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Dr. José Manuel Cerqueira Afonso dos Santos (Zeca Afonso)

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    Dr. José Manuel Cerqueira Afonso dos Santos (Zeca Afonso)

    Passaram ontem 23 anos sobre a morte de José Afonso.

    Evocando o poeta e o cantor deixo um seu poema, porventura pouco conhecido de muitos.

    Chama-se "Fui à beira do mar" e é um sentido manifesto de Esperança e de Futuro.


    Fui à beira do mar
    Ver a que lá havia
    Ouvi uma voz cantar
    Que ao longe me dizia
    Ó cantador alegre
    Que é da tua alegria
    Tens tanto para andar
    E a noite está tão fria
    Desde então a lavrar
    No meu peito a Alegria
    Ouço alguém a bradar
    Aproveita que é dia
    Sentei-me a descansar
    Enquanto amanhecia
    Entre o céu e o mar
    Uma proa rompia
    Desde então a bater
    No meu peito em segredo
    Sinto uma voz dizer
    Teima, teima sem medo.

    #2
    Foi o maior

    Comentário


      #3
      Um grande músico da nossa historia

      Comentário


        #4
        Parece que vai ser obrigatório as radios colocarem uma canção do Zeca todos os semestres, como homenagem a um dos portugueses mais conhecidos em Espanha

        Comentário


          #5
          Ouço frequentemente a sua discografia.

          É o poeta-cantor, por excelência, da mais crua e basilar realidade deste país.

          Comentário


            #6
            Originalmente Colocado por ADF Ver Post
            Passaram ontem 23 anos sobre a morte de José Afonso.

            Evocando o poeta e o cantor deixo um seu poema, porventura pouco conhecido de muitos.

            Chama-se "Fui à beira do mar" e é um sentido manifesto de Esperança e de Futuro.


            Fui à beira do mar
            Ver a que lá havia
            Ouvi uma voz cantar
            Que ao longe me dizia
            Ó cantador alegre
            Que é da tua alegria
            Tens tanto para andar
            E a noite está tão fria
            Desde então a lavrar
            No meu peito a Alegria
            Ouço alguém a bradar
            Aproveita que é dia
            Sentei-me a descansar
            Enquanto amanhecia
            Entre o céu e o mar
            Uma proa rompia
            Desde então a bater
            No meu peito em segredo
            Sinto uma voz dizer
            Teima, teima sem medo.
            Olá Zeca !

            Comentário


              #7
              Ele, e o seu estilo de musica a mim não me diz nada!

              Comentário


                #8
                [quote=ADF;1086776]Passaram ontem 23 anos sobre a morte de José Afonso.

                quote]

                20 anos para sermos correctos.
                ...e eles continuam a comer tudo e não deixam nada

                Viva Zeca!

                Comentário


                  #9
                  Grande poeta e cantor.

                  Ouvi-lo até arrepia, a força das suas palavras é perfeitamente arrebatadora. Uma força da natureza.

                  Comentário


                    #10
                    O meu pai adorava o zeca afonso de maneiras que eu fui habituado desde novo a ouvir a musica dele. Nao é propriamente um genero que aprecie muito mas existe uma musica que fala de um soldado que vai para a guerra e nao volta, que é genial.

                    Comentário


                      #11
                      Originalmente Colocado por v7 Ver Post
                      Grande poeta e cantor.

                      Ouvi-lo até arrepia, a força das suas palavras é perfeitamente arrebatadora. Uma força da natureza.

                      Subscrevo inteiramente.

                      Simplesmente genial, e arrepiante (quando o ouço).

                      Comentário


                        #12
                        Originalmente Colocado por Akagi Ver Post
                        Ele, e o seu estilo de musica a mim não me diz nada!
                        Tanto melhor para ti.

                        Só quem sentiu a boca amordaçada e as mãos amarradas consegue perceber com a devida profundidade algumas das suas músicas. Há coisas que só as compreendemos se as vivermos.


                        Se hoje tens liberdade de expressão e sítios (como este fórum) onde podes exprimir-te livremente, podes agradecer-lhe e a outros como ele.

                        Ainda bem que não percebes do que ele fala, é sinal que nunca sofreste na pele a privação da liberdade, e é precisamente por isso que ele lutou, para que um dia houvesse uma geração que não soubesse o que é a censura, a perseguição política nem a castração intelectual.

                        E olha que já foi menos actual, porque pelo caminho que as coisas estão a levar...

                        Comentário


                          #13
                          Originalmente Colocado por PGT_SW Ver Post
                          O meu pai adorava o zeca afonso de maneiras que eu fui habituado desde novo a ouvir a musica dele. Nao é propriamente um genero que aprecie muito mas existe uma musica que fala de um soldado que vai para a guerra e nao volta, que é genial.

                          Essa música, "Menina dos olhos tristes" também foi cantada pelo Adriano Correia de Oliveira, um estudante que foi morto pela PIDE.
                          Editado pela última vez por Henkel V6; 24 February 2007, 18:26.

                          Comentário


                            #14
                            Originalmente Colocado por Henkel V6 Ver Post
                            Esse poema é do Adriano Correia de Oliveira, um estudante que foi morto pela PIDE.
                            Ribeiro Santos ?

                            Comentário


                              #15
                              Originalmente Colocado por PGT_SW Ver Post
                              O meu pai adorava o zeca afonso de maneiras que eu fui habituado desde novo a ouvir a musica dele. Nao é propriamente um genero que aprecie muito mas existe uma musica que fala de um soldado que vai para a guerra e nao volta, que é genial.

                              Menina dos olhos tristes
                              o que tanto a faz chorar
                              o soldadinho não volta
                              do outro lado do mar

                              Vamos senhor pensativo
                              olhe o cachimbo a apagar
                              o soldadinho não volta
                              do outro lado do mar

                              Senhora de olhos cansados
                              porque a fatiga o tear
                              o soldadinho não volta
                              do outro lado do mar

                              Anda bem triste um amigo
                              uma carta o fez chorar
                              o soldadinho não volta
                              do outro lado do mar

                              A lua que é viajante
                              é que nos pode informar
                              o soldadinho já volta
                              está mesmo quase a chegar

                              Vem numa caixa de pinho
                              do outro lado do mar
                              desta vez o soldadinho
                              nunca mais se faz ao mar



                              Será esta? É uma das minhas favoritas dele...

                              Comentário


                                #16
                                Originalmente Colocado por Henkel V6 Ver Post
                                Essa música, "Menina dos olhos tristes" também foi cantada pelo Adriano Correia de Oliveira, um estudante que foi morto pela PIDE.
                                Menina dos olhos tristes
                                O que tanto a faz chorar?
                                - O soldadinho não volta
                                Do outro lado do mar.

                                Senhora de olhos cansados,
                                Por que a fatiga o tear?
                                - O soldadinho não volta
                                Do outro lado do mar.

                                Vamos senhor pensativo,
                                Olhe o cachimbo a apagar.
                                - O soldadinho não volta
                                Do outro lado do mar.

                                Anda bem triste um amigo,
                                Uma carta o fez chorar.
                                - O soldadinho não volta
                                Do outro lado do mar.

                                A Lua, que é viajante,
                                É que nos pode informar.
                                - O soldadinho já volta
                                Do outro lado do mar.

                                O soldadinho já volta
                                Está mesmo a chegar.
                                Vem numa caixa de pinho.
                                Desta vez o soldadinho
                                Nunca mais se faz ao mar.

                                Comentário


                                  #17
                                  Canção de Embalar

                                  é umas das minhas preferidas,
                                  Dorme meu menino a estrela d'alva
                                  Já a procurei e não a vi
                                  Se ela não vier de madrugada
                                  Outra que eu souber será p'ra ti
                                  Outra que eu souber na noite escura
                                  Sobre o teu sorriso de encantar
                                  Ouvirás cantando nas alturas
                                  Trovas e cantigas de embalar
                                  Trovas e cantigas muito belas
                                  Afina a garganta meu cantor
                                  Quando a luz se apaga nas janelas
                                  Perde a estrela d'alva o seu fulgor
                                  Perde a estrela d'alva pequenina
                                  Se outra não vier para a render
                                  Dorme qu'inda a noite é uma menina
                                  Deixa-a vir também adormecer

                                  Comentário


                                    #18
                                    Originalmente Colocado por v7 Ver Post
                                    Ribeiro Santos ?
                                    Peço desculpa por entretanto ter editado o meu post.

                                    O autor do poema é Reinaldo Ferreira, o Adriano (tal como o Zeca) foi um dos seus intérpretes.

                                    Comentário


                                      #19
                                      Canto Moço
                                      (José Afonso)

                                      Somos filhos da madrugada
                                      Pelas praias do mar nos vamos
                                      À procura de quem nos traga
                                      Verde oliva de flor no ramo
                                      Navegamos de vaga em vaga
                                      Não sabemos de dor nem mágoa
                                      Pelas praias do mar nos vamos
                                      À procura da manhã clara
                                      Lá no cimo de uma montanha
                                      Acendemos uma fogueira
                                      Para não se apagar a chama
                                      Que dá vida na noite inteira
                                      Mensageira pomba chamada
                                      Companheira da madrugada
                                      Quando a noite vier que venha
                                      Lá no cimo de uma montanha

                                      Comentário


                                        #20
                                        "Os Índios da meia praia"

                                        Aldeia da Meia Praia
                                        Ali mesmo ao pé de Lagos
                                        Vou fazer-te uma cantiga
                                        Da melhor que sei e faço

                                        De Montegordo vieram
                                        Alguns por seu próprio pé
                                        Um chegou de bicicleta
                                        Outro foi de marcha à ré

                                        Quando os teus olhos tropeçam
                                        No voo de uma gaivota
                                        Em vez de peixe vê peças de oiro
                                        Caindo na lota

                                        Quem aqui vier morar
                                        Não traga mesa nem cama
                                        Com sete palmos de terra
                                        Se constrói uma cabana

                                        Tu trabalhas todo o ano
                                        Na lota deixam-te nudo
                                        Chupam-te até ao tutano
                                        Levam-te o couro cabeludo

                                        Quem dera que a gente tenha
                                        De Agostinho a valentia
                                        Para alimentar a sanha
                                        De enganar a burguesia

                                        Adeus disse a Montegordo
                                        Nada o prende ao mal passado
                                        Mas nada o prende ao presente
                                        Se só ele é o enganado

                                        Oito mil horas contadas
                                        Laboraram a preceito
                                        Até que veio o primeiro
                                        Documento autenticado

                                        Eram mulheres e crianças
                                        Cada um com o seu tijolo
                                        Isto aqui era uma orquestra
                                        quem diz o contrário é tolo

                                        E se a má língua não cessa
                                        Eu daqui vivo não saia
                                        Pois nada apaga a nobreza
                                        Dos índios da Meia-Praia

                                        Foi sempre tua figura
                                        Tubarão de mil aparas
                                        Deixas tudo à dependura
                                        Quando na presa reparas

                                        Das eleições acabadas
                                        Do resultado previsto
                                        Saiu o que tendes visto
                                        Muitas obras embargadas

                                        Mas não por vontade própria
                                        Porque a luta continua
                                        Pois é dele a sua história
                                        E o povo saiu à rua

                                        Mandadores de alta finança
                                        Fazem tudo andar para trás
                                        Dizem que o mundo só anda
                                        Tendo à frente um capataz

                                        Eram mulheres e crianças
                                        Cada um com o seu tijolo
                                        Isto aqui era uma orquestra
                                        Que diz o contrário é tolo

                                        E toca de papelada
                                        No vaivém dos ministérios
                                        Mas hão-de fugir aos berros
                                        Inda a banda vai na estrada

                                        Comentário


                                          #21
                                          Cá está a mais conhecida:



                                          GRÂNDOLA, VILA MORENA

                                          Grândola, vila morena
                                          Terra da fraternidade
                                          O povo é quem mais ordena
                                          Dentro de ti, ó cidade Dentro de ti, ó cidade
                                          O povo é quem mais ordena
                                          Terra da fraternidade
                                          Grândola, vila morena
                                          Em cada esquina um amigo
                                          Em cada rosto igualdade
                                          Grândola, vila morena
                                          Terra da fraternidade
                                          Terra da fraternidade
                                          Grândola, vila morena
                                          Em cada rosto igualdade
                                          O povo é quem mais ordena
                                          À sombra duma azinheira
                                          Que já não sabia a idade
                                          Jurei ter por companheira
                                          Grândola a tua vontade
                                          Grândola a tua vontade
                                          Jurei ter por companheira
                                          À sombra duma azinheira
                                          Que já não sabia a idade

                                          http://www.youtube.com/watch?v=PBK7b...gspot%2Ecom%2F

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                                            #22
                                            Algumas destas canções, como "Os índios da Meia Praia" foram escritas durante o "exílio" Algarvio do Zeca Afonso


                                            Foto do Zeca em faro com as suas alunas.

                                            Deixo aqui um relato de alguém que o conheceu nos seus tempos em Faro

                                            O Homem

                                            Eu não tinha mais de seis anos. Era um Verão qualquer de meados de 60.

                                            Tínhamos uma casa na Praia de Faro, emprestada. A casa do Sr. Freitas — acabam de me recordar as minhas queridas irmãs. Havia um gira-discos a pilhas e candeeiros a petróleo. Eu vinha da água roxo, depois de horas incansáveis a mergulhar das pontes, com a Irmã Mais Nova. Eu não sabia nadar bem, mas usava braçadeiras insufláveis e com elas aventurava-me fosse para onde fosse, mesmo sem pé. À noite, depois do jantar, ouvíamos música. Otis Redding. Charles Aznavour. Coisas que os adolescentes da altura (os meus irmãos e primos) ouviam. E também Adriano Correia de Oliveira. E Zeca Afonso.

                                            É a minha primeira recordação de José Afonso. Uns anos mais tarde, mas não muitos, lembro-me de estarmos na sala de estar e alguém toca à campainha (coisa comum, vivíamos numa pensão). Subitamente o meu irmão corre a tirar do prato do gira-discos o 33 rotações que estávamos a ouvir:

                                            Recordo-me lindamente da capa. Que não da música: eu teria uns 8, 9 anos. Perante o sururu, devo ter feito uma pergunta de puto e deram-me uma resposta básica, para puto entender: havia coisas que não se podiam ouvir, eram proibidas pela polícia, pela PIDE, e aquela era uma delas. Os porquês eram demasiado complexos para mim, muito puto. Mas aquilo encaixava em duas coisas: eu não gostar de polícias, porque o polícia de giro parava sempre os nossos jogos de bola na rua, e já ter ouvido nas conversas da tasca (tínhamos uma "casa de pasto" abaixo da pensão, é hoje um bar na famosa Rua do Crime, em Faro, que na realidade, irónica, se chama Rua do Prior) que havia um viajante (pensão e tasca eram frequentados sobretudo pelos caixeiros viajantes) que era informador da PIDE, fosse lá isso o que fosse, e o meu pai tinha ido responder qualquer coisa à PIDE uma vez. O meu pai era um homem absolutamente de Direita e cumpridor, embora houvesse coisas do Salazar que ele não gostava muito: não imagino porque terá lá ido.

                                            A minha Irmã Mais Velha foi aluna do José Afonso em Faro, onde ele deu aulas. O meu Irmão também. Na então chamada Escola Industrial e Comercial de Faro. Ela recorda-se de um «mau professor, que faltava muito e era despistado. Não seguia o programa, falava de outras coisas». Certo e sabido era que por alturas de Abril ele ia faltar, pelo menos um mês. Os alunos sabiam porquê, recorda essa minha Irmã:

                                            «com o aproximar do 1º de Maio, a PIDE ia lá e engaioláva-o durante um mês».

                                            O meu Irmão não partilha da mesma opinião dele como professor, talvez por ser já na altura mais politizado e, digamos, avançado que ela.

                                            Quando deixámos a Pensão Mirense (onde nasci) que foi a seguir pensão de ***** e mais tarde o primeiro Lar de Estudantes da Associação da Universidade do Algarve (está à venda, decrépita, fica por cima do bar Ovelha Negra), surripiei a colecção "Vida Mundial", onde ele se informava na altura. (Ainda tenho a capa do Homem na Lua.) Ontem o meu Irmão recordava, com alguma emoção, como o professor «usava os sapatos desatados». E «faltava para ir fazer as gravações em França».

                                            Eu conheci José Afonso em circunstâncias muito diferentes. Muitos discos, prisões, revoluções depois. Em 1985/86. Conheci-o em circunstâncias no mínimo estranhas, num apartamento em Faro, na presença do então director do Tal & Qual, José Rocha Vieira, e do meu camarada jornalista Francisco Rosa, que tinha uma Dyane onde o Guilherme Silva Pereira fazia o Gagarine (sair por uma janela, passar pelo tecto e entrar pela janela oposta — em andamento). O Guilherme foi depois capa do Tal & Qual por causa duma cena qualquer. Era (acho que ainda é) uma figura controversa...

                                            Zélia acompanhava José Afonso. Era um homem doente. Ajudávamo-lo a andar pegando-lhe por debaixo dos sovacos. Tinha um olhar absolutamente sereno. Conversava com brilho. Em voz pausada, por causa do esforço. Mas com inteligência e perspicácia.

                                            Dias depois visitei-o na casa de Azeitão. Conversas soltas. Eu era personagem secundária no cenário. Lembro-me das estantes vergadas com o peso de centenas de livros. Conheci a Joana Afonso, filha dele (que entrevistei mais tarde para um pasquim chamado "O Rebelde" que foi percursor das revistas para adolescentes).

                                            Lembro-me de um homem admiravelmente consciente da proximidade da morte e ainda assim um homem sereno, tranquilo. Forte. Estar junto de José Afonso era estar mergulhado numa paz activa, estimulante. Quando falava era um sábio. É essa a imagem que retenho dele: uma pessoa sábia, consciente das realidades do mundo, nada interessado em falar dele ou da doença, mas sim da actualidade. Com notável perspicácia, algum humor e um belo poder de antecipação das tendências sociais e políticas.

                                            O José Afonso que eu conheci não é o Zeca Afonso comunista, não é o Zeca Afonso perigoso revolucionário, não é o Zeca Afonso maldito, aparentemente malquisto e incómodo, até hoje, à Esquerda e aos partidos que ajudou dando a cara por eles, mesmo que não lhes pertencesse (o José Afonso nunca pertenceu a nada senão à cultura portuguesa e ao povo português). Era uma pessoa que dava gosto conhecer, com quem dava gosto estar e conversar. Um pessoa de bom fundo e carácter vincado com opiniões sábias e nada extremas, bem pelo contrário.

                                            Este "meu" José Afonso não tem também nada a ver com a "malta de Esquerda" desses tempos que, em período final do cavaquismo, desistiu de lutar pelos seus ideiais. O capital é mais forte, desisto: onde está o bom emprego, onde posso ir beber uns copos? O "meu" José Afonso, não fora a doença, teria continuado a lutar pelos seus ideais noutro palco. Um palco qualquer. Um palco onde ele fosse preciso. Há menos de um ano tive o grato prazer de conhecer alguns dos que não desistiram. Continuam a luta nos foruns prisões, associações, escolas, etc a defender os direitos individuais, a sensibilizar e educar as pessoas nos seus direitos e deveres. Quando conheci o António Pedro Dores lembrei-me do José Afonso e de pensar: é a mesma força. Há gente que não desiste de ser melhor e fazer os outros melhores. Ainda bem.

                                            Paulo Querido

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                                              #23
                                              Só é pena o som não ser de melhor qualidade nestes videos...

                                              é a perfeição...


                                              http://www.youtube.com/watch?v=nAcjmNaGCPk
                                              http://www.youtube.com/watch?v=sq35u...related&search=

                                              http://josezecaafonso.hi5.com

                                              http://www.youtube.com/watch?v=PBK7bd3UYow
                                              Editado pela última vez por Nephilim; 24 February 2007, 21:57.

                                              Comentário


                                                #24
                                                Um grande SENHOR!

                                                Comentário


                                                  #25
                                                  Gosto muito desta, que continua tão actual...:

                                                  Os Vampiros

                                                  Zeca Afonso

                                                  No céu cinzento sob o astro mudo
                                                  Batendo as asas pela noite calada

                                                  Vêm em bandos com pés veludo
                                                  Chupar o sangue fresco da manada
                                                  Se alguém se engana com seu ar sisudo
                                                  E lhes franqueia as portas à chegada
                                                  Eles comem tudo eles comem tudo
                                                  Eles comem tudo e não deixam nada [bis]

                                                  A toda a parte chegam os vampiros
                                                  Poisam nos prédios poisam nas calçadas
                                                  Trazem no ventre despojos antigos
                                                  Mas nada os prende às vidas acabadas

                                                  São os mordomos do universo todo
                                                  Senhores à força mandadores sem lei
                                                  Enchem as tulhas bebem vinho novo
                                                  Dançam a ronda no pinhal do rei

                                                  Eles comem tudo eles comem tudo
                                                  Eles comem tudo e não deixam nada

                                                  No chão do medo tombam os vencidos
                                                  Ouvem-se os gritos na noite abafada
                                                  Jazem nos fossos vítimas dum credo
                                                  E não se esgota o sangue da manada

                                                  Se alguém se engana com seu ar sisudo
                                                  E lhe franqueia as portas à chegada
                                                  Eles comem tudo eles comem tudo
                                                  Eles comem tudo e não deixam nada

                                                  Eles comem tudo eles comem tudo
                                                  Eles comem tudo e não deixam nada
                                                  Uma apenas de uma vasta obra!...

                                                  Comentário


                                                    #26
                                                    Originalmente Colocado por rpalma Ver Post
                                                    Algumas destas canções, como "Os índios da Meia Praia" foram escritas durante o "exílio" Algarvio do Zeca Afonso
                                                    ...
                                                    Em 1956/57 esteve em Lagos.
                                                    Em 1961/62, em Faro.

                                                    "Os Índios da Meia-Praia" foi uma canção escrita por volta de 1976/77,
                                                    aquando de uma visita e jantar de caldeirada à Meia-Praia, em Lagos (Bairro SAAL - Inauguração da 1ª fase),
                                                    onde os habitantes - que viviam em barracas na praia, daí o serem chamados de "índios" - se constituiram em cooperativa e construiram eles próprios uma "aldeia" de casas de tijolo para a sua habitação.

                                                    Curiosidade: O álbum "Com as Minhas Tamanquinhas" (1980?), tem a participação do Quim Barreiros.
                                                    Editado pela última vez por ADF; 25 February 2007, 00:37.

                                                    Comentário


                                                      #27
                                                      Poema de Zeca Afonso interpertado por uma das mais conceituadas banda galega de musica tradicional, que tem como vocalista uma portuguesa (Sara Louraço Vidal) que sustituiu Rosa Cedron em 2005, tem uma excelente voz

                                                      Luar na Lubre - Tu, Gitana
                                                      http://www.youtube.com/watch?v=Yu_-HbNfpn0

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                                                        #28
                                                        Originalmente Colocado por ^_Sniper_^ Ver Post
                                                        Cá está a mais conhecida:



                                                        GRÂNDOLA, VILA MORENA

                                                        Grândola, vila morena
                                                        Terra da fraternidade
                                                        O povo é quem mais ordena
                                                        Dentro de ti, ó cidade Dentro de ti, ó cidade
                                                        O povo é quem mais ordena
                                                        Terra da fraternidade
                                                        Grândola, vila morena
                                                        Em cada esquina um amigo
                                                        Em cada rosto igualdade
                                                        Grândola, vila morena
                                                        Terra da fraternidade
                                                        Terra da fraternidade
                                                        Grândola, vila morena
                                                        Em cada rosto igualdade
                                                        O povo é quem mais ordena
                                                        À sombra duma azinheira
                                                        Que já não sabia a idade
                                                        Jurei ter por companheira
                                                        Grândola a tua vontade
                                                        Grândola a tua vontade
                                                        Jurei ter por companheira
                                                        À sombra duma azinheira
                                                        Que já não sabia a idade

                                                        http://www.youtube.com/watch?v=PBK7b...gspot%2Ecom%2F

                                                        Eu estudei na vila morena

                                                        Comentário


                                                          #29
                                                          Vinte e cinco anos volvidos sobre a sua morte, cada vez mais actual, nunca se esqueçam que...:



                                                          Por causa dos...:



                                                          Até porque somos...:



                                                          E, já agora, honrando Zeca Afonso e o que ele, superiormente, sempre defendeu, nunca olvidem que muitos mais nunca deixaram de deixar claro que...:



                                                          E que...:



                                                          Até porque...:

                                                          Editado pela última vez por PeLeve; 23 February 2012, 10:04.

                                                          Comentário


                                                            #30
                                                            Mais uns anos passaram e cada vez mais acho genial o Zeca Afonso.

                                                            Este homem foi uma dádiva.

                                                            Comentário

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