidas: sangria e até sumo de serpilho misturado com leite de mulher. Na casa, o fogo sempre aceso para queimar o ar que tresanda.

                                  O autor d’Os Lusíadas está muito fraco, mas insiste em escrever. Remete uma carta a D. Francisco de Almeida, referindo-se ao desastre de Alcácer-Quibir, à ruína financeira da Coroa portuguesa, à independência nacional ameaçada. "Enfim acabarei a vida e verão todos que fui tão afeiçoado à minha Pátria que não só me contentei de morrer nela, mas com ela".

                                  A mãe deixa o quarto, prato de comida intacto nas mãos. O poeta já não reage. Desvanece.

                                  "Foge-me, pouco a pouco, a curta vida,
                                  Se por acaso é verdade que inda vivo;
                                  (...) Choro pelo passado; e, enquanto falo,
                                  Se me passam os dias passo a passo.
                                  Vai-se-me, enfim, a idade e fica a pena." (3)

                                  OS ERROS E A FORTUNA

                                  O seu corpo é sepultado num canto qualquer da banda de fora do cemitério do Convento de Santana. E ainda assim graças à Companhia dos Cortesãos, que paga as despesas do funeral. Segundo os amigos mais próximos, os últimos anos de Camões são vividos na mais absoluta miséria. À mãe deixa apenas a tença que lhe foi atribuída e a ela transferida.

                                  Depois da sua morte cresce o interesse pelos seus poemas - apenas três deles publicados em vida - e pelos seus autos e comédias: Auto dos Anfitriões, Auto d’El Rei-Seleuco e o Auto de Filodemo.

                                  Em 1548 sai a segunda edição d’Os Lusíadas, chamada "Dos Piscos". Expurgada pela censura, que a mutila, principalmente por motivos religiosos, até à quarta edição em 1609. Em 1670, contam-se 18 edições dos cantos. O tempo passa, estudiosos de vários pontos do mundo debruçam-se sobre a sua vida e obra. É elevado a herói nacional. O poeta ainda vivo, apesar do seu fado. Vivo pelo seu amor à Pátria, pela epopeia, pel’Os Lusíadas. Vivo pela sua angústia existencial, pela sua lírica: a mulher como anjo, porém a carne; a razão, porém o desejo; as ideias, porém o dia-a-dia; o espírito, porém o corpo. Luís Vaz dilacerado, violência, violência:

                                  "Erros meus, má fortuna, amor ardente
                                  Em minha perdição se conjuraram;
                                  Os erros e a fortuna sobejaram,
                                  Que para mim bastava amor somente.
                                  Tudo passei; mas tenho tão presente
                                  A grande dor das cousas que passaram,
                                  Que as magoadas iras me ensinaram
                                  A não querer já nunca ser contente.
                                  Errei todo o discurso dos meus anos;
                                  Dei causa a que a fortuna castigasse
                                  As minhas mais fundadas esperanças.
                                  De amor não vi se não breves enganos.
                                  Oh! quem tanto pudesse, que fartasse
                                  Este meu duro Génio de vinganças!"(1)

                                  __________________________________________________ ___________

                                  (1) "Rimas,1616 - (2) "Os Lusíadas", canto VII - (3) "Rhitmas, 1595 - (4) "Rimas", 1598 - (5) "Os Lusíadas", Canto IX - (6) "Os Lusíadas", canto IV - (7) "Rimas", 1668

                                  in: http://www.vidaslusofonas.pt/luis_de_camoes.htm








                                  Comentário


                                    #18
                                    Bem, infelizmente isto perdeu todo o interesse...
                                    Até achei interessante ao inicio, coloquei um post, mas já perdeu o objectivo.

                                    Excalibur, obrigado à mesma por teres criado o topico!

                                    Comentário


                                      #19
                                      citação:Originalmente colocada por MrGrieves

                                      Bem, infelizmente isto perdeu todo o interesse...
                                      Até achei interessante ao inicio, coloquei um post, mas já perdeu o objectivo.

                                      Excalibur, obrigado à mesma por teres criado o topico!
                                      O Objectivo é " Nunca Baixar os Braços " e marcar a diferença pela positiva [8D] ;).


                                      Bartolomeu de Gusmão 1685 - 1724


                                      O padre, jesuíta, Bartolomeu de Gusmão foi, provavelmente, o maior precursor mundial da história da aerostação, ficando célebre, através dos tempos, pela "Passarola".

                                      Bartolomeu Lourenço de Gusmão, nasceu em 1685 em Santos, perto de S.Paulo, no Brasil, que era então parte integrante da coroa portuguesa. Desde muito novo, a carreira eclesiástica ficou traçada como o destino da sua vida.

                                      Bartolomeu de Gusmão fez os primeiros estudos na sua terra natal, tendo seguido posteriormente para o seminário jesuíta da Baía. Aí, mostrou desde logo a sua aptidão e interesse pelo estudo da Física, bem como a sua clarividente inteligência nessa matéria. Mas não se ficou pelo interesse teórico.

                                      Deu provas de um enorme espírito inventivo quando resolveu o problema de elevação de água a 100 m de altura, no convento onde se encontrava, tendo concebido uma máquina para o efeito, de que posteriormente teve alvará.

                                      Concluídos os estudos secundários, embarcou para a metrópole, em 1705, vindo a matricular-se na Faculdade de Cânones da Universidade de Coimbra em 1708.

                                      Aí, desenvolveu notavelmente os seus estudos de Física e Matemática que desde a adolescência tanto o tinham interessado. Consta que ao observar uma pequena bola de sabão pairando no ar, se inspirou para a concepção de um balão. De qualquer forma, logo em 1708 trabalha afincadamente no projecto de um engenho "mais-leve-que-o-ar", em detrimento de tudo o resto.

                                      Entrega então a D.João V a petição de privilégio sobre o seu "instrumento de andar pelo ar", que lhe é concedida por alvará, em 19 de Abril de 1709. Conjuntamente com o alvará, D. João V decidiu concorrer para os gastos da construção do aparelho, bem como lhe deu a mercê de Lente de Prima de Matemática na Universidade de Coimbra, com um rendimento vitalício substancial.

                                      Era o que Bartolomeu de Gusmão precisava para se dedicar inteiramente ao seu projecto, como na realidade o fez, na quinta do duque de Aveiro, em S. Sebastião da Pedreira.

                                      As fontes da época revelam a utilização de muito arame na construção (o balão de Gusmão não era um simples balão de papel de feira) bem como a realização de várias experiências com balões de papel até se chegar à experiência definitiva que a história registou.

                                      No dia 8 de Agosto de 1709, na sala dos embaixadores da Casa da Índia, diante de D. João V, da Rainha, do Núncio Apostólico, Sala dos embaixadores da Casa da ÍndiaCardeal Conti (depois papa Inocêncio XIII), do Corpo Diplomático e demais membros da corte, Gusmão fez elevar a uns 4 metros de altura um pequeno balão de papel pardo grosso, cheio de ar quente, produzido pelo " fogo material contido numa tigela de barro incrustada na base de um tabuleiro de madeira encerada".

                                      Com receio que pegasse fogo aos cortinados, dois criados destruíram o balão, mas a experiência tinha sido coroada de êxito e impressionado vivamente a Coroa.

                                      As experiências sucederam-se com balões de muito maior envergadura e, finalmente, embora não haja provas irrefutáveis sobre o facto, consta que um balão, enorme, provavelmente voado pelo próprio Gusmão, foi lançado na praça de armas do castelo de S. Jorge e depois de percorrer 1 km veio a cair no Terreiro do Paço.

                                      Após esta experiência, por razões inexplicadas, começa uma outra vida de Bartolomeu de Gusmão. Excepcionalmente douto, versado em filologia e falando fluentemente outras línguas, vão abundar os seus trabalhos literários(sem esquecer os trabalhos de cariz científico), bem como se tornaram notados os seus sermões.

                                      É feito Fidalgo-Capelão da Casa Real, em 1722. Contudo, as intrigas da corte fá-lo-iam cair em desgraça, tendo-lhe valido os jesuítas quando a Inquisição já o perseguia.
                                      Levam-no para Espanha, em 1724, onde morre indigente e com nome falso, no hospital da Misericórdia de Toledo, a 19 de Novembro.

                                      MUSEU DO AR


                                      PASSAROLA

                                      Comentário


                                        #20
                                        citação:Originalmente colocada por MrGrieves

                                        Bem, infelizmente isto perdeu todo o interesse...
                                        Não esmoreças já;).

                                        João XX ou XXI.

                                        n.
                                        f. 16 de Maio de 1277.

                                        Papa, natural da cidade de Lisboa, nascido na freguesia de S. Julião e falecido em 16 de Maio de 1277.

                                        Foi o 187.º na ordem cronológica dos papas.

                                        Chamava se Pedro Julião, ou Pedro Hispano, como ele se chamava nas suas obras.
                                        Era filho de Julião Rebelo, pessoa nobre e de conhecida família, como mostra o apelido já por aqueles tempos ilustre, e se vê no Nobiliário do conde D. Pedro título 68, e de que trata em particular no título 42.
                                        Exercia a medicina, faculdade então muito estimada neste reino. Pedro Julião seguiu também a profissão de médico, como seu pai, e foi muito douto em Filosofia e nas ciências matemáticas, como se manifesta das muitas obras e de muita erudição, que deixou escritas, entre as quais é especialmente laureado o tratado Thesaurus pauperum muitas vezes impresso e traduzido em várias línguas, e outro intitulado De tuenda valetudine, que se não imprimiu, e dedicou em Paris à rainha D. Branca, filha de Afonso IX, de Castela, e mulher de Luís VIII, de França.

                                        Segundo Jorge Cardoso, no tom. III do Agiologio Lusitano, Pedro Julião estudou na Universidade de Paris, mas D. Rodrigo da Cunha diz que foi na de Montpellier.
                                        Seguiu o estudo eclesiástico pela fama dos seus merecimentos, e sem que ele o solicitasse, D. Afonso III lhe deu o priorado da igreja de Santo André, de Mafra, a 20 de Julho de 1263, e depois o fez cónego e deão da sé de Lisboa, tesoureiro-mor na do Porto; arcediago de Vermoim, que era a quinta dignidade na de Braga, e D. Prior na colegiada real de Guimarães.
                                        Vagando o arcebispado de Braga por morte do arcebispo D. Martinho Geraldes, foi promovido em 1272. No fim do ano seguinte passou a Leão, de França, sendo mandado ao concílio geral, que então se havia publicado para o ano de 1274; nesse concílio o papa Gregório X o criou cardeal, bispo Fusculano, dito vulgarmente Frascati, que era um dos sete principais cardinalados, em domingo do Espírito Santo do mesmo ano de 1274, conservando-se ainda no arcebispado de Braga até Julho ou Agosto, em que então foi nomeado para lhe suceder D. Sancho, que assistia no mesmo concilio.

                                        [u]Por morte de Adriano V, que falecera em Viterbo no mês de Agosto de 1276 antes de ser sagrado, ficou Pedro Julião eleito papa no conclave dos cardeais a 13 de Setembro com universal aprovação, e foi coroado no seguinte dia 20 tomando o nome de João.</u>

                                        0 novo papa revogou a constituição do conclave, feita no concilio de Leão por Gregório X, por bula datada de Viterbo; determinou por outra bula, que todos, que haviam feito violência aos cardeais na sua eleição, comparecessem perante um tribunal de justiça, que de novo criara, e mandou publicar censuras eclesiásticas contra os que faltassem à justiça deste tribunal.

                                        A 7 de Outubro do mesma anuo de 1276 lhe mandou Carlos, rei de Sicília, prestar homenagem pelo seu reino, com as mesmas condições da investidura, que lhe dera Clemente IV, tanto pela ordem da sucessão, como pela incompatibilidade com o império.

                                        João XXI provia sempre nos benefícios os que mais se distinguiam por virtudes e letras, que ele tanto amava, que sustentava com abundantes pensões todos os moços aplicados em que reconhecia talento e davam esperanças de aproveitar no estado eclesiástico. Contava pouco mais de oito meses de pontificado, quando foi vitima dum desastre, em Viterbo, onde então residia a corte.

                                        Entrando só para ver um quarto do palácio, que mandara ali edificar, e fora acabado recentemente, o edifício desabou, deixando-o tão mal ferido, que faleceu seis dias depois. Ficou sepultado na igreja catedral de S. Lourenço, em monumento de pórfiro.

                                        http://www.arqnet.pt/dicionario/joao21papa.html

                                        Comentário


                                          #21
                                          Duarte Pacheco ( 1899-1943 )



                                          Ministro das Obras Públicas de Salazar, Duarte Pacheco modernizou o País. Hábil a fintar os esquemas asfixiantes do regime, reestruturou os serviços dos correios e telecomunicações e revolucionou o sistema rodoviário. Executou obras essenciais na cidade de Lisboa, como o Parque de Monsanto e o Aeroporto. Falar de Duarte Pacheco é falar, ainda, de uma nova política de habitação, planos de urbanização, ensino, cultura. É o exemplo de como a modernidade é sempre factor de progresso.

                                          Com grande carácter, vontade forte e ousadia extrema, Duarte Pacheco revoluciona Portugal nas mais diversas áreas: obras públicas, transportes e comunicações, assistência, ensino e cultura. Marca de forma decisiva “não apenas a imagem da Lisboa do seu tempo mas também a do País”, refere o deputado João Soares, no livro “Evocar Duarte Pacheco no Cinquentenário da Sua Morte”. “A sua personalidade e espírito empreendedor foram marcados por uma vontade de modernidade, em contradição com as circunstâncias da época em que viveu”, acrescenta.

                                          Duarte Pacheco nasceu em Loulé em 19 de Abril de 1900. Aos 14 anos já tinha perdido a mãe e o pai, ficando sob a tutela do irmão mais velho, Humberto Pacheco. Ao longo dos estudos demonstra sempre elevado nível de intelectualidade e em 1917 ingressa no recém-criado Instituto Superior Técnico (IST). Seis anos depois termina o curso de Engenharia Electrotécnica com a classificação de 19 valores. Pouco depois, é convidado para professor de Matemáticas Gerais no Instituto e em 1927 é nomeado director do IST. No ano seguinte foi convidado para ministro das Obras Públicas. Abandona o governo em 1936 mas voltará em 1938 a ocupar cargos políticos, aceitando ser presidente da Câmara Municipal de Lisboa, seguindo-se o regresso ao ministério das Obras Públicas nesse mesmo ano.

                                          Duarte Pacheco debateu-se contra forças insondáveis e, como um velho urso, soube fintar muito bem os constrangimentos do regime. Na paz sonolenta de então, conseguiu deixar a sua marca. “É um congregador”, afirma o arquitecto José Manuel Fernandes. “É um ministro que se submete ao governo salazarista, mas que consegue uma liberdade de acção e inovação extraordinárias.” Propõe e faz. “Reorganiza o urbanismo de Lisboa, que estava desorientado, avança com auto-estradas, cidades universitárias, grandes parques da cidade, e consegue seduzir e motivar os arquitectos para fazerem o melhor possível.” Pacheco tinha algo de utópico, mas soube reunir à sua volta um núcleo de prestigiados arquitectos e engenheiros que deram forma aos projectos a que se foi dedicando.

                                          Outro mérito de Duarte Pacheco foi “comprar terrenos para fazer Alvalade, ainda hoje considerado um dos melhores espelhos urbanísticos de Lisboa”, lembra o arquitecto Gonçalo Ribeiro Telles. Concretiza uma “obra pública” através do investimento em grandes espaços de território. “Hoje não se faz isso. Procura-se fazer um ‘puzzle’ de investimentos, cada um financeiramente rentável, sem ligação entre eles. E, depois, temos o caos total nas nossas cidades periféricas, o afogar da zona histórica e o abandono da agricultura.”

                                          Portugal deve-lhe a modernização dos serviços dos correios e telecomunicações e a revolução do sistema rodoviário. Duarte Pacheco “soube aproveitar o poder de que foi investido para servir o seu país”, escreve Maria de Assunção Júdice, no livro “Evocar Duarte Pacheco no Cinquentenário da Sua Morte”.

                                          Foi o impulsionador do grande salto qualitativo da engenharia portuguesa. O Aeroporto de Lisboa, a renovação do IST e o Parque de Monsanto também fazem dele uma referência obrigatória. “O Parque, que é hoje o pulmão da cidade de Lisboa, é concepção, execução e paixão de Duarte Pacheco”, garante João Soares.

                                          Devoto ao trabalho, o governante tinha a missão de cuidar da cidade com dedicação, amor e disponibilidade permanente. Mas “o que resta da sua acção é mais do que isso: é o exemplo de como a modernidade é sempre factor de progresso e de como a qualidade não é incompatível com o viver na cidade”, sintetiza João Soares, no mesmo livro. Duarte Pacheco morreu num acidente de viação em 1943.

                                          in: http://www.rtp.pt/gdesport/?article=...sual=3&topic=1

                                          Comentário


                                            #22
                                            Aírton Senna da Silva (1960 - 1994)




                                            Piloto de Fórmula 1, brasileiro nascido em São Paulo, SP, Airton Senna foi um dos maiores ídolos do esporte brasileiro e mundial de todos os tempos.

                                            Airton começou a sua carreira no kart (1974), onde foi segundo lugar no campeonato mundial (1979-1980). Em 1981 foi para a Fórmula Ford inglesa onde venceu 11 das 19 corridas que disputou, e no ano seguinte ganhou por antecipação os campeonatos europeu e inglês de Fórmula Ford, com 21 vitórias em 28 provas.

                                            Tornou-se campeão da Fórmula 3 inglesa (1983), com nove vitórias consecutivas, um recorde mundial, fazendo com que os ingleses apelidassem o autódromo de Silverstone de Silvastone. Ingressou na Fórmula 1, pela equipe Toleman (1984), e um ano depois estava na Lotus, equipe pela qual disputou três temporadas e venceu seus primeiros grandes-prêmios.

                                            Contratado pela McLaren em 1988, Senna conquistou o seu primeiro campeonato mundial, em 1989 foi vice-campeão, atrás do francês Alain Prost, seu companheiro de equipe, e tornou a vencer nas duas temporadas seguintes (1990-1991). Sagrou-se tricampeão mundial na categoria, ganhando mais fama como o Rei da Chuva, pela habilidade para dirigir em pistas molhadas, ou Mister Mônaco, por suas cinco vitórias consecutivas nesse circuito.

                                            Mudando-se para a Williams (1994), morreu ao se chocar contra um muro de proteção a 300km/h, na curva Tamborello, na sétima volta do grande prêmio de San Marino, em Ímola, Itália.

                                            Em dez anos de Fórmula 1, disputou 161 corridas, venceu 41 e conquistou 62 pole positions. No seu sepultamento em São Paulo, recebeu honras de chefe de estado, num dos funerais que trouxeram m

                                            Comentário


                                              #23
                                              José Botelho de Carvalho Araújo 1881 - 1918



                                              José Botelho de Carvalho Araújo, filho de José de Carvalho Araújo, e D. Margarida Ferreira Botelho de Araújo, nasceu a 18 de Maio de 1881, na freguesia de São Nicolau, da cidade do Porto onde seus pais, que viviam em Vila Real, se tinham deslocado em visita a familiares. Casou a 13 de Janeiro de 1906 na Igreja paroquial de S. Dinís com Ester Ferreira Abreu .

                                              Frequentou a escola primaria e o liceu de Vila Real tendo feito em 1897/98 os preparatórios na Academia Politécnica do Porto, parra ingressar na escola Naval, onde assentou praça, como aspirante de Marinha, em 12 de Outubro de 1895.

                                              Foi Guarda Marinha em 1903, 2º Tenente em 1905, 1º Tenente em 1915, e Capitão Tenente (título póstumo) em 1918. Teve as seguintes condecorações: Medalha de Cobre de Filantropia e caridade (socorros e naufrágios), Medalha Militar de Prata, de comportamento exemplar, Medalha de Prata comemorativa das campanhas do exercito Português, tendo na respectiva passadeira a legenda " Sul de Angola 914/915 ".

                                              A titulo póstumo foi condecorado com a Cruz de Guerra de 1ª classe, Medalha de Prata comemorativa das campanhas do exercito Português no mar 1916/17/18 e condecorado com o 2º Grau da ordem da Torre e Espada sendo diversas vezes louvado.


                                              Participação Portuguesa na 1ª Guerra Mundial

                                              A participação na 1ª Guerra Mundial por Portugal foi uma decisão difícil, porque a opinião publica estava dividida em campos opostos, os que defendiam a neutralidade e os que defendiam a intervenção ao lado dos aliados. Os intervencionistas consideram que essa era a única forma de quebrar o isolamento de Portugal e principalmente de garantir a posse das colónias Africanas, face as ambições quer da Alemanha quer da Inglaterra.

                                              Em 1916 o governo Republicano enviou um Continente de cerca de 200 mil homens para a Angola e Moçambique, que tinham fronteiras com colónias Alemãs. Portugal interveio na Bélgica, mais propriamente em Flandres.

                                              A intervenção de Portugal na Guerra, exigiu um enorme esforço militar e humano que, do ponto de vista interno agravou as dificuldades económicas e aumentou o descontentamento por parte de sectores importantes da população. Foi ainda responsável por uma maior agitação política, que levou mesmo a um período de ditadura ( 1917/18 ) sobe a chefia do Major Sidónio Pais.

                                              Foi a intervenção no conflito mundial, que deu a Portugal o direito de, na conferencia de paz, ser reconhecido como um dos países vencedores, ao mesmo tempo que lhe era garantida internacionalmente a posse das suas colónias africanas.


                                              Os Acontecimentos ligados a Morte de Carvalho Araújo

                                              José Botelho de Carvalho Araújo faleceu no dia 14 de Outubro de 1918 no seu posto em combate contra os Alemães, na Ponte do Caça - Minas ( Augusto Castilho ), que nesse dia em plena 1ª Guerra Mundial escoltava o vapor São Miguel, no mar dos Açores que navegava do Funchal para Ponta Delgada.

                                              O heroísmo do Comandante Carvalho Araújo no pequeno barco Português, que ao serem atacados pelo submarino Alemão U.139 de 1500 toneladas , não se opôs em atacar, para salvar o barco com 206 pessoas e aguentou durante 2 horas, dispondo apenas de duas peças de artilharia de proa que investiu contra a unidade poderosamente armada de 6 tubos lança-torpedos e de dois canhões de tiro rápido com calibre de150milimitros , surpreendendo o comandante do submarino, que registou em termos elogiosos.

                                              Entretanto o São Miguel afastava-se do perigo , embora o glorioso militar tivesse o fim que a si próprio impôs :" hei-de morrer como Português ".


                                              A reacção à Morte de Carvalho Araújo em Vila Real

                                              Carvalho Araújo, um herói vilarealense é recordado, num monumento (da autoria do escultor, Anjos Teixeira), inaugurada em 1924, existente na Avenida com o seu nome, em Vila Real. Carvalho Araújo obteve várias condecorações , ao longo da sua curta vida militar .Entre elas avultam a Cruz de Guerra de 2ª Classe e o II Grau da Ordem de Torre Espada , concedidas postumamente.




                                              Face ao acto heroico deste Comandante e a desproporção de forças deixo o relato completo.

                                              O Herói e o Ás

                                              O comando do primeiro cruzador-submarino alemão, o U 139 de 1930 / 2483 toneladas, foi atribuído ao maior ás da respectiva arma, o capitão de corveta Lothar von Arnauld de La Priére que trouxe consigo o seu inseparável e experiente comandante de artilharia, o capitão-tenente Kurt von Piotr. Foi, talvez, o último dos submarinos alemães a travar combate com os inimigos do Império Alemão até ao dia 24 de Outubro de 1918 em que recebeu a mensagem rádio para cessar toda a actividade bélica e regressar à base. As três unidades desta classe foram, sem dúvida, os submarinos mais poderosos da marinha alemã, equipados como estavam com duas peças de 150 mm e um telémetro retractável, exemplar único em submarinos, além dos 6 tubos para a dotação de 19 torpedos.



                                              Foi este U-139 que enfrentou, na madrugada de 14 de Outubro de 1918, o pequeno caça-minas português Augusto de Castilho, apetrechado com duas minúsculas peças, uma de 65 mm à vante e outra de 47 mm, à ré. A denominação de caça-minas revela bem a natureza da unidade enquanto navio de guerra. Na verdade, tratou-se antes do vapor de pesca Elite com cerca de 500 toneladas de deslocamento médio, accionado por uma máquina a vapor de tríplice expansão, requisitado pela marinha de guerra e comandado primeiro-tenente José Botelho de Carvalho Araújo, oficial tão abnegado como heróico que não teve medo de enfrentar o gigantesco U-139 com os seus 100 metros de comprimento.
                                              Naquele dia fatídico, o navio português escoltava o paquete S. Miguel que seguia da Madeira para os Açores com 206 passageiros, entre os quais mulheres e crianças. O caça-minas tinha já escoltado de Lisboa para o Funchal o paquete Beira e, como a autoridade marítima da ilha não permitiu o desembarque da guarnição antes do período de quarentena, dado que em Lisboa grassava a peste, Carvalho Araújo ofereceu-se para fazer a escolta ao S. Miguel e assim aproveitar de uma forma útil os "dez dias da tabela" em que os seus homens teriam de ficar encerrados no vapor bélico. Depois, voltariam ao Funchal com direito a deambularem pelo morro da cidade.



                                              A canhoneira Mandovi, escalada para a protecção do paquete, ficou de guarda ao Funchal, cidade que tinha sido bombardeada a 12 de Dezembro do ano anterior pelo também cruzador-submarino U-156. O comandante do Augusto de Castilho preferia a actividade e navegação à estadia contemplativa de guarda a um porto. Era um oficial brilhante e de uma nobreza de carácter perfeitamente equiparável à do seu ex-comandante almirante Leote do Rego, então exilado em França. Carvalho Araújo era um republicano e democrata convicto que aliava o pundonor militar aos ideais da liberdade e do bem-estar do povo, pelo que era detestado pelo ditador pan-germanófilo Sidónio Pais que o queria ver o mais longe possível de Lisboa e a bordo do mais pequeno dos navios.



                                              Carvalho Araújo tinha estado com o batalhão de marinha na frente do sul de Angola em guerra com os alemães muito antes da entrada oficial de Portugal no conflito, pois como é sabido, as forças alemãs do Sudoeste Africano, hoje Namíbia, entraram em 1914 pelo sul de Angola e chegaram a Naulila, onde destroçaram a pequeníssima guarnição portuguesa num acto absolutamente ilegal, já que não existia então um estado de guerra declarado entre os dois países. Bateu-se como pôde, o então tenente Carvalho Araújo, na sua qualidade de segundo comandante do batalhão, até ter de ser retirado devido a doença malárica que o incapacitou. Mas, naturalmente, um oficial de marinha como Carvalho Araújo estava mais à vontade a sentir as brisas do mar que em terra sob o ardente sol africano.



                                              Ao comando do seu caça-minas, Carvalho Araújo percorreu mais de 7 mil milhas e deu escolta a 22 comboios durante 20 meses de serviço de guerra. Quando chegava ao porto de Brest, escoltando navios com tropas do Corpo Expedicionário Português, fazia os possíveis para regressar imediatamente e iniciar novo serviço útil ao país. Como oficial, era um trabalhador incansável, capaz de se manter na ponte durante horas e horas a fio.



                                              O encontro com o gigantesco submarino-cruzador deu-se pelas duas da madrugada, como escreveu Kurt von Piotr no seu relatório do combate artilheiro: "Estava de guarda no quarto do meio e havia um luar claro quando às 2.00 da madrugada avistei duas embarcações, uma maior e um vapor mais pequeno que o comandante, entretanto chegado à torre, resolveu atacar a tiro de canhão. Levámos três horas a aproximarmo-nos dos dois navios que tentavam escapulir-se com quanta força tinham as suas máquinas. Pelas 5.00 da madrugada, o comandante deu-me licença para abrir fogo, o que fiz com a peça de 15 cm de vante, apontando-a para o vapor mais pequeno, por tomá-lo como o navio escolta".



                                              Carvalho Araújo já tinha tomado a decisão de enfrentar o inimigo para permitir a fuga do S. Miguel, apesar de o U-139 estar a disparar a uma distância totalmente fora do alcance das pequenas peças do Augusto de Castilho. Toda a guarnição correu para os seus postos de combate. Fogueiros e chegadores esforçavam-se até às últimas consequências para atingir os 10 nós, enquanto os marinheiros levam mais cunhetes para as peças e caixas de fumo para atirar à água e fazer fumo de encobrimento, caso seja necessário retirar, ajudados nessa tarefa pelos três passageiros militares e outros quatro civis, todos impedidos de desembarcarem no Funchal pela leis da quarentena.



                                              O imediato, o jovem guarda-marinha Manuel Armando Ferraz, dirige o tiro, correndo da peça da proa para a da ré. Ambas eram disparadas a olho, pois o pequeno Augusto de Castilho não possuía telémetro. Enquanto isto, o U-139 disparou um primeiro tiro contra o escoltador português que não acertou e um segundo contra o paquete que cai a 10 metros da proa do S. Miguel. Os dois tecnocratas da guerra alemães, De La Priére e Von Piotr, estavam no seu meio. Ambos tinham uma predilecção pelo combate artilheiro e sabiam estar em condições de superioridade, pelo que podiam poupar os torpedos que restavam. Julgavam mesmo que o problema seria resolvido em instantes; até trouxeram para a torre uma máquina de filmar. Queriam fixar no celulóide a morte daqueles portugueses perdidos e praticamente indefesos em pleno Atlântico para a glória posterior de um "Reich" que pouco mais teria afinal do que umas parcas semanas de existência.



                                              A terceira granada do U-139 rebenta na amura de estibordo do Augusto de Castilho, como relatou o sargento-ajudante Luís Simões em artigos publicados posteriormente no Diário de Notícias e reproduzidos pelo escritor e director da Biblioteca Nacional, João Palma Ferreira, na sua obra memorialista "Viagens, Fantasias & Batalhas".



                                              Vendo o S. Miguel prestes a ser atingido, o bravo Carvalho Araújo ordena ao seu timoneiro que aproe directamente ao submarino, o que levou La Priére a mandar fazer marcha à ré, enquanto dispara salva sobre salva contra o pequeno pesqueiro a vapor. As granadas germânicas começam a rebentar dentro do caça-minas, fazendo numerosas vítimas mortais, a primeira das quais foi o aspirante Eloy de Freitas. A cabine do telegrafista desfez-se quase ao mesmo tempo que a peça de vante é posta fora de acção. Ficou só o pequeno canhão de 47 mm da popa a fazer fogo com grande dificuldade. Entretanto, o S. Miguel vai-se afastando mais, daí a pouco estará fora do alcance dos canhões do U-139. Mesmo assim, os artilheiros do caça-minas não desarmam; continuam a disparar e o seu navio a receber granada sobre granada. Ao fim de duas horas de combate estavam praticamente esgotadas as munições e parte da guarnição do Augusto de Castilho morta ou ferida. Do S. Miguel já nada se via. Por ordem de Carvalho Araújo, o sargento Simões ainda vai disparar o último cunhete sobre o submarino alemão que se encontrava a curta distância. Esgotado o último cartucho, o U-139 ainda dispara contra o caça-minas que, por ordem do comandante, tinha içado a bandeira verde rubra da sua querida República.



                                              Carvalho Araújo não quis ir para o fundo com uma bandeira branca, por isso foi atingido por uma das últimas granadas que explodiu junto ao local em que se encontrava na cabine de comando. O herói cai no convés, morto, enquanto o imediato fica gravemente ferido.
                                              Terminado o fogo pelas 08.30, os sobreviventes lançam a custo o escaler salva-vidas ao mar, fazendo-se a ele cheio de gente. O resto do pessoal, sob o comando do guarda-marinha Ferraz muito ferido, totalizando vinte homens tentava, quase sem o conseguir, pôr a baleeira na água. Os do salva-vidas ainda tentaram ajudar, mas receberam ordens com armas apontadas do submarino alemão para se afastarem imediatamente do local. Os sobreviventes desesperavam; não conseguiam mover a baleeira, pelo que aproveitaram um bote que estava dentro do picadeiro, mas também sem o conseguir. Por fim, 12 dos sobreviventes lançaram-se ao mar numa jangada de salvamento e em coletes de cortiço. Os artilheiros alemães observavam sorridentes as dificuldades dos portugueses e, depois, resolveram fazer sinal aos portugueses para subirem para o seu tombadilho, ajudando-os com cordas e bóias lançadas ao mar. O enfermeiro ou médico de bordo apareceu e, ajudado por uns camaradas, começou a fazer uns pensos aos mais feridos, enquanto Von Piostr filmava a cena em todos os seus detalhes. "Também deram uns refrescos em copos de alumínio", escreveu o sargento Simões. O guarda-marinha Ferraz falou em francês com Von Piotr, conseguindo convencê-lo a deixar ir a bordo do caça-minas buscar o bote e os feridos que lá ficaram. Tiveram o consentimento dos alemães, mas não permitiram que os náufragos portugueses levassem um sextante e uma bússola. Obviamente, temiam que aparecesse algum navio das esquadrilhas aliadas de S. Miguel, entretanto avisadas pelo paquete português e não queriam o local e o rumo do submarino devidamente assinalado. Os alemães limitaram-se a apontar a direcção da ilha de S. Miguel, iniciando os náufragos portugueses a odisseia de navegarem a remos até à ponta do Arnel na Ilha de S. Miguel. O bote comandado pelo guarda-marinha Ferraz metia água, pelo que foram precisos os sobretudos e luvas para colmatar as brechas. Foi um autêntico martírio e esforço inaudito, a viagem por mais de duzentas milhas em seis dias quase sem água nem mantimentos. Eram 12 náufragos, dos quais 8 estavam feridos, sendo que um morreu na viagem. Seis cadáveres foram para o fundo no Augusto Castilho, entre eles, o do bravo comandante Carvalho Araújo que quando soube que as munições estavam no fim disse ao imediato: -"Deixá-lo! Morro como português". O artilheiro Von Piotr ainda escreveu no seu relatório: "Foi com grande pesar que deixámos a valente guarnição à sorte incerta num barco prejudicado pelos estilhaços de granada e mediocremente calafetado".



                                              Este foi, sem dúvida, o episódio mais saliente da esforçada presença da marinha portuguesa na I. Guerra Mundial. O segundo terá sido o combate travado no Rovuma por parte da guarnição do cruzador Adamastor contra os alemães. Para além disso, a guerra naval travou-se principalmente em termos de longas escoltas a navios mercantes que transportavam tropas para Africa e França, bem como às operações do batalhão de marinha.



                                              Ao contrário do que disseram durante décadas os detractores e inimigos do regime republicano e da democracia, nomeadamente os salazaristas, Portugal não entrou na I. Guerra Mundial por capricho dos seus governantes, nem sequer de livre vontade. As autoridades republicanas não tinham é certo conhecimento das propostas de acordo secreto feitas pela diplomacia britânica aos alemães, mas tinham a percepção clara que existiam tais propósitos. Num dos últimos protocolos diplomáticos, datado de 1913, os ingleses ofereciam as colónias portuguesas e mais qualquer coisa como o Império Holandês, por exemplo, em troca de um amplo acordo sobre armamentos navais que pusesse fim à corrida naval travada quase desde o início do Século entre as duas potências. Por outro lado, a França fizera idêntica proposta à Alemanha, oferecendo o Congo Belga à eventual gula colonial alemã. Só que os alemães não sabiam ao certo o que queriam; as colónias dos outros ou os grandes espaços russos. Em Africa, talvez só as minas de ouro e diamantes do Transval lhes interessavam, mas isso os ingleses não largavam. Sorte para Portugal foi não terem conhecimento dos diamantes da Lunda. E depois do começo da guerra, os governantes republicanos passaram a temer ainda mais uma "paz branca" entre as potências em conflito, na qual as colónias das pequenas nações europeias seriam imoladas.


                                              Caça-minas Augusto de Castilho ao lado do U-139 depois da batalha com o escaler á popa onde navegaram os sobreviventes da refrega.



                                              Maqueta do U-139 Submarino-Cruzador

                                              Comentário


                                                #24
                                                macho, macho era este!!
                                                basta arranjar uma duzia deles e é ver o crescimento da população a disparar...

                                                "Padre Francisco Costa foi provavelmente o maior progenitor português. Ele era prior da cidade medieval de Trancoso no século XV, dando origem a 275 filhos concebidos por 54 mulheres. Em processo movido por libertinagem na época o padre chegou a confessar que manteve relações sexuais e teve filhos com 29 afilhadas, 9 comadres, 7 amas, 2 escravas, 5 irmãs e uma tia, além da própria mãe.

                                                Conforme sentença proferida em 1487 (cuja cópia repousa no Instituto Arquivos Nacionais Torre do Tombo, em Lisboa) ele foi condenado e sua pena passava pelo arrastamento nos rabos dos cavalos pelas ruas públicas, com seu corpo em seguida sendo esquartejado e posto aos quartos, onde a cabeça e as mãos seriam depositadas em diferentes distritos. Porém o rei D. João II entendeu perdoar-lhe a pena e ordenou que fosse enviado para casa no dia 1 de Março desse mesmo ano, baseado no facto de "o padre Francisco Costa ter contribuído para o povoamento da Beira Alta".

                                                A casa onde viveu o padre Francisco Costa é agora o restaurante “O MUSEU”.

                                                [editar] SENTENÇA PROFERIDA EM 1487 CONTRA O PRIOR DE TRANCOSO

                                                Do Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Autos arquivados no armário 5, maço 7:

                                                "Padre Francisco da Costa, prior de Trancoso, de idade de sessenta e dois anos, será degredado de suas ordens e arrastado pelas ruas públicas nos rabos dos cavalos, esquartejado, o seu corpo e postos os quartos, cabeça e mãos em diferentes distritos, pelo crime que foi argüido e que ele mesmo não contrariou, sendo acusado de ter dormido:

                                                - com vinte e nove afilhadas e tendo delas noventa e sete filhas e trinta e sete filhos;

                                                - de cinco irmãs teve dezoito filhas;

                                                - de nove comadres trinta e oito filhos e dezoito filhas;

                                                - de sete amas teve vinte e nove filhos e cinco filhas;

                                                - de duas escravas teve vinte e um filhos e sete filhas;

                                                - dormiu com uma tia, chamada Ana da Cunha, de quem teve três filhas,

                                                - da própria mãe teve dois filhos.

                                                Total: “duzentos e setenta e cinco, sendo cento e quarenta e oito do sexo feminino e cento e vinte e sete do sexo masculino, tendo concebido em cinqüenta e quatro mulheres".

                                                Comentário


                                                  #25
                                                  Agostinho da Silva (1906-1994)



                                                  Agostinho da Silva é dos mais paradoxais pensadores portugueses do séulo XX. O tema mais candente da sua obra foi a cultura de língua portuguesa, num fraternal abraço ao Brasil e aos países lusófonos. Todavia, a questão das filosofias nacionais não é para si decisiva, parecendo-lhe antes uma questão académica: «Não sei se há filosofias nacionais, e não sei se os filósofos, exactamente porque reflectem sobre o geral, se não internacionalizam desde logo».

                                                  O problema de que parte é a procura de uma razão de ser para Portugal: o que eu quero é que a filosofia que haja por estes lados arranque do povo português, faça que o povo português tenha confiança em si mesmo», entendendo por «povo português» não apenas os portugueses de Portugal, mas também os do Brasil, laçados de índios e negros, os portugueses de África, tribais e pretos, como também os da Índia, de Macau e de Timor.

                                                  Embarcando num sonho universalista em que os portugueses que vivem apenas para Portugal não têm razão de ser, apresentou-se aos olhos tantas vezes desconcertados dos seus leitores como um cavaleiro do Quinto Império, um reinado do Espírito Santo, respirando um misto de franciscanismo e de joaquimismo e, em todo o caso, obra mais de cigarras que de formigas como era próprio das crianças: «Restaurar a criança em nós, e em nós a coroarmos Imperador, eis aí o primeiro passo para a formação do império», o que é dizer que o primeiro passo dos impérios está sempre no espírito dos homens, aptos para servir, como os antigos templários ou os cavaleiros da Ordem de Cristo.

                                                  Um império sem clássicos imperadores, que leve aos povos do mundo uma filosofia capaz de abranger a liberdade por que se bate a América, a segurança económica conseguida pela União Soviética, e a renúncia aos bens que depois de ter estado na filosofia de Lao-tsé, diz estar também na de Mao-tsé, mas uma filosofia que as três possam corrigir, purgando a primeira de imperialismos, a segunda da burocracia, e a terceira de catecismos.

                                                  É esta uma filosofia que, como gostava de dizer, não parte imediatamente de uma reflexão sobre as ciências exactas, como em Descartes ou Leibniz, mas da fé, como em Espinosa. Partir de crenças como ponto vital e tomar como símbolo preferido que a palavra «crer» parece ter a mesma origem que a palavra «coração», fazendo depois como o Infante, abrindo-se à ciência dos seus pilotos, astrónomos e matemáticos. Tudo dito e defendido com a tranquilidade de quem sabe que até hoje ninguém desvendou os mistérios do mundo e conhece por isso os limites das soluções positivas.

                                                  Assim, seria possível valorizar aquilo que a seu ver nos distinguiria como povo e como cultura: um povo e uma cultura capazes de albergar em si «tranquilamente, variadas contradições impenetráveis, até hoje, ao racionalizar de qualquer pensamento filosófico».

                                                  Império do futuro precavido e purgado dos males que arruinaram os quatro anteriores, sem manias de mando, ambições de ter e de poder, sem trabalho obrigatório, sem prisões e sem classes sociais, sem crises ideológicas e metafísicas. Esse já não era o império europeu, dessa Europa ávida de saber e de poder, e por isso esgotada como modelo para os outros 80% da humanidade, menos ávida de poder e mais preocupada com o ser.

                                                  Trazer por isso o mundo à Europa, como outrora levámos a Europa ao mundo, tal a missão da cultura de língua portuguesa, construindo o seu domínio com uma base espiritual e sem base em terra, porque a propriedade escraviza e só não ter nos torna livres.

                                                  Obras
                                                  Sentido histórico das civilizações clássicas, 1929; A religião grega, 1930; Glosas, 1934; Sete cartas a um jovem filósofo, 1945; Diário de Alcestes, 1945; Moisés e outras páginas bíblicas, 1945; Reflexão, 1957; Um Fernando Pessoa, 1959; As aproximações, 1960; Educação de Portugal, 1989; Do Agostinho em torno do Pessoa; Dispersos, 1988.

                                                  Bibliografia
                                                  António Quadros, Introdução à Filosofia da História, Lisboa, 1982.

                                                  Fonte: http://www.instituto-camoes.pt/cvc/filosofia/1910h.html

                                                  ------------------------------------------

                                                  Biografia

                                                  George Agostinho Baptista da Silva nasceu no Porto em 1906, tendo-se ainda nesse ano mudado para Barca D'Alva (Figueira de Castelo Rodrigo), onde viveu até aos seus 6 anos. De 1924 a 1928, cursou Filologia Clássica na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Após concluir a licenciatura, começa a escrever para a revista Seara Nova, colaboração que manteve até 1938.

                                                  Em 1931 parte como bolseiro para Paris, onde estuda na Sorbonne e no Collège de France. Após o seu regresso em 1933, leciona no ensino secundário em Aveiro até ao ano de 1935, altura em que é demitido do ensino oficial por se recusar a assinar a Lei Cabral, que obrigava todos os funcionários públicos a declararem por escrito que não participavam em organizações secretas (e como tal subversivas).

                                                  Cria o Núcleo Pedagógico Antero de Quental em 1939, e em 1940 publica Iniciação: cadernos de informação cultural. É preso pela polícia política em 1943, abandonando o país no ano seguinte.

                                                  Viveu no Brasil de 1947 a 1969, exilado no seguimento da sua oposição ao Estado Novo, na altura conduzido por Salazar. Em 1948, começa a trabalhar no Instituto Oswaldo Cruz do Rio de Janeiro, estudando entomologia, e ensina simultaneamente na Faculdade Fluminense de Filosofia. Colabora com Jaime Cortesão na pesquisa sobre Alexandre de Gusmão. De 1952 a 1954, ensina na Universidade Federal da Paraíba (em João Pessoa (Paraíba)) e também em Pernambuco.

                                                  Em 1954, novamente com Jaime Cortesão, ajuda a organizar a Exposição do Quarto Centenário da Cidade de São Paulo. É um dos fundadores da Universidade de Santa Catarina, cria o Centro de Estudos Afro-Orientais, e ensina Filosofia do Teatro na Universidade Federal da Bahia, tornando-se em 1961 assessor para a política externa do presidente Jânio Quadros. Participou na criação da Universidade de Brasília e do seu Centro de Estudos Portugueses no ano de 1962 e, dois anos mais tarde, cria a Casa Paulo Dias Adorno em Cachoeira e idealiza o Museu do Atlântico Sul em Salvador.

                                                  Regressa a Portugal em 1969, após a doença de Salazar e a sua substituição por Marcello Caetano, que deu origem a alguma abertura política e cultural do regime. Desde aí continuou a escrever e a leccionar em diversas universidades portuguesas, dirigido o Centro de Estudos Latino-Americanos da Universidade Técnica de Lisboa, e no papel de consultor do Instituto de Cultura e Língua Portuguesa (actual Instituto Camões).

                                                  Em 1990, a RTP1 emitiu uma série de treze entrevistas com ele, denominadas Conversas Vadias.

                                                  Morreu no Hospital de São Francisco Xavier, em Lisboa, no ano de 1994.

                                                  Um documentário sobre ele, intitulado Agostinho da Silva: um pensamento vivo, foi realizado por João Rodrigues Mattos, e lançado pela Alfândega Filmes, in 2004. Existe uma entrevista, até ao momento não publicada, conduzida por António Escudeiro e chamada Agostinho por si próprio, na qual fala sobre a sua devoção ao Espírito Santo.

                                                  É referenciado como um dos principais intelectuais portugueses do século XX. Entre outros livros publicados, constam uma biografia de Miguel Ângelo, Louis Pasteur e São Francisco de Assis. O seu livro mais influente será provavelmente Sete cartas a um jovem filósofo.

                                                  Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Agostinho_da_silva

                                                  ------------------------------------------

                                                  Centenário do Nascimento de Agostinho da Silva


                                                  Comemora-se este ano o Centenário do nascimento de Agostinho da Silva, por iniciativa conjunta dos Governos português e brasileiro e da Associação Agostinho da Silva. Figura absolutamente ímpar da cultura luso-brasileira, Agostinho da Silva deixou, entre a sua vinda ao mundo, a 13 de Fevereiro de 1906, e a sua partida dele, no domingo da Ressurreição, em 3 de Abril de 1994, uma vida exemplar e pujante de pensamento e acção: das traduções e estudos clássicos à educação popular, da insubmissão perante o antigo regime à prisão e auto-exílio no Brasil, da fundação de universidades e centros de estudos ao aconselhamento de presidentes, governos e políticas culturais, da criação de vasta rede de amizades em todo o mundo à partilha dos recursos com os mais necessitados, do domínio de múltiplas línguas à publicação de imensa obra pedagógica, científica, literária e filosófica, da conversão da casa de Lisboa em tertúlia aberta à intensa e viva presença mediática.

                                                  Espírito livre, inconformista e original em todos os domínios, colocou as ideias e a vida ao serviço do pleno cumprimento de todas as possibilidades humanas. Em conformidade, e na linha de Luís de Camões, Padre António Vieira, Fernando Pessoa e Jaime Cortesão, intuiu a superior vocação da cultura portuguesa, brasileira e lusófona como a de oferecer ao mundo o seu espírito fraterno e universalista, contribuindo para a criação de uma comunidade ético-espiritual mundial onde se transcendam e harmonizem as diferenças nacionais, culturais, políticas e religiosas. Inspirador da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), antecipou a urgência da ética animal, bem como da consciência ecológica e ecuménica, propondo um verdadeiro diálogo inter e trans-cultural, inter e trans-religioso, entre o Norte e o Sul, o Ocidente e o Oriente, como forma de superar preconceitos e antinomias que sempre resultam em desarmonia, opressão e guerra. Pensador do terceiro milénio, é hoje referência incontornável da cultura lusófona e do debate de ideias que, num ciclo conturbado da civilização, pode promover um novo Renascimento integral e planetário.

                                                  Fonte: http://agostinhodasilva.blogtok.com/

                                                  ------------------------------------------

                                                  Videos

                                                  Entrevista/Conversa de Cáceres Monteiro a Agostinho da Silva (1990)

                                                  YouTube:

                                                  1ª Parte
                                                  2ª Parte
                                                  3ª Parte

                                                  Comentário


                                                    #26
                                                    Duarte de Almeida (O Decepado de Toro)

                                                    Alferes-mor de D. Afonso V, conhecido na história pela alcunha do Decepado. Era filho de Pedro Lourenço de Almeida.

                                                    Na batalha de Toro, em 1 de Março de 1476, entre tropas portuguesas e castelhanas, em que tanto se distinguiu o príncipe D. João, depois o rei D. João II, praticaram-se actos de valentia e heroísmo; entre os guerreiros que se tornaram notáveis, conta-se Gonçalo Pires e Duarte de Almeida, o alferes-mor do rei, a quem estava confiado o estandarte real português.

                                                    A luta foi enorme; as quatro grandes divisões castelhanas, vendo os seus em perigo, acudiram a auxiliá-los, ao mesmo tempo que o arcebispo de Toledo, o conde de Monsanto, o duque de Guimarães e o conde de Vila Real avançavam em socorro dos portugueses.

                                                    Subjugados pela superioridade do número, os portugueses caíram em desordem, abandonando o pavilhão real. Imediatamente, inúmeras lanças e espadas o cobrem, e todos à porfia pretendem apoderar-se de semelhante troféu. Duarte de Almeida, num supremo esforço, envolto num turbilhão de lanças, empunha de novo a bandeira, e defende-a com heróica bravura.

                                                    Uma cutilada corta-lhe a mão direita; indiferente à dor, empunha com a esquerda o estandarte confiado à sua Honra e lealdade; decepam-lhe também a mão esquerda; Duarte de Almeida, desesperado, toma o estandarte nos dentes, e rasgado, despedaçado, os olhos em fogo, resiste ainda, resiste sempre.

                                                    Então os castelhanos o rodearam, e caiem às lançadas sobre o heróico alferes#8209;mor, que afinal, cai moribundo. Os castelhanos apoderaram-se então da bandeira, mas Gonçalo Pires (V. este nome), conseguiu arrancá-la.

                                                    Este acto de heroicidade foi admirado até pelos próprios inimigos.

                                                    Duarte de Almeida foi conduzido semimorto para o acampamento castelhano, onde recebeu o primeiro curativo, sendo depois mandado para um Hospital de Castela.

                                                    No fim de muitos meses, voltou à, pátria, e foi viver para o castelo de Vilarigas, que herdara de seu pai. Havia casado com D. Maria de Azevedo, filha do senhor da Lousã, Rodrigo Afonso Valente e de D. Leonor de Azevedo.

                                                    Diz-se que Duarte de Almeida morreu na miséria e quase esquecido, apesar da sua valentia e bravura com que se houve na batalha de Toro, que lhe custou ficar inutilizado pela falta das suas mãos.

                                                    Camilo Castelo Branco, porém, nas Noites de insónia, diz que o Decepado não acabara tão pobre como se dizia, porque além do castelo de Vilarigas, seu pai possuía outro na quinta da Cavalaria, e em quanto ele esteve na guerra, sua mulher havia herdado boa fortuna duma sua tia, chamada D. Inês Gomes de Avelar. D. Afonso V, um ano antes da batalha, estando em Samora, lhe fizera mercê, pelos seus grandes serviços, para ele e seus filhos, de um reguengo no concelho de Lafões.


                                                    Comentário


                                                      #27
                                                      Desculpem-me, mas a minha "paixão" sobre o vôo e a aviação ...

                                                      Ferdinand von Zeppelin (8 de Abril ou 8 de Julho de 1838 - 8 de Março de 1917)



                                                      Foi o fundador da companhia dirigível Zeppelin. Ele nasceu em Konstanz, Grão-Ducado de Baden (que corresponde atualmente a parte da Baden-Württemberg, Alemanha).

                                                      Zeppelin freqüentou a 'escola de guerra' em Ludwigsburg e se tornou um tenente em 1858.

                                                      No ano seguinte, 1859, ele foi recrutado na unidade de engenharia e participou como observador na Guerra Civil Americana (de 1863), a Guerra austro-prussiana (1866) e a Guerra franco-prussiana (1870-1871).

                                                      Ele actuou como comandante do regimento Ulanen em Ulm de 1882 a 1885 e posteriormente foi enviado de Württemberg para Berlin. Em 1906 ele foi promovido a general da cavalaria.

                                                      Zepelin e os Dirigíveis

                                                      Zeppelin, baseado nas ideias de Schwartz, um engenheiro austríaco que havia tentado construir um balão de alumínio em 1887, projectou um aerostato sob comando, partindo então para tentativas arrojadas, em Friedrichshafen, onde morava.

                                                      Além de orientar a edificação de uma usina de alumínio, o ousado conde iniciou a construção e montagem dos primeiros dirigíveis rígidos em 1889, e, a despeito das dificuldades, terminou o seu primeiro modelo no ano seguinte. No entanto, o protótipo LZ-1 somente foi aprovado cinco anos depois, sendo que os modelos testados levavam as iniciais LZ, de Ludwig (assistente do conde) e do próprio Zeppelin, antecedendo a numeração.

                                                      Apesar do seu projeto ter sido rejeitado pelo Kaiser Guilherme II em 1894, o nobre militar, contando com o apoio da população do povoado à margem do Lago Constança e utilizando todos os seus recursos financeiros, se empenhou na construção de aeronaves com estrutura rígida, numa época em que os balões carregados de gás tinham estrutura flexível.

                                                      Em 2 de Julho de 1900, fez o voo inaugural do LZ-1, às margens do lago Constança. Porém, o tecido que cobria a estrutura de alumínio do balão se rompeu no pouso; mas o milionário não desistiu. Já estava na bancarrota quando, em 1908, ganhou fama com o LZ-4, ao cruzar os Alpes, numa viagem de 12 horas, sem escalas. Daí por diante, Zeppelin pôde contar com o dinheiro do governo alemão em suas façanhas e seus dirigíveis se transformaram em orgulho nacional.

                                                      Zeppelin instituiu a primeira companhia aérea, a Luftschiffbau-Zeppelin, em 1909, com uma frota de cinco dirigíveis.

                                                      Até 1914, quando iniciou a Primeira Grande Guerra, foram mais de 150 mil quilómetros voados, 1.600 voos e 37,3 mil passageiros transportados. Durante o conflito mundial, ao lado dos nascentes aviões, os dirigíveis alemães foram utilizados para bombardear Paris. Ao longo de sua vida, Zepellin construiu mais de 100 dirigíveis.

                                                      O LZ 1


                                                      MUSEU ZEPPELIN

                                                      Comentário


                                                        #28


                                                        Xanana Gusmäo

                                                        Carregado em Timor do leste em 1946, Xanana FRETILIN juntado Gusmäo em 1975.He era um empregado civil, e é um poeta gifted. Foi elegido à liderança das forças de FALANTIL (resistência) em 1981, e conduziu ao esforço nas montanhas até que foi capturado em novembro 1992. Remanesce na prisão em Jakarta. Da experimentação da mostra enfrentou, Xanana dito: "é de nenhuma conseqüência em tudo a mim se passarem uma sentença de morte. Estão matando meus povos e eu não sou worth mais do que seu esforço." Xanana lançou o conselho nacional para a resistência de Maubere (CNRM) em 1988. O CNRM incorpora a resistência armada (Falantil), a parte dianteira clandestine, e a resistência exiled. O esforço armado de Falantil é conduzido agora por Konis Santana. Na borda principal do esforço Timor do leste interno é o pessoa novo que acopla em atividades non-violentas da resistência. As demonstrações grandes são um testimony à oposição próximo-universal a Indonésia.

                                                        De 1975 até 1982, o conselho de segurança dos UN e o general conjunto dos UN passado e reaffirmed 10 que resolutionsrecognising o pessoa do leste de Timorese para a direita ao self-determination, e chamar-se para a retirada de Indonesia¹s armou forças. Em 1982, o general conjunto carregou o secretário geral procurar uma definição justa do conflito do leste de Timor consultando com ' todos os partidos concernidos diretamente.' Estas conversas envolveram assim distante somente Portugal e Indonésia. Os UN hospedaram também ' as conversas do diálogo intra-Timorese-Timorese ' que trouxeram junto pro-e anti-integração Timorese do leste. Indonésia controlou firmemente a seleção dos povos que atendem dentro do leste Timor. Em abril 1997 uma maioria dos membros das direitas que humanas dos UN o commission suportou uma definição forte que se chama para que Indonésia dê unhindered o acesso a Timor do leste para um monitor das direitas humanas dos UN. Em janeiro 1997, o secretário geral novo dos UN, Sr. Kofi Annan apontado como seu representante especial para Timor do leste, Sr. Jamsheed Marcador. O marcador encontrou-se com com Xanana Gusmão, e chairs agora as conversas ongoing entre os ministros extrangeiros de Portugal e Indonésia. o marcador e Annan encontraram-se com com presidente Mandela sobre Timor do leste e dão boas-vindas a sua entrada no momentum novo para negociações.



                                                        O movimento indonesian Jose Ramos Horta da Pro-Democracia, representante especial do CNRM expressou o voluntariedade trabalhar mais pròxima com o movimento indonesian da pro-democracia: "nossos esforço e fate intertwined não pela geografia sozinho, mas rather pela natureza do regime que é responsável para os crimes perpetuated de encontro a nossos dois povos... É somente natural conseqüentemente que sem vista perdedora de nossos identidades históricas e cultural respectivas e aimsours políticos é self-determination, seu é democracia e a régua de lei na busca de Indonesiawe juntar forças, para cooperar sempre que nós a lata." Em Indonésia um número academics principal, unionists de comércio e de líderes religiosos chamaram-se para uma aproximação nova a Timor do leste. Os líderes do partido democrático do pessoa (PRD) receberam sentenças de cadeia longas para suportar a reforma democrática e um referendum para Timor do leste.

                                                        Fonte: http://shell.ihug.co.nz/~stu/fret/bulletin/resist.html

                                                        Comentário


                                                          #29
                                                          D.Duarte

                                                          Décimo primeiro rei de Portugal, filho de D. João 1 e de D. Filipa de Lencastre.

                                                          O seu curto reinado de cinco anos, orienta-se em três sentidos: um que respeita à política interna, um segundo de expansão marítima e o terceiro que diz respeito à política de guerra em Marrocos.

                                                          Em relação ao primeiro ponto, a promulgação da Lei Mental, medida de centralização que se destinava a defender o património da coroa, e a convocação de cortes por cinco vezes no espaço de um lustro (Santarém, 1433 a 1434, Évora, 1435 a 1436 e Leiria, 1438) ilustram bem a linha governativa de D. Duarte, tendo em conta a vontade dos três estados a impondo princípios de centralização sem ferir os interesses senhoriais.

                                                          Em relação ao segundo ponto, o reinado de D. Duarte ficou marcado pela passagem do cabo Bojador por Gil Eanes, feito que permitiu uma mais rápida exploração da costa africana.

                                                          Mas é em relação ao terceiro ponto que o reinado de D. Duarte melhor se define e se caracteriza. Com o apoio da rainha D. Leonor a dos seus irmãos infantes D. Fernando a D. Henrique e contra a oposição dos outros irmãos infantes D. Pedro a D. João, lança-se na política de conquistas em Marrocos, que se saldou pelo desastre militar de Tânger a pela morte de D. Fernando no cativeiro.

                                                          Durante algum tempo quis ver-se em D. Duarte um rei sem vontade própria, manejado por outras vontades. Mas este retrato de um rei abúlico não resiste a uma crítica mais profunda. Os itinerários da corte, as expedições para além do Bojador, a intensa actividade diplomática, a convocação de cinco cortes e a promulgação de várias leis não permitem considerá-lo um monarca inactivo. Em conjunto o seu reinado não apresenta grandes sombras e a sua morte prematura veio acentuar os dissídios da família real, abrindo o período de incerteza que termina no conflito de Alfarrobeira.



                                                          Ficha genealógica:

                                                          D. DUARTE (n. em Viseu, a 31 de Outubro de 1391; f. em Tomar, a 13 de Setembro de 1438; jaz no Mosteiro da Batalha). Casou em 22 de Setembro de 1428 com D. Leonor de Aragão (n. em Aragão, em ano que se ignora; f. em Toledo, a 19 de Fevereiro de 1445), filha de D. Fernando I, rei de Aragão e da Sicília, e da rainha D. Leonor, Tiveram os seguintes filhos:

                                                          1. D. João (n. em Lisboa, no mês de Outubro de 1429; f. em data anterior a 14 de Agosto de 1433);

                                                          2. D. Filipa (n. em Santarém, a 27 de Novembro de 1430; f. a 24 de Março de 1439; jaz no Mosteiro da Batalha);

                                                          3. D. Afonso V, que herdou a coroa;

                                                          4. D. Maria, nasceu no Sardoal, a 7 de Dezembro de 1432; morreu no dia seguinte;

                                                          5. D. Fernando, nasceu em Almeirim, a 17 de Novembro de 1433; morreu em Setúbal, a 18 de Setembro de 1470. Foi 2 ° duque de Viseu e 1 ° duque de Beja, sendo o herdeiro de seu tio, o infante D. Henrique, como 9 ° mestre da Ordem de Cristo e responsável pelos Descobrimentos (1460-1470). Casou em 1447 com sua prima co-irmã D. Beatriz (nasceu por 1430; morreu em Lisboa, em 1506, filha do infante D. João e de D. Isabel, filha de D. Afonso, 8 ° conde de Barcelos. Do casamento de D. Fernando e D. Beatriz viriam a nascer, entre outros filhos, D. Leonor, que pelo seu casamento com D. João II foi rainha de Portugal; e D. Manuel I, que recebeu o trono do primo germano e cunhado.

                                                          6. D. Leonor, nasceu em Torres Novas, a 18 de Setembro de 1434; morreu em Neustadt, a 3 de Setembro de 1467, estando sepultada no mosteiro da Ordem de Cister, da mesma cidade. Casou em 1451 com Frederico III, imperador da Alemanha, nascendo do consórcio quatro filhos, sendo o primogénito Maximiliano I, que casou com Maria de Borgonha. Na imperatriz D. Leonor radica a linha portuguesa do futuro imperador Carlos V.

                                                          7. D. Duarte, nasceu em Alenquer, a 12 de Julho de 1435; morreu pouco depois;

                                                          8. D. Catarina, nasceu em Lisboa, a 26 de Novembro de 1436, e morreu a 17 de Junho de 1463, sendo sepultada em Lisboa, na Igreja de Santo Elói. Prometida a D. Carlos, príncipe de Navarra, por morte deste recolheu-se ao Convento de Santa Clara. Foi princesa culta e autora de várias obras de fundo religioso e moral;

                                                          9. D. Joana, nasceu na Quinta do Monte Olivete, em Almada, a 31 de Março de 1439, seis meses após a morte do progenitor; morreu em Madrid, a 13 de Junho de 1475. Casou em 1455 com Henrique IV de Castela, casamento de que nasceu D. Joana, a Beltraneja, para muitos considerada filha dos amores adulterinos de D. Joana com o nobre D. Beltrán de la Cueva.

                                                          Antes do casamento teve D. Duarte um filho de D. Joana Manuel, nobre de ascendência castelhana:

                                                          10. D. João Manuel, nasceu em data anterior a 1420, e morreu em fins de 1476, sendo sepultado na Igreja do Carmo, em Lisboa. Foi religioso desta Ordem, onde em 1441 exerceu o cargo de provincial e recebeu o título de bispo de Tiberíades. No ano de 1443, quando da vacatura do bispado de Ceuta, foi provido nesse múnus, obtendo logo a seguir o título de primaz da África. Em 1450 era capelão-mor de D. Afonso V e, nove anos depois, bispo da Guarda, cidade onde nunca residiu. Deixou dois filhos, D. João Manuel e D. Nuno Manuel, que tiveram grande valimento na parte final do reinado de D. Afonso V e no tempo de D. João II.

                                                          Fonte: http://www.arqnet.pt/portal/portugal...ia/duarte.html

                                                          Comentário


                                                            #30




                                                            D. Pedro IV Português/ Imperador Pedro I do Brasil




                                                            Segundo filho varão de D. João VI e de D. Carlota Joaquina, a morte de seu irmão primogénito, D. António, encaminhou-o para a herança da coroa de Portugal.

                                                            A sua infância decorreria em ambiente carregado, entre o instável ambiente familiar e os acontecimentos sociais e políticos, desde os ecos da Revolução Francesa, às ameaças napoleónicas, culminando pela fuga da corte para o Brasil perante as invasões francesas (1807). Contava então 9 anos de idade e a sua educação decorreu à rédea solta, sem estudos sistemáticos. Sofria de epilepsia, elemento de grande importância a considerar na compreensão da sua personalidade. Educado sem «luzes excessivas», os anos depressa lhe atribuem funções cada vez mais elevadas.

                                                            No Brasil casou com a arquiduquesa Leopoldina de Áustria, de quem teve dois filhos: D. Maria da Glória (1819) e D. Pedro (1825). A partir da revolução liberal portuguesa de 1820, os acontecimentos, quer no Brasil quer em Portugal, atropelam-se em ritmo acelerante para o feitio de D. João VI; por intimativas de Lisboa, nomeia regente do Brasil seu filho D. Pedro (devido à agitação popular no Rio, Pará e na Baía, de inspiração liberal) e volta a Portugal. Aqui, as Cortes Gerais, preocupadas com os acontecimentos brasileiros e a ascendência a reino da antiga colónia, pensam mandar o infante D. Pedro em viagem pela Europa. Mas antes que o regente do Brasil tomasse conhecimento, escreve ele a seu pai acerca das ideias de independência que alastravam no Brasil, e das quais D. Pedro viria a ser uma pedra fundamental: com efeito, a independência cobrir-se-ia com D. Pedro que, a dada altura, se teria convencido que em vez de movido, era o motor dos acontecimentos.

                                                            Em 7 de Setembro de 1822, o regente proclamava formalmente a independência brasileira, junto ao lpiranga (estado de São Paulo), sendo, mais tarde, proclamado imperador do Brasil. Quando em 1826, D. João VI morre imprevistamente, e se abre o problema da sucessão, o imperador brasileiro passa a ser uma das personagens fundamentais do drama nacional, que principiou a desenrolar-se e que termina em 1834 com a vitória dos liberais. D. Pedro foi proclamado rei de Portugal, conforme as determinações paternais. No decurso do seu breve e longínquo reinado, confirma D. Isabel Maria na regência, e outorga aos seus súbditos uma Carta Constitucional e abdica, condicionalmente, em sua filha D. Maria da Glória, com a condição do casamento desta com seu tio D. Miguel, ausente em Viena de Áustria, e que devia jurar a Carta. Após a doação da Carta os acontecimentos precipitaram-se: em Portugal, D. Miguel começa a governar como rei absoluto (1827), os liberais expatriados, presos ou a espernearem nas forcas; no Brasil, o choque, cada vez mais patente entre os sopros dos ventos liberais, e o autoritarismo do imperador, arrasta-o à gradual perda de prestígio e à dramática abdicação em seu filho D. Pedro II (7-4-1831).

                                                            Tendo abdicado duas coroas, o ex-imperador do Brasil e ex-rei de Portugal, reduzido ao título de duque de Bragança, abandona o Brasil e dirige-se para a Europa com a filha D. Maria II, rainha de nome, por cujo trono se batiam os liberais portugueses espalhados pela Europa, ou reunidos na ilha Terceira. O duque de Bragança decide empenhar-se pessoalmente na solução do pleito e a 3 de Março de 1832 assume a regência e nomeia um ministério do qual faz parte Mouzinho da Silveira. Data de então a fase decisiva da luta entre liberais e absolutistas, caracterizada, fundamentalmente, pela revolucionária legislação de Mouzinho e pelo entusiasmo e abnegação de D. Pedro, na preparação da expedição militar que, dos Açores, chegará às costas portuguesas (no Norte, próximo de Mindelo), para sentar no trono a jovem soberana e impor a Carta. E nos longos meses do cerco do Porto que o regente, não obstante os defeitos de carácter e de educação, dá a plena medida da pertinácia e dedicação pela causa que encabeçava. A convenção de Évora Monte põe fim a esta cruel guerra civil, e exila o rei absoluto. Pouco mais viveria D. Pedro: só o tempo suficiente para ver as Cortes reunidas de acordo com a carta, tendo falecido 4 dias após o começo do reinado de D. Maria II; apenas com 36 anos. Apaixonado, incoerente e corajoso, o nome e a actuação de D. Pedro são indissociáveis da experiência liberal portuguesa, que assinala o início do Portugal contemporâneo: mal ou bem, melhor ou pior, o possível Portugal contemporâneo e europeu principiou aí.



                                                            Ficha genealógica:

                                                            D. Pedro IV nasceu no Palácio de Queluz a 12 de Outubro de 1798, recebendo o nome de Pedro de Alcântara Francisco António João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Serafim de Bragança e Bourbon, tendo falecido no mesmo palácio, a 24 de Setembro de 1834, foi sepultado no Panteão de S. Vicente de Fora, sendo transladado para o Brasil em 1972.

                                                            Foi o 1.º imperador do Brasil, de 1822 a 1831, abdicando do trono para vir à Europa defender os direitos de sua filha D. Maria da Glória ao trono português. Guardou então para si o título de duque de Bragança.

                                                            Casou em 1817 com D. Maria Leopoldina Josefa Carolina, que nasceu a 22 de Janeiro de 1797, e faleceu no Rio de Janeiro, a 11 de Dezembro de 1826, filha de Francisco I e de D. Maria Teresa, últimos imperadores do Sacro Império Romano Germânico , e primeiros da Áustria.

                                                            Comentário

                                                            AD fim dos posts Desktop

                                                            Collapse

                                                            Ad Fim dos Posts Mobile

                                                            Collapse
                                                            Working...
                                                            X