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Sem Abrigo - Leiam

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    Sem Abrigo - Leiam

    estava agora mesmo a dar a reportagem do pedro abrunhosa (nao gosto da música dele, calma! , que centra o single novo dele nos sem abrio do porto. calcula-seque sejam cerca de 600 no porto, no país cerca de 9000. sim, nove mil!

    decidi pesquisar e encontrei isto. alguém imagina o que eles e elas já passaram neste mundo?

    leiam a entrevista na dianogal, mas leiam. acho que vale a pena e vou ler o resto também.

    http://dn.sapo.pt/2005/10/30/socieda...semabrigo.html


    http://dn.sapo.pt/2005/12/04/socieda...re_e_anos.html



    "É o grito íntimo de um homem, o grito de uma cidade, do país, é o grito do mundo. Quem me leva os meus fantasmas? A canção nasce de uma viagem nocturna pelas ruas do Porto, e atravessa todas as fronteiras.
    É a história de um sem-abrigo, de um operário que vai ser despedido, de uma criança assassinada na Faixa de Gaza.
    É a história da miséria interior, de cada pessoa e de todos."

    http://www.janelaurbana.com/home/ler...tegoria-3.html

    #2
    Infelizmente é uma realidade cada vez mais prevalente nas sociedades modernas...

    Comentário


      #3


      Reportagem Uma noite com os sem-abrigo
      Ninguém sabe ao certo quantos são. Em Lisboa, pensa-se que sejam mais de 900 sem-abrigo. A Segurança Social vai fazer o primeiro levantamento. Mas há anos que o único conforto é o trabalho dos voluntários, que lhes tratam das feridas do corpo e da alma.

      joana rei DN-Rodrigo Cabrita

      "São cada vez mais os idosos que encontramos à noite. Vivem sozinhos e esta é uma oportunidade de saírem do isolamento"

      O cacau quente conforta o estômago e aquece o corpo, mas são as conversas, os desabafos escutados pacientemente pelos voluntários, que dão alento ao espírito. Ali todos se conhecem, e às quartas-feiras, quando passa a unidade móvel dos Médicos do Mundo, a Praça da Alegria, em Lisboa, sem tecto nem paredes, quase parece uma casa.

      Os Médicos do Mundo criaram o projecto Noite Saudável em 2001 para ajudar uma população cujo número real ainda não é perfeitamente conhecido. Sabe-se que, em 2004, um estudo da câmara de Lisboa determinou existirem 931 sem-abrigo em Lisboa. Tanto que o Instituto da Segurança Social está a fazer o primeiro levantamento a nível nacional, cujos resultados devem ser divulgados em 2006.

      Todas as quartas-feiras, das 20.00 às 24.00, a unidade móvel dos Médicos do Mundo estaciona a carrinha na Praça da Alegria. Naquela noite, a novidade é o cacau quente. E, tão ou mais importante que os cuidados de saúde prestados a cada um que ali se abeira, é a confiança que se estabelece e os sorrisos que se arrancam a quem nada tem. "Para nós não são os sem-abrigo... são o António, o José. Conhecemo-los e é importante que saibam que podem contar connosco", diz Paula Fernandes, responsável pelo projecto.

      Cabe sempre mais um

      O ambiente é familiar, todos se tratam pelo nome, como se fossem vizinhos desde sempre. Mas nem por isso os novos inquilinos são olhados com desconfiança ou postos de parte. "Se não puser problemas, qualquer um que venha é bem aceite. Por isso estamos cá todos", diz Pedro Nóbrega, que vive num banco da praça há mais de dez anos. É difícil saber com certeza o que o trouxe para a rua. As frases são confusas e sem muita ligação, intercaladas com momentos de um silêncio pesado. "Desorientei-me por causa de uma mulher e, por isso, estou com os camaradas. Mas tenho um filho de 16 anos e ainda hoje somos amigos".

      Depois da separação começou a viajar. Foi imigrante em Espanha, França e Alemanha, países para onde ainda vai trabalhar de forma sazonal. "Lisboa é uma grande cidade, mas também muito pequenina para nós. Não chega para ganhar dinheiro". Mesmo assim, "nunca precisei de esmolas de ninguém", diz com orgulho. Ao filho, "nunca lhe faltou nada. Parte do que ganho é sempre para ele", diz. Nos intervalos deste vai e vem constante pela Europa, a rua é sempre o hotel escolhido. "Sempre que venho telefono à família para saber se está tudo bem. E depois fico por aqui, a curtir com eles", diz apontando na direcção dos bancos de jardim.

      Fugir da solidão

      Mas não são só os que vivem na rua que dão vida a esta praça. "São cada vez mais os idosos que encontramos à noite. Vivem sozinhos e esta é uma oportunidade de saírem do isolamento", diz Paula Fernandes. É o caso de Avelino Marques que todas as quartas-feiras vem à unidade móvel dos médicos do mundo para medir a tensão. Não é sem-abrigo, mas o dinheiro também não abunda - à reforma de 210 euros tira-lhe, todos os meses, 195 para pagar o quarto onde vive. Aos restantes 15 euros junta-lhes mais 100 que a Misericórdia lhe dá e assim vai vivendo. De segunda a sábado, faz as refeições numa das dependências da Santa Casa, na companhia de mais idosos em situação semelhante.

      Um dia, há uns anos, teve que sair de casa para tratar da mãe, que adoecera. "A minha mulher não queria a minha mãe lá em casa, e eu tinha que tratar dela... tive que sair." Hoje vive sozinho. Há sete anos que não falava com a filha, contacto que reatou há pouco tempo. Em breve vai partir para a Alemanha, onde a filha é imigrante, e reencontrar o que lhe resta da família. Mas não por muito tempo. "Vou só por um mês, depois volto para cá. Estou é com medo da viagem de avião... e logo eu que andei tanto de avião!"

      Assim que acaba de falar o rosto transfigura-se. Os olhos pequeninos brilham mais, o sorriso doce ganha a dimensão de um sonho, e as palavras saem em catadupa, naquele tom de voz de contador de histórias à volta da lareira. Um olhar mais atento e o pin em forma de bola de futebol na lapela do casaco verde denuncia-o. Marques foi jogador de futebol. "Do Sporting", diz com orgulho. "Era defesa esquerdo e chamavam-me o homem do lencinho por jogar sempre com um lencinho. Ganhei quatro campeonatos, duas taças de Portugal e uma Taça do Século".

      Mais do que do presente, das dificuldades que tem ou não, é destes anos de glória que Marques gosta de falar. Ainda conheceu a equipa dos famosos cinco violinos - Vasques, Albano, Travassos, Peyroteo e Jesus Correia - que encantou por essa Europa fora. "Era com o Travassos que me dava melhor.

      Um dia estávamos no jardim do Campo Grande a jogar à bola e fomos presos - naquele tempo nem podíamos jogar à bola. Fomos para a esquadra do Campo Grande mas quem lá estava era o chefe Camilo, um grande sportinguista, que nos deixou sair logo." Podia estar horas a falar do tempo de futebolista e isso nota-se. Desfia cada memória ao pormenor, e o olhar perde-se na saudade. Hoje ainda vai ver todos os jogos a Alvalade, porque tem cartão vitalício, de acesso gratuito. "Mas já não é a mesma coisa", lamenta.

      Viver os dois lados

      Micola é voluntário dos Médicos do Mundo há dois anos. Veio da Ucrânia há cinco para fugir da pobreza. "A gente lá não sabe nada de Portugal, mas quando se abriram as fronteiras todo o mundo fugiu da pobreza o mais que pôde. E depois de Portugal já não há para onde fugir, é só oceano", diz meio a brincar meio a sério. Micola não tem mais de 30 anos. O rosto redondo, os olhos azuis e o sorriso permanente, dão-lhe um ar bonacheirão e bem disposto. No seu país natal trabalhava "para o governo, era assistente de deputado no Parlamento", aqui, quando chegou, veio trabalhar "de picareta e pá". Fugiu da miséria, mas a realidade que encontrou não foi bem a que sonhara - o patrão não lhe pagava e, em pouco tempo, estava sem emprego.

      "Nunca dormi na rua, mas cheguei a apanhar comida do lixo." E foi numa das noites em que tentava encontrar alguma coisa para comer que um estranho teve um gesto que Micola não esquece. "Era perto do Natal e vi alguém aproximar-se a dizer 'prenda, prenda'. No início tive medo, mas depois ele deu-me uma garrafa de vinho e um pouco de tudo o que se come no Natal." Ainda hoje, quando fala do assunto, os olhos muito azuis de Micola se comovem. "Não me conhecia. Viu-me da janela procurar comida no lixo e, só por bondade, veio ajudar-me."

      O voluntariado apareceu meio por acaso na vida deste imigrante. "Eu estava na igreja e veio a enfermeira Fátima pedir-me ajuda para traduzir um estrangeiro que ela não percebia. Ela é uma senhora muito especial. Tem 63 anos, mas é muito enérgica, rápida, é uma enfermeira de guerra. É uma pessoa muito feliz e magnética... fiz-me voluntário quase de imediato". Agora conduz a unidade móvel dos Médicos do Mundo e ajuda nas traduções com os imigrantes de leste.

      Hoje a realidade é outra, Micola já tem outro emprego, numa empresa de aspiração central e, por isso decidiu partilhar com os outros o que lhe sobra - tempo. "Trabalho das 6.00 às 24.00. Assim nem tenho que pensar no que fazer com o tempo livre. E ajudar é sempre bom", diz com uma gargalhada.

      Em http://dn.sapo.pt/2005/10/30/socieda...semabrigo.html

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        #4


        30% dos sem-abrigo têm entre 25 e 34 anos


        A. m. DN-Nuno Fox
        Um em cada três sem-abrigo de Lisboa tem entre 25 e 34 anos. A grande maioria é do sexo masculino (76%), de nacionalidade portuguesa (64%) e não consome drogas (só 20% são toxicodependentes). Os dados constam de um estudo sobre a população de rua da capital - realizado pela câmara municipal em 2004 - e deixam perceber que existem pelo menos 930 sem-abrigo nas ruas de Lisboa.

        O número real de pessoas sem tecto no País não é conhecido. O Instituto da Segurança Social está já, no entanto, a fazer o primeiro levantamento a nível nacional. Os resultados deste estudo deverão ser conhecidos no primeiro trimeste de 2006. O trabalho de caracterização dos sem-abrigo em Portugal está neste momento a ser feito através de "entrevistas aprofundadas a alguns sem-abrigo e de inquéritos por questionário", segundo nota do Instituto da Segurança Social.

        Já o estudo da Câmara Municipal de Lisboa teve como campo de análise 53 freguesias da cidade. A que apresentou um maior número de indivíduos a dormir na rua foi a freguesia de Santo Condestável (15%), seguida de Santa Engrácia. Campolide e Castelo são as zonas da cidade com menos sem-abrigo.

        Do total dos indivíduos contactados pelas equipas de rua da câmara - responsáveis pela recolha da informação -, a maioria tem idades compreendidas entre os 25 e os 34 anos. De acordo com o documento, em ambas as categorias - nacionalidade portuguesa e estrangeira - o intervalo predominante é o dos 25-34 anos.

        Do total dos sem-abrigo imigrantes em Lisboa, a grande maioria é proveniente da Ucrânia. Roménia, Angola e Cabo Verde vêm logo abaixo na lista de países de origem dos sem-abrigo nas ruas de Lisboa, que albergam ainda alemães, brasileiros, guineenses, moldavos e russos - ainda que em menor número.

        problemáticas. A maioria dos sem-abrigo da capital não são toxicodependentes. No entanto, o consumo de droga é a problemática que mais se associa a esta situação. O alcoolismo vem logo depois, seguido da imigração ilegal.

        A definição de uma estratégia de apoio a esta população é um dos objectivos do levantamento dos dados do País. O recenseamento, o levantamento das instituições que prestam apoio nesta área e respectivas metodologias de intervenção e o apuramento das trajectórias de vida destes indivíduos fazem parte do projecto do Instituto de Segurança Social para caracterização dos sem-abrigo em Portugal.

        "Compreender a situação desta população ao nível da identificação das causas, no sentido de se adaptarem políticas, dando-se destaque à trajectória profissional e habitacional dos sem-abrigo, e suas representações e expectativas face ao emprego e ao habitat." Este é, segundo o Instituto da Segurança Social, o principal objectivo do estudo que quer divulgar o número de pessoas a viver nas ruas já no início do ano.

        Em http://dn.sapo.pt/2005/12/04/socieda...re_e_anos.html

        Boa inf. Caditonuno estas (tristes!) realidades devem ser expostas para que não haja dúvidas na sua resolução.

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          #5
          No outro dia vi uma cena em Lisboa que me meteu impressão. Um homem de fato e gravata, com sobretudo, muito bem vestido, passou ao lado do caixote do lixo, parou e começou mexer no lixo. Passado um bocado, começou a comer o lixo do caixote. Impressionante, ou batia mal da cabeça ou está endividado até o pescoço.

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            #6
            Passado um bocado, começou a comer o lixo do caixote
            De facto é brutal nos dias que correm onde se apela constantemente ao consumo...

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              #7
              "Macedo de Cavaleiros

              Curso de português gratuito para imigrantes

              A Escola EB 2-3 de Macedo de Cavaleiros propõe um curso de português para imigrantes de quatro dias por semana em horário pós-laboral.
              Esta é uma oportunidade para os imigrantes que procuram integrar-se no nosso país, explica Paulo Dias, presidente do Conselho Executivo da EB 2-3 de Macedo de Cavaleiros.

              “Este é um ano em que temos bastantes professores do 1º ciclo colocados administrativamente, portanto temos alguma disponibilidade e por isso surgiu a ideia”, acrescenta."

              Em http://www.rr.pt/InformacaoDetalhe.a...ntentId=202446

              De referir que não é só em Macedo de Cavaleiros que se realizam estas formações e ainda Bem

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                #8
                por acaso hoje vinha para o trabalho e ha porta da sede do millennium bcp estava um sem abrigo a chuva deitado a dormir e pus-me a pensar que se os gaijos do millennium dessem uns 10% dos juros que me cobram todos os meses pelo credito habitação aquele sem abrigo se calhar ele não necessitava de estar ali a dormir...

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                  #9
                  Não quero com este comentário tentar escamotear esta situação, mas atenção que muitos dos sem-abrigo "habituam-se" à rua. É um fenómeno interessante, uma vez que muitos deles quando confrontados com a possibilidade de sair da rua, preferem continuar na actual situação... Já li uma explicação de um sociólogo para isso uma vez, mas honestamente não me recordo qual foi !

                  Comentário


                    #10
                    Originalmente Colocado por hpventura Ver Post
                    Não quero com este comentário tentar escamotear esta situação, mas atenção que muitos dos sem-abrigo "habituam-se" à rua. É um fenómeno interessante, uma vez que muitos deles quando confrontados com a possibilidade de sair da rua, preferem continuar na actual situação... Já li uma explicação de um sociólogo para isso uma vez, mas honestamente não me recordo qual foi !

                    REGRAS

                    Comentário


                      #11
                      Sim, já vi em vários programas de tv sobre este assunto que muitos deles nem sequer consideram abandonar as ruas, mesmo quando lhes oferecem condições para isso.

                      Comentário


                        #12
                        10 respostas apenas?

                        parece o tópico do cachorrinho...

                        eu sei que a alguns convém mais estar nas ruas, mas imaginem os velhos... pensem só 1 bocadinho nisso... vao ver que nao dói nem custa quase nada...

                        Comentário


                          #13
                          " 30% dos sem-abrigo têm entre 25 e 34 anos"


                          Ou seja, 30% em boa idade para trabalhar andam a vaguear pela cidade... Uma pena realmente...

                          Comentário


                            #14
                            Originalmente Colocado por hpventura Ver Post
                            Não quero com este comentário tentar escamotear esta situação, mas atenção que muitos dos sem-abrigo "habituam-se" à rua. É um fenómeno interessante, uma vez que muitos deles quando confrontados com a possibilidade de sair da rua, preferem continuar na actual situação... Já li uma explicação de um sociólogo para isso uma vez, mas honestamente não me recordo qual foi !
                            Pois, eu vejo muito pessoal a dizer "coitadinhos dos sem abrigo" mas a verdade é que existem casos que estão naquela situação porque querem! Outros têm oportunidade de fazer algum pela vida mas preferem estar quietos e viver "dos restos" dos outros...

                            Comentário


                              #15
                              Curioso ...

                              Que quando alguém como o Pedro Abrunhosa faz um video clip, todos se sintam sensibilizados, se abra um tópico num fórum e este seja participado e lido, contudo ...

                              ... uns meses antes ...

                              O Mundo Encantado - Em Três diferenças

                              Não é uma critica, é a constatação de um facto !

                              E ... Sr. Pedro Abrunhosa, não sei por onde tem andado nestes ultimos anos, mas se não fosse para se auto promover, será que este assunto lhe merecia atenção ??

                              É que numa altura que as criticas e as dificuldades estão em crescendo é fácil usar isso em proveito próprio cantando aquilo que já há muito se sabe.

                              Dou-lhe o beneficio da duvida ... pouquíssimo ... mas ainda dou.

                              Comentário


                                #16
                                "Idosos

                                O Governo aprova esta quinta-feira, em Conselho de Ministros, a
                                concessão de apoios aos idosos que já beneficiam do Complemento Social.

                                São cerca de 35 mil os idosos que beneficiam, nesta altura, do Complemento Social. A partir de Julho, passam a ter mais uma ajuda, que varia entre os 50% e os 75% sobre a parte não comparticipada de medicamentos, óculos e próteses dentárias."

                                Em http://www.rr.pt/Informacao.Aspx?AreaId=11&SubAreaId=39

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                                  #17


                                  Alterações climáticas já estão aí e os mais pobres é que pagam a factura


                                  Filomena Naves
                                  AP-Michel Lipchitz (imagem)
                                  Os sinais avolumaram-se nos últimos anos e hoje não é possível fugir à realidade: as alterações climáticas estão a acontecer, já não são cenário futuro. Atacar o problema agora é responsabilidade dos políticos.

                                  Esta é a principal mensagem da segunda parte do relatório deste ano do IPCC, o grupo de peritos da ONU para as alterações climáticas, que prevê ainda o agravamento dos impactos regionais do aquecimento global nas próximas décadas. Talvez por isso, a divulgação do documento, prevista para ontem às 9.00, em Bruxelas, esteve quase para não acontecer. Foi com várias horas de atraso, e alterações de última hora impostas, nomeadamente, pelos EUA, que o relatório viu a luz do dia, ao fim da manhã de ontem.

                                  Quanto ao seu conteúdo, que faz previsões região a região (ver caixas), mais parece um rol de pragas bíblicas, às quais não faltam sequer as invasões de insectos tropicais em zonas do planeta onde eles nunca se viram antes - ou já não se viam há muito. Com o aumento previsto da temperatura média da Terra entre 1,5 e 2 graus Celsius até 2080, os desastres climáticos vão suceder-se, garantem os cientistas do IPCC.

                                  Ondas de calor mais intensas e mortais na Europa, degelo acelerado no Árctico, aumento de doenças causadas por parasitas e mais pobreza em África, escassez de água em toda a bacia mediterrânica, perdas agrícolas da ordem dos 50% no continente americano, mais furacões na América do Norte, inundações nos grandes deltas da Ásia, com milhões de refugiados a cada nova subida das águas, perda de 30% de toda a biodiversidade... a lista de tragédias parece infindável. Tal como ia sucedendo à negociação para o consenso sobre este conteúdo.

                                  Rússia, EUA, China e Arábia Saudita foram os países que mais contribuíram para retardar a finalização do documento, por se oporem a parte do seu conteúdo. A China opunha-se, nomeadamente, a um parágrafo onde dizia haver "um risco muito elevado" de alterações de muitos sistemas naturais devido à mudança do clima.

                                  Os EUA, por seu turno, pediram e obtiveram a eliminação de um parágrafo segundo o qual a América do Norte "poderá ser confrontada com graves prejuízos económicos e perturbações substanciais no seu sistema sócio-económico e cultural", disse um observador da reunião. Percalços que, segundo a AFP, levaram um dos conferencistas a observar: "É a primeira vez que a ciência é posta assim em causa pelos políticos".

                                  Com ou sem pressões políticas, o aquecimento global está aí. E, segundo o IPCC, serão os mais pobres, nos países em desenvolvimento mas também nos países ricos, quem vai pagar o grosso dessa factura.

                                  Em http://dn.sapo.pt/2007/04/07/socieda..._e_mais_p.html


                                  A Mãe Natureza costuma ser implacável quando a afrontam.

                                  Comentário


                                    #18
                                    "Um almoço de Páscoa juntou ontem mais de três centenas de pessoas, entre sem-abrigo e idosos solitários, nas instalações da Voz do Operário, junto à Graça, em Lisboa.

                                    Iniciativa da associação NOUNI , organização vocacionada para a imigração, o almoço faz parte do projecto ‘Por uma Lisboa Mais Solidária’.

                                    Tratando-se a NOUNI de uma instituição particular de solidariedade social (IPSS), o almoço contou com o apoio de restaurantes, como Martinho da Arcada, Brasileira e Pizzaria do Pantaleone, assim como de outras empresas.

                                    EMENTA VARIADA

                                    Da ementa, e além das entradas de Leitão de Negrais e pizza e das sobremesas (fruta e bolos), fizeram parte pratos representativos de variadas gastronomias: moamba de galinha (Angola), cachupa (Cabo Verde) e bacalhau com natas (Portugal). Como bebidas: água, vinho ou sumo.

                                    A ideia foi a de, como explicou ao CM o presidente da NOUNI, Agostinho Rodrigues, “juntar pessoas de diferentes culturas”, dos imigrantes africanos aos do Leste europeu, passando pelos sem-abrigo e pelos idosos solitários.

                                    DIVULGAÇÃO PRÉVIA

                                    Para que os potenciais convivas não ficassem esquecidos houve, como disse o director da NOUNI, Jerónimo David, um “trabalho de divulgação” nos postos nocturnos de distribuição de comida e nas juntas de freguesia.

                                    Agostinho Rodrigues admite que “a ideia inicial era organizar dez almoços noutras tantas paróquias”.

                                    Mas como a Voz do Operário cedeu as instalações foi decidido confinar o almoço e festa (música ambiente e actuação ao vivo) num só espaço.

                                    Os mais aptos deslocaram-se pelos próprios meios. Para quem não o conseguisse, a organização disponibilizou carrinhas para o transporte de e para locais da cidade previamente definidos.

                                    "NÓS "UNIDOS EM CRIOULO

                                    Nascida no Gabinete para a Imigração dos Trabalhadores Sociais-Democratas (TSD), a NOUNI (“Nós Unidos” em crioulo) – é hoje uma Organização Não Governamental reconhecida pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros. Vocacionada para os filhos de imigrantes de segunda geração que “não se sentem portugueses nem têm país de origem”, como explica Agostinho Rodrigues, presidente da associação, a NOUNI tem em mãos o projecto Lisboa mais Solidária, dirigido aos sem-abrigo e aos idosos. É nesse sentido que se integra o almoço que ontem reuniu cerca de três centenas de convivas entre idosos e sem-abrigo de vários pontos de Lisboa, nas instalações da Voz do Operário.

                                    NA PRIMEIRA PESSOA

                                    "AJUDA DEVE SER ANTES DA QUEDA" (Hafid Bousmina, 36 anos)

                                    Afirmando-se estudante “dos sem-abrigo”, Hafid nota que em Portugal “a maioria dos excluídos são nacionais”. Na sua opinião, “a sociedade deve evitar a queda e não ajudar depois”.

                                    NEM UM TELEFONEMA DOS FILHOS E DOS NETOS (Florinda Jesus, 80 anos)

                                    Frequentadora do Centro Social no Campo Grande, Florinda elogia a iniciativa, sem a qual “ficava em casa”. Notando que a “solidão faz-se sentir mais” nos dias de festa, lamenta a falta de, pelo menos, um telefonema dos filhos e netos.

                                    "PIOR SÃO OS PATRÕES" (Valery G., 63 anos)

                                    Para o ucraniano Valery o pior no País “não é a fome”, mas o desemprego ou patrões que “pagam sempre amanhã” e contra os quais “não há ajuda” dos tribunais, Estado ou entidades privadas."

                                    Em http://www.correiomanha.pt/noticia.a...Canal=10&p=200

                                    Comentário


                                      #19
                                      foi uma acçao de bater palmas. espero que nao tenha havido conflitos entre as pessoas de diferentes etnias ou situaçoes sociais. é assim que se vai ajudando aos poucos quem precisa, ou pelo menos fazerem-nos sentir pessoas uma vez por ano, o que nao basta, claro!

                                      Comentário


                                        #20
                                        Originalmente Colocado por TURBO Ver Post


                                        Alterações climáticas já estão aí e os mais pobres é que pagam a factura


                                        Filomena Naves
                                        AP-Michel Lipchitz (imagem)
                                        Os sinais avolumaram-se nos últimos anos e hoje não é possível fugir à realidade: as alterações climáticas estão a acontecer, já não são cenário futuro. Atacar o problema agora é responsabilidade dos políticos.

                                        Esta é a principal mensagem da segunda parte do relatório deste ano do IPCC, o grupo de peritos da ONU para as alterações climáticas, que prevê ainda o agravamento dos impactos regionais do aquecimento global nas próximas décadas. Talvez por isso, a divulgação do documento, prevista para ontem às 9.00, em Bruxelas, esteve quase para não acontecer. Foi com várias horas de atraso, e alterações de última hora impostas, nomeadamente, pelos EUA, que o relatório viu a luz do dia, ao fim da manhã de ontem.

                                        Quanto ao seu conteúdo, que faz previsões região a região (ver caixas), mais parece um rol de pragas bíblicas, às quais não faltam sequer as invasões de insectos tropicais em zonas do planeta onde eles nunca se viram antes - ou já não se viam há muito. Com o aumento previsto da temperatura média da Terra entre 1,5 e 2 graus Celsius até 2080, os desastres climáticos vão suceder-se, garantem os cientistas do IPCC.

                                        Ondas de calor mais intensas e mortais na Europa, degelo acelerado no Árctico, aumento de doenças causadas por parasitas e mais pobreza em África, escassez de água em toda a bacia mediterrânica, perdas agrícolas da ordem dos 50% no continente americano, mais furacões na América do Norte, inundações nos grandes deltas da Ásia, com milhões de refugiados a cada nova subida das águas, perda de 30% de toda a biodiversidade... a lista de tragédias parece infindável. Tal como ia sucedendo à negociação para o consenso sobre este conteúdo.

                                        Rússia, EUA, China e Arábia Saudita foram os países que mais contribuíram para retardar a finalização do documento, por se oporem a parte do seu conteúdo. A China opunha-se, nomeadamente, a um parágrafo onde dizia haver "um risco muito elevado" de alterações de muitos sistemas naturais devido à mudança do clima.

                                        Os EUA, por seu turno, pediram e obtiveram a eliminação de um parágrafo segundo o qual a América do Norte "poderá ser confrontada com graves prejuízos económicos e perturbações substanciais no seu sistema sócio-económico e cultural", disse um observador da reunião. Percalços que, segundo a AFP, levaram um dos conferencistas a observar: "É a primeira vez que a ciência é posta assim em causa pelos políticos".

                                        Com ou sem pressões políticas, o aquecimento global está aí. E, segundo o IPCC, serão os mais pobres, nos países em desenvolvimento mas também nos países ricos, quem vai pagar o grosso dessa factura.

                                        Em http://dn.sapo.pt/2007/04/07/socieda..._e_mais_p.html


                                        A Mãe Natureza costuma ser implacável quando a afrontam.
                                        Esperemos que quando já não for economicamente rentável continuar a explorar o mundo como é, ainda se possa fazer alguma para mudar o futuro...

                                        Comentário


                                          #21
                                          realmente o mundo está a caminhar para a ruptura e países coo os EUA e a CHINA, uma das próximas superpotencias tal como a índia, estao a dar cabo dele aos poucos.

                                          aqui fica um link pra visitarem...

                                          "Ao lado estão vários lugares sobre este tema. Entre neles e vá até onde quizer. Depois, se puder, faça alguma coisa de concreto. Nada nos garante que, daqui a algum tempo, não seja um de nós – um amigo, um familiar – a estar naquelas condições."

                                          http://mcg.no.sapo.pt/abr/

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                                            #22
                                            Reportagem RTP1 - RUA, MINHA CASA - 21H Hoje

                                            decidi recuperar este tema, pois ao mudar de canal vi que na RTP1 irá dar, daqui a meia hora, uma reportagem diferente, mas perturbante ao mesmo tempo.

                                            uma jornalista e 1 repórter de câmara irão mostrar o que é ser sem abrigo, dormindo na rua e vivendo da "sopa dos pobres" durante 1 semana, ou seja, mostrando o lado de dentro da vida de uma pessoa que vive na rua.

                                            espero que possam ver. um dia poderemos ser nós ou alguém que conhecemos...

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                                              #23
                                              Originalmente Colocado por caditonuno Ver Post
                                              espero que possam ver. um dia poderemos ser nós ou alguém que conhecemos...
                                              Estou à espera que comece... entretanto, vejo o jogo dos verdes que acaba de ir para intervalo.

                                              Quanto à segunda frase... esperemos que não, mas nunca se sabe o dia de amanhã

                                              Comentário


                                                #24
                                                a reportagem já está a começar...

                                                Comentário


                                                  #25
                                                  Originalmente Colocado por caditonuno Ver Post
                                                  a reportagem já está a começar...
                                                  Conta como foi, estou curioso. Estou sem a RTP aqui em casa.

                                                  Comentário


                                                    #26
                                                    Acho VERGONHOSO que tanto fdp riquíssimo neste país e que podia dar uma milésima para ajudar outros e apenas uma pequena parte o faz.
                                                    E ainda vêm para a TV anunciar lucros fabulosos sem um pingo de vergonha na p*ta da tromba.

                                                    Comentário


                                                      #27
                                                      Originalmente Colocado por Paulinhonanet Ver Post
                                                      Conta como foi, estou curioso. Estou sem a RTP aqui em casa.
                                                      Podes ver a emissão pelo site da RTP.

                                                      Originalmente Colocado por BrunoGrilo Ver Post
                                                      Acho VERGONHOSO que tanto fdp riquíssimo neste país e que podia dar uma milésima para ajudar outros e apenas uma pequena parte o faz.
                                                      E ainda vêm para a TV anunciar lucros fabulosos sem um pingo de vergonha na p*ta da tromba.
                                                      Faço tuas as minhas palavras.

                                                      Comentário


                                                        #28
                                                        Originalmente Colocado por BrunoGrilo Ver Post
                                                        Acho VERGONHOSO que tanto fdp riquíssimo neste país e que podia dar uma milésima para ajudar outros e apenas uma pequena parte o faz.
                                                        E ainda vêm para a TV anunciar lucros fabulosos sem um pingo de vergonha na p*ta da tromba.
                                                        Acredita que muito "FDP riquíssimo" faz isso muitas empresas financiam instituições de caridade, e muitos anónimos também. A questão é que muitas vezes os recursos são mal canalizados e muitos intermediários é que são os "FDP" desta história.

                                                        Comentário


                                                          #29
                                                          Originalmente Colocado por TheMoBsTeR Ver Post
                                                          Acredita que muito "FDP riquíssimo" faz isso muitas empresas financiam instituições de caridade, e muitos anónimos também. A questão é que muitas vezes os recursos são mal canalizados e muitos intermediários é que são os "FDP" desta história.
                                                          Eu ressalvei a parte dos que ainda fazem alguma coisa no meu post Mob.

                                                          Mas acredita que são mais os que pouco fazem do que os que dão alguma coisa.

                                                          Comentário


                                                            #30
                                                            Para quem não teve oportunidade de ver, aqui fica o link onde a reportagem vai aparecer, penso que brevemente:
                                                            RTP - LINHA DA FRENTE

                                                            Comentário

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