como é tema da moda neste forum, deixo aqui uma historia que o Nicolau Santos do jornal Expresso escrveu na sua semanal cronica, deste sabado, e outra da Manuela Ferreira Leite, que me parecem revelar bem como......... "o rei vai nu"..
Nicolau Santos, Jornal Expresso de 17de Novembro de 2007
"Uma empresa entregou em Agosto de 2004 a declaração de IVA. Contudo, após ter sido detectado um erro no apuramento, foi entregue uma declaração periódica de substituição, com mais €84,13, verba que foi liquidada. Em Maio de 2005, a empresa é notificada para pagar juros compensatórios de €64,29, que foram pagos.
Mas, em Abril de 2006, surge uma coima para pagar de €1600 (!), mais custas de processo de €44,50, com um prazo de 15 dias para reclamar e a indicação de que, se a empresa não interpusesse recurso e se efectuasse o pagamento no prazo de 15 dias, a coima seria de apenas 75% daquele valor.
A empresa reclamou por duas vezes, em Maio e Agosto de 2006, mas até hoje não obteve resposta. Contudo, em Março de 2007, a empresa precisou de uma declaração em como nada devia ao Estado - e, para a obter, teve mesmo de pagar a referida coima de €1644,50".
Se é com este tipo de comportamento que o Estado espera ganhar o respeito dos contribuintes, estamos conversados.
8:00 | Segunda-feira, 19 de Nov de 2007
Prepotência fiscal « Manuela Ferreira Leite
"A defesa de princípios em nome da ética e da cidadania é sempre inatacável do ponto de vista social, a menos que os métodos para alcançar esses objectivos sejam eles próprios condenáveis.
Nada pior para liquidar uma boa ideia do que executá-la de maneira errada, conduzindo-a de forma a dar voz a críticas fundadas e razão a vítimas de injustiças.
Neste contexto, o que se está a passar com a legislação fiscal e com a actuação da máquina das Contribuições e Impostos é muito preocupante.
O combate à evasão e fraude fiscal tem recebido o aplauso generalizado dos cidadãos e o ambiente criado pela efectiva eficácia da administração fiscal tem calado os que se vangloriavam publicamente de não pagar impostos.
Mas a este notável desempenho tem-se juntado um excesso no modo de actuação que desequilibra a capacidade de defesa do contribuinte.
Começa a confundir-se rigor com abuso, eficácia com prepotência, equidade com gula por receita.
É o pretexto de que os prevaricadores precisam para desacreditar o sistema.
Esperemos que os responsáveis políticos não se percam por não saber parar".
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Nicolau Santos, Jornal Expresso de 17de Novembro de 2007
"Uma empresa entregou em Agosto de 2004 a declaração de IVA. Contudo, após ter sido detectado um erro no apuramento, foi entregue uma declaração periódica de substituição, com mais €84,13, verba que foi liquidada. Em Maio de 2005, a empresa é notificada para pagar juros compensatórios de €64,29, que foram pagos.
Mas, em Abril de 2006, surge uma coima para pagar de €1600 (!), mais custas de processo de €44,50, com um prazo de 15 dias para reclamar e a indicação de que, se a empresa não interpusesse recurso e se efectuasse o pagamento no prazo de 15 dias, a coima seria de apenas 75% daquele valor.
A empresa reclamou por duas vezes, em Maio e Agosto de 2006, mas até hoje não obteve resposta. Contudo, em Março de 2007, a empresa precisou de uma declaração em como nada devia ao Estado - e, para a obter, teve mesmo de pagar a referida coima de €1644,50".
Se é com este tipo de comportamento que o Estado espera ganhar o respeito dos contribuintes, estamos conversados.
8:00 | Segunda-feira, 19 de Nov de 2007
Prepotência fiscal « Manuela Ferreira Leite
"A defesa de princípios em nome da ética e da cidadania é sempre inatacável do ponto de vista social, a menos que os métodos para alcançar esses objectivos sejam eles próprios condenáveis.
Nada pior para liquidar uma boa ideia do que executá-la de maneira errada, conduzindo-a de forma a dar voz a críticas fundadas e razão a vítimas de injustiças.
Neste contexto, o que se está a passar com a legislação fiscal e com a actuação da máquina das Contribuições e Impostos é muito preocupante.
O combate à evasão e fraude fiscal tem recebido o aplauso generalizado dos cidadãos e o ambiente criado pela efectiva eficácia da administração fiscal tem calado os que se vangloriavam publicamente de não pagar impostos.
Mas a este notável desempenho tem-se juntado um excesso no modo de actuação que desequilibra a capacidade de defesa do contribuinte.
Começa a confundir-se rigor com abuso, eficácia com prepotência, equidade com gula por receita.
É o pretexto de que os prevaricadores precisam para desacreditar o sistema.
Esperemos que os responsáveis políticos não se percam por não saber parar".
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