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Bobby Fischer 1944-2008

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    Bobby Fischer 1944-2008

    Faleceu o Bobby Fischer. Perdeu-se para sempre a luta entre ele e o Karpov. Ficam os seus registos em inúmeras publicações e programas de xadrez.


    "Morre o genial Bobby Fischer

    Excêntrico, arrogante e incomparável, norte-americano marcou época, ao ganhar o título mundial em 1972
    O xadrez perdeu o seu “Menino Prodígio”. Considerado o “Mozart do Xadrez”, Robert James Fischer, ou Bobby Fischer, morreu quinta-feira em sua casa em Reikjavic, na Islândia, aos 64 anos - o mesmo número de casas de um tabuleiro -, de insuficiência renal. “Fischer marcou uma época na história da humanidade, como Isaac Newton, Albert Einstein e Yuri Gagarin”, afirmou o russo Kirsan Ilyumzhinov, presidente da Federação Internacional de Xadrez.

    Um enxadrista de estilo agressivo, que lhe valeu o título mundial em 1972, ao vencer Boris Spassky, por 12, 5 a 8,5 após 24 partidas, encerrando o domínio russo de 30 anos no esporte. “Agora, quero garotas de seios grandes”, brincou Fischer. “Ele foi o fundador do xadrez profissional e um dos maiores de todos os tempos”, disse Garry Kasparov, campeão de 1985 a 2001.

    Excêntrico, Fischer tornou o xadrez popular. Suas partidas contra Spassky dominaram o noticiário. Considerado gênio - Q.I. 184, o mesmo de Albert Einstein (a média é de 90 a 110)- chegou a interromper duelos por causa do trabalho de um câmera, o que fez com que as TVs encerrassem as transmissões. Sempre se sentiu perseguido. Se recusava a sentar em cadeiras normais para jogar e trazia seu próprio sofá. Jornalistas soviéticos diziam que havia um computador instalado em baixo, que dizia quais as jogadas Fischer deveria realizar.

    Após vencer Spassky, Fischer defenderia o título contra Anatoly Karpov, em 1975, mas por exigir regras diferentes da Federação Internacional, foi destituído e “jogando fora” US$ 5 milhões. “A falta deste duelo foi uma grande perda”, disse Karpov, em 2006, em visita a São Paulo.

    Fiser nunca mais jogou uma partida oficial. Refugiou-se em seu sítio na Califórnia. Chegou a arrancar todos os dentes com medo de que a KGB (polícia secreta soviética) tivesse instalado um microfone em uma de suas obturações. Em 1992, aceitou uma revanche contra Spassky para ganhar US$ 3,5 milhões, na Iugoslávia, durante embargo econômico imposto pela ONU. “Não reconheço a ONU”, disse Fischer, que foi acusado pela justiça norte-americana de realizar uma transação financeira ilegal no exterior e teve uma ordem de prisão internacional.

    Em 2004, foi preso no Aeroporto de Narita, no Japão, quando tentava embarcar com passporte norte-americano anulado. Após oito meses de prisão, Fischer se refugiou na Islândia, onde viveu até sua morte."


    fonte

    #2
    Uma dos livros de toda a minha vida que mais gozo me deu a ler foi a descrição do match entre Fisher e Spassky em Reykjavik.


    Descobri isto num fórum enquanto tentava encontrar a capa do livro em causa (que não encontrei):


    "Julgo tratar-se de uma obra de leitura quase obrigatória para qualquer xadrezista mas que será, porventura, demasiado densa e específica para o público comum (o contrário é que seria de espantar).

    Julgo que o principal interesse do livro é dar a conhecer melhor, fundamentalmente, as personalidades de Fischer e Spassky e o trajecto de ambos até ao confronto de 1972.

    Não estando em causa a genialidade de Fischer, será forçoso concluir-se que ele acaba por se tornar campeão beneficiando da conjuntura furtuita de uma série de factores:

    1º - Ser o representante de uma grande potência que, por arrastamento, representa socialmente e politicamente metade do mundo à época;

    2º - A pressão dessa potência se exercer sobre um pequeno país (Islândia) sem grandes opções de escolhas financeiras, estratégicas e políticas;

    3º - O match decorrer sob os auspícios de um Presidente da FIDE conciliador (Euwe) e de um árbitro (Lothar Shmid) que tudo faz para salvaguardar o espectaculo e a demonstração do génio xadrezístico, cedendo até ao limite a todos os caprichos, taras e birras de um e apenas um só dos jogadores;

    4º - A existência do prémio monetário de Jim Slater (que mais tarde anunciará um prémio para o primeiro inglês que se torne GM, acabando este por ser Anthony Miles);

    5º - O jogo psicológico e extra tabuleiro que Fischer exerce há anos, lançando suspeitas sobre os jogadores soviéticos, o que leva o espírito abnegado e empreendedor (também ingénuo) de Spassky a tentar vencê-lo no tabuleiro a todo o custo.

    Como é referido no livro " Fischer é o rapaz mau que representa os bons e Spassky o rapaz bom que representa os maus"...

    O livro confirmou e acentuou as minhas convicções sobre os dois jogadores:

    Fischer um génio absoluto sem qualquer alma, uma demência latente que se mantém contida nos domínios racionais apenas enquanto se alimenta de vitórias.
    Ao fim e ao cabo, uma história triste, um ser humano que se verga sob o peso do seu génio e da sua incapacidade mental para enfrentar o medo da derrota, perdendo quase totalmente o contacto com o mundo dos vivos.

    Quanto a Spassky, sempre senti alguma desilusão pelo facto de ter acedido a participar no depressivo match de 1992 em Belgrado.

    Contudo, agora mais do que nunca, tenho consciência de que terá sido dos campeões que mais mereceu esse estatuto!

    A sua subida a pulso na carreira e na vida, a sua persistente luta ao longo de sucessivos e duros torneios de candidatos, o seu xadrez amplo, eficaz, positivo e espectacular que, afinal de contas, foi quem mais derrotas infligiu a Fischer e, acima de tudo:

    - O seu percurso de luta silenciosa, dentro de um regime opressivo, para estabelecer um percurso só seu;

    - O desportivismo, a classe e a grandeza de colocar um título mundial em jogo, mesmo perante as birras de um manipulador e contra as directivas dos seus compatriotas;

    Sim, no fundo, é graças a Spassky que hoje podemos dizer que, um dia, Fischer foi campeão.
    Foi graças a ele que ficámos a conhecer os limites da glória de um génio e o que acontece ao ser humano que o albergou, quando esse génio não encontra razão para existir...

    Talvez por entender isso e também por tanto gostar de xadrez, Spassky tenha participado no match de Belgrado com alguém que considera seu amigo, alguém que o fez pedir a Bush clemência por ele ou, em alternativa, para os fecharem aos dois numa cela com um tabuleiro e peças!

    Agora, mais do que nunca, sou capaz de apreciar e dar valor ao aperto de mão e ao autógrafo que Spassky me concedeu em Lisboa a 19-11-1999.

    (Obrigado Boris!)


    Em resumo, embora não traga grandes revelações, é um livro que vale a pena lêr: apesar das maçadoras descrições das discussões e reuniões sobre quebras de contratos e exigências financeiras ou outras, conversas entre políticos e burocratas, etc, é sempre possível descobrir, em quase todas as páginas, um ou outro facto curioso relacionado com xadrez.

    Cumprimentos a todos e Bom Ano 2008 "


    in: http://lusoxadrez.forumvila.com/luso...post-1050.html


    É bem indicador do espírito genial mas demente do Americano quixotesco, que via ameaças perturbadoras em tudo, e do russo benevolente que perdoava tudo e todos.

    Um dos episódios mais marcantes do desporto do século passado, mas infelizmente muito pouco conhecido pela sociedade em geral.



    Não posso dizer que o mundo vá sentir falta de Bobby Fisher enquanto homem, mas deixa um legado no xadrez memorável! Obrigado por isso!


    Que descanse em paz...

    Comentário


      #3
      Originalmente Colocado por gro Ver Post
      Faleceu o Bobby Fischer. Perdeu-se para sempre a luta entre ele e o Karpov. Ficam os seus registos em inúmeras publicações e programas de xadrez.


      "Morre o genial Bobby Fischer

      Excêntrico, arrogante e incomparável, norte-americano marcou época, ao ganhar o título mundial em 1972
      O xadrez perdeu o seu “Menino Prodígio”. Considerado o “Mozart do Xadrez”, Robert James Fischer, ou Bobby Fischer, morreu quinta-feira em sua casa em Reikjavic, na Islândia, aos 64 anos - o mesmo número de casas de um tabuleiro -, de insuficiência renal. “Fischer marcou uma época na história da humanidade, como Isaac Newton, Albert Einstein e Yuri Gagarin”, afirmou o russo Kirsan Ilyumzhinov, presidente da Federação Internacional de Xadrez.

      Um enxadrista de estilo agressivo, que lhe valeu o título mundial em 1972, ao vencer Boris Spassky, por 12, 5 a 8,5 após 24 partidas, encerrando o domínio russo de 30 anos no esporte. “Agora, quero garotas de seios grandes”, brincou Fischer. “Ele foi o fundador do xadrez profissional e um dos maiores de todos os tempos”, disse Garry Kasparov, campeão de 1985 a 2001.

      Excêntrico, Fischer tornou o xadrez popular. Suas partidas contra Spassky dominaram o noticiário. Considerado gênio - Q.I. 184, o mesmo de Albert Einstein (a média é de 90 a 110)- chegou a interromper duelos por causa do trabalho de um câmera, o que fez com que as TVs encerrassem as transmissões. Sempre se sentiu perseguido. Se recusava a sentar em cadeiras normais para jogar e trazia seu próprio sofá. Jornalistas soviéticos diziam que havia um computador instalado em baixo, que dizia quais as jogadas Fischer deveria realizar.

      Após vencer Spassky, Fischer defenderia o título contra Anatoly Karpov, em 1975, mas por exigir regras diferentes da Federação Internacional, foi destituído e “jogando fora” US$ 5 milhões. “A falta deste duelo foi uma grande perda”, disse Karpov, em 2006, em visita a São Paulo.

      Fiser nunca mais jogou uma partida oficial. Refugiou-se em seu sítio na Califórnia. Chegou a arrancar todos os dentes com medo de que a KGB (polícia secreta soviética) tivesse instalado um microfone em uma de suas obturações. Em 1992, aceitou uma revanche contra Spassky para ganhar US$ 3,5 milhões, na Iugoslávia, durante embargo econômico imposto pela ONU. “Não reconheço a ONU”, disse Fischer, que foi acusado pela justiça norte-americana de realizar uma transação financeira ilegal no exterior e teve uma ordem de prisão internacional.

      Em 2004, foi preso no Aeroporto de Narita, no Japão, quando tentava embarcar com passporte norte-americano anulado. Após oito meses de prisão, Fischer se refugiou na Islândia, onde viveu até sua morte."


      fonte
      Um Mestre do Xadrez!

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        #4


        "A Guerra de Bobby Fischer". Não descansei enquanto não devorei este livro. Está a gritar por um filme na onda do "A beautiful Mind". Que descanse em paz.

        A narrativa do encontro em Reikjavik deste livro é qualquer coisa de fantástica. Todos os pormenores deste génio contados de uma maneira soberba. Recomendo vivamente.

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          #5
          carago... so de saber que o meu pai nasceu no ano antes e graças a deus ainda tá vivo :D

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            #6
            Já vai tarde!

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              #7
              Originalmente Colocado por jamesbonG Ver Post
              Já vai tarde!
              hum? Como assim?

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