O PS rejeitou hoje recomendar ao Governo a inclusão da vacina contra o cancro do colo do útero no Programa Nacional de Vacinação (PNV), proposta pelos Verdes, argumentando que «falta ainda muita informação científica».
O PS foi a única bancada a votar contra este projecto de resolução, que foi chumbado, apesar de ter merecido o voto favorável de todas as bancadas da oposição.
No entanto, as duas deputadas independentes eleitas pelas listas do PS, Teresa Venda e Rosário Carneiro, votaram também a favor do projecto d` «Os Verdes», enquanto outros quatro parlamentares socialistas irão apresentar uma declaração de voto sobre o mesmo assunto.
«Quando se inclui uma vacina no PNV está a tornar-se obrigatório o seu uso», alertou o deputado socialista Manuel Pizarro, durante o debate do projecto d` «Os Verdes» no Parlamento, justificando que «falta informação científica» que permita generalizar a utilização desta vacina.
Para o deputado socialista, a interacção desta vacina, que já é comercializada nas farmácias portuguesas, com as outras do PNV «ainda não está suficientemente estudada», apontando Manuel Pizarro também a ausência de dados sobre o perfil epidemiológico da infecção pelo vírus de papiloma humano (HPV) em Portugal.
«Terá de ser a ciência a falar primeiro», corroborou a deputada socialista Marisa Costa, classificando a proposta do Partido Ecologista «Os Verdes» (PEV) de «prematura».
O Governo não esteve presente no debate deste projecto de resolução.
O PEV rejeitou as justificações socialistas, que classificou de «iníquas e inaceitáveis», salientando que a Organização Mundial de Saúde (OMS) «refere e confere» a eficácia desta vacina relativamente aos tipos mais perigosos de HPV.
«O PS não se pode esconder atrás da falta de dados (...) Se têm tantas dúvidas em relação à eficácia desta vacina, qual é a vossa responsabilidade de permitir a sua integração no mercado, nas farmácias portuguesas?», questionou a deputada do PEV Heloísa Apolónia.
«Há aqui uma discriminação clara das mulheres em função da sua condição económica», frisou a deputada, lembrando que o custo total da vacina é de 481,35 euros.
Também o PSD apoiou o projecto de resolução d` «Os Verdes» e acusou o PS de «falta de coerência política», referindo-se à futura gratuitidade das interrupções voluntárias da gravidez no Serviço Nacional de Saúde.
«Como se pode defender que o aborto seja gratuito e não defender que seja gratuita a vacina contra o colo do útero?», questionou a deputada social-democrata Regina Bastos, salientando que «os portugueses não compreenderão tão refinada hipocrisia».
Também o CDS-PP, pela deputada Teresa Caeiro, se mostrou favorável a recomendar ao Governo a inclusão desta vacina no PNV, acusando o PS de apenas votar contra «porque recebeu ordens do Ministério da Saúde para não aprovar por ser demasiado caro».
«Se é caro para o Governo, porque é que não é caro para as raparigas e as mulheres portuguesas, isso é que não conseguem explicar», criticou Teresa Caeiro.
Já o líder parlamentar do PCP, Bernardino Soares, considerou que a vacinação sairia mais barata ao Governo do que a eventual comparticipação da vacina, hipótese que disse já ter sido admitida pelo primeiro-ministro, José Sócrates.
«A comparticipação a 100% custaria cerca de 29 milhões de euros por ano (...) A compra da vacina pelo Estado em grandes quantidades, para a incluir no PNV, sairia muito mais barata, talvez metade deste custo», apontou Bernardino Soares.
O Bloco de Esquerda foi o único partido da oposição que, apesar de ter votado favoravelmente a recomendação d`«Os Verdes», manifestou algumas dúvidas sobre a eficácia da inclusão desta vacina no plano nacional de vacinação.
«Quando se imuniza generalizadamente uma população aumenta-se a virulência de outras estirpes», alertou o deputado do BE e médico João Semedo.
A vacina que «Os Verdes» pretendiam ver incluída no PNV, e logo administrada gratuitamente, tem o nome comercial de Gardasil e começou a ser vendida em Portugal no início do ano.
Esta vacina previne o cancro do colo do útero e outras doenças provocadas pelo HPV, nomeadamente os seus quatro tipos de vírus mais cancerígenos: 06, 11, 16 e 18.
O cancro do colo do útero mata uma mulher a cada dois minutos - uma por dia em Portugal - e destrói a vida sexual, familiar e social das sobreviventes deste carcinoma.
Portugal tem a mais alta incidência da Europa deste cancro, cuja principal causa é o vírus HPV, registando 900 novos casos por ano e mais de 300 casos mortais.
Diário Digital / Lusa
in: http://diariodigital.sapo.pt/news.as...id_news=272185
Não conheço o assunto todo em detalhe, mas acho que qualquer acção contra esta terrível doença era benvindo
Eu por ter possibilidades, vou pagar à minha Maria para ela tomar esta vacina ... mas acho um absurdo "cortar" a hipotese de uma pessoa com menos posse ter acesso ao mesmo ... mas isto sou eu que só vejo um mundo utópico pela frente
Comentem ....
O PS foi a única bancada a votar contra este projecto de resolução, que foi chumbado, apesar de ter merecido o voto favorável de todas as bancadas da oposição.
No entanto, as duas deputadas independentes eleitas pelas listas do PS, Teresa Venda e Rosário Carneiro, votaram também a favor do projecto d` «Os Verdes», enquanto outros quatro parlamentares socialistas irão apresentar uma declaração de voto sobre o mesmo assunto.
«Quando se inclui uma vacina no PNV está a tornar-se obrigatório o seu uso», alertou o deputado socialista Manuel Pizarro, durante o debate do projecto d` «Os Verdes» no Parlamento, justificando que «falta informação científica» que permita generalizar a utilização desta vacina.
Para o deputado socialista, a interacção desta vacina, que já é comercializada nas farmácias portuguesas, com as outras do PNV «ainda não está suficientemente estudada», apontando Manuel Pizarro também a ausência de dados sobre o perfil epidemiológico da infecção pelo vírus de papiloma humano (HPV) em Portugal.
«Terá de ser a ciência a falar primeiro», corroborou a deputada socialista Marisa Costa, classificando a proposta do Partido Ecologista «Os Verdes» (PEV) de «prematura».
O Governo não esteve presente no debate deste projecto de resolução.
O PEV rejeitou as justificações socialistas, que classificou de «iníquas e inaceitáveis», salientando que a Organização Mundial de Saúde (OMS) «refere e confere» a eficácia desta vacina relativamente aos tipos mais perigosos de HPV.
«O PS não se pode esconder atrás da falta de dados (...) Se têm tantas dúvidas em relação à eficácia desta vacina, qual é a vossa responsabilidade de permitir a sua integração no mercado, nas farmácias portuguesas?», questionou a deputada do PEV Heloísa Apolónia.
«Há aqui uma discriminação clara das mulheres em função da sua condição económica», frisou a deputada, lembrando que o custo total da vacina é de 481,35 euros.
Também o PSD apoiou o projecto de resolução d` «Os Verdes» e acusou o PS de «falta de coerência política», referindo-se à futura gratuitidade das interrupções voluntárias da gravidez no Serviço Nacional de Saúde.
«Como se pode defender que o aborto seja gratuito e não defender que seja gratuita a vacina contra o colo do útero?», questionou a deputada social-democrata Regina Bastos, salientando que «os portugueses não compreenderão tão refinada hipocrisia».
Também o CDS-PP, pela deputada Teresa Caeiro, se mostrou favorável a recomendar ao Governo a inclusão desta vacina no PNV, acusando o PS de apenas votar contra «porque recebeu ordens do Ministério da Saúde para não aprovar por ser demasiado caro».
«Se é caro para o Governo, porque é que não é caro para as raparigas e as mulheres portuguesas, isso é que não conseguem explicar», criticou Teresa Caeiro.
Já o líder parlamentar do PCP, Bernardino Soares, considerou que a vacinação sairia mais barata ao Governo do que a eventual comparticipação da vacina, hipótese que disse já ter sido admitida pelo primeiro-ministro, José Sócrates.
«A comparticipação a 100% custaria cerca de 29 milhões de euros por ano (...) A compra da vacina pelo Estado em grandes quantidades, para a incluir no PNV, sairia muito mais barata, talvez metade deste custo», apontou Bernardino Soares.
O Bloco de Esquerda foi o único partido da oposição que, apesar de ter votado favoravelmente a recomendação d`«Os Verdes», manifestou algumas dúvidas sobre a eficácia da inclusão desta vacina no plano nacional de vacinação.
«Quando se imuniza generalizadamente uma população aumenta-se a virulência de outras estirpes», alertou o deputado do BE e médico João Semedo.
A vacina que «Os Verdes» pretendiam ver incluída no PNV, e logo administrada gratuitamente, tem o nome comercial de Gardasil e começou a ser vendida em Portugal no início do ano.
Esta vacina previne o cancro do colo do útero e outras doenças provocadas pelo HPV, nomeadamente os seus quatro tipos de vírus mais cancerígenos: 06, 11, 16 e 18.
O cancro do colo do útero mata uma mulher a cada dois minutos - uma por dia em Portugal - e destrói a vida sexual, familiar e social das sobreviventes deste carcinoma.
Portugal tem a mais alta incidência da Europa deste cancro, cuja principal causa é o vírus HPV, registando 900 novos casos por ano e mais de 300 casos mortais.
Diário Digital / Lusa
in: http://diariodigital.sapo.pt/news.as...id_news=272185
Não conheço o assunto todo em detalhe, mas acho que qualquer acção contra esta terrível doença era benvindo
Eu por ter possibilidades, vou pagar à minha Maria para ela tomar esta vacina ... mas acho um absurdo "cortar" a hipotese de uma pessoa com menos posse ter acesso ao mesmo ... mas isto sou eu que só vejo um mundo utópico pela frente
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