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Vamos Longe Vamos. O futuro do Ensino em Portugal e a falta de educação...

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    Vamos Longe Vamos. O futuro do Ensino em Portugal e a falta de educação...

    É com este estado de coisas que não evoluiremos jamais.
    A educação no meu entender e não só o bastião e o pilar primeiro para uma democracia fundada em sólidos alicerces como alavanca de uma sociedade económicamente estável e em constante crescimento, mas assim meus amigos cuidem-se.
    Mais tarde ou mais cedo este apêndice da europa, pedaço de terra soalheiro será próspero sim mas para o turismo e serviços, porque de resto é só ler...

    Carta aberta ao Senhor Presidente da República Portuguesa

    Senhor Presidente da República Portuguesa,
    Excelência:

    Disse V. Ex.ª, no discurso do passado dia 5 de Outubro, que os professores precisavam de ser dignificados e eu ouso acrescentar: "Talvez V. Ex.ª não saiba bem quanto!"

    1. Sou professor há mais de trinta e seis anos e no ano passado tive o primeiro contacto com a maior mentira e o maior engano (não lhe chamo fraude porque talvez lhe falte a "má-fé") do ensino em Portugal que dá pelo nome de Cursos de Educação e Formação (CEF).

    A mentira começa logo no facto de dois anos nestes cursos darem equivalência ao 9.º ano, isto é, aldrabando a Matemática, dois é igual a três!

    Um aluno pode faltar dez, vinte, trinta vezes a uma ou a várias disciplinas (mesmo estando na escola), mas com aulas de remediação, de recuperação ou de compensação (chamem-lhe o que quiserem, mas serão sempre sucedâneos de aulas e nunca aulas verdadeiras como as outras) fica sem faltas. Pode ter cinco, dez ou quinze faltas disciplinares, pode inclusive ter sido suspenso que no fim do ano fica sem faltas, fica puro e imaculado como se nascesse nesse momento.

    Qual é a mensagem que o aluno retira deste procedimento? Que pode fazer tudo o que lhe apetecer que no final da ano desce sobre ele uma luz divina que o purifica ao contrário do que acontece na vida. Como se vê claramente não pode haver melhor incentivo à irresponsabilidade do que este.

    2. Actualmente sinto vergonha de ser professor porque muitos alunos podem este ano encontrar-me na rua e dizerem: "Lá vai o palerma que se fartou de me dizer para me portar bem, que me dizia que podia reprovar por faltas e, afinal, não me aconteceu nada disso. Grande estúpido!"

    3. É muito fácil falar de alunos problemáticos a partir dos gabinetes, mas a distância que vai deles até às salas de aula é abissal. E é-o porque quando os responsáveis aparecem numa escola levam atrás de si (ou à sua frente, tanto faz) um magote de televisões e de jornalistas que se atropelam uns aos outros. Deviam era aparecer nas escolas sem avisar, sem jornalistas, trazer o seu carro particular e não terem lugar para estacionar como acontece na minha escola.

    Quando aparecem fazem-no com crianças escolhidas e pagas por uma empresa de casting para ficarem bonitos (as crianças e os governantes) na televisão.

    Os nossos alunos não são recrutados dessa maneira, não são louros, não têm caracóis no cabelo nem vestem roupa de marca.

    Os nossos alunos entram na sala de aula aos berros e aos encontrões, trazem vestidas camisolas interiores cavadas, cheiram a suor e a outras coisas e têm os dentes em mísero estado.

    Os nossos alunos estão em estado bruto, estão tal e qual a Natureza os fez, cresceram como silvas que nunca viram uma tesoura de poda. Apesar de terem 15/16 anos parece que nunca conviveram com gente civilizada.

    Não fazem distinção entre o recreio e o interior da sala de aula onde entram de boné na cabeça, headphones nos ouvidos continuando as conversas que traziam do recreio.

    Os nossos alunos entram na sala, sentam-se na cadeira, abrem as pernas, deixam-se escorregar pela cadeira abaixo e não trazem nem esferográfica nem uma folha de papel onde possam escrever seja o que for.

    Quando lhes digo para se sentarem direitos, para se desencostarem da parede, para não se virarem para trás, olham-me de soslaio como que a dizer "Olha-me este!" e passados alguns segundos estão com as mesmas atitudes.

    4. Eu não quero alunos perfeitos. Eu quero apenas alunos normais!!!

    Alunos que ao serem repreendidos não contradigam o que eu disse e que ao serem novamente chamados à razão não voltem a responder querendo ter a última palavra desafiando a minha autoridade, não me respeitando nem como pessoa mais velha nem como professor. Se nunca tive de aturar faltas de educação aos meus filhos porque é que hei-de aturar faltas de educação aos filhos dos outros? O Estado paga-me para ensinar os alunos, para os educar e ajudar a crescer; não me paga para os aturar! Quem vai conseguir dar aulas a alunos destes até aos 65 anos de idade?

    Actualmente só vai para professor quem não está no seu juízo perfeito mas, se o estiver, em cinco anos (ou cinco meses bastarão?...) os alunos se encarregarão de lhe arruinar completamente a sanidade mental.

    Eu quero alunos que não falem todos ao mesmo tempo sobre coisas que não têm nada a ver com as aulas e quando peço a um que se cale ele não me responda: "Porque é que me mandou calar a mim? Não vê os outros também a falar?"

    Eu quero alunos que não façam comentários despropositados de modo que os outros se riam e respondam ao que eles disseram ateando o rastilho da balbúrdia em que ninguém se entende.

    Eu quero alunos que não me obriguem a repetir em todas as aulas: "Entrem, sentem-se e calem-se!"

    Eu quero alunos que não usem artes de ventríloquo para assobiar, cantar, grunhir, mugir, roncar e emitir outros sons. É claro que se eu não quisesse dar mais aula bastaria perguntar quem tinha sido e não sairia mais dali pois ninguém assumiria a responsabilidade.

    Eu quero alunos que não desconheçam a existência de expressões como "obrigado", "por favor" e "desculpe" e que as usem sempre que o seu emprego se justifique.

    Eu quero alunos que ao serem chamados a participar na aula não me olhem com enfado dizendo interiormente "Mas o que é que este quer agora?" e demorem uma eternidade a disponibilizar-se para a tarefa como se me estivessem a fazer um grande favor. Que fique bem claro que os alunos não me fazem favor nenhum em estarem na aula e a portarem-se bem.

    Eu quero alunos que não estejam constantemente a receber e a enviar mensagens por telemóvel e a recusarem-se a entregar-mo quando lhes peço para terminar esse contacto com o exterior pois esses alunos "não estão na sala", estão com a cabeça em outros mundos.

    Eu sou um trabalhador como outro qualquer e como tal exijo condições de trabalho! Ora, como é que eu posso construir uma frase coerente, como é que eu posso escolher as palavras certas para ser claro e convincente se vejo um aluno a balouçar-se na cadeira, outro virado para trás a rir-se, outro a mexer no telemóvel e outro com a cabeça pousada na mesa a querer dormir?

    Quando as aulas são apoiadas por fichas de trabalho, gostaria que os alunos, ao saírem da sala, não as amarrotassem e as deitassem no cesto do lixo mesmo à minha frente ou não as deixassem "esquecidas" em cima da mesa.

    Nos últimos cinco minutos de uma aula disse aos alunos que se aproximassem da secretária pois iria fazer uma experiência ilustrando o que tinha sido explicado e eles puseram os bonés na cabeça, as mochilas às costas e encaminharam-se todos em grande conversa para a porta da sala à espera que tocasse. Disse-lhes: "Meus meninos, a aula ainda não acabou! Cheguem-se aqui para verem a experiência!", mas nenhum deles se moveu um milímetro!!!

    Como é possível, com alunos destes, criar a empatia necessária para uma aula bem-sucedida?

    É por estas e por outras que eu NÃO ADMITO A NINGUÉM, RIGOROSAMENTE A NINGUÉM, que ouse pensar, insinuar ou dizer que se os meus alunos não aprendem a culpa é minha!!!

    5. No ano passado tive uma turma do 10.º ano de um curso profissional em que um aluno, para resolver um problema no quadro, tinha de multiplicar 0,5 por 2 e este virou-se para os colegas a perguntar quem tinha uma máquina de calcular!!! No mesmo dia e na mesma turma outro aluno também pediu uma máquina de calcular para dividir 25,6 por 1.

    Estes alunos podem não saber efectuar estas operações sem máquina e talvez tenham esse direito. O que não se pode é dizer que são alunos de uma turma do 10.º ano!!!

    Com este tipo de qualificação dada aos alunos não me admira que, daqui a dois ou três anos, estejamos à frente de todos os países europeus e do resto do mundo. Talvez estejamos, só que os alunos continuarão a ser brutos, burros, ignorantes e desqualificados mas com um diploma!!!

    6. São estes os alunos que, ao regressarem à escola, tanto orgulho dão ao Governo. Só que ninguém diz que os Cursos de Educação e Formação são enormes ecopontos (não sejamos hipócritas nem tenhamos medo das palavras) onde desaguam os alunos das mais diversas proveniências e com histórias de vida escolar e familiar de arrepiar desde várias repetências e inúmeras faltas disciplinares, até famílias irresponsáveis.

    Para os que têm traumas, doenças, carências, limitações e dificuldades várias há médicos, psicólogos, assistentes sociais e outros técnicos, em quantidade suficiente, para os ajudar e complementar o trabalho dos professores?

    Há alunos que têm o sublime descaramento de dizer que não andam na escola para estudar mas para "tirar o 9.º ano".

    Outros há que, simplesmente, não sabem o que andam a fazer na escola...

    E, por último, existem os que se passeiam na escola só para boicotar as aulas e para infernizar a vida aos professores. Quem é que consegue ensinar seja o que for a alunos destes? E porque é que eu tenho de os aturar numa sala de aula durante períodos de 90 e de 45 minutos por semana durante um ano lectivo? A troco de quê? Da gratidão da sociedade e do reconhecimento e do apreço do Ministério não é, de certeza absoluta!

    7. Eu desafio seja quem for do Ministério da Educação (ou de outra área da sociedade) a enfrentar (o verbo é mesmo esse, "enfrentar", já que de uma luta se trata...), durante uma semana apenas, uma turma destas sozinho, sem jornalistas nem guarda-costas, e cumprir um horário de professor tentando ensinar um assunto qualquer de uma unidade didáctica do programa escolar.

    Eu quero saber se ao fim dessa semana esse ilustre voluntário ainda estará com vontade de continuar. E não me digam que isto é demagogia porque demagogia é falar das coisas sem as conhecer e a realidade escolar está numa sala de aula com alunos de carne, osso e odores e não num gabinete onde esses alunos são números num mapa de estatística e eu sei perfeitamente que o que o Governo quer são números para esse mapa, quer os alunos saibam estar sentados numa cadeira ou não (saber ler e explicar o que leram seria pedir demasiado pois esse conhecimento justificaria equivalência, não ao 9.º ano, mas a um bacharelato...).

    É preciso que o Ministério diga aos alunos que a aprendizagem exige esforço, que aprender custa, que aprender "dói"! É preciso dizer aos alunos que não basta andar na escola de telemóvel na mão para memorizar conhecimentos, aprender técnicas e adoptar posturas e comportamentos socialmente correctos.

    Se V.Ex.ª achar que eu sou pessimista e que estou a perder a sensibilidade por estar em contacto diário com este tipo de jovens, pergunte a opinião de outros professores, indague junto das escolas, mande alguém saber. Mas tenha cuidado porque estes cursos são uma mentira...

    Permita-me discordar de V. Ex.ª mas dizer que os professores têm de ser dignificados é pouco, muito pouco mesmo...

    Atenciosamente

    Domingos Freire Cardoso
    Professor de Ciências Físico-Químicas
    educare.pt

    SIC GLORIA TRANSIT PORTUCALE

    #2

    Comentário


      #3
      Eu estive em turmas assim.
      Turmas de 30 onde apenas meia-dúzia continuou os estudos...
      E ainda querem tornar o 12º ano obrigatório...

      Cumprimentos

      Comentário


        #4
        "Nada porreiro isto, pá!"

        Originalmente Colocado por Jeandré Ver Post
        Eu estive em turmas assim.
        Turmas de 30 onde apenas meia-dúzia continuou os estudos...
        E ainda querem tornar o 12º ano obrigatório...

        Cumprimentos
        Como professor!? Tiro-te desde já o chapéu e dou-te os meus parabéns, mesmo que não sejas aqui fica a minha palavra de agradecimento a todos os demais que profícuamente executam essa àrdua tarefa, ensinar, transmitir conhecimento, dar de si em tão míseras condições.

        Também estudei em turmas de 30 e mais alunos há uns largos anos e não me recordo de "tamanha bandalheira", o respeito ganha-se não só por si como para com a figura que o Sr.Professor representa já.

        Assiste-se a um constante atropelo e desrespeito pelos simbolos de autoridade, é por demais, já estou como o outro, será que os novos professores terão de tirar um estágio de 6 meses numa escola de Sargentos!?

        Comentário


          #5
          Para mim é apenas uma questão de autoridade.

          Dinheiro, pelos vistos não falta (vidé o OE2008).

          Falta e visão, coragem e determinação para que a Escola seja o centro de ensino e não um centro de bandalheira.

          Mas para isso precisamos de um Governo com um sentido de autoridade que não se confunda com o sentido de oportunismo político.

          Comentário


            #6
            Originalmente Colocado por Jeandré Ver Post
            Eu estive em turmas assim.
            Turmas de 30 onde apenas meia-dúzia continuou os estudos...
            E ainda querem tornar o 12º ano obrigatório...

            Cumprimentos
            Questão de aparecer bem nas estatísticas europeias...

            Portugal é assim mesmo: quer adoptar políticas e funcionalidades evoluídas mas desadaptadas (e até incompatíveis devido à mentalidade) da realidade social nacional.

            Comentário


              #7
              Não digo que os professores tenham culpa em tal situação, mas em parte sim, a culpa também é dos professores. Vou dar um exemplo: quando andava no secundário, já lá vão 10 anos, não havia tamanha falta de respeito, mas havia alguma. O mais caricato era ver que a mesma turma, os mesmos alunos comportavam-se de uma forma completamente diferente consoante o professor. Ora em certas aulas, a maior parte da turma criava problemas, toda a gente conversava dentro da sala, não havia condições para aprender. Mas noutras disciplinas, a mesma turma, os mesmos alunos comportavam-se de forma completamente oposta, eram bem comportados, não conversavam dentro da sala, mantinham uma postura correcta e de respeito para com o professor. E porquê? Porque o professor impunha tal respeito. Sim, há turmas complicadas, sim, há alunos muito problemáticos, mas também há professores que não sabem impor respeito, não sabem dar-se ao respeito.

              Comentário


                #8
                Originalmente Colocado por João_Bráz Ver Post
                Não digo que os professores tenham culpa em tal situação, mas em parte sim, a culpa também é dos professores. Vou dar um exemplo: quando andava no secundário, já lá vão 10 anos, não havia tamanha falta de respeito, mas havia alguma. O mais caricato era ver que a mesma turma, os mesmos alunos comportavam-se de uma forma completamente diferente consoante o professor. Ora em certas aulas, a maior parte da turma criava problemas, toda a gente conversava dentro da sala, não havia condições para aprender. Mas noutras disciplinas, a mesma turma, os mesmos alunos comportavam-se de forma completamente oposta, eram bem comportados, não conversavam dentro da sala, mantinham uma postura correcta e de respeito para com o professor. E porquê? Porque o professor impunha tal respeito. Sim, há turmas complicadas, sim, há alunos muito problemáticos, mas também há professores que não sabem impor respeito, não sabem dar-se ao respeito.
                O respeito começa em casa... quando não existe não é o professor que tem de educar os alunos.
                O professor tem de instruir não educar...

                Comentário


                  #9
                  Originalmente Colocado por João_Bráz Ver Post
                  Não digo que os professores tenham culpa em tal situação, mas em parte sim, a culpa também é dos professores. Vou dar um exemplo: quando andava no secundário, já lá vão 10 anos, não havia tamanha falta de respeito, mas havia alguma. O mais caricato era ver que a mesma turma, os mesmos alunos comportavam-se de uma forma completamente diferente consoante o professor. Ora em certas aulas, a maior parte da turma criava problemas, toda a gente conversava dentro da sala, não havia condições para aprender. Mas noutras disciplinas, a mesma turma, os mesmos alunos comportavam-se de forma completamente oposta, eram bem comportados, não conversavam dentro da sala, mantinham uma postura correcta e de respeito para com o professor. E porquê? Porque o professor impunha tal respeito. Sim, há turmas complicadas, sim, há alunos muito problemáticos, mas também há professores que não sabem impor respeito, não sabem dar-se ao respeito.
                  ??

                  olha olha lol

                  os professores nao são pais de ninguem :S

                  muito menos têm de impor respeito, até porque isso é cada vez mais dificil nos dias de hoje.

                  ainda vinham os papás pedir satisfaçoes aos professores, por tentarem educar os seus filhos prodigios.

                  Comentário


                    #10
                    Originalmente Colocado por jcc Ver Post
                    Como professor!?
                    Não, como aluno, e mesmo como aluno senti-me prejudicado por comportamentos inadmissíveis por parte de colegas que estavam lá obrigados e como não queriam estar lá iam numa de boicotar o trabalho e o estudo dos outros.
                    Mas a minha mãe é professora e também tem um bom rol de histórias para contar...
                    Eu não me esqueço que na minha escola um professor levou com um apagador de madeira do quadro na cabeça!!!

                    Cumprimentos

                    Comentário


                      #11
                      Originalmente Colocado por jol2110 Ver Post
                      O respeito começa em casa... quando não existe não é o professor que tem de educar os alunos.
                      O professor tem de instruir não educar...
                      Para instruir há que primeiro educar, porque sem educação não há instrução. E se não há educação em casa, então que haja na escola.

                      Originalmente Colocado por Movyk Ver Post
                      ??

                      olha olha lol

                      os professores nao são pais de ninguem :S

                      muito menos têm de impor respeito, até porque isso é cada vez mais dificil nos dias de hoje.

                      ainda vinham os papás pedir satisfaçoes aos professores, por tentarem educar os seus filhos prodigios.
                      Então, o que se vai fazer? Cruzar os braços porque a educação é da competência dos pais? Então, sugiro que, em toda e qualquer sala de aula, todo e qualquer aluno que não tenha educação seja dispensado da mesma, sem prejuizo para o seu percurso escolar. Afinal, se os professores preferem cruzar os braços e não educarem...

                      Comentário


                        #12
                        Infelizmente esta situação relatada por este meu colega de profissão é a triste realidade com que temos de viver...

                        É impossível os alunos aprenderem se estão na escola e não têm objectivos...
                        Se os principais responsáveis ME cada vez se preocupam menos com a exigência e a responsabilidade dos alunos, transformando os professores na causa do problema.

                        Considero-me um bom profissional, preocupado com o sucesso dos meus alunos, não só a nível escolar, mas também a nível pessoal...
                        Mas, não tenho ilusões, não consigo mudar a realidade.

                        Quando falam que há professores em que as aulas correm melhor e outros não, isso é verdade.
                        Agora não há milagres, quando os alunos não querem, não interessa o professor, não interessa se é bom ou mau...
                        Simplesmente é impossível.

                        Ainda agora, na minha direcção de turma tenho dois alunos que são repetentes no oitavo ano (já tinham passado há dois anos com OITO negativas!!!) e que continuam este ano a não se interessar minimamente pela escola.

                        Em reunião de professores chegou-se à conclusão que seria melhor para eles e para a turma que fossem transferidos para um CEF.
                        Falei com os pais, disse-lhes que não tivessem ilusões e que os alunos iriam reprovar.
                        Os pais concordaram na mudança.

                        Mas, para minha surpresa, os alunos recusam-se a ir transferidos, mesmo tendo consciência que vão reprovar...
                        Quando se lhes pergunta porquê, não sabem responder...

                        Enfim, o que fazer?
                        O que fazer a alunos que não querem fazer absolutamente nada?


                        Relativamente aos CEF, como aparece na carta, infelizmente é uma maneira triste de apresentar estatísticas de qualificação...
                        Assim, como é as novas oportunidades...

                        Já tenho alunos a dizerem que mesmo não acabando o nono ano, quando forem trabalhar, tiram o nono ano sem ir à escola...

                        Neste momento há dois assuntos que se falam nas escolas,
                        para os mais velhos é fala-se de reformas, principalmente reformas antecipadas...
                        Para os novos, é falar em desilusão, em vontade de mudar...

                        Esta a triste realidade que se vive na escola, se não acreditam, perguntem a alguém da vossa confiança.

                        Farto de demagogias e mentiras ando eu farto de ouvir da ministra...

                        Comentário


                          #13
                          Originalmente Colocado por João_Bráz Ver Post
                          Para instruir há que primeiro educar, porque sem educação não há instrução. E se não há educação em casa, então que haja na escola.



                          Então, o que se vai fazer? Cruzar os braços porque a educação é da competência dos pais? Então, sugiro que, em toda e qualquer sala de aula, todo e qualquer aluno que não tenha educação seja dispensado da mesma, sem prejuizo para o seu percurso escolar. Afinal, se os professores preferem cruzar os braços e não educarem...
                          Há aí uma premissa importante que está a esquecer.
                          professor é aquele que ensina.

                          Mas, qual o professor que não se preocupa com a educação dos seus alunos?

                          Agora, qual será o principal papel do professor?
                          Qual deve ser a sua maior preocupação?
                          Educar ou Ensinar?

                          Qual o papel dos pais?

                          Comentário


                            #14
                            E soluções, há?

                            Comentário


                              #15
                              Originalmente Colocado por Karma Ver Post
                              E soluções, há?
                              Há, mas vivemos numa sociedade que se melindra com facilidade e que não gosta de ouvir/ler o que, de facto, faria este tipo de situações reduzir-se a uma ínfima existência...

                              Comentário


                                #16
                                "Porreiro, pá!" Estou cheio de ideias quando chegar a casa

                                Originalmente Colocado por Karma Ver Post
                                E soluções, há?
                                Sócrates «impressionado» com organização do ensino finlandês

                                No primeiro ponto do programa da sua visita oficial de 24 horas à Finlândia, José Sócrates visitou uma escola de Helsínquia considerada modelo ao nível do Ensino Básico.

                                A Escola Básica de Ressu tem 400 alunos, com idades compreendidas entre os sete e os 16 anos, e 37 professores no quadro.

                                Acompanhado pelos ministros da Economia e da Inovação, Manuel Pinho, e da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Mariano Gago, Sócrates ouviu dos responsáveis pela direcção do estabelecimento de ensino uma explicação sumária sobre o funcionamento da escola, propriedade do município de Helsínquia.

                                A autarquia suporta todos os custos de funcionamento, incluindo livros e outros materiais escolares.

                                O chefe do Governo português ficou a saber que a política nacional de combate ao insucesso escolar na Finlândia começou a ser concretizada na década de 70 e que na Escola Básica de Ressu há sempre um professor na sala de aula unicamente dedicado a ajudar os alunos que revelarem maiores dificuldades na aprendizagem de uma determinada matéria.

                                O primeiro-ministro quis saber se os alunos com maiores dificuldades de aprendizagem são ajudados com aulas extra, mas os responsáveis da escola explicaram-lhe que esse tempo lectivo suplementar era considerado desnecessário.

                                "Numa sala de aula, há sempre mais do que um professor. Logo que um aluno revela uma dificuldade, um dos professores da sala assiste-o", contrapôs uma das directoras da escola.

                                José Sócrates visitou depois uma sala de aula de crianças com sete anos, cuja aula estava a decorrer totalmente em inglês e em que os alunos revelaram plena compreensão deste idioma.

                                Com José Sócrates, entraram na sala de aula cerca de 20 pessoas, incluindo repórteres de imagem, mas o aparato da chegada nem por um momento fez com que as crianças desviassem a sua atenção da lição que estava a ser dada pelo professor.

                                Depois de ler uma história em inglês, o professor pediu às crianças para abrirem os respectivos computadores e seleccionarem um programa informático de aritmética - apelo que foi cumprido imediatamente.

                                No final da visita, o primeiro-ministro português confessou aos directores daquela escola que estava "impressionado" com o que vira e ouvira.

                                Sócrates ficou a saber que, na Finlândia, os professores dos 12 graus de ensino antes dos níveis politécnico e universitário são seleccionados por decisão dos conselhos de escola, organismo com representantes da autarquia e dos pais, mas também com um elemento indicado pelos professores e outro pelos alunos.

                                Nos 12 primeiros graus escolares, cada escola é avaliada pelo seu desempenho - mas não unicamente com base nas notas averbadas pelos alunos em exames nacionais - e as que registarem melhores índices de desempenho têm direito a um reforço do orçamento.

                                Em Helsínquia, 11 por cento dos alunos são filhos de imigrantes.

                                Estas crianças têm direito a aulas na sua língua materna, sendo os respectivos professores seleccionados pelas comunidades estrangeiras residentes em cada localidade do país, a partir de uma lista fornecida pela autoridade local finlandesa.

                                Nas conversas que teve na escola, José Sócrates ficou ainda mais espantado quando ouviu que na Finlândia os melhores alunos "querem ser professores".

                                "Não é por causa do salário, que não é muito elevado. Ser professor significa respeitabilidade social", explicou uma das directoras da Escola Básica de Ressu.

                                No final da visita, o primeiro-ministro ofereceu à escola uma guitarra portuguesa e recebeu dos alunos um boneco de um coelho sentado numa carteira escolar.
                                Notícias lusófonas


                                É parecido por cá né!

                                SIC GLORIA TRANSIT PORTUCALE
                                Editado pela última vez por jcc; 18 November 2007, 16:43.

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                                  #17
                                  Originalmente Colocado por Karma Ver Post
                                  E soluções, há?
                                  Têm é sido apresentadas "soluções" que pioram o problema. Há que saber se queremos "ficar bem nas estatísticas" ou implementar um ensino de qualidade. Para mim é claro, enveredando pelo facilitismo, só iremos conseguir o primeiro, para o segundo é preciso esquecer as estatísticas por uns bons tempos, mas se as decisões forem bem tomadas, iremos colher os frutos no futuro.

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                                    #18
                                    Originalmente Colocado por K2000 Ver Post
                                    Têm é sido apresentadas "soluções" que pioram o problema. Há que saber se queremos "ficar bem nas estatísticas" ou implementar um ensino de qualidade. Para mim é claro, enveredando pelo facilitismo, só iremos conseguir o primeiro, para o segundo é preciso esquecer as estatísticas por uns bons tempos, mas se as decisões forem bem tomadas, iremos colher os frutos no futuro.
                                    A solução é importar finlandeses, tá visto.

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                                      #19
                                      Originalmente Colocado por Karma Ver Post
                                      A solução é importar finlandeses, tá visto.
                                      Boa ideia! Cá para mim podíamos começar por importar um primeiro ministro finlandês, o que achas? Era uma grande aquisição! (Estilo clubes de futebol, lol)

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                                        #20
                                        Originalmente Colocado por K2000 Ver Post
                                        Boa ideia! Cá para mim podíamos começar por importar um primeiro ministro finlandês, o que achas? Era uma grande aquisição! (Estilo clubes de futebol, lol)
                                        Não fazia nada de jeito. Isto tá cheio de portugueses.

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                                          #21
                                          Originalmente Colocado por Karma Ver Post
                                          Não fazia nada de jeito. Isto tá cheio de portugueses.
                                          Estás a insinuar que temos de renovar o plantel todo? AI AI, isso não vai ficar barato!

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                                            #22
                                            Originalmente Colocado por K2000 Ver Post
                                            Estás a insinuar que temos de renovar o plantel todo? AI AI, isso não vai ficar barato!
                                            Agora fora de brincadeiras, não podemos olhar para os outros países e transpor tudo directamente para o nosso. Se na Finlândia as coisas funcionam é porque vivem lá finlandeses. Tal como há coisas que funcionam cá em Portugal mas não funcionam em Marrocos ou no Vietname. Sâo cultura diferentes.

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                                              #23
                                              Originalmente Colocado por Karma Ver Post
                                              Agora fora de brincadeiras, não podemos olhar para os outros países e transpor tudo directamente para o nosso. Se na Finlândia as coisas funcionam é porque vivem lá finlandeses. Tal como há coisas que funcionam cá em Portugal mas não funcionam em Marrocos ou no Vietname. Sâo cultura diferentes.
                                              Concordo em grande parte, mas não a 100%. Os exemplos escandinavos são muitas vezes olhados como exemplos, mas não só por nós, pobres povos primitivos do sul, mas também pelos países da europa central, as coisas não são horríveis cá e maravilhosas em todo o lado. Há casos e casos, e no caso específico da educação, há muita "experimentação", uma corre bem, mas muita corre mal. O problema é que por cá também há disso, mas daquela que qualquer imbecil vê logo à partida que vai dar maus resultados.

                                              Não precisamos de falar em termos teóricos, tomemos como exemplo mais recente das faltas, em que se despenalizam à grande e à francesa... Isso é óptimo para passar "administrativamente" os alunos problemáticos, e pronto, aí temos uma solução aos problemas instantânea estilo sopas knorr.

                                              A nossa mentalidade tem importância sim senhor, mas as decisões políticas tratam logo de destruir toda e qualquer hipótese que pudéssemos ter em melhorar o ensino.

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                                                #24
                                                Enfim, é a triste realidade que se passa nas escolas de Norte a Sul deste País!!

                                                Lido com isto no dia a dia, embora eu não esteja num CEF, estou a fazer o 12º ano, via profissionalizante, engraçado, há lá um grupo de 4 - 5 alunos, que agora se estão a ver apertados, porquê? Chegaram lá, porque aquilo tem estrutura modular, blá blá blá, pensaram que aquilo era oferecido, que não era preciso estudar, enfim, agora é negativas

                                                E chega a haver cenas tristes mesmo, dentro de uma saula de aula, eu próprio tenho pena dos professores, que no dia a dia tem que aturar os filhos dos outros (sim, aturar, porque eles aturam mais que àquilo que ensinam, pois os alunos não lhes possibilitam os 45 ou 90 minutos de aula para ensinar), e por vezes ainda são repreendidos pelos alunos.

                                                Um exemplo:
                                                Uma aula prática de Electrónica Fundamental, como os alunos na aula anterior, se fartaram de dar teoria, e o professor já farto de queixas, que era só teoria teoria e mais teoria (Como querem eles prática sem saber Teoria? ), lá arranjou uma actividade que não tem nada a ver com a matéria que estamos a dar actualmente, meteu-nos a cortar madeira, entretanto como é uma oficina, com o barulho das máquinas, e devido ao professor ter tido um grave problema de audição e agora ouve mal, de um lado da sala, o professor e do lado oposto um colega meu, ora com aquela barulheira toda, o que é que o aluno se lembra, meter-se aos berros "Filho da p*t@", como o professor não conseguia ouvir, lá foi o aluno todo contente...!

                                                Depois, outra coisa, é o medo que os professores tem de meter o aluno na rua, eu nunca fui para a rua e muito menos com medida cautelar (ou participação) para o conselho executivo, agora mal um professor mande para a rua ou para o conselho, o aluno "Eh professora, vá lá, deixe lá passar mais uma vez..." E inadimissivel! Os professores acho que deviam ter "pulso forte" era à primeira que fosse, rua e pronto, não havia cá deixar passar, enfim... eu como aluno chego a ter pena dos professores!!! Coisa que se disser aos meus colegas, sou literalmente morto a tiro

                                                Cada vez gosto menos de ser Português, principalmente depois de ler esse relato da escola Finlândesa!!

                                                Cumpts.

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                                                  #25
                                                  Os nossos alunos entram na sala de aula aos berros e aos encontrões, trazem vestidas camisolas interiores cavadas, cheiram a suor e a outras coisas e têm os dentes em mísero estado

                                                  Esse professor se não sabe dar aulas que dê o lugar a outro, o que não falta é professores no desemprego

                                                  Já agora que culpa tem os alunos de terem os dentes maus? e o que o professor tem a ver com isso? e de cheirarem a suor?

                                                  eu sai da escola há 20anos e no meu tempo era assim , havia droga na escola e porrada todos os dias, tb se cheirava a suor, pk se jogava á bola nos intervalos, tb se fazia actos de vandalismo proprios da idade e tb se entrava na sala de aula aos berros etc...
                                                  e não foi por isso que deixei de estudar. E felizmente nunca tive falt de trabalho.
                                                  Esse troglodita desse professor até parece que nunca teve 14 ou 15 anos.

                                                  Comentário


                                                    #26
                                                    Originalmente Colocado por Nephilim Ver Post
                                                    Os nossos alunos entram na sala de aula aos berros e aos encontrões, trazem vestidas camisolas interiores cavadas, cheiram a suor e a outras coisas e têm os dentes em mísero estado

                                                    Esse professor se não sabe dar aulas que dê o lugar a outro, o que não falta é professores no desemprego

                                                    Já agora que culpa tem os alunos de terem os dentes maus? e o que o professor tem a ver com isso? e de cheirarem a suor?

                                                    eu sai da escola há 20anos e no meu tempo era assim , havia droga na escola e porrada todos os dias, tb se cheirava a suor, pk se jogava á bola nos intervalos, tb se fazia actos de vandalismo proprios da idade e tb se entrava na sala de aula aos berros etc...
                                                    e não foi por isso que deixei de estudar. E felizmente nunca tive falt de trabalho.
                                                    Esse troglodita desse professor até parece que nunca teve 14 ou 15 anos.
                                                    O que são vandalismos próprios da idade

                                                    Comentário


                                                      #27
                                                      Originalmente Colocado por K2000 Ver Post
                                                      O que são vandalismos próprios da idade
                                                      Assim por alto os mais frequentes qdo andei na escola era riscar nas carteiras e paredes, partir uns vidros a jogar futebol...

                                                      depois havia os um pouco superiores como rebentar bombas de carnaval no refeitorio dentro de laranjas, e dentro das sanitas qu ficavam em cacos, roubar parafusos...

                                                      e por fim os mais radicais como vandalismo puro de alta destruição que era partir tudo ou agredir pessoas, estes ultimos mto condenados e nao é todos os putos que o faziam felizmente.
                                                      Neste ultimo grupo lembro-me 1 ano antes de ter entrado na escola secundaria tinha havido um aluno que tinham atirado um funcionario pelas escadas abaixo e tb se chegou a electrocutar um professor com a maçaneta da porta.... isto no inicio dos anos 80... como veem estas coisas não sao de agora

                                                      Comentário


                                                        #28
                                                        Originalmente Colocado por Nephilim Ver Post
                                                        Assim por alto os mais frequentes qdo andei na escola era riscar nas carteiras e paredes, partir uns vidros a jogar futebol...

                                                        depois havia os um pouco superiores como rebentar bombas de carnaval no refeitorio dentro de laranjas, e dentro das sanitas qu ficavam em cacos, roubar parafusos...

                                                        e por fim os mais radicais como vandalismo puro de alta destruição que era partir tudo ou agredir pessoas, estes ultimos mto condenados e nao é todos os putos que o faziam felizmente.
                                                        Neste ultimo grupo lembro-me 1 ano antes de ter entrado na escola secundaria tinha havido um aluno que tinham atirado um funcionario pelas escadas abaixo e tb se chegou a electrocutar um professor com a maçaneta da porta.... isto no inicio dos anos 80... como veem estas coisas não sao de agora
                                                        Ah pois não, e pelo andar da carruagem, cada vez pior. O que me preocupa é achares isso normal. Vandalismo não é aceitável, seja ele pequeno ou grande, ponto final. Quanto ao outro caso, isso já é caso para os tribunais.

                                                        Comentário


                                                          #29
                                                          Quando eu pensava que o Nephilim havia surpreendido... eis que surge com um novo coelho tirado da cartola.

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                                                            #30
                                                            Originalmente Colocado por K2000 Ver Post
                                                            Ah pois não, e pelo andar da carruagem, cada vez pior. O que me preocupa é achares isso normal. Vandalismo não é aceitável, seja ele pequeno ou grande, ponto final. Quanto ao outro caso, isso já é caso para os tribunais.
                                                            o achar "normal" não quer dizer que o aceite ou que seja aceitavel

                                                            Quem em puto nunca partiu um vidro? ou escreveu numa secretaria ou parede? ou gritou onde nao devia? etc etc...

                                                            No entanto há vndalismo bem mais grave e já mais "anormal" esse deve e bem ser condenado.

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