As declarações abaixo reproduzidas, que sugerem a defesa da unificação de Portugal e Espanha numa Ibéria, são escandalosas porque são proferidas por um ministro da República de Portugal que jurou cumprir a Constituição e tem por obrigação primordial pugnar pela defesa da soberania nacional. E mais grave ainda as declarações foram proferidas em Espanha e em nome do Governo Português!
Publicado no jornal galego "Faro de Vigo" 27-4-06
http://www.farodevigo.es/secciones/n...mEjemplar=2611
(Tradução)
Um político português declara-se "iberista confesso"
Mário Lino defende a história e o futuro comum entre Espanha e Portugal
X. A. Taboada / SANTIAGO
"Enquanto a Espanha é desde há meses sacudida pelos debates sobre os Estatutos de Autonomia ou se o Estado se desmenbra e "quebra" como nação, o ministro das Obras Públicas, Transportes, e Comunicações de Portugal confessou-se ontem, em Santiago (de Compostela), profundamente "iberista", convencido de que Portugal e Espanha têm pela frente um futuro em comum porque a sua História é também comum e a sua língua semelhante. Diante de umas 150 pessoas, na sua maioria membros de cargos directivos da Caixa Geral de Depósitos e da sua filial o Banco Simeón, Mário Lino proferiu uma conferência sobre "O papel das infra-estruturas no desenvolvimento do Noroeste Peninsular", e o ponto central do seu discurso consistiu em realçar a importância das relações que Portugal deve manter com a Espanha para traçar a sua rede de infra-estruturas.
"Sou iberista confesso. Temos uma história comum e uma língua comum. Há uma realidade histórica e cultural e a Ibéria é uma realidade que persegue tanto o governo Espanhol como o Português. E se há algo importante para estas relações são as infra-estruturas de transporte", comentou o ministro, três horas depois de se reunir com Perez-Touriño e num almoço-conferência.
Mário Lino justificou a demora em definir os prazos do AVE entre Vigo e o Porto porque é "absolutamente necessário" que esta infra-estrutura "seja um êxito", pelo que se trabalha com "o máximo rigor". Mas não deu mais detalhes. Alguém do público questionou sobre os prazos, e o ministro pôs-se à defesa: "Esta é a pergunta de um jornalista para ver se concretizo um prazo e me engano. A resposta será conhecida no final do ano, na cimeira luso-espanhola". Mas a questão não foi colocada por nenhum jornalista, mas sim por um elemento da Direcção do Grupo Caixa Geral de Depósitos.
Outro responsável da multinacional financeira portuguesa tentou colocar em dificuldades o ministro ao perguntar-lhe por que razão o AVE Vigo-Porto não se chamava Vigo-Braga, já que é um projecto português e a maior parte do percurso se situa em Portugal. Mário Lino procurou torneaer os argumentos, dizendo que na verdade a linha principal era Lisboa-Porto, que realmente se procurava ligar o maior número de povoações...mas deixou sem resposta a pergunta.
Lino defendeu a competição entre todas as infra-estruturas galegas e as do norte de Portugal, mas avisou que se devem "conceber em conjunto para se tirarem maiores proveitos" para ambos os territórios. Acompanhando o ministro estiveram o delegado do Governo na Galiza, Manuel Ameijeiras, a Conselheira de Política Territorial, Maria José Caride, ou o presidente da patronal galega, Antonio Fontenla."
Publicado no jornal galego "Faro de Vigo" 27-4-06
http://www.farodevigo.es/secciones/n...mEjemplar=2611
(Tradução)
Um político português declara-se "iberista confesso"
Mário Lino defende a história e o futuro comum entre Espanha e Portugal
X. A. Taboada / SANTIAGO
"Enquanto a Espanha é desde há meses sacudida pelos debates sobre os Estatutos de Autonomia ou se o Estado se desmenbra e "quebra" como nação, o ministro das Obras Públicas, Transportes, e Comunicações de Portugal confessou-se ontem, em Santiago (de Compostela), profundamente "iberista", convencido de que Portugal e Espanha têm pela frente um futuro em comum porque a sua História é também comum e a sua língua semelhante. Diante de umas 150 pessoas, na sua maioria membros de cargos directivos da Caixa Geral de Depósitos e da sua filial o Banco Simeón, Mário Lino proferiu uma conferência sobre "O papel das infra-estruturas no desenvolvimento do Noroeste Peninsular", e o ponto central do seu discurso consistiu em realçar a importância das relações que Portugal deve manter com a Espanha para traçar a sua rede de infra-estruturas.
"Sou iberista confesso. Temos uma história comum e uma língua comum. Há uma realidade histórica e cultural e a Ibéria é uma realidade que persegue tanto o governo Espanhol como o Português. E se há algo importante para estas relações são as infra-estruturas de transporte", comentou o ministro, três horas depois de se reunir com Perez-Touriño e num almoço-conferência.
Mário Lino justificou a demora em definir os prazos do AVE entre Vigo e o Porto porque é "absolutamente necessário" que esta infra-estrutura "seja um êxito", pelo que se trabalha com "o máximo rigor". Mas não deu mais detalhes. Alguém do público questionou sobre os prazos, e o ministro pôs-se à defesa: "Esta é a pergunta de um jornalista para ver se concretizo um prazo e me engano. A resposta será conhecida no final do ano, na cimeira luso-espanhola". Mas a questão não foi colocada por nenhum jornalista, mas sim por um elemento da Direcção do Grupo Caixa Geral de Depósitos.
Outro responsável da multinacional financeira portuguesa tentou colocar em dificuldades o ministro ao perguntar-lhe por que razão o AVE Vigo-Porto não se chamava Vigo-Braga, já que é um projecto português e a maior parte do percurso se situa em Portugal. Mário Lino procurou torneaer os argumentos, dizendo que na verdade a linha principal era Lisboa-Porto, que realmente se procurava ligar o maior número de povoações...mas deixou sem resposta a pergunta.
Lino defendeu a competição entre todas as infra-estruturas galegas e as do norte de Portugal, mas avisou que se devem "conceber em conjunto para se tirarem maiores proveitos" para ambos os territórios. Acompanhando o ministro estiveram o delegado do Governo na Galiza, Manuel Ameijeiras, a Conselheira de Política Territorial, Maria José Caride, ou o presidente da patronal galega, Antonio Fontenla."
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