Lisboa: Secretário ameaça e insulta PSP mas é libertado
Diplomata agride polícia
Guinava à esquerda e à direita o carro do corpo diplomático quando a PSP o fez parar, na madrugada de sábado. Era o segundo secretário da embaixada da Arábia Saudita e andava pelas ruas de Lisboa com um pneu furado. Depois fugiu e quase atropelava um dos agentes, mas foi apanhado, insultou e ameaçou-o. Abriu a porta do carro e desferiu um violento soco no peito do polícia.
A jante já raspava no asfalto, ainda não eram 02h45, quando o árabe de 41 anos ouviu a sirene para encostar à direita. Disse logo que era diplomata e que estava a caminho de “uma estação de serviço”, adiantou uma fonte policial ao CM, e “foram-lhe pedidos os documentos”.
Mas insistiu que era um diplomata e que “não podia ser fiscalizado”, arrancando a “grande velocidade” pela Avenida Carlos Pinhão. Um dos agentes “teve de se desviar da estrada para não ser atropelado”.
A PSP emitiu o alerta e deu início a uma perseguição pelas ruas de Marvila, Lisboa, facilitada pela falta de aderência à estrada da roda da frente, no lado direito do Citroën C5, que não resistiu mais à fuga.
O segundo secretário da embaixada saudita estava farto da insistência dos polícias e, mal saiu do carro, bastante exaltado, desferiu um “violento soco no peito” do primeiro agente que lhe saiu ao caminho, avisando-os pela última vez: “Vocês não me podem estar a fazer isto, olhem que eu sou diplomata! Ou me deixam seguir em paz ou estão todos f...”.
A polícia não cedeu às ameaças e este diplomata árabe, já a incorrer num crime até cinco anos de prisão, foi detido e levado para a 14.ª esquadra da PSP dos Olivais. Só que o árabe nem assim desarmou e, num misto de inglês com mau português, brindou um agente da PSP à sua frente com novo insulto. “Tu não passas de um porco com uma arma. Vai-te f...”.
Os polícias contavam apresentá-lo logo às 09h00 no Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa, mas, “entre uma série de telefonemas para a esquadra”, eis que às 07h45 uma procuradora do Ministério Público deu ordens para a libertação imediata do árabe.
LEI NÃO PERMITE QUE SEJA DETIDO
A imunidade diplomática confere aos titulares de altos cargos em embaixadas um estatuto superior ao dos magistrados e deputados, que não podem ser detidos por crimes previstos na lei com penas de prisão até três anos.
O segundo secretário da embaixada do Reino da Arábia Saudita, ao insultar e agredir um polícia, incorre no crime de resistência e coacção, punível no artigo n.º 347 do nosso Código Penal com cadeia até cinco anos, mas só pode ser levado à esquadra para identificação. “Quando alguém utiliza a violência como forma de se opor à missão de um agente da autoridade está a cometer um crime contra o Estado”, diz ao CM uma fonte judicial, mas o diplomata não pôde ter sido detido em conformidade com a lei.
E “depois de uma série de telefonemas para a esquadra”, adianta agora fonte policial, o oficial de dia ao Comando Metropolitano da PSP de Lisboa entrou em contacto com a procuradora adjunta no Tribunal de Turno de Lisboa, que, pouco passava das 07h45, “determinou a libertação imediata”.
O árabe “recusou-se a assinar” a notificação e ficou de se apresentar, às 10h00 e pelo próprio pé, naquele tribunal. “Ao contrário de qualquer arguido, levado pela polícia ao Tribunal de Instrução Criminal”.
http://www.correiomanha.pt/noticia.a...Canal=10&p=200
Diplomata agride polícia
Guinava à esquerda e à direita o carro do corpo diplomático quando a PSP o fez parar, na madrugada de sábado. Era o segundo secretário da embaixada da Arábia Saudita e andava pelas ruas de Lisboa com um pneu furado. Depois fugiu e quase atropelava um dos agentes, mas foi apanhado, insultou e ameaçou-o. Abriu a porta do carro e desferiu um violento soco no peito do polícia.
A jante já raspava no asfalto, ainda não eram 02h45, quando o árabe de 41 anos ouviu a sirene para encostar à direita. Disse logo que era diplomata e que estava a caminho de “uma estação de serviço”, adiantou uma fonte policial ao CM, e “foram-lhe pedidos os documentos”.
Mas insistiu que era um diplomata e que “não podia ser fiscalizado”, arrancando a “grande velocidade” pela Avenida Carlos Pinhão. Um dos agentes “teve de se desviar da estrada para não ser atropelado”.
A PSP emitiu o alerta e deu início a uma perseguição pelas ruas de Marvila, Lisboa, facilitada pela falta de aderência à estrada da roda da frente, no lado direito do Citroën C5, que não resistiu mais à fuga.
O segundo secretário da embaixada saudita estava farto da insistência dos polícias e, mal saiu do carro, bastante exaltado, desferiu um “violento soco no peito” do primeiro agente que lhe saiu ao caminho, avisando-os pela última vez: “Vocês não me podem estar a fazer isto, olhem que eu sou diplomata! Ou me deixam seguir em paz ou estão todos f...”.
A polícia não cedeu às ameaças e este diplomata árabe, já a incorrer num crime até cinco anos de prisão, foi detido e levado para a 14.ª esquadra da PSP dos Olivais. Só que o árabe nem assim desarmou e, num misto de inglês com mau português, brindou um agente da PSP à sua frente com novo insulto. “Tu não passas de um porco com uma arma. Vai-te f...”.
Os polícias contavam apresentá-lo logo às 09h00 no Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa, mas, “entre uma série de telefonemas para a esquadra”, eis que às 07h45 uma procuradora do Ministério Público deu ordens para a libertação imediata do árabe.
LEI NÃO PERMITE QUE SEJA DETIDO
A imunidade diplomática confere aos titulares de altos cargos em embaixadas um estatuto superior ao dos magistrados e deputados, que não podem ser detidos por crimes previstos na lei com penas de prisão até três anos.
O segundo secretário da embaixada do Reino da Arábia Saudita, ao insultar e agredir um polícia, incorre no crime de resistência e coacção, punível no artigo n.º 347 do nosso Código Penal com cadeia até cinco anos, mas só pode ser levado à esquadra para identificação. “Quando alguém utiliza a violência como forma de se opor à missão de um agente da autoridade está a cometer um crime contra o Estado”, diz ao CM uma fonte judicial, mas o diplomata não pôde ter sido detido em conformidade com a lei.
E “depois de uma série de telefonemas para a esquadra”, adianta agora fonte policial, o oficial de dia ao Comando Metropolitano da PSP de Lisboa entrou em contacto com a procuradora adjunta no Tribunal de Turno de Lisboa, que, pouco passava das 07h45, “determinou a libertação imediata”.
O árabe “recusou-se a assinar” a notificação e ficou de se apresentar, às 10h00 e pelo próprio pé, naquele tribunal. “Ao contrário de qualquer arguido, levado pela polícia ao Tribunal de Instrução Criminal”.
http://www.correiomanha.pt/noticia.a...Canal=10&p=200
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