A crise económica já provocou a falência de 20 mil empresas em Portugal nos últimos quatro meses e, em consequência, o desemprego de cerca de cem mil trabalhadores. Os dados são revelados pela Associação Nacional de Pequenas e Médias Empresas (ANPME), que responsabiliza o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, e exige a sua demissão.
"O Governo insiste num procedimento de penhoras que leva as empresas à falência. Com este ritmo vamos chegar ao final do ano com 20 por cento de desempregados. O senhor ministro das Finanças devia demitir-se", afirmou ao CM o presidente da ANPME, Augusto Morais, que assegurou que as linhas de crédito aprovadas pelo Governo não resolvem o problema. "A situação das empresas está muito difícil, não conseguem vender nem escoar os stocks. As linhas de crédito não são solução porque as empresas têm de oferecer garantias e não as têm", explicou.
Em causa, na maioria dos casos de falência, estão dívidas às Finanças e à Segurança Social. Por isso, Augusto Morais defende a aplicação de um Plano Mateus, que prevê o pagamento das dívidas fiscais em prestações. "Com o procedimento actual, o Governo recebe umas ‘migalhas’ do património da empresa e envia dezenas de trabalhadores para o desemprego, a quem terá de pagar subsídios. Esta solução não pode ser mais vantajosa do que tentar ajudar a empresa a sobreviver, deixando que pague as dívidas a prestações", defendeu o presidente da ANPME, que acusa o Governo de atirar centenas de empresas para a falência. Como prova, Augusto Morais revelou que cerca de 30% das empresas que abriram falência nos últimos quatro meses passaram por processos extrajudiciais de conciliação. Isto é, as empresas tentaram negociar com o Estado o pagamento das dívidas, mas os planos de recuperação foram rejeitados.
De acordo com dados divulgados pelo INE, a economia portuguesa apresentou sinais de deterioração em Dezembro, com o clima económico a cair para o valor mais baixo dos últimos 19 anos, fixando-se nos 48,2 pontos negativos.
QUATRO MIL NEGOCEIAM FUTURO
Actualmente, segundo a ANPME, quatro mil empresas estão a tentar negociar um plano de recuperação com o Estado. "Infelizmente, o mais provável é que estas se venham a juntar às 20 mil que já apresentaram falência", advertiu Augusto Morais. O CM contactou o Ministério das Finanças, mas até ao fecho desta edição não obteve qualquer resposta.
NOTAS
ENCOMENDAS EM QUEDA
O valor das novas encomendas da Indústria caiu 0,1% em Novembro, face a igual mês de 2007. Também as expectativas para a produção automóvel baixaram para mínimos históricos: 62 pontos negativos.
RECESSÃO NA ZONA EURO
No dia em que o Eurostat confirmou a recessão da economia da Zona Euro, o INE avançou que a confiança dos empresários e consumidores dos países do euro caiu para 67,1 pontos.
Fonte: CM
"O Governo insiste num procedimento de penhoras que leva as empresas à falência. Com este ritmo vamos chegar ao final do ano com 20 por cento de desempregados. O senhor ministro das Finanças devia demitir-se", afirmou ao CM o presidente da ANPME, Augusto Morais, que assegurou que as linhas de crédito aprovadas pelo Governo não resolvem o problema. "A situação das empresas está muito difícil, não conseguem vender nem escoar os stocks. As linhas de crédito não são solução porque as empresas têm de oferecer garantias e não as têm", explicou.
Em causa, na maioria dos casos de falência, estão dívidas às Finanças e à Segurança Social. Por isso, Augusto Morais defende a aplicação de um Plano Mateus, que prevê o pagamento das dívidas fiscais em prestações. "Com o procedimento actual, o Governo recebe umas ‘migalhas’ do património da empresa e envia dezenas de trabalhadores para o desemprego, a quem terá de pagar subsídios. Esta solução não pode ser mais vantajosa do que tentar ajudar a empresa a sobreviver, deixando que pague as dívidas a prestações", defendeu o presidente da ANPME, que acusa o Governo de atirar centenas de empresas para a falência. Como prova, Augusto Morais revelou que cerca de 30% das empresas que abriram falência nos últimos quatro meses passaram por processos extrajudiciais de conciliação. Isto é, as empresas tentaram negociar com o Estado o pagamento das dívidas, mas os planos de recuperação foram rejeitados.
De acordo com dados divulgados pelo INE, a economia portuguesa apresentou sinais de deterioração em Dezembro, com o clima económico a cair para o valor mais baixo dos últimos 19 anos, fixando-se nos 48,2 pontos negativos.
QUATRO MIL NEGOCEIAM FUTURO
Actualmente, segundo a ANPME, quatro mil empresas estão a tentar negociar um plano de recuperação com o Estado. "Infelizmente, o mais provável é que estas se venham a juntar às 20 mil que já apresentaram falência", advertiu Augusto Morais. O CM contactou o Ministério das Finanças, mas até ao fecho desta edição não obteve qualquer resposta.
NOTAS
ENCOMENDAS EM QUEDA
O valor das novas encomendas da Indústria caiu 0,1% em Novembro, face a igual mês de 2007. Também as expectativas para a produção automóvel baixaram para mínimos históricos: 62 pontos negativos.
RECESSÃO NA ZONA EURO
No dia em que o Eurostat confirmou a recessão da economia da Zona Euro, o INE avançou que a confiança dos empresários e consumidores dos países do euro caiu para 67,1 pontos.
Fonte: CM
A este ritmo, em breve grande parte do tecido industrial e comercial nacional estará liquidado e sem prespectivas da sua renovação.
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