UE/Trabalho: Trabalhadores portugueses juntam-se em Estrasburgo a coro de protestos contra lei de tempo de trabalho
Estrasburgo, França, 16 Dez (Lusa) - Alguns trabalhadores portugueses juntaram-se hoje em Estrasburgo a milhares de trabalhadores de toda a Europa para protestar contra a proposta de lei comunitária de tempo de trabalho, na véspera da votação no Parlamento Europeu.
Entre os milhares de manifestantes que se concentraram nas imediações da assembleia de Estrasburgo, rodeada de rigorosas medidas de segurança, encontravam-se alguns com bandeiras e faixas da UGT e da CGTP, que se juntaram, em português, ao coro de protestos nas mais diversas línguas da UE contra a directiva que o Conselho quer ver aprovada ainda este ano, sem alterações.
Quarta-feira, o hemiciclo vai pronunciar-se sobre o acordo a que chegaram os ministros do Emprego dos 27 em Junho passado sobre uma directiva que prevê a possibilidade de ser ultrapassado o actual tecto de 48 horas semanais, contempla cláusulas de não participação, o chamado "opt out", e deixa de considerar tempo de trabalho o período inactivo de tempo de permanência.
Para Vanda Guimarães, secretária internacional da UGT, a manifestação de hoje constitui "um sinal inequívoco de que os trabalhadores estão unidos por aquilo que consideram essencial", numa "das grandes lutas da actualidade por toda a Europa".
"As pessoas não querem regredir em direitos em termos de organização do tempo de trabalho. Se isto for para a frente, é a primeira vez que há uma regressão a nível da Europa social, e isso é inadmissível", disse à Agência Lusa.
Por seu turno, Mário David Soares, membro do conselho nacional da CGTP, afirmou que na véspera de uma votação importante os trabalhadores deslocaram-se a Estrasburgo "para dizerem que muito do que pode ser a sua vida se joga neste momento no Parlamento, e o Parlamento tem de entender que se quer uma Europa dos cidadãos, se quer uma Europa onde os cidadãos se sintam mais confortáveis, tem de construir uma Europa social".
"Ora, esta directiva é tudo menos o respeito pela vida individual, colectiva e familiar dos trabalhadores", disse à Lusa.
Quarta-feira, a assembleia vai votar várias propostas de alterações ao texto acordado pelos ministros da UE em Junho passado, apresentadas pelo comissão de Emprego do Parlamento Europeu, que defende que a duração máxima do trabalho semanal na UE, calculada num período de 12 meses, deve continuar nas 48 horas, sem excepções, que a cláusula de não participação seja revogada três anos após a entrada em vigor da directiva, e que o tempo inactivo conte como tempo de trabalho.
Se estas alterações não forem aprovadas pela maioria da assembleia, vingará o texto apresentado há seis meses pela então presidência eslovena da UE, e aprovado por maioria qualificada, com a abstenção de Portugal.
Os trabalhadores português são unânimes nas críticas à posição do Governo português, por não ter votado contra, como o fizeram os governos de Espanha e Grécia.
Vanda Guimarães diz que "deviam ter votado contra, como é óbvio", enquanto Mário David Soares resume a posição do Governo "numa só palavra: vergonha".
ACC.
http://ww1.rtp.pt/noticias/index.php...isual=26&rss=0
Estrasburgo, França, 16 Dez (Lusa) - Alguns trabalhadores portugueses juntaram-se hoje em Estrasburgo a milhares de trabalhadores de toda a Europa para protestar contra a proposta de lei comunitária de tempo de trabalho, na véspera da votação no Parlamento Europeu.
Entre os milhares de manifestantes que se concentraram nas imediações da assembleia de Estrasburgo, rodeada de rigorosas medidas de segurança, encontravam-se alguns com bandeiras e faixas da UGT e da CGTP, que se juntaram, em português, ao coro de protestos nas mais diversas línguas da UE contra a directiva que o Conselho quer ver aprovada ainda este ano, sem alterações.
Quarta-feira, o hemiciclo vai pronunciar-se sobre o acordo a que chegaram os ministros do Emprego dos 27 em Junho passado sobre uma directiva que prevê a possibilidade de ser ultrapassado o actual tecto de 48 horas semanais, contempla cláusulas de não participação, o chamado "opt out", e deixa de considerar tempo de trabalho o período inactivo de tempo de permanência.
Para Vanda Guimarães, secretária internacional da UGT, a manifestação de hoje constitui "um sinal inequívoco de que os trabalhadores estão unidos por aquilo que consideram essencial", numa "das grandes lutas da actualidade por toda a Europa".
"As pessoas não querem regredir em direitos em termos de organização do tempo de trabalho. Se isto for para a frente, é a primeira vez que há uma regressão a nível da Europa social, e isso é inadmissível", disse à Agência Lusa.
Por seu turno, Mário David Soares, membro do conselho nacional da CGTP, afirmou que na véspera de uma votação importante os trabalhadores deslocaram-se a Estrasburgo "para dizerem que muito do que pode ser a sua vida se joga neste momento no Parlamento, e o Parlamento tem de entender que se quer uma Europa dos cidadãos, se quer uma Europa onde os cidadãos se sintam mais confortáveis, tem de construir uma Europa social".
"Ora, esta directiva é tudo menos o respeito pela vida individual, colectiva e familiar dos trabalhadores", disse à Lusa.
Quarta-feira, a assembleia vai votar várias propostas de alterações ao texto acordado pelos ministros da UE em Junho passado, apresentadas pelo comissão de Emprego do Parlamento Europeu, que defende que a duração máxima do trabalho semanal na UE, calculada num período de 12 meses, deve continuar nas 48 horas, sem excepções, que a cláusula de não participação seja revogada três anos após a entrada em vigor da directiva, e que o tempo inactivo conte como tempo de trabalho.
Se estas alterações não forem aprovadas pela maioria da assembleia, vingará o texto apresentado há seis meses pela então presidência eslovena da UE, e aprovado por maioria qualificada, com a abstenção de Portugal.
Os trabalhadores português são unânimes nas críticas à posição do Governo português, por não ter votado contra, como o fizeram os governos de Espanha e Grécia.
Vanda Guimarães diz que "deviam ter votado contra, como é óbvio", enquanto Mário David Soares resume a posição do Governo "numa só palavra: vergonha".
ACC.
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