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Diferentes mas iguais - A. Cunhal / O.Salazar

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    Diferentes mas iguais - A. Cunhal / O.Salazar

    Achei interessante partilhar este texto convosco atendendo á existência da Votação dos Grandes Portugueses.




    História

    Diferentes mas iguais

    Salazar já era conhecido em Coimbra quando Álvaro Cunhal, em 10 de Novembro de 1913, ali nasceu: ainda não se formara em Direito, mas já se fizera notar com inflamados textos a zurzir a pouca vergonha da República nas páginas do jornal católico ‘Imparcial’ e admiradas conferências no Centro Académico da Democracia Cristã. A mãe de Cunhal, Mercedes, pia e devota senhora, só não se cruzou com Salazar nas missas de domingo celebradas na Sé Nova porque nesse tempo havia o bom costume de os homens ficarem à parte das mulheres.


    Um e outro, separados por 24 anos, foram crianças de saúde frágil e educadas no temor a Deus. Com uma diferença: Cunhal teve mais berço. O pai, Avelino, era advogado e amante das artes. Salazar nasceu numa família de poucas letras. Veio ao mundo fora de tempo.

    António Oliveira, que já dobrara os 50 anos, e Maria do Resgate, quase nos 45, tinham quatro filhas: Marta, de oito anos, Elisa, Maria Leopoldina e Laura, a mais nova, de quatro anos. Não esperavam ver aumentada a prole. Mas, em 27 de Abril de 1889, nasceu-lhes o rapaz – a quem puseram o nome de António e os apelidos Oliveira, como o pai, e Salazar, como o avô materno. A família nunca passou necessidades: não era pobre, mas muito remediada.

    A casa onde Salazar nasceu ficava mesmo à beira da estrada por onde passavam, dia a noite, os almocreves com as bestas de carga. António Oliveira e Maria do Resgate, por altura do nascimento da segunda filha, transformaram parte da casa em hospedaria e taberna: ele continuou como feitor da rica casa agrícola dos Perestrelo – e a mulher tomava conta do negócio com desembaraço e austeridade. Havia fartura. António Oliveira ainda conseguiu ganhar bom dinheiro como intermediário na venda de terrenos onde foi construído o bairro perto da estação de Santa Comba.

    O MENINO CRESCEU FRACALHOTE

    O menino cresceu fracalhote, acanhado, tímido. Dava ares à mãe. Aos sete anos começa a aprender as primeiras letras. Não havia escola no Vimieiro. Recebeu em casa lições particulares de um instruído funcionário da Câmara de Santa Comba Dão. Aprendeu a ler, a escrever e a contar.

    O rapaz era esperto para as letras. Seria uma pena se não continuasse os estudos. Mas a mãe não o quer no liceu de Viseu. Receia expô-lo às tropelias dos rapazes. Só havia uma solução: o seminário, onde o menino habituado a brincar com as irmãs estaria a salvo da chacota.

    Álvaro Cunhal foi o terceiro filho de Mercedes e Avelino. Nasceu debilitado, como os irmãos António José e Maria Mansueta, que nunca tiveram muita saúde e foram levados pela tuberculose. A mãe, pia mulher, pouco confiante nos milagres da medicina, encomendou a sorte do menino à Virgem. Álvaro, contra a vontade do pai, republicano e anticlerical empedernido, foi baptizado. Teve como madrinha a Nossa Senhora – forma de propiciar a protecção divina.

    O advogado Avelino Cunhal deve ter conhecido Salazar em Coimbra. O jovem do Vimieiro, sempre bem apessoado, apenas traído pelos lábios finos e voz de falsete, terminou o curso, em 1914, com 19 valores. Os sectores católicos mais reaccionários exultavam com o prestígio do lente – que passou a ganhar dinheiro como jurisconsulto enquanto preparava o doutoramento.

    Salazar acompanhou os amigos Manuel Cerejeira e Cabral Moncada numa viagem de fim de curso a França. Cerejeira, já padre e formado em Letras, fica por Lourdes em peregrinação. Os outros seguem no comboio para Paris, onde se separam. Moncada perde-se com a folia. Mas Salazar fugiu do pecado como o diabo da cruz: seguiu para Liège a tempo de participar num encontro internacional católico.

    O promissor Salazar dava pareceres e aconselhamento jurídico. Tinha clientela. Passou a vestir-se mais ricamente. Frequentava o alfaiate Damião, o mais famoso de Coimbra. A paixão por Júlia, filha dos patrões do pai, despedaçava-lhe o coração.

    Mas os Perestrelo contrariaram o romance – por não acharem bem que a filha se casasse com o filho do feitor. Salazar aprimorava-se nos hábitos: chegou a usar bengala com castão de prata e jantava com frequência no Avenida. O advogado Avelino Cunhal deve ter dado por tão grada figura – mais não fosse por uma página do semanário ‘Ilustração Católica’, que apresentou Salazar como “um dos mais ilustres professores, de Coimbra, que dentro em breve o será do país”.

    OS CUNHAL MUDAM-SE PARA SEIA

    Os Cunhal mudam-se de Coimbra para Seia, terra natal de Avelino. O filho mais novo, Álvaro, tinha cinco anos. A frágil criança teve aulas em casa com um professor particular – como Salazar. Mas ao contrário do homem do Vimieiro, mais dado à mãe, Álvaro era mais chegado ao pai. A família sofre um desgosto com a morte de Maria Mansueta. Ficam os dois rapazes. Recupera um pouco da alegria com o nascimento, em Seia, de outra menina, Maria Eugénia. O filho mais velho, António José, também será vítima da tuberculose.

    Em 1924, os Cunhal voltam a mudar de cidade: abalam de Seia e instalam-se em Lisboa. Álvaro tem 11 anos. Já recuperou algum vigor. Está apto a ir para o liceu. Por esta altura, Salazar arrasa em Coimbra: é doutor em Direito, rege as cadeiras de Economia e Finanças, milita com fervor no Centro Católico Português, é o grande doutrinador laico da corrente católica que sonha com o poder.

    Só teve um percalço: foi suspenso temporariamente da docência por suspeita de activismo monárquico. Mas nada ficou provado no inquérito – e o professor Salazar saiu do caso como um herói para desespero dos republicanos. A vida corria-lhe bem. Arrendava uma casa à época para fazer praia na Figueira da Foz.

    Os seus pareceres jurídicos eram cada vez mais solicitados e o Banco de Portugal só de uma vez pagou-lhe cinco contos de réis. O advogado Avelino Cunhal não ganhava tanto dinheiro na barra dos tribunais.

    PRÓXIMO DA FIGURA PATERNA

    Álvaro Cunhal, cada vez mais próximo da figura paterna, afasta-se do caminho da Igreja. Estuda, em Lisboa, nos liceus Pedro Nunes e Camões. É bom aluno. Frequenta o escritório do pai – onde param anarquistas, anarco-sindicalistas, comunistas e gente do reviralho. Aos 17 anos, em 1930, entra para a Faculdade de Direito de Lisboa, ainda no Campo de Santana. Salazar, o doutrinador católico, ocupa a pasta das Finanças.

    Tomou posse do cargo, pela primeira vez, em Junho de 1926 – mas demitiu-se amuado cinco dias depois e regressou a Coimbra. Fez então uma viagem solitária por Espanha. Dois anos depois, deixou-se convencer a voltar a Lisboa: o país precisava dele para pôr em ordem as finanças públicas.

    Uma tarde, tropeçou na carpete do gabinete e estatelou-se no chão. Sempre fora trôpego. Fracturou uma perna. Operado no Hospital da Ordem Terceira, a convalescença foi prolongada. Ainda assim, trabalhou no orçamento ­ e o conselho de ministros, incluindo o Chefe do Estado, general Carmona, reuniu-se à volta da sua cama.

    Álvaro Cunhal, no ano em que entrou na Faculdade de Direito, em 1931, foi eleito representante dos estudantes no Senado Universitário. Um amigo do pai convida-o para o Partido Comunista, na clandestinidade desde 1926. Cunhal entra para a Liga dos Amigos da URSS e do Socorro Vermelho Internacional. Salazar toma posse, finalmente, como presidente do Conselho, em 11 de Abril de 1933.

    No ano seguinte, Álvaro Cunhal entra na clandestinidade – para orgulho do pai e grande desgosto da mãe, que nunca lhe perdoará os caminhos ímpios do comunismo. Já o Governo tinha criado a polícia política, chefiada pelo capitão Agostinho Lourenço, e dentro em breve iria mandar construir o campo de concentração do Tarrafal.

    QUASE A COMPLETAR 22 ANOS

    Quase a completar 22 anos, em 1935, Álvaro Cunhal é nomeado secretário-geral das Juventudes Comunistas. O chefe do partido, Bento Gonçalves, tem planos para o disciplinado militante – que na organização clandestina passa a ser ‘Daniel’. O jovem revolucionário, com lugar no Comité Central, é enviado a Moscovo. Conhece Estaline. Regressa encantado com o ‘Pai dos Povos’. Passa a rematar qualquer discussão política com um argumento imbatível: “É assim que se faz na União Soviética”. Como Salazar, Cunhal não gosta de discussões.

    Ambos são disciplinados, determinados e austeros. Outra coisa os une: são nacionalistas. Salazar quer um país imperial fora da influência europeia. Cunhal, embora sonhe com um país aliado da URSS, luta pelo reconhecimento internacional do PCP, até aqui uma mera extensão do Partido Comunista Espanhol. Os dois abominam o capitalismo.

    Salazar teme que o capital transforme o país rural numa nação industrializada. Cunhal acha que os capitalistas apenas pretendem enriquecer. São ainda dois homens implacáveis: não perdoam aos inimigos. Um e outro mandaram matar adversários.

    O presidente do Conselho morava com o amigo Cerejeira, e a fiel governanta dos tempos de Coimbra, Maria de Jesus, num prédio da Rua Bernardo Lima, em Lisboa. Mantinha o hábito da missa de domingo. Na manhã de 4 de Julho de 1937 saiu de casa para a eucaristia, na capela privada de um amigo, na Av. Elias Garcia.

    Um grupo de anarco-sindicalistas, chefiado por Emído Santana, preparou-lhe um atentado à bomba. Salazar escapa sem um arranhão. Mas a repressão endurece. Cunhal é preso pela primeira vez. Atiram-no para o Aljube. A mãe nunca o visitará na cadeia. Obrigam-no a cumprir serviço militar como um rufia na Companhia Disciplinar de Penamacor. Não verga. Faz greve de fome. Fica tão debilitado que é posto em liberdade.

    Volta a ser preso, em 1940. Teima, na cadeia, em defender a tese de licenciatura. É autorizado. Apresenta--se na Faculdade de Direito com um tema ousado – ‘A Realidade Social do Aborto’. O júri é de respeito: Paulo Cunha, Cavaleiro Ferreira e Marcelo Caetano. Cunhal brilha frente aos catedráticos e figuras do regime, que não hesitam em classificá-lo com um distinto 19. Sai formado da cadeia.

    Mergulha outra vez na clandestinidade. Viaja pela URSS, Jugoslávia, Checoslováquia e França. Regressa a Portugal e é preso, em 25 de Março de 1949, no Luso. Responde no Tribunal Plenário. Ele próprio, auxiliado pelo pai, assegura a defesa: um violento ataque ao regime de Salazar com a declaração em que se afirmava “filho adoptivo do proletariado’. Foi mandado para o Forte de Peniche.

    Devia ter terminado a pena em 1956. Mas continuou preso – até que se evadiu, com nove dirigentes do partido, na noite de 3 de Janeiro de 1961. Relaciona-se com a camarada Isaura Moreira, de quem teve uma filha, Ana. Vai para Moscovo e, depois, para Paris. A companheira e a filha ficam na Roménia. É na capital francesa que recebe a notícia do golpe de 25 de Abril de 1974. Salazar tinha morrido quatro anos antes.

    O QUE OS UNE...

    CUNHAL

    - Era uma criança frágil. Fez o ensino primário, em casa, com um perceptor.

    - A mãe educou-o na religião católico.

    - Homem determinado, disciplinado e austero.

    - Manipulador e sedutor.

    - Nacionalista: lutou pela autonomia do Partido Comunista Português relativamente ao comunismo espanhol.

    - Abominava o capitalismo.

    SALAZAR

    - Cresceu frágil, acanhado, tímido. Aprendeu as primeiras letras, em casa, com um funcionário da Câmara de Santa Comba Dão.

    - Teve uma educação católica.

    - Determinado, disciplinado e austero.

    - Era um mestre na arte da manipulação e um sedutor.

    - Era um nacionalista.

    - Não gostava dos capitalistas e cuidou que Portugal não se tornasse um país industrializado.

    ... E O QUE OS SEPARA

    CUNHAL

    - Tornou-se ateu muito cedo.

    - Foi um intelectual estalinista: conhecia a verdade sobre as purgas que mataram milhões de opositores.

    - Pretendeu fazer de Portugal um aliado da União Soviética.

    - Era mais chegado ao pai.

    - Teve várias mulheres. Deixou uma filha e três netos.

    - Desenhador de mérito, escreveu romances.

    SALAZAR

    - Nunca abandonou os princípios católicos.

    - Não seguiu nenhuma corrente política internacional, nem tinha um inspirador.

    - Queria um país imperial fora da influência política europeia.

    - Era mais chegado à mãe.

    - Manteve casos esporádicos com mulheres. Não teve filhos.

    - Raramente leu um romance e não se lhe conhece qualquer gosto especial pelas artes.

    PERGUNTAS CRUZADAS

    JAIME NOGUEIRO PINTO

    Idade: 60 Anos; Profissão: Professor universitário. Defende António de Oliveira Salazar no programa ‘Os Grandes Portugueses’.

    - Como imagina o país actual governado por Álvaro Cunhal?

    - Assustador.

    - O que fez pelo país?

    - De bem, por Portugal, fez pouco. Pela URSS e pelo comunismo fez muito.

    - Era um fanático?

    - Um fanático inteligente. Fanático quanto ao fim, inteligente quanto à estratégia e aos meios.

    - Aponte-lhe três virtudes.

    - Coerência, coragem, determinação.

    - E três defeitos.

    - Fundamentalismo comunista, disciplina soviética, indiferença.

    - Como vai a História recordá-lo?

    - Um dos últimos “grandes comunistas” do Século XX.

    - A que figura da História Universal o compara?

    - Lenine.

    - O que teria sido ele se não tivesse optado pela política?

    - Artista plástico.

    ODETE SANTOS

    Idade: 65 Anos; Profissao: Advogada e militante do PCP. Defende Álvaro Cunhal no programa ‘Os Grandes Portugueses’.

    - Como imagina o país actual governado por Salazar?

    - Não se embarca tirania/Neste batel divinal. (Gil Vicente – fala do anjo num dos autos das ‘Barcas’)

    - O que fez pelo país?

    - Era uma vez um país/Onde entre o mar e a serra/Vivia o mais infeliz dos povos/À beira terra/Onde entre vinhas sobredos/ Vales socalcos searas/Serras atalhos veredas/Lezírias e praias claras/Um povo se debruçava/Como um vime de tristeza/Sobre um rio/Onde mirava/A sua própria pobreza (Ary dos Santos)

    - Era um fanático?

    - A tiranos, pacientes/que a unhas e a dentes/nos tem as almas roídas/Para que é parouvelar? (Fala do lavrador no ‘Auto da Barca do Purgatório’ de Gil Vicente)

    - Aponte-lhe três virtudes. E três defeitos.

    - Mas falta um algarismo e multiplicar cada um por dois. Para termos o ano da Besta (666). Assim o problema só pode ser resolvido por metade. Quanto aos defeitos! Ou será que as três virtudes são as públicas virtudes e os vícios secretos? (Será que teria de falar nos Ballets Rose?)

    - Como vai a História recordá-lo?

    - Rataplã no escuro/São bruxas que dançam quando a noite dança/São unhas de nojo/São bicos de tojo/No tambor da esperança (Xácara das bruxas de Carlos de Oliveira)

    - A que figura da História Universal o compara?

    - Resposta: sujeita a exame prévio e tapada com corrector, porque censurada.

    - O que teria sido ele se não tivesse optado pela política?

    - A cena seguinte deve ser reservada a maiores. Professor: Quem manda? Menino de mão em riste: Salazar! Salazar! Salazar!
    Manuel Catarino
    Diário de Referência

    #2
    A diferença fundamental: um foi um CRIMINOSO autocrata que afundou ainda mais Portugal no atraso tradicional. O outro combateu, como poucos, o regime criminoso encabeçado e delineado pelo primeiro.

    Sobre a responsabilidade e conivência criminosa de Salazar há factos. Sobre Cunhal, e no mesmo plano do crime, há apenas suposições e SE's...

    Comentário


      #3
      citação:Originalmente colocada por Tuareg

      A diferença fundamental: um foi um CRIMINOSO autocrata que afundou ainda mais Portugal no atraso tradicional. O outro combateu, como poucos, o regime criminoso encabeçado e delineado pelo primeiro.

      Sobre a responsabilidade e conivência criminosa de Salazar há factos. Sobre Cunhal, e no mesmo plano do crime, há apenas suposições e SE's...
      [^][^][^]

      Comentário


        #4
        citação:Originalmente colocada por joão vasco

        citação:Originalmente colocada por Tuareg

        A diferença fundamental: um foi um CRIMINOSO autocrata que afundou ainda mais Portugal no atraso tradicional. O outro combateu, como poucos, o regime criminoso encabeçado e delineado pelo primeiro.

        Sobre a responsabilidade e conivência criminosa de Salazar há factos. Sobre Cunhal, e no mesmo plano do crime, há apenas suposições e SE's...
        [^][^][^]
        Realmente existe um grande "se" quando o Cunhal TUDO FEZ para TRANSFORMAR ISTO NOUTRA DITADURA.

        E sendo ele assumidamente da linha dura pró-soviética, REALMENTE, existem muitas dúvidas de que isto não se iria transformar numa ditadura tão ou mais violenta como a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, a mãe Rússia e o Sol dos trabalhadores...

        É que existem mesmo...então não [}]

        Comentário


          #5
          citação:Originalmente colocada por Tuareg

          A diferença fundamental: um foi um CRIMINOSO autocrata que afundou ainda mais Portugal no atraso tradicional. O outro combateu, como poucos, o regime criminoso encabeçado e delineado pelo primeiro.

          Sobre a responsabilidade e conivência criminosa de Salazar há factos. Sobre Cunhal, e no mesmo plano do crime, há apenas suposições e SE's...
          Não, um foi responsável por retirar Portugal do pântano politico que se encontrava e estabiliza-lo, o outro, foi o típico empecilho comunista, que só soube atrapalhar e sabotar, sem nunca dar um contributo positivo para o país.

          O problema foi que Salavar ficou cegado pelo poder e não soube quando sair.

          Comentário


            #6
            Salazar atrofiou o País ao mundo...

            Alvaro Cunhal era um idealista, admiro a sua determinação e convicção, no entanto nunca o admirei como politico pois não gosto de ideais pró-soviéticos.

            Comentário


              #7



              Não sei porque dizes isso... só tirou Portugal da Bancarrota.


              E Cunhal ia levar Portugal à Bancarrota...como nos Paises do Pacto de Varsovia.

              [^][^][^]

              Comentário


                #8
                citação:Originalmente colocada por MrAnderson

                citação:Originalmente colocada por Tuareg

                A diferença fundamental: um foi um CRIMINOSO autocrata que afundou ainda mais Portugal no atraso tradicional. O outro combateu, como poucos, o regime criminoso encabeçado e delineado pelo primeiro.

                Sobre a responsabilidade e conivência criminosa de Salazar há factos. Sobre Cunhal, e no mesmo plano do crime, há apenas suposições e SE's...
                Não, um foi responsável por retirar Portugal do pântano politico que se encontrava e estabiliza-lo, o outro, foi o típico empecilho comunista, que só soube atrapalhar e sabotar, sem nunca dar um contributo positivo para o país.

                O problema foi que Salavar ficou cegado pelo poder e não soube quando sair.
                então não ouve nenhum golpe de estado por parte dos militares,que o colocaram na pasta das finanças.

                Comentário


                  #9

                  Na minha modesta opinião o que eles tem de comum:

                  Já não estão entre nós...

                  A linha que separa os 2 é muito ténue, mas continua lá, portanto só o que referi em cima, é comum

                  Comentário


                    #10
                    Fala-se muito de ambos, e nutro pouca simpatia por ambos, mas por várias razões, nutro ainda menos simpatia pelo Cunhal e a isso deve-se apenas aos anos loucos da reforma agrária em que a minha família foi bastante lesada.

                    De resto são duas personagens que me são completamente indiferentes.

                    Comentário


                      #11
                      E assim se tenta branquear um CRIMINOSO que acumulou ao longo de décadas crimes da mais variada extirpe: desde o crime mantido em forma de lei (a famosa mas infame lei Cabral*...), até àqueles crimes perpetrados pela mais sinistra das organizações pela qual se pode dotar um estado autocrático: o da polícia política...

                      Mas está visto que isso são tremoços para os «economistas e tecnocratas» de serviço...

                      *: «Apenas dois anos depois de entrar para o ensino público (1935), o professor [Agostinho da Silva] é exonerado, por se recusar a assinar a Lei Cabral. Um documento onde tinha que jurar não pertencer a nenhuma sociedade secreta. Para além de Agostinho, só houve mais duas pessoas a dizer não: Fernando Pessoa e Norton de Matos.» (in TSF)

                      Comentário


                        #12
                        “É assim que se faz na União Soviética”.

                        MAIS GRANDES PORTUGUESES. Álvaro Cunhal em entrevista a Oriana Fallaci durante o PREC:


                        «Nós, os comunistas, não aceitamos o jogo das eleições (...) Se pensa que o Partido Socialista com os seus 40 por cento de votos, o PPD, com os seus 27 por cento, constituem a maioria, comete um erro. Eles não têm a maioria. (...)»

                        «Estou a dizer que as eleições não têm nada, ou muito pouco, a ver com a dinâmica revolucionária (...) Se pensa que a Assembleia Constituinte vai transformar-se num Parlamento comete um erro ridículo. Não! A Constituinte não será, de certeza, um órgão legislativo. Isso prometo eu. Será uma Assembleia Constituinte, e já basta (...). Asseguro-lhe que em Portugal não haverá Parlamento (...)»

                        «(...) A solução dos problemas depende da dinâmica revolucionária; ao contrário, o processo democrático burguês quer confinar a revolução aos velhos conceitos do eleitoralismo (...)»

                        «(...) Democracia para mim significa liquidar o capitalismo, os monopólios. E acrescento: não existe hoje em Portugal a menor possibilidade de uma democracia como as da Europa Ocidental (...)»

                        «A vocês jornalistas agrada-lhes muito o mistério, mas isso também nos agrada a nós comunistas. A diferença está em que vocês sentem prazer em descobrir coisas, ao passo que nós gostamos de ocultá-las.»

                        http://kontratempos.blogspot.com/200...rtugueses.html

                        Comentário


                          #13
                          )Muito sinceramente admiro ambos nalguns pontos e odeio-os noutros.
                          O ideal seria uma solução intermédia.

                          Entre Salazar e Cunhal...é o mesmo que escolher entre Hitler e Estaline...ou para que todos percebam bem, entre Luís Filipe Vieira e Pinto da Costa...:D

                          EDIT: e não escondo nem nunca escondi a minha preferência pelo PCP (Ou CDU...como quiserem...:D), mas há muita coisa no PCP com a qual não concordo e se calhar até mais coisas que não concordo do que coisas com as quais sou convergente com o partido...

                          Comentário


                            #14
                            Tal como mostra na entrevista dada a Oriana Fallaci, já postada pelo J.R., um era ditador, o outro tinha ideias ditatoriais, que não foram consumadas por pressão de outros senhores, alguns deles que ainda aí andam.
                            Lá isso temos que agradecer ao Mário Soares, mas também é só isso, que já não é pouco.

                            Comentário


                              #15
                              citação:Originalmente colocada por Tuareg

                              A diferença fundamental: um foi um CRIMINOSO autocrata que afundou ainda mais Portugal no atraso tradicional. O outro combateu, como poucos, o regime criminoso encabeçado e delineado pelo primeiro.

                              Sobre a responsabilidade e conivência criminosa de Salazar há factos. Sobre Cunhal, e no mesmo plano do crime, há apenas suposições e SE's...
                              [^][^][^][^][^]

                              Comentário


                                #16
                                citação:Originalmente colocada por paulinhuu

                                citação:Originalmente colocada por Tuareg

                                A diferença fundamental: um foi um CRIMINOSO autocrata que afundou ainda mais Portugal no atraso tradicional. O outro combateu, como poucos, o regime criminoso encabeçado e delineado pelo primeiro.

                                Sobre a responsabilidade e conivência criminosa de Salazar há factos. Sobre Cunhal, e no mesmo plano do crime, há apenas suposições e SE's...
                                [^][^][^][^][^]

                                Ses???

                                Queres mais explicito?

                                «Estou a dizer que as eleições não têm nada, ou muito pouco, a ver com a dinâmica revolucionária (...) Se pensa que a Assembleia Constituinte vai transformar-se num Parlamento comete um erro ridículo. Não! A Constituinte não será, de certeza, um órgão legislativo. Isso prometo eu. Será uma Assembleia Constituinte, e já basta (...). Asseguro-lhe que em Portugal não haverá Parlamento (...)»

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                                  #17
                                  citação:Originalmente colocada por djmllp

                                  Tal como mostra na entrevista dada a Oriana Fallaci, já postada pelo J.R., um era ditador, o outro tinha ideias ditatoriais, que não foram consumadas por pressão de outros senhores, alguns deles que ainda aí andam.
                                  Lá isso temos que agradecer ao Mário Soares, mas também é só isso, que já não é pouco.
                                  Bastaram-me os primeiros parágafos do pensamento político de Cunhal, transposto e aplicado na elaboração da orgânica de controlo interno do PCP, para ser acometido de repulsa pelo sistema político por ele preconizado.

                                  No entanto o potencial latente de crimes, advindos da prática real do sistema preconizado por Cunhal, que ele poderia ter exercido sobre a sociedade não passam de cenários hipotéticos, nunca consumados.

                                  Já o regime conduzido sob a responsabilidade de Salazar consumou crimes durante décadas, não havendo sobre eles qualquer condicional de cenário hipotético.

                                  Os crimes de Salazar não foram potenciais: foram consumados.

                                  Comentário


                                    #18
                                    toda a gente sabe o se passou com as ditaduras de direita... e com as de esquerda! Porque no fundo os regimes comunistas não passam de ditaduras! E entre as duas venha o diabo e escolha...

                                    Cunhal se chegasse ao poder apenas iria destruir o pouco que tinhamos...

                                    Comentário


                                      #19



                                      Um era ditador á antiga o outro poderia ser ditador 'á moderna'(para a altura), mas atenção, viva os comunistas pois são sempre necessários numa democracia, agora nunca no poder.

                                      Comentário


                                        #20
                                        não sei porque? só sabem dizer não?!!! não tem coerencia nenhuma....

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                                          #21
                                          Os regimes autocráticos, sejam de direita, esquerda ou qualquer outra coisa, desembocam geralmente numa gestão criminosa da sociedade que dominam.

                                          Aqui o foco do crime não é sobre a direita ou a esquerda: é sobre dois homens.

                                          Um foi responsável por um extenso rol de crimes, o outro não.

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                                            #22
                                            citação:Originalmente colocada por Tuareg

                                            No entanto o potencial latente de crimes, advindos da prática real do sistema preconizado por Cunhal, que ele poderia ter exercido sobre a sociedade não passam de cenários hipotéticos, nunca consumados.
                                            Não são cenários hipotéticos nunca consumados.
                                            São cenários reais consumados em qq latitude onde foram aplicados com o aplauso do próprio Cunhal.

                                            [u]Se cá nunca se consumaram não o devemos à sua vontade mas sim à acção de outros.</u>

                                            A diferença entre uns e outros é abissal.
                                            Tão abissal como este episódio rocambolesco:
                                            Volta a ser preso, em 1940. Teima, na cadeia, em defender a tese de licenciatura. É autorizado. Apresenta--se na Faculdade de Direito com um tema ousado – ‘A Realidade Social do Aborto’. O júri é de respeito: Paulo Cunha, Cavaleiro Ferreira e Marcelo Caetano. Cunhal brilha frente aos catedráticos e figuras do regime, que não hesitam em classificá-lo com um distinto 19. Sai formado da cadeia.
                                            Isto só é possível numa ditadura de grau muito inferior às preconizadas por Cunhal.

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