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Povos deste mundo...

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    Povos deste mundo...

    Pois é, os diversos povos, nas suas diferenças e nas sua semelhanças, são a riqueza deste mundo que nos separa e que nos une num limbo de valores etéreos que justificam o domínio de uns sobre os outros, da supremacia de alguns sobre os demais, da diferença positiva da diferença negativa, de tudo um mais que não passa de argumentos vazios para tentar justificar o que não tem justificação possível... somos os vários ramos de uma mesma árvore!

    Desse modo, e começando mas lançando-vos mais este desafio, aqui deixava o repto de que cada um de vós eleja um ou vários povos da vossa admiração e uma pequena resenha sobre eles.

    A riqueza humana, que encontra mais coincidências na diversidade do que motivos de desunião na divergência, deve inspirar-nos a todos, mesmos nas diferenças pessoais de pensamento, e motivar-nos a continuar a admirar esta espécie magnífica que é a espécie humana.



    Índios Sioux






    Sioux: uma das mais ricas civilizações nativas da América do Norte.

    Durante o processo de dominação da América do Norte, vários povos indígenas entraram em contato com os colonizadores franceses, espanhóis e ingleses. Entre uma infinidade de culturas instaladas naquela região, damos especial destaque aos índios sioux. A origem do termo tem a ver com a expressão serpente e era o termo costumeiramente utilizado pelas tribos inimigas que conheciam esta intrigante civilização, que se auto-intitulava como dakota.

    A civilização sioux (ou dakota) é bastante diversificada, e ainda se subdivide em outros três grandes grupos: os tétons, yanktons e santees. Dentro de cada uma dessas divisões temos a presença de uma infinidade de tribos entre as quais se destacavam os hunkpapas, os oglalas e brulés. Em geral as tribos pertencentes à civilização sioux se encontravam na atual região nordeste dos Estados Unidos, local marcado pelas pradarias e os rios da bacia do Missouri e do Mississipi.

    As principais atividades econômicas dos sioux giravam em torno da agricultura, onde a plantação de milho possuía expressivo destaque. Além disso, realizavam atividades de caça a animais de grande porte como os búfalos e bisões. A caça desses animais envolvia uma grande preparação capaz de exigir a participação de aldeias inteiras. A carne obtida desse tipo de caça era dividia entre as famílias participantes, os ossos utilizados para o artesanato e fabricação de armas e o couro para a confecção de roupas e tendas.

    Os sioux eram aliados dos índios chayennne e tinham os crow como seus mais tradicionais inimigos. Antes da chegada dos colonizadores espanhóis, essa civilização realizava constantes deslocamentos territoriais em busca das manadas selvagens de gado. Com o contato com os colonizadores espanhóis, os sioux passaram a utilizar o cavalo nas atividades de caça e, com isso, sofreram um processo de sedentarização. A partir de então puderam gastar mais tempo na realização de rituais religiosos e mágicos.

    A Dança do Sol era um dos mais importantes rituais praticados pelos povos sioux. Nessa cerimônia havia um processo de autoflagelação em que os participantes cravavam estacas pontiagudas na pele, que ficavam presas a um poste de madeira através de uma tira de couro. Depois disso, ficavam várias horas do dia dançando em torno desse poste, até que a pele se desprendesse da estaca. Nesse momento, o ritual alcançava seu ponto máximo com o contato com os seres do mundo espiritual.

    Depois do processo de independência dos Estados Unidos, os conflitos entre os colonizadores e os povos sioux aumentaram significativamente. A resistência dessa grande civilização indígena se prolongou até o final do século XIX e marcou o processo de destruição das populações nativas da América do Norte. Atualmente, os remanescentes dos sioux se reduzem a pequenas populações que vivem nos estados de Dakota do Norte e Dakota do Sul.
    Fonte.

    #2
    Excelente tópico.

    Há poucos dias tive a idéia de criar um tópico sobre culturas. isto depois de ver o filme Austrália. Seria também interessante ter opiniões de quem já esteve/conhece países mais afastados dos nossos.

    Talvez se possa aproveitar...

    Comentário


      #3
      Originalmente Colocado por Hugo1984 Ver Post
      Excelente tópico.

      Há poucos dias tive a idéia de criar um tópico sobre culturas. isto depois de ver o filme Austrália. Seria também interessante ter opiniões de quem já esteve/conhece países mais afastados dos nossos.

      Talvez se possa aproveitar...
      Força!

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        #4
        Sempre tive uma inclinação para a cultura celta.

        http://pt.wikipedia.org/wiki/Celtas

        Um povo que muito influente na peninsula Iberica, pricipalmente no norte onde as tribos Galaicas forma bastante marcantes e deixaram traços culturais que sobreviveram até os nossos dias.
        Editado pela última vez por ManuelBarbosa; 13 January 2009, 23:50.

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          #5
          Bom tópico

          Povos que sempre me fascinaram foram os da Polinésia ou os Chamados Povos do Pacifico.

          Povos do Pacífico
          Designação genérica dos grupos étnicos que vivem na Austrália e nos arquipélagos da Melanésia, Micronésia e Polinésia.
          Sucessivas ondas migratórias, que resultaram em misturas raciais, e o prolongado isolamento geográfico deram origem, nas ilhas do Pacífico, a uma ampla variedade de etnias que podem, no entanto, ser classificadas em poucos grupos principais.
          Os povos indígenas do oceano Pacífico vivem na Austrália e nos arquipélagos situados a leste do litoral asiático. Essa região do mundo, conhecida como Oceania, é formada pelo território continental australiano e três grupos etnogeográficos de ilhas: Melanésia, Micronésia e Polinésia. A população original da Austrália é composta pelos australóides ou aborígines, que viveram também na Tasmânia até 1876. A Melanésia, cujo nome significa "ilhas negras", compreende vários cordões insulares situados a sudoeste do Pacífico e é habitada por povos de pele escura. A Micronésia, ou "ilhas pequenas", se situa na zona tropical do hemisfério norte e sua população apresenta elementos melanésios e polinésios, que apresentam, no entanto, identidade étnica própria. A Polinésia, ou "muitas ilhas", situa-se a leste dos grupos anteriores e é habitada por povos polinésios.
          Entre 40000 e 25000 a.C. os aborígines chegaram à Austrália e à Tasmânia por uma via terrestre que posteriormente submergiu, ou transportados por canoas. As ilhas Nova Guiné e Melanésia começaram a ser povoadas por volta de 30000 a.C. e nelas, como na Austrália, as ondas migratórias se sucederam até pelo menos o nono milênio a.C. Os aborígines e as etnias melanésias, entre as quais se destaca a dos papuas da Nova Guiné, procedem da Indonésia e do sul da Índia. O povoamento da Micronésia teve início no segundo milênio anterior à era cristã, com grupos humanos procedentes da Indonésia, das Filipinas e da Melanésia. A Polinésia começou a ser habitada também a partir do segundo milênio por povos originários da Insulíndia e da Melanésia oriental. A ocupação humana da Polinésia só se completou no século XIII da era cristã.
          Grupos étnicos da Oceania. O estudo da origem e evolução dos povos oceânicos é dificultado por sua dispersão em mais de dez mil ilhas, distribuídas numa superfície oceânica de 750.000km2, não incluído o território australiano. A diversidade geográfica teve importante papel no desenvolvimento dos inúmeros tipos de sociedade e cultura da Oceania. A arqueologia e os estudos lingüísticos contribuíram para formar um quadro geral, embora incompleto, da história cultural dos povos oceânicos.
          Com raras exceções, como é o caso de algumas tribos do interior da Nova Guiné, os povos da Austrália e das ilhas do Pacífico receberam intensa influência da civilização ocidental e adotaram novas formas de vida, tanto por escolha como por necessidade. Em razão disso, somente se conservaram algumas características das culturas tradicionais. As principais características raciais dos aborígines são pigmentação escura, cabelo ondulado ou crespo, dolicocefalia (crânio ovalado), baixa estatura, dentes grandes, supercílios proeminentes e prognatismo (projeção da mandíbula) acentuado.
          No fim do século XVIII, quando os britânicos começaram a se estabelecer na Austrália, os aborígines somavam aproximadamente 300.000 indivíduos, agrupados em cerca de 500 tribos. Não conheciam a agricultura e sua alimentação se baseava na coleta e na caça. Como armas, empregavam o arco e flecha, a lança (com ponta de pedra) e o bumerangue.
          Os aborígines praticavam o nomadismo em territórios demarcados para cada tribo em torno de pontos onde se podia conseguir água. A organização social se baseava no clã, constituído de várias famílias patriarcais vinculadas pela veneração a um antepassado comum. Suas crenças religiosas estabeleciam relações entre a ordem humana e a ordem natural e o totem de cada clã representava as espécies associadas ao grupo humano. Somente os anciãos tinham conhecimento da vida além do espaço e do tempo, o que lhes conferia autoridade em assuntos sociais e rituais. A partir de sua experiência com a medicina tradicional, o curandeiro procurava extrair o mal dos enfermos e lhes devolver a vontade de viver. A morte era em geral atribuída a causas mágicas. A música, a poesia e a dança, assim como as pinturas e gravuras em pedra, na casca de árvores ou na terra podiam ter significado religioso ou puramente artístico.
          Melanésios. Provavelmente relacionados com a raça dos aborígines da Austrália e, como eles, procedentes do sudeste da Ásia, os melanésios têm pele escura, cabelo crespo ou ondulado, compleição robusta, crânio dolicocéfalo e grandes mandíbulas e molares. Vivem na Melanésia e em parte da Micronésia, nas Filipinas e na Malásia. Nessa classificação racial estão incluídos os papuas e os pigmeus oceânicos. Os melanésios propriamente ditos vivem na Nova Guiné e nas ilhas situadas a leste; os papuas habitam sobretudo as terras do golfo de Papua, na Nova Guiné; e os pigmeus, as montanhas do interior dessa ilha.
          Os povos melanésios apresentam grande diversidade cultural. Sua organização social se baseia no grupo familiar, dentro do qual a herança pode ser transmitida por via patrilinear, matrilinear ou por ambas as vias. Cada família, que costuma possuir sua própria casa, construída diretamente sobre o solo ou sobre pilares, junta-se a outras em clãs com antepassados comuns. Os clãs, por sua vez, se unem em tribos. Algumas comunidades melanésias de Fidji e das ilhas Trobriand formam grandes unidades políticas, mas o mais comum são as aldeias de 50 a 200 habitantes. A autoridade sobre a tribo é delegada a um chefe que, na maioria dos casos, ascende à posição dominante por méritos pessoais e não por hereditariedade.
          A cultura tradicional dos melanésios somente conserva suas formas originais em alguns lugares isolados do contato com a moderna civilização. A religião, de tipo animista, se manifesta na dança e na música, atividades artísticas que também são praticadas como divertimento. A arte melanésia, muito rica e variada, alcança grande expressão no artesanato em madeira, conchas marinhas, carapaças de tartaruga, fibras vegetais, plumas, flores etc.
          Polinésios. Por seus peculiares traços raciais, os polinésios parecem descender de uma mistura de elementos caucasóides (brancos), mongolóides e melanésios. Têm pele clara, cabelo ondulado ou liso e estatura mediana ou elevada. Vivem na Polinésia e em parte da Micronésia e da Nova Zelândia.
          A sociedade tradicional polinésia se baseava na grande família patriarcal, na qual a autoridade se transmitia por ordem de primogenitura. As famílias, praticamente auto-suficientes, se agrupavam em casarios ou aldeias. Em Samoa, as aldeias costumavam ser protegidas por paliçadas, e as casas consistiam de pilares de madeira, sem paredes, sobre os quais se sustentavam telhados de palha.
          A principal característica da cultura dos polinésios é sua adaptação ao mar. Nenhum outro povo do Pacífico conseguiu se identificar de forma tão completa com o oceano, o que se manifesta na apurada técnica de fabricação de barcos, no sistema de navegação, na forma de vida altamente dependente da pesca, nos costumes e nas crenças religiosas.
          Cada grupo de ilhas desenvolveu técnicas artísticas próprias. No Havaí, destaca-se a confecção de capas e toucados de plumas, enquanto na Nova Zelândia sobressaem os entalhes de madeira e a construção de canoas de guerra dos maoris. Exemplo único de escultura monumental são as grandes figuras de pedra da ilha da Páscoa. Muito conhecidas também são as danças polinésias, nas quais se combinam graciosamente movimentos de quadris e mãos. Os trabalhos em madeira, casca de árvores, plumas etc, conservaram suas técnicas originais em algumas ilhas, como Samoa e Tonga, enquanto em outras a arte autóctone se fundiu com influências estrangeiras.
          Micronésios. De pele escura, cabelo ondulado ou crespo e baixa estatura, os micronésios se diferenciam dos melanésios e dos polinésios principalmente pelo tipo físico. Quando da chegada dos europeus, os indígenas da Micronésia habitavam pequenas aldeias, de vinte a cinqüenta habitantes, e viviam da pesca e da agricultura. As cabanas consistiam de um único cômodo, mas uma construção maior, que servia como lugar de reunião, erguia-se no centro do povoado. Os grupos, ligados por laços de parentesco ou matrimônio, realizavam suas atividades sociais, econômicas e políticas dentro de um sistema de ajuda mútua. A poligamia era permitida, ainda que somente praticada pelos homens mais poderosos. A religião animista incluía crenças em divindades naturais, espíritos vinculados a localidades determinadas ou a funções específicas, e parentes ou amigos mortos com quem se podia estabelecer comunicação.
          Na Micronésia, distinguiam-se as culturas das ilhas altas e das ilhas baixas. No entanto, ambos os grupos sociais compartilhavam a mesma confiança na estabilidade da estrutura social frente à adversidade dos fenômenos naturais. Entre as técnicas e artes micronésias sobressaem as canoas decoradas, as pinturas sobre madeira das casas de Palau e as máscaras e figuras de madeira das ilhas Mortlock.
          Grupos lingüísticos. As línguas faladas nas ilhas do Pacífico pertencem majoritariamente à família malaio-polinésia, também denominada austronésia por alguns autores, que se divide em três grandes grupos: indonésio, polinésio e melanésio. Conjunto bastante diferenciado, o grupo indonésio é integrado por diversas línguas e dialetos derivados de uma língua comum já extinta. O grupo polinésio inclui cerca de vinte línguas, faladas por todo o Pacífico, sobretudo nas ilhas da Oceania, do Havaí à Nova Zelândia, e de Fidji à ilha da Páscoa. O grupo destaca-se sobretudo pelo ramo micronésio, falado nos arquipélagos da Micronésia e que serve de ligação entre o universo lingüístico indonésio e as diversas comunidades do Pacífico. O grupo melanésio é formado por dez conjuntos distintos, com um total de cerca de 45 línguas.
          Na Nova Guiné e ilhas vizinhas, tais como Timor e Halmahera, falam-se línguas denominadas papu, embora essa denominação suscite divergências entre especialistas. São mais de cem línguas que aparentemente não apresentam parentesco genealógico, algumas das quais com poucas centenas de falantes.
          Austrália, Melanésia; Micronésia; Papua-Nova Guiné; Nova Zelândia; Oceania; Polinésia


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            #6
            Gosto muito da maneira de pensar e encarar a vida no Budismo...

            Comentário


              #7
              Originalmente Colocado por Baiones Ver Post
              Gosto muito da maneira de pensar e encarar a vida no Budismo...

              Mas o Budismo é uma religião, e não propriamente um povo.

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                #8
                http://static-p3.fotolia.com/jpg/00/...N53nsSSGno.jpg

                Quem conhece a Alemanha sabe o que é civilização e cultura!

                http://pt.wikipedia.org/wiki/Alemanha

                Comentário


                  #9
                  A civilização que mais me fascina é a Maia.

                  Uns dizem que foram visitados e auxiliados por extra-terrestres. Outros dizem que simplesmente eram avançados para a época em que viviam.

                  De qualquer forma, mrcaram o Mundo que hoje conhecemos.

                  Comentário


                    #10
                    Excelente tópico,...muito bom mesmo!!!

                    Virei contribuir mais tarde, quando tiver um pouco mais de tempo.

                    Comentário


                      #11
                      Eu sempre achei piada ao povo marciano.



                      Estão sempre a brincar às escondidas com o pessoal

                      Comentário


                        #12
                        Originalmente Colocado por Hugo1984 Ver Post
                        A civilização que mais me fascina é a Maia.

                        Uns dizem que foram visitados e auxiliados por extra-terrestres. Outros dizem que simplesmente eram avançados para a época em que viviam.

                        De qualquer forma, mrcaram o Mundo que hoje conhecemos.
                        Não o nego, nomeadamente na arquitectura, astronomia etc...

                        Mas não considero lá muito avançado eles sacrificarem inocentes para os deuses abençoarem as colheitas...ideias dessa altura! E as ideias deles de divertimento também tem o seu quê de curioso...

                        Comentário


                          #13
                          Originalmente Colocado por Hugo1984 Ver Post
                          Excelente tópico.

                          Há poucos dias tive a idéia de criar um tópico sobre culturas. isto depois de ver o filme Austrália. Seria também interessante ter opiniões de quem já esteve/conhece países mais afastados dos nossos.

                          Talvez se possa aproveitar...
                          Originalmente Colocado por Pé Leve Ver Post
                          Força!
                          Vamos lá então.

                          Austrália:

                          País com cerca de 20 milhões de habitantes, onde Sydney recebe mais do que qualquer outra cidade. A capital, contrário do que muitos pensam não é Sydney mas sim Camberra.
                          Este país foi considerado em 2007 o 13º país do Mundo com maior poder de compra (para base de comparação Portugal ficou em 36º). Actualmente é a 17ª maior economia do Mundo.
                          A cultura australiana foi muito influenciada por europeus e americanos.
                          O governo´tem por base uma monarquia constitucional. Este governo atribui ajudas para quem estiver interessado em começar vida no país. Não só monetárias mas também a nível de uma rápida integração. Essas ajudas são ainda mais notórias em casais jovens com filhos.

                          Passemos ao mais importante: Alguém com experiência do mesmo para relatar?

                          Comentário


                            #14
                            O meu povo "preferido" é os sumérios, a primeira civilização, no verdadeiro sentido da palavra.


                            "A Suméria (ou Shumeria, ou Shinar; na Bíblia, Sinar; egípcio Sangar; ki-en-gir na língua nativa), geralmente considerada a civilização mais antiga da humanidade, localizava-se na parte sul da Mesopotâmia (apesar disto os proto-sumérios surgiram no Norte da Mesopotamia, no atual Curdistão, tal como não eram originalmente semitas, mas sim invadidos por eles via sul proto-árabe), apropriadamente posicionada em terrenos conhecidos por sua fertilidade, entre os rios Tigre e Eufrates. Evidências arqueológicas datam o início da civilização suméria em meados do quarto milénio a.C. Entre 3500 e 3000 a.C. houve um florescimento cultural, e a Suméria exerceu influência sobre as áreas circunvizinhas, culminando na dinastia de Ágade, fundada em aproximadamente 2340 a.C. por Sargão I, sendo que este, ao que tudo indica, seria de etnia e língua semitas, porém na época em que os semitas originais ainda detinham a pureza racial. Depois de 2000 a.C. a Suméria entrou em declínio, sendo absorvida pela Babilônia e pela Assíria.
                            Duas importantes criações atribuídas aos sumérios são a escrita cuneiforme, que provavelmente antecede todas as outras formas de escrita, tendo sido originalmente usada por volta de 3500 a.C.; e as cidades-estado - a mais conhecida delas sendo, provavelmente, a cidade de Ur, construída por Ur-Nammu, o fundador da terceira dinastia Ur, por volta de 2000 a.C"

                            In Wikipédia

                            Comentário


                              #15
                              Mais uma tribo índia, os Aztecas:





                              Calendário Azteca:


                              Território Azteca:


                              Pirâmides Aztecas em Teotihuacan:


                              Mulheres Aztecas:


                              Os astecas (1325 até 1521; a forma azteca também é usada) foram uma civilização mesoamericana, pré-colombiana, que floresceu principalmente entre os séculos XIV e XVI, no território correspondente ao atual México. Na sucessão de povos mesoamericanos que deram origem a essa civilização destacam-se os toltecas, por suas conquistas civilizatórias, florescendo entre o século X e o século XII seguidos pelos chichimecas imediatamente anteriores e praticamente fundadores do Império Asteca com a queda do Império Tolteca.
                              Os astecas foram derrotados e sua civilização destruída pelos conquistadores espanhóis, comandados por Fernando Cortez.
                              O idioma asteca era o náhuatl.
                              Índice




                              História

                              O controle político do populoso e fértil vale do México ficou confuso após 1100. Gradualmente, os astecas, uma tribo do norte, assumiram o poder depois de 1200. Os astecas eram um povo indígena da América do Norte, pertencente ao grupo nahua. Os astecas também podem ser chamados de mexicas (daí México). Migraram para o vale do México (ou Anahuác) no princípio do século XIII e assentaram-se, inicialmente, na maior ilha do lago de Texcoco (depois todo drenado pelos espanhóis), seguindo instruções de seus deuses para se fixarem onde vissem uma águia pousada em um cacto, devorando uma cobra. A partir dessa base formaram uma aliança com duas outras cidades – Texcoco e Tlacopán – contra Atzcapotzalco, derrotaram-no e continuaram a conquistar outras cidades do vale durante o século XV, quando controlavam todo o centro do México como um Império ou Confederação Asteca, cuja base econômico-política era o modo de produção tributário. No princípio do século XVI, seus domínios se estendiam de costa a costa, tendo ao norte os desertos e ao sul o território maia.

                              Brasão de armas mexicano mostrando o sinal para a fundação da capital asteca



                              Mapa de Tenochtitlán vista do oeste. Pintura mural no Museu Nacional de Antropologia, Cidade do México por Dr. Atl em 1930.




                              Os astecas, que atingiram alto grau de sofisticação tecnológica e cultural, eram governados por uma monarquia eletiva, e organizavam-se em diversas classes sociais, tais como nobres, sacerdotes, guerreiros, comerciantes e escravos, além de possuírem uma escrita pictográfica e dois calendários (astronômico e litúrgico).
                              Ao estudar a cultura asteca, deve-se prestar especial atenção a três aspectos: a religião, que demandava sacrifícios humanos em larga escala, particularmente ao deus da guerra, Huitzilopochtli; a tecnologia avançada, como a utilização eficiente das chinampas (ilhas artificiais construídas no lago, com canais divisórios) e a vasta rede de comércio e sistema de administração tributária.
                              O império asteca era formado por uma organização estatal que se sobrepôs militarmente a diversos povos e comunidades na Meso-América. Segundo Jorge Luis Ferreira, os astecas possuíam uma superioridade cultural e isso justificaria sua hegemonia política sobre as inúmeras comunidades nestas regiões, o que era argumentado por eles mesmos.
                              No período anterior a sua expansão os astecas estavam no mesmo estágio cultural de seus vizinhos de outras etnias. Por um processo muito específico, numa expansão rápida, passaram a subjugar, dominar e tributar os povos das redondezas, outrora seus iguais. É importante lembrar estes aspectos pelo fato de terem se tornado dominantes por uma expansão militar, e não por uma suposta sofisticação cultural própria e autônoma.
                              Apesar de sacrifícios humanos serem uma prática constante e muito antiga na Mesoamérica, os astecas se destacaram por fazer deles um pilar de sua sociedade e religião. Segundo mitos astecas, sangue humano era necessário ao sol, como alimento, para que o astro pudesse nascer a cada dia. Sacrifícios humanos eram realizados em grande escala; algumas centenas em um dia só não era incomum. Os corações eram arrancados de vítimas vivas, e levantados ao céu em honra aos deuses. Os sacrifícios eram conduzidos do alto de pirâmides para estar perto dos deuses e o sangue escorria pelos degraus. A economia asteca estava baseada primordialmente no milho, e as pessoas acreditavam que as colheitas dependiam de provisão regular de sangue por meio dos sacrifícios.
                              Durante os tempos de paz, "guerras" eram realizadas como campeonatos de coragem e de habilidades de guerreiros, e com o intuito de capturar mais vítimas. Eles lutavam com clavas de madeira para mutilar e atordoar, e não matar. Quando lutavam para matar, colocava-se nas clavas uma lâmina de obsidiana.
                              Sua civilização teve um fim abrupto com a chegada dos espanhóis no começo do século XVI. Tornaram-se aliados de Cortés em 1519. O governante asteca Moctezuma II considerou o conquistador espanhol a personificação do deus Quetzalcóatl, e não soube avaliar o perigo que seu reino corria. Ele recebeu Cortés amigavelmente, mas posteriormente o tlatoani foi tomado como refém. Em 1520 houve uma revolta asteca e Moctezuma II foi assassinado. Seu sucessor, Cuauhtémoc (filho do irmão de Montezuma), o último governante asteca, resistiu aos invasores, mas em 1521 Cortés sitiou Tenochtitlán e subjugou o império. Muitos povos não-astecas, submetidos à Confederação, se uniram aos conquistadores contra os astecas.

                              A Sociedade

                              A sociedade asteca era rigidamente dividida. O grupo social dos pipiltin (nobreza) era formada pela família real, sacerdotes, chefes de grupos guerreiros — como os Jaguares e as Águias — e chefes dos calpulli. Podiam participar também alguns plebeus (macehualtin) que tivessem realizado algum ato extraordinário. Tomar chocolate quente (xocoatl) era um privilégio da nobreza. O resto da população era constituída de lavradores e artesãos. Havia, também, escravos (tlacotin).
                              Havia, na ordem, começando do plano mais baixo:
                              • Escravos
                              • maceualli ou calpulli (membro do clã)
                              • artesãos e comerciantes
                              • pochtecas (grandes comerciantes)
                              • sacerdotes, dignitários civis e militares.


                              A religião

                              Eram politeístas (acreditavam em vários deuses) e acreditavam que se o sangue humano não fosse oferecido ao Sol, a engrenagem do mundo deixaria de funcionar.
                              Os sacrifícios eram dedicados a :
                              • Huitzilopochtli ou Tezcatlipoca: o sacrificado era colocado em uma pedra por quatro sacerdotes, e um quinto sacerdote extraía, com uma faca, o coração do guerreiro vivo para alimentar seu deus;
                              • Tlaloc: anualmente eram sacrificados crianças no cume da montanha. Acreditava-se que quanto mais as crianças chorassem, mais chuva o deus proveria.

                              No seu panteão havia centenas de deuses. Os principais eram vinculados ao ciclo solar e à atividade agrícola. Observações astronômicas estudo dos calendários fazia parte do conhecimento dos sacerdotes.
                              O deus mais venerado era Quetzalcóatl, a serpente emplumada. Os sacerdotes eram um poderoso grupo social, encarregado de orientar a educação dos nobres, fazer previsões e dirigir as cerimônias rituais. A religiosidade asteca incluía a prática de sacrifícios. Segundo o divulgado pelos conquistadores o derramamento de sangue e a oferenda do coração de animais e de seres humanos eram ritos imprescindíveis para satisfazer os deuses, contudo se considerarmos a relação da religião com a medicina encontraremos um sem número de ritos.
                              Há referências a um deus sem face, invisível e impalpável, desprovido de história mítica para quem o rei de Texoco, Nezaucoyoatl mandou fazer um templo sem ídolos, apenas uma torre. Esse rei o definia como "aquele, graças a quem nós vivemos".

                              A medicina

                              As contribuições da antropologia médica situam o conhecimento mítico religioso como formas de racionalidade médica se se constitui como um sistema lógico e teoricamente estruturado, que tenha como condição necessária e suficiente para ser considerado como tal, a presença dos seguintes elementos: 1. Uma morfologia (concepção anatômica); 2. Uma dinâmica vital ( "fisiologia") ; 3. Um sistema de diagnósticos; 4. Um sistema de intervenções terapêuticas; 5. Uma doutrina médica (cosmologia).
                              Pelo menos parcialmente preenche tais requisitos. Apresenta-se como teoricamente estruturado, com formação específica (o aprendizado das diversas funções da classe sacerdotal), o relativo conhecimento de anatomia (comparado com sistemas etnomédicos de índios dos desertos americanos ou florestas tropicais) em função, talvez, da prática de sacrifícios humanos mas não necessariamente dependente dessa condição. Há evidências que soldavam fraturas e punham talas em ossos quebrados.
                              A dinâmica vital da relação tonal (tonalli) – nagual (naualli) ou explicações do efeito de plantas medicinais são pouco conhecidos contudo o sistema de intervenções terapêuticas através de plantas medicinais, dietas, ritos são evidentes. A doutrina médica tradicional por sua vez, também não é bem conhecida.
                              No sistema diagnóstico encontramos quatro causas básicas: Introdução de corpo estranho por feitiçaria; Agressões sofridas ao duplo (nagual); Agressões ou perda do tonal; e influências nefastas de espíritos (ares).
                              Em relação a esse conjunto de patologias, os deuses representavam simultaneamente uma categoria de análise de causa e possibilidade de intervenção por sua intercessão. Tlaloc estava associado aos ares e doenças do frio e da pele (úlceras, lepra) e hidropsia; Ciuapipiltin às convulsões e paralisia; Tlazolteotl às doenças do amor que inclusive causavam a morte (tlazolmiquiztli ); Ixtlilton curava as crianças; Lume, ajudava as parturientes; Xipe Totec era o responsável pelas oftalmias.
                              Plantas & Técnicas O tabaco e o incenso vegetal (copalli) estava presente em suas práticas. Seus ticitl (médicos feiticeiros) em nome dos Deuses realizavam ritos de cura com plantas que contém substâncias psicodélicas (Lophophora willamsii ou peiote; Psylocybe mexicana, Stropharia cubensis - cogumelos com psilocibina; Ipomoea violacea e Rivea coribosa - oololiuhqui) que ensinam a causa das doenças, mostram a presença de tonal (tonalli), e sofrimentos infligidos ao duplo animal ou nagual (naualli) os casos de enfeitiçamento ou castigo dos deuses.
                              Entre os remédios mais conhecidos estava a alimentação dos doentes com dietas a base de milho, passiflora (quanenepilli), o bálsamo do peru, a raiz de jalapa, a salsaparrilha (iztacpatli / psoralea) a valeriana entre centenas de outras registradas em códices escritos dos quais nos sobraram fragmentos.

                              Imperadores



                              Cidades históricas



                              Bibliografia

                              • Soustelle, Jacques. A vida cotidiana dos astecas, nas vésperas da conquista espanhola. MG, Itatiaia, 1962
                              • Soustelle, Jacques. A civilização asteca. RJ, Zahar,1970
                              ...Da popular Wiki.

                              Mais dados sobre a civilização Azteca
                              .


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                                #16
                                Originalmente Colocado por ManuelBarbosa Ver Post
                                Sempre tive uma inclinação para a cultura celta.

                                Celtas - Wikipédia, a enciclopédia livre

                                Um povo que muito influente na peninsula Iberica, pricipalmente no norte onde as tribos Galaicas forma bastante marcantes e deixaram traços culturais que sobreviveram até os nossos dias.

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                                  #17
                                  Originalmente Colocado por ManuelBarbosa Ver Post
                                  Sempre tive uma inclinação para a cultura celta.

                                  Celtas - Wikipédia, a enciclopédia livre

                                  Um povo que muito influente na peninsula Iberica, pricipalmente no norte onde as tribos Galaicas forma bastante marcantes e deixaram traços culturais que sobreviveram até os nossos dias.
                                  E músicas porreirinhas

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                                    #18
                                    Originalmente Colocado por bimmer318tds Ver Post
                                    E músicas porreirinhas
                                    De facto a música Celta é muito agradável.

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                                      #19
                                      Desculpem a escavadela, mas deu-me, como me dá frequentes vezes, a saudade de um dos povos que mais admiro...:

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                                        #20
                                        Já agora...: YANOMAMI

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                                          #21
                                          Eu sempre tive curiosidade pelos povos da escandinávia. Vickings, Vandalos, os deuses deles as runas... Mas, como muita gente, não sei muito acerca deles.
                                          Tb gosto (mas ai é admiração) do povo japonês: elevar a perfeição tudo o que fazem, muito respeito, muita educação... Não hei-de morrer sem ir a esse país.

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                                            #22
                                            Originalmente Colocado por senhorpedro Ver Post
                                            Eu sempre tive curiosidade pelos povos da escandinávia. Vickings, Vandalos, os deuses deles as runas... Mas, como muita gente, não sei muito acerca deles.
                                            Tb gosto (mas ai é admiração) do povo japonês: elevar a perfeição tudo o que fazem, muito respeito, muita educação... Não hei-de morrer sem ir a esse país.

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                                              #23
                                              Originalmente Colocado por PeLeve Ver Post
                                              Desculpem a escavadela, mas deu-me, como me dá frequentes vezes, a saudade de um dos povos que mais admiro...:

                                              Engraçado...eu também sinto essa saudade e gosto especialmente dos índios do Norte da América.


                                              Deixo aqui o´seu Código de ética:

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                                                #24
                                                Perfeitamente referencial e um marco, um exemplo moral, filosófico e comportamental que todos devíamos seguir! Não conhecia. Obrigado pela partilha!

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                                                  #25
                                                  O MAIS BELO HINO DE AMOR À NATUREZA




                                                  O Chefe Seattle, que viveu entre 1786 e 1866, era o líder das tribos Duwamish e Suquamish, que viviam no território do que hoje é o Estado de Washington, nos Estados Unidos da América.

                                                  Ele era um indígena, com certeza, o mais inteligente entre o seu povo, para lhe ter sido concedida a honra (naquele tempo os Homens ainda tinham honra) de dirigir os destinos das suas tribos.

                                                  Seattle não estudou na universidade dos homens, no entanto era daqueles que via para além do visível. Era um Homem que pensava com todos os seus sentidos e sentia com toda a sua razão.

                                                  Para ele, a ignorância do homem branco era incompreensível: por que exterminaria os búfalos? Por que domaria os cavalos selvagens? Por que encheria os locais recônditos das florestas com a respiração de tantos homens? Por que mancharia a paisagem exuberante das colinas com fios falantes? Onde estava o matagal? Onde estava a águia?

                                                  Na verdade, a vida para um ser pensante é algo de muito sagrado, de muito autêntico, de muito natural; é algo que faz parte integrante da harmonia e do equilíbrio cósmicos, mistérios apenas compreensíveis aos grandes espíritos.

                                                  O Chefe Seattle era um desses grandes espíritos. Um indígena cuja universidade foi a sua própria inteligência, a sua intuição de ser humano, a sua percepção de um mundo do qual ele era parte integrante, e tudo o que se fizesse de mal contra esse mundo, destruiria o próprio homem.

                                                  Naquela época, o governo americano, presidido por Franklin Pierce, 14.º presidente dos EUA, considerado um dos piores presidentes da história deste país, teve a intenção de comprar o território pertencente àquelas tribos.

                                                  Em 1854, o Chefe Seattle dirigiu-lhe, então, as palavras que aqui transcrevo, consideradas o mais belo hino de amor à Natureza, de uma lucidez rara, para quem se dizia apenas um selvagem que nada compreende. Porém, apenas um “selvagem” teria esta percepção da Vida.

                                                  E porque a carta é de uma actualidade perturbadora, eis o seu conteúdo:


                                                  O grande chefe de Washington mandou dizer que desejava comprar a nossa terra, e assegurou-nos também da sua amizade e benevolência. Isto é gentil da sua parte, até porque sabemos que ele não precisa da nossa amizade.

                                                  Vamos, porém, pensar na sua oferta, pois se não o fizermos, o homem branco virá com armas e tomará a nossa terra. O grande chefe de Washington pode confiar no que o Chefe Seattle diz com a mesma certeza com que os nossos irmãos brancos podem confiar na alteração das estações do ano.

                                                  A minha palavra é como as estrelas: não empalidecem.

                                                  Como podeis comprar ou vender o céu ou o calor da terra? Tal ideia é-nos estranha. Se não somos donos da pureza do ar ou da refulgência da água, como podeis então comprá-los? Cada quinhão desta terra é sagrado para o meu povo; cada folha radiosa de pinheiro, cada praia arenosa, cada véu de neblina na floresta escura, cada clareira e insecto a zumbir são sagrados nas tradições e na consciência do meu povo. A seiva que circula nas árvores carrega consigo as recordações do pele-vermelha.

                                                  O homem branco esquece a sua terra natal, quando, depois de morrer, vagueia por entre as estrelas. Os nossos mortos nunca esquecem esta terra formosa, pois ela é a mãe do pele-vermelha. Somos parte da terra e ela é parte de nós. As flores perfumadas são nossas irmãs; o cervo, o cavalo, a grande águia são nossos irmãos. Os cumes rochosos, os eflúvios da planície, o calor que emana do corpo de um mustang, e o homem, todos pertencem à mesma família.

                                                  Portanto, quando o grande chefe de Washington manda dizer que deseja comprar a nossa terra, ele exige muito de nós. O grande chefe manda dizer que irá reservar para nós um lugar onde possamos viver confortavelmente. Ele será nosso pai e nós seremos seus filhos. Portanto, vamos considerar a vossa oferta de comprar a nossa terra. Mas não vai ser fácil, porque esta terra é para nós sagrada.

                                                  Esta água cristalina que corre nos rios e regatos não é apenas água, mas também o sangue dos nossos ancestrais. Se vos vendermos a terra, tereis de vos lembrar que ela é sagrada e tereis de ensinar aos vossos filhos que é sagrada e que cada reflexo espectral na água límpida dos lagos conta os feitos e as recordações da vida do meu povo. O rumorejar da água é a voz do pai do meu pai. Os rios são nossos irmãos, eles apagam a nossa sede. Os rios transportam as nossas canoas e alimentam os nossos filhos. Se vos vendermos a nossa terra, tereis de vos lembrar e ensinar aos vossos filhos que os rios são irmãos nossos e vossos, e tereis de conceder aos rios o afecto que daríeis a um irmão.

                                                  Sabemos que o homem branco não compreende o nosso modo de viver. Para ele um quinhão de terra é igual a outro, porque ele é um forasteiro que chega na calada da noite e tira da terra tudo o que necessita. A terra não é vossa irmã, mas sim vossa inimiga, e depois de a conquistar, partis, indiferentes, deixando para trás os túmulos dos vossos antepassados. Arrebatais a terra das mãos dos vossos filhos e não vos importais. Esquecidos ficam as sepulturas dos vossos antepassados e o direito dos vossos filhos à herança. Vós tratais a vossa mãe (a terra) e o vosso irmão (o céu) como coisas que podem ser compradas, saqueadas, vendidas como ovelhas ou missangas resplandecentes. A vossa voracidade arruinará a terra, deixando para trás apenas um deserto.

                                                  Não sei. Os nossos costumes diferem dos vossos. A visão das vossas cidades causa tormento aos olhos do pele-vermelha. Mas talvez tal aconteça por ser o pele-vermelha um selvagem, que nada compreende.

                                                  Não há sequer um lugar calmo nas cidades do homem branco. Não há um lugar onde possa ouvir-se o desabrochar da folhagem na Primavera ou o vibrar das asas de um insecto. Mas talvez assim seja por eu ser um selvagem que nada compreende; o ruído parece apenas insultar os ouvidos. E que vida será a de um homem que não pode ouvir a voz solitária do curiango ou, à noite, a conversa dos sapos em volta de um pantanal? Sou um pele-vermelha e nada compreendo. O índio prefere o suave murmúrio do vento a pairar sobre uma lagoa e o cheiro do próprio vento, purificado por uma chuva do meio-dia, ou rescendendo a pinheiro.

                                                  O ar é precioso para o pele-vermelha, porque todas as criaturas o partilham: os animais, as árvores, o homem.
                                                  O homem branco parece não compreender o ar que respira. Como um moribundo em prolongada agonia, ele é insensível ao ar fétido. Mas se vos vendermos a nossa terra, tereis de vos lembrar que o ar é precioso para nós, que o ar compartilha o seu espírito com toda a vida que ele sustenta. O vento que deu ao nosso bisavô o seu primeiro sopro de vida, também recebe o seu último suspiro. E se vos vendermos a nossa terra, devereis mantê-la reservada, feita santuário, como um lugar em que o próprio homem branco possa ir saborear o vento, cingido pela fragrância das flores campestres.

                                                  Desse modo, vamos, pois, considerar a vossa oferta para comprar a nossa terra. Se decidirmos aceitar, colocarei uma condição: o homem branco deverá tratar os animais desta terra como se fossem seus irmãos.

                                                  Sou um selvagem e desconheço que possa ser de outro jeito. Tenho visto milhares de búfalos apodrecendo na pradaria, abandonados pelo homem branc, que os abate a tiros disparados do comboio em movimento. Sou um selvagem e não compreendo como um fumegante cavalo de ferro possa ser mais importante do que o búfalo que nós, os índios, matamos apenas para nos alimentarmos.

                                                  O que é o homem sem os animais? Se todos os animais acabassem, o homem morreria de uma grande solidão de espírito. Porque tudo quanto acontece aos animais, acontece ao homem. Tudo está relacionado entre si.

                                                  Deveis ensinar aos vossos filhos que o chão que pisamos são as cinzas dos nossos antepassados. Para que tenham respeito pelo país, contai aos vossos filhos que a riqueza da terra é a vida da nossa família. Ensinai aos vossos filhos o que temos ensinado aos nossos: que a terra é a nossa mãe. Tudo quanto fere a terra, fere os filhos da terra. Se os homens cospem no chão, cospem sobre eles próprios.

                                                  De uma coisa sabemos: a terra não pertence ao homem, é o homem que pertence à terra. Disso temos certeza. Todas as coisas estão interligadas, como o sangue que une uma família. Tudo está relacionado entre si. Tudo quanto agride a terra, agride os filhos da terra. Não foi o homem quem teceu a teia da vida: ele é meramente um fio dessa mesma teia. Tudo o que ele fizer à teia, a si próprio o fará.

                                                  Os nossos filhos viram os seus pais humilhados na derrota. Os nossos guerreiros sucumbem sob o peso da vergonha. E depois da derrota passam o tempo ociosamente, envenenando o corpo com alimentos adocicados e bebidas embriagantes. Não tem grande importância onde passaremos os nossos últimos dias, eles não serão muitos. Mais algumas horas, menos uns Invernos, e nenhum dos filhos das grandes tribos que viveram nesta terra ou que têm vagueado em pequenos bandos pelos bosques, sobrará para chorar sobre os túmulos, um povo que um dia foi tão poderoso e cheio de confiança como o nosso.

                                                  Compreenderíamos, talvez, se conhecêssemos os sonhos do homem branco; se soubéssemos quais as esperanças que transmite aos seus filhos, nas longas noites de Inverno; quais as visões do futuro que oferece às suas mentes, para que possam formular desejos para o dia de amanhã. Somos, porém, selvagens. Os sonhos do homem branco são para nós um enigma, e por serem um enigma, temos de escolher o nosso próprio caminho. Se consentirmos, será para garantir as reservas que nos prometestes. Lá, talvez possamos viver os nossos últimos dias conforme os nossos desejos. Depois que o último pele-vermelha tiver partido e a sua lembrança não passar da sombra de uma nuvem a pairar sobre as pradarias, a alma do meu povo continuará vivendo nestas florestas e praias, porque nós as amamos como um recém-nascido ama o bater do coração de sua mãe.

                                                  Se vos vendermos a nossa terra, amai-a como nós a amamos. Protegei-a como nós a protegemos. Nunca esqueçais de como era esta terra quando dela tomastes posse. E com toda a vossa força, o vosso poder e todo o vosso coração, conservai-a para os vossos filhos, e amai-a como Deus nos ama a todos. De uma coisa sabemos: o nosso Deus é o mesmo Deus, e esta terra é por Ele amada. Nem mesmo o homem branco pode evitar este nosso destino comum.

                                                  Nem o homem branco, cujo Deus com ele passeia e conversa como amigo para amigo, pode evitar este destino comum. Poderíamos ser irmãos, apesar de tudo. Vamos ver. De uma coisa sabemos, e talvez o homem branco venha, um dia, a descobrir também: o nosso Deus é o mesmo Deus. Talvez julgueis, agora, que O podeis possuir do mesmo modo que desejais possuir a nossa terra. Mas não podeis. Ele é Deus da Humanidade inteira, e a Sua piedade é igual para com o pele-vermelha como para o homem branco. Esta terra é amada por Ele, e causar dano à terra é desprezar o Seu criador. Os brancos vão também acabar; talvez mais cedo do que todas as outras raças. Continuais a poluir a vossa cama e haveis de morrer uma noite, sufocados pelos vossos próprios desejos.

                                                  Porém, ao perecerem, vós outros caminhais para a vossa destruição rodeados de glória, inspirados pela força de Deus que vos trouxe a esta terra e que, por algum especial desígnio, vos deu o domínio sobre ela e sobre o pele-vermelha. Esse desígnio é para nós um mistério, pois não entendemos por que exterminam os búfalos, domam os cavalos selvagens, enchem os locais recônditos das florestas com a respiração de tantos homens, e mancham a paisagem exuberante das colinas com fios falantes. Onde está o matagal? Destruído. Onde está a água? A desaparecer. Restará dizer adeus às andorinhas e aos animais da floresta.

                                                  Este é o fim da vida e o começo da luta pela sobrevivência.

                                                  ***

                                                  A maioria do território das tribos do Chefe Seattle foi adquirida através da assinatura do Tratado de Point Elliot. Estes povos ficaram confinados à Reserva Indígena de Port Madison.





                                                  Carta do chefe Seattle
                                                  Editado pela última vez por MariaHelena; 18 June 2011, 12:49.

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                                                    #26


                                                    Quanta calma e serenidade, em vez de raiva e ódio. Realmente onde está a sabedoria?

                                                    Comentário


                                                      #27
                                                      (In)felizmente a posse de terra é uma importante facção das economias modernas e desenvolvidas.

                                                      Comentário


                                                        #28
                                                        Originalmente Colocado por mcabral Ver Post
                                                        (In)felizmente a posse de terra é uma importante facção das economias modernas e desenvolvidas.
                                                        Nada é permanente...tudo muda e se transforma. O que é hoje verdade amanhã pode ser mentira. A mudança está em nós em cada um de nós. Como mudamos, evoluimos, e como escolhemos.

                                                        Comentário


                                                          #29
                                                          Originalmente Colocado por MariaHelena Ver Post
                                                          Nada é permanente...tudo muda e se transforma. O que é hoje verdade amanhã pode ser mentira. A mudança está em nós em cada um de nós. Como mudamos, evoluimos, e como escolhemos.
                                                          Só me recorda este belíssimo poema...

                                                          Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
                                                          Muda-se o ser, muda-se a confiança:
                                                          Todo o mundo é composto de mudança,
                                                          Tomando sempre novas qualidades.

                                                          Continuamente vemos novidades,
                                                          Diferentes em tudo da esperança:
                                                          Do mal ficam as mágoas na lembrança,
                                                          E do bem (se algum houve) as saudades.

                                                          O tempo cobre o chão de verde manto,
                                                          Que já coberto foi de neve fria,
                                                          E em mim converte em choro o doce canto.

                                                          E afora este mudar-se cada dia,
                                                          Outra mudança faz de mor espanto,
                                                          Que não se muda já como soía.

                                                          Luís Vaz de Camões, in "Sonetos"

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                                                            #30
                                                            Desculpem lá desenterrar este tópico, mas encontrei o artigo seguinte que me pareceu muito interessante de partilhar:

                                                            A diáspora dos ciganos começou há 1500 anos no Noroeste da Índia

                                                            Os ciganos representam a maior minoria da Europa. São cerca de 11 milhões - mais do que a população de Portugal. Mas não possuem registos escritos da sua história nem tão-pouco das suas andanças pelo mundo. Isso levou um grupo de geneticistas de 15 países europeus - Portugal, Espanha, Reino Unido, Bélgica, Holanda, Hungria, Croácia, Eslováquia, Sérvia, Grécia, Roménia, Bulgária, Ucrânia, Lituânia e Estónia - a juntar esforços para tentar determinar, através de uma análise ao ADN das várias comunidades ciganas, a origem e o percurso geográfico da diáspora cigana.

                                                            Os seus resultados, publicados online esta quinta-feira na revista Current Biology, fornecem o mais pormenorizado “mapa” existente até agora dessa história demográfica - que se revela, escrevem, “rica e complexa”. Por um lado, os resultados vêm confirmar que, apesar das grandes diferenças culturais, religiosas e linguísticas que existem entre as diversas comunidades ciganas que hoje residem nos países europeus, os antepassados de todos os ciganos vieram do mesmo sítio. Por outro, permitem estimar a data em que os ciganos ancestrais saíram do seu “berço” genético, bem como a data em que teve início a sua expansão pela Europa fora.

                                                            A partir de amostras biológicas provenientes das comunidades ciganas de 13 países (todos os acima referidos menos a Holanda e a Bélgica), os cientistas realizaram uma análise global de 152 genomas. A seguir, compararam-nos com os genomas de diversas outras populações - nomeadamente de europeus não-ciganos -, para remontar até ao ponto geográfico de origem dos antepassados dos ciganos actuais e seguir-lhes depois o rasto ao longo do tempo.“Juntámos as populações e fizemos uma análise muito mais intensiva, ao nível de todo o genoma, com um número de marcadores genéticos extremamente elevado”, disse ao PÚBLICO Leonor Gusmão, do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (Ipatimup) - e co-autora portuguesa do estudo -, em conversa telefónica a partir do Brasil, onde está actualmente a trabalhar no Laboratório de Diagnósticos por DNA da Universidade Estadual do Rio de Janeiro.Os cientistas puderam assim concluir que tudo começou no Noroeste da Índia, há uns 1500 anos. E que, uma vez chegados à Europa via Balcãs (mais precisamente a Bulgária), os ciganos começaram, há cerca de 900 anos, a espalhar-se por todo o continente, até à Península Ibérica e ao País de Gales, misturando-se, ainda que de forma limitada, com as populações autóctones que iam encontrando.

                                                            Bolas brancas, bolas pretas

                                                            A Portugal, os primeiros ciganos terão chegado em 1462. “Estão há mais tempo em Portugal do que os portugueses no Brasil”, faz notar Leonor Gusmão. No entanto - e apesar de serem “um grupo extremamente interessante” - têm sido esquecidos pelos geneticistas das populações. “A maior parte das pessoas não faz ideia de onde é que vieram os ciganos.”

                                                            Uma das particularidades que o novo estudo genético revelou é que a diáspora cigana terá sido o resultado de migrações sucessivas de grupos muito pequenos, quase de grupos familiares. Isso fez com que as diversas populações se diferenciassem rapidamente umas das outras do ponto vista genético.“Como eram poucos indivíduos”, explica a cientista, “nunca representavam totalmente a população de onde tinham saído.” E utiliza uma analogia para melhor descrever o fenómeno: é como tirar bolas ao acaso de um saco que contém 25 bolas brancas e 25 pretas. Se tirarmos um número substancial de bolas, digamos 20, é provável que mais ou menos metade das bolas escolhidas seja de uma cor e metade da outra. Mas se tirarmos apenas duas bolas, facilmente ficaremos com duas da mesma cor, o que não será representativo do conteúdo do saco.

                                                            Com os genes, acontece a mesma coisa. E foi o que se passou durante a diáspora cigana. “Isso é que é realmente interessante: o facto de tantas diferenças terem surgido entre as populações ciganas, a todos os níveis, em tão pouco tempo”, diz Leonor Gusmão. O modo de vida nómada dos ciganos não é alheio a esta característica da sua diáspora.O facto de a ancestralidade ser indiana foi uma surpresa? Não, responde. Os estudos linguísticos já apontavam para a Índia. “Já sabíamos isso, não fomos nós que o descobrimos.” Contudo, a genética permitiu descartar algumas hipóteses quanto ao percurso exacto dos grupos ciganos entre a Índia e a Europa.
                                                            http://www.guiademidia.com.br/acessa...www.opais.net/

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