A realidade de uma sociedade que concede subsidios e protege os seus cidadãos.
Para quem não souber, além desta realidade, de que fala a noticia abaixo, existem ainda os cidadãos que são compulsivamente "exilados" em determinados países e colónias no exterior da Alemanha, desde adolescentes com um perfil e historial de drogas e comportamentos inadaptados, a adultos considerados "personna non grata" pela sociedade ou comunidade do seu pais de origem.
Muitos de nós certamente já nos perguntámos como vivem alguns nas regiões do Alentejo e Costa Vicentina (maioritariamente), mas com os diversos subsídios provenientes da Alemanha, é possível comprar uma pequena propriedade e viverem despreocupadamente sem grandes sobressaltos.
Fontes:
Der Spiegel
Agências
DN
Para quem não souber, além desta realidade, de que fala a noticia abaixo, existem ainda os cidadãos que são compulsivamente "exilados" em determinados países e colónias no exterior da Alemanha, desde adolescentes com um perfil e historial de drogas e comportamentos inadaptados, a adultos considerados "personna non grata" pela sociedade ou comunidade do seu pais de origem.
Muitos de nós certamente já nos perguntámos como vivem alguns nas regiões do Alentejo e Costa Vicentina (maioritariamente), mas com os diversos subsídios provenientes da Alemanha, é possível comprar uma pequena propriedade e viverem despreocupadamente sem grandes sobressaltos.
Subsídios estatais estão a criar uma nova classe social na Alemanha
O cidadão da "nova classe social" alemã não passa fome, tem um tecto, carro e tem sempre dinheiro na carteira para gastar. É desempregado e beneficiário do sistema social do Estado. Estes novos "luxos", em especial para os alemães da ex- República Democrática Alemã, são recentes para quem abandonou forçosamente os seus postos de trabalho, mas a nível material estão sempre assegurados. A "desindustrialização" está a gerar uma nova classe de cidadãos improdutivos na Alemanha, considerados como "intrusos" sociais.
Hans e Birgit personificam o retrato comum de um casal desempregado, perto dos 50 anos, e que vivem de forma desafogada com subsídios estatais. Ambos trabalhavam numa das fábricas do antigo regime, mas com a queda do Muro chegou o desemprego e a desertificação.
Ambos são beneficiários do sistema social, do qual recebem um subsídio de desemprego de 750 euros mensais cada um, abono de família de 150 euros por cada filho até estes completarem 18 anos, e têm ainda direito a um subsídio de arrendamento. O orçamento mensal ultrapassa os 2000 euros numa família considerada pobre na actual Alemanha, que mais não é do que uma vítima das circunstâncias económicas e políticas.
Sociólogos alemães, que se dedicam ao fenómeno, traçaram um retrato geral destas famílias: assistem em média a cinco horas por dia de televisão, bebem e fumam muito, são grandes consumidores de fast food, a formação escolar abrange os estudos básicos, não têm interesse em aprender mais, vivem de ajuda social e em datas de eleições são os que mais contribuem com votos em partidos políticos extremistas, como o Partido Nacional Democrático (NPD) ou os Republicanos.
Os mesmos estudos revelam que esta nova classe social surgiu há uma década em países industrializados como a Alemanha, onde a economia moderna pouco tem para oferecer a quem não tem conhecimentos académicos. À medida que a globalização avança, esta nova classe social cresce na mesma proporção.
O jornalista da revista Der Spigel Gabor Steingart analisa o tema em profundidade num livro que já é best-seller: Alemanha - o Declínio de Uma Superstar, em que explica que o sistema social alemão está a transformar as pessoas que beneficiam da protecção do Estado em grandes monopolistas. "Esta realidade é uma faca de dois gumes, os consumidores vítimas do sistema são os que mais contribuem para que a produção de bens continue a ser feita em países de mão-de-obra barata; no Lidl, Aldi ou Karlstad é possível comprar electrodomésticos ou abastecer a despensa por poucas dezenas de euros, o que importa quem fabrica se é barato?"(...) "Para quê comprar uma máquina de lavar mais cara produzida em Nuremberga num ritmo de 38 horas semanais com salários justos, se se pode obter o mesmo feito em Taiwan ou na China, onde as horas de trabalho são longas e os salários miseráveis?" questiona no seu livro.
Steingart não poupa o sistema capitalista e afirma que "quem pensava que uma economia de mercado seria o passo final na história da economia é forçado a admitir que é um erro colossal; o mercado e o sistema financeiro deste sistema têm provocado o desaparecimento gradual da segurança social dos cidadãos". |
O cidadão da "nova classe social" alemã não passa fome, tem um tecto, carro e tem sempre dinheiro na carteira para gastar. É desempregado e beneficiário do sistema social do Estado. Estes novos "luxos", em especial para os alemães da ex- República Democrática Alemã, são recentes para quem abandonou forçosamente os seus postos de trabalho, mas a nível material estão sempre assegurados. A "desindustrialização" está a gerar uma nova classe de cidadãos improdutivos na Alemanha, considerados como "intrusos" sociais.
Hans e Birgit personificam o retrato comum de um casal desempregado, perto dos 50 anos, e que vivem de forma desafogada com subsídios estatais. Ambos trabalhavam numa das fábricas do antigo regime, mas com a queda do Muro chegou o desemprego e a desertificação.
Ambos são beneficiários do sistema social, do qual recebem um subsídio de desemprego de 750 euros mensais cada um, abono de família de 150 euros por cada filho até estes completarem 18 anos, e têm ainda direito a um subsídio de arrendamento. O orçamento mensal ultrapassa os 2000 euros numa família considerada pobre na actual Alemanha, que mais não é do que uma vítima das circunstâncias económicas e políticas.
Sociólogos alemães, que se dedicam ao fenómeno, traçaram um retrato geral destas famílias: assistem em média a cinco horas por dia de televisão, bebem e fumam muito, são grandes consumidores de fast food, a formação escolar abrange os estudos básicos, não têm interesse em aprender mais, vivem de ajuda social e em datas de eleições são os que mais contribuem com votos em partidos políticos extremistas, como o Partido Nacional Democrático (NPD) ou os Republicanos.
Os mesmos estudos revelam que esta nova classe social surgiu há uma década em países industrializados como a Alemanha, onde a economia moderna pouco tem para oferecer a quem não tem conhecimentos académicos. À medida que a globalização avança, esta nova classe social cresce na mesma proporção.
O jornalista da revista Der Spigel Gabor Steingart analisa o tema em profundidade num livro que já é best-seller: Alemanha - o Declínio de Uma Superstar, em que explica que o sistema social alemão está a transformar as pessoas que beneficiam da protecção do Estado em grandes monopolistas. "Esta realidade é uma faca de dois gumes, os consumidores vítimas do sistema são os que mais contribuem para que a produção de bens continue a ser feita em países de mão-de-obra barata; no Lidl, Aldi ou Karlstad é possível comprar electrodomésticos ou abastecer a despensa por poucas dezenas de euros, o que importa quem fabrica se é barato?"(...) "Para quê comprar uma máquina de lavar mais cara produzida em Nuremberga num ritmo de 38 horas semanais com salários justos, se se pode obter o mesmo feito em Taiwan ou na China, onde as horas de trabalho são longas e os salários miseráveis?" questiona no seu livro.
Steingart não poupa o sistema capitalista e afirma que "quem pensava que uma economia de mercado seria o passo final na história da economia é forçado a admitir que é um erro colossal; o mercado e o sistema financeiro deste sistema têm provocado o desaparecimento gradual da segurança social dos cidadãos". |
Der Spiegel
Agências
DN
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