Nascido no Irão, sub-21 alemão recusou viajar para Israel
Ashkan Dejagah é uma promessa emergente ainda à procura de um espaço entre a elite do futebol , mas conseguiu esta semana tornar-se o centro de todas as discussões na Alemanha. Iraniano de nascimento mas naturalizado alemão, Dejagah, de 21 anos, companheiro do português Alex no Wolfsburgo, provocou gigantes ondas de choque ao recusar viajar com a selecção sub-21 da Alemanha até Israel, para o jogo de qualificação para o Europeu da categoria, hoje, em Telavive.
A atitude de Ashkan Dejagah saltou imediatamente as fronteiras do futebol e instalou o debate sobre nacionalismo e anti-semitismo num país particularmente sensível. Dejagah, que foi para a Alemanha em criança com os seus pais iranianos, justificou a sua recusa com "razões pessoais" e explicou: "Tenho mais sangue iraniano nas minhas veias do que alemão. E faço isto por uma questão de respeito. Afinal de contas, os meus pais são iranianos."
Em Teerão, Dejagah foi de imediato saudado como um herói nacional. Desde a revolução islâmica de 1979, o Irão recusa aceitar o Estado de Israel e proibe os seus cidadãos iranianos de participar em qualquer evento desportivo realizado em território israelita. E ainda recentemente o presidente Mahmoud Ahmadinejad negou a existência do Holocausto.
As intenções de Dejagah, contudo, não têm a mesma base de intolerância. O jogador justificou a atitude com o facto de temer represálias caso viajasse para Israel, como por exemplo ficar impedido de entrar no Irão, onde ainda tem grande parte dos familiares.
Na Alemanha, a comunidade judaica indignou-se: "É impensável que um jogador da selecção alemã inicie um boicote privado aos judeus."
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