Anúncio

Collapse
No announcement yet.

Massacre de Dresden

Collapse

Ads nos topicos Mobile

Collapse

Ads Nos topicos Desktop

Collapse
X
Collapse
Primeira Anterior Próxima Última
 
  • Filtrar
  • Tempo
  • Show
Clear All
new posts

    Massacre de Dresden

    Na onda dos recentes tópicos sobre a Segunda Guerra Mundial e sobre o regime nazi, achei por bem colocar aqui também algumas informações sobre um dos maiores massacres da história, embora seja muitas vezes "esquecido", vá-se lá saber porquê.

    O MASSACRE EM DRESDEN


    O mais devastador ataque aéreo da história da Segunda Guerra Mundial não foi o de Hiroshima, nem o de Nagasaki. Muito pior que os dois bombardeios juntos, foi o ataque terrorista desfechado contra Dresden no dia 13 de fevereiro de 1945,uma cidade aberta, sem defesa anti-aérea, que não apresentava objetivos militares, uma cidade de normalmente 650.000 habitantes, mas que naqueles dias fora invadida por aproximadamente 400.000 refugiados do leste europeu, em face ao avanço do exército Vermelho, perfazendo uma população amontoada superior a um milhão de pessoas.

    Trata-se, sem sombra de dúvida, do maior massacre de civis a que a humanidade já assistiu, em todos os tempos, ocorrido num período inferior a 48 horas. Na antiga Alemanha oriental, a data de 13 de fevereiro até alguns anos atrás (não sei hoje), era reverenciada com o toque dos sinos por aproximadamente 20 minutos. A "imprensa internacional" no entanto, sempre procurou de todas as formas, ignorar ou minimizar o acontecimento, dando destaque apenas ao caso de Hiroshima e Nagasaki. Cidades que sofreram os impactos dos únicos artefatos atómicos empregados até hoje contra seres humanos, mas cujo número de vítimas, em conjunto, não ultrapassa a casa dos 100.000 mortos. A parte irónica destes acontecimentos ocorridos no Japão, é a explicação dos norte-americanos para o inexplicável ataque terrorista , "poupar perdas humanas", acelerando o término do conflito, que viria mais cedo, e veio!

    Os dados e informações transmitidos a seguir foram extraídos do livro “A Destruição de Dresden”, do escritor inglês David lrving, que apresenta minuciosa descrição do ocorrido nos dias 13, 14 e 15 de fevereiro de 1945.
    Vamos examinar a Ordem do dia nº 47, emitida pelo chefe da polícia civil daquela cidade em 22 de março de 1945 (mais de um mês depois dos ataques), para os comandantes da polícia e SS:

    Ataque aéreo a Dresden - No propósito de desmentir fortes rumores, segue-se um breve resumo das conclusivas declarações do chefe de polícia de Dresden sobre os quatro ataques de 13, 14 e 15 de fevereiro àquela cidade:

    Relaciona, entre outras, a destruição de:

    - 30 edifícios de bancos,
    - 36 de seguradoras,
    - 31 lojas de departamentos,
    - 32 grandes hotéis,
    - 25 grandes restaurantes,
    - 75 edifícios municipais,
    - 06 teatros,
    - 18 cinemas,
    - 647 locais de negócios,
    - 02 museus,
    - 19 igrejas,
    - 06 capelas,
    - 22 hospitais,
    - 72 escolas,
    - 05 consulados, incluindo os da Espanha e Suíça.

    Até o começo da tarde de 20 de março de 1945, foram encontrados 202.040 corpos, principalmente de mulheres e crianças. Sendo que o total exacto de mortos deve subir a 250.000, somente 30% deles foram identificados. Só a polícia civil de Dresden teve 75 baixas e 276 desaparecidos, que devem ser, em sua maior parte, considerados mortos também. Como a remoção dos cadáveres não podia ser feita de modo suficientemente rápido, 68.650 foram incinerados e suas cinzas enterradas num cemitério. "Como os boatos excedem de muito a realidade, os mínimos dados podem ser usados livremente. As baixas e os danos foram bastante graves... O ataque foi particularmente danoso porque, sendo de grandes proporções, foi desferido no espaço de muito pouco tempo".

    (assinado) Grosse

    Coronel da Polícia Civil.


    RELATO DE COMO FOI O MASSACRE

    Quase 2.000 bombardeiros anglo-americanos participaram para o planeado massacre, cujo primeiro ataque iniciou-se dia 13 de fevereiro de 1945 às 22:09hs. Caíam bombas de até 4.000 kg. "Este é um belo bombardeio"; comentou o líder da formação na época. Como se tratava de uma cidade sem defesa anti-aérea, as perdas foram mínimas, apenas um bombardeiro (causada por acidente). Às 22:30hs toda a força do primeiro ataque estava de volta à Inglaterra. Em Dresden a situação era de pavor. Era noite, o sistema de iluminação também havia sido atingido e os mortos espalhavam-se pelos escombros... Foram mobilizadas forças auxiliares de toda a região próxima a Dresden, para tratar do atendimento a feridos e soterrados, apenas nas áreas onde podiam se aproximar, mais afastados dos terríveis incêndios causados por cerca de 400.000 bombas incendiárias. Quantos morreram sufocados e queimados, ninguém sabe dizer.
    Enquanto os sobreviventes corriam, desesperados, pelas ruas, à procura de parentes e amigos, a força aérea do primeiro ataque cruzava, nos ares, com a segunda força de bombardeiros destinada também a Dresden e integrada por nada mais, nada menos que 529 Lancasters, aos quais fora dada a Ordem de Ataque para as 01:30hs da madrugada, na mesma noite de 13 para 14 de fevereiro de 1945.

    Conforme relatado posteriormente, por tripulantes desta missão, foi-lhes dito na Inglaterra: "Iriam atacar o Q.G do exercito alemão em Dresden". Alguns tripulantes do 75º Esquadrão de bombardeiros da RAF relembram a descrição do local, pelos seus superiores, como a de uma cidade-fortaleza. Foram instruídos para atacar Dresden com a finalidade de "destruir as armas e os armazéns de abastecimento da Alemanha". Foi-lhes dado a entender que era um dos principais centros de abastecimento da frente oriental. Para o 1º grupo o ênfase foi dado à importância de Dresden como sector ferroviário e esse seria o seu alvo. A Informação preparada para o grupo canadense descrevia "Dresden como uma importante área industrial, produzindo motores elétricos, instrumentos de precisão, produtos químicos e munições". Em poucos esquadrões os tripulantes foram prevenidos da presença de centenas de milhares de refugiados na cidade, abrigando cerca de 26.620 prisioneiros de guerra, localizados nos subúrbios.

    Os 529 bombardeiros do segundo ataque levavam, os primeiros, bombas altamente explosivas, de 2.000 kg cada, e os demais vinham com os mais diferentes tipos de bombas de destruição. O comandante de ala Le Good, um australiano, anotou antes do início do bombardeio: "Dresden. Limpo sobre o objetivo (sem nuvens), praticamente toda a cidade em chamas. Nenhuma defesa anti-aérea".
    Dresden estava indefesa e isso permitiu aos pilotos descerem da altitude operacional de 6.000 metros para apenas 2.000 metros. Um navegador, ao baixar para 2.000 metros olhou para Dresden, que ia novamente ser atacada, toda ela iluminada pelas violentas chamas e fumaça, declarou posteriormente que nunca tinha visto tamanha destruição.
    Podiam-se observar as estradas e autoestradas que levavam à cidade, cheias de movimento. Longas carroças com abastecimento e as brigadas de bombeiros a chegar de outras cidades, para auxílio ao primeiro ataque.

    "Foi a primeira vez que lamentei os alemães", contou o tripulante de um Lancaster pertencente ao 635º Es-quadrão da RAF. "Mas o meu pesar durou apenas alguns segundos, a tarefa era ferir o inimigo, e feri-lo muito duramente". Em seguida começou o segundo bombardeio. As 01:24hs Dresden era, de ponta a ponta, um mar de fogo. "A cidade estava tão iluminada", escreveu depois um tripulante em seu diário, "que víamos tudo em volta do nosso avião e também os nossos próprios rastros de vapor". Outro cita que "pela primeira vez em muitas operações tive pena da população em terra". O navegador de outro avião do mesmo grupo escreveu: "Era hábito meu nunca deixar o assento, mas o meu comandante chamou para ir dar uma olhada. O aspecto era realmente fantástico. Dresden era uma cidade com cada rua explodindo em fogo". "Estávamos tão aterrorizados com as assustadoras chamas, que embora sozinhos sobre a cidade sobrevoamos guardando distância por muitos minutos, antes de empreender o caminho de regresso, completamente subjulgados pelo que imaginávamos quanto ao horror que devia estar a acontecer lá em baixo. Trinta minutos depois de partir, ainda podíamos ver as chamas do fogo", lembra um piloto do 3º Grupo.
    O segundo ataque havia terminado às 01:54hs da madrugada do dia 14 de fevereiro de 1945. Duas horas e 46 minutos depois desse segundo ataque, precisamente às 04:40hs, na Inglaterra, foi iniciada a instrução final para o terceiro ataque, a ser efetuado por 450 B-17 Fortalezas Voadoras da USAF, contra a mesma cidade. Mais uma vez os bombardeiros pesados com capacidade máxima de carga, foram dirigidos para lá...
    O quarto ataque, às 12:10hs do dia 15 de fevereiro, foi efectuado por nada mais, nada menos que 1.100 bombardeiros pesados norte-americanos... Dizem que numa determinada época, a própria Igreja Anglicana interpelou o governo inglês, na figura do primeiro ministro Churchill, sobre o que estava pretendendo com o extermínio, através dos bombardeios, da população civil alemã. Se estava procurando o ódio de todo o mundo contra esse acontecimento... A Igreja, inocentemente, imaginava que o resto do mundo estava a par dos estragos causados pelos bombardeios estratégicos ingleses e norte-americanos. Ela, pelo menos naquele momento, tinha esquecido que "existia" (e ainda existe) uma imprensa internacional aliada muito atenta a tudo, e que trataria de noticiar somente o que lhe fosse conveniente.

    É importante ressaltar também que não era apenas Dresden que sofria bombardeios naqueles dias; os mesmos eram diários contra as mais diversas cidades alemãs. Naquela mesma madrugada, outros 900 B-17´s Fortalezas Voadoras estavam sendo preparados para atacar as cidades de Magdeburg, Wesel e Chemnitz com a mesma, ou até maior, intensidade.

    O resumo final do massacre é mais ou menos o seguinte: não havia sobrado gente suficiente para sepultar os mortos em valas comuns. Os cadáveres foram sendo retirados, durante vários meses, de sob os escombros. Incineravam-se restos humanos em fogueiras. Corpos de milhares de pessoas desapareceram nas verdadeiras tempestades de fogo que se formavam em função da intensidade das explosões e bombas incendiárias. Havia falta de abrigos anti-aéreos em Dresden. O número exacto de mortos nessa cidade é desconhecido, oscila em torno de 500.000 pessoas. Em março de 1945, somente em valas comuns, haviam sido sepultadas mais de 300.000 pessoas.

    Estatística dos bombardeios a Dresden:

    População em 12/2/45 (um dia antes do 1ºATAQUE)..................... 650.000 hab.
    Refugiados........................................ .............................................. 400. 000 hab.
    População de Dresden em 1986.............................................. ........ 510.000 hab.



    Tenho aqui algumas fotos de como ficou a cidade mas não estou a conseguir fazer upload, mais tarde tento novamente.

    #2
    A história é sempre escrita pelos vencedores.

    Daí que episódios vergonhosos como este sejam esquecidos, formatando as ideias das pessoas que apenas têm como fonte de informação aquilo que vêm no cinema ou televisão.

    Comentário


      #3
      Numa Guerra, não existem os "bons" e os "maus". A ideia de "bons" e "maus" é uma lavagem cerebral que a história e os filmes nos tentam impingir...

      A Guerra é cruel e desumana, por isso deve ser evitada a todo o custo. No fim de começar uma guerra, a crueldade e o ódio são imparáveis.

      Custa-me ver que, apesar de tudo o que se passou no último século, as populações continuam a ser facilmente manipuladas pelos governos, principalmente pela criação de climas de medo, de modo a apoiarem guerras estúpidas, imorais e evitáveis. Sim, estou a falar da invasão do Iraque...

      Comentário


        #4
        Excelente tópico.. que relato impressionante!

        Comentário


          #5
          Originalmente Colocado por eu Ver Post
          Numa Guerra, não existem os "bons" e os "maus". A ideia de "bons" e "maus" é uma lavagem cerebral que a história e os filmes nos tentam impingir...

          A Guerra é cruel e desumana, por isso deve ser evitada a todo o custo. No fim de começar uma guerra, a crueldade e o ódio são imparáveis.

          Custa-me ver que, apesar de tudo o que se passou no último século, as populações continuam a ser facilmente manipuladas pelos governos, principalmente pela criação de climas de medo, de modo a apoiarem guerras estúpidas, imorais e evitáveis. Sim, estou a falar da invasão do Iraque...

          Há os maus e os menos maus. No máximo.

          Qd há guerra pq alguém ataca, por exemplo invade um país com um argumento falso, e um país se defende...não são maus.

          Comentário


            #6
            Custa-me ver as pessoas passado este tempo descontextualizar certos factos da história e julgar tao levianamente quem tanto sofreu com essa guerra!
            Editado pela última vez por D. Sebastião; 17 February 2009, 11:48.

            Comentário


              #7
              Ficam só algumas fotos, porque a maioria é demasiado terrível para postar aqui:












              E vídeos feitos durante o bombardeamento bem como depois da ocupação aliada:

              http://www.youtube.com/watch?v=YXaGQZZDUIg

              http://www.youtube.com/watch?v=6OElpxhinNE

              No total morreram 100000 pessoas (possivelmente bastante mais, já que as temperaturas atingidas em certas zonas da cidade derreteram literalmente os edificios), a maioria civis, uma parte deles vinham de leste e fugiam da ocupação do exercito vermelho.

              Comentário


                #8
                Dresden parece ter sido mais uma avassaladora deonstração de força, desmoralização do inimigo etc, do que uma campanha militar com pés e cabeça.

                Comentário


                  #9
                  Não conhecia. É sempre bom conhecer todos os factos a história.

                  Comentário


                    #10
                    Grande tópico!
                    Estive em Agosto uma semana em Dresden! É impressionante a recuperação que foi feita da cidade depois dos bombardeamentos! Os principais edíficios estão completamente restaurados. Falei com muitos habitantes e todos eles puxavam o tema dos bombardeamentos... Parecia que tinham necessidade de explicar o que se passou... Há um "mito" local, segundo o qual se encostarmos o ouvido a umas grades de um edificio que lá há, conseguimos ouvir as bombas a explodir durante o bombardeamento (eu não ouvi nada, mas ok ). Há quem diga que se ouve.
                    A cidade é linda! Toda região é muito bonita. Vale bem a pena uma visita. Está muito perto de Praga por exemplo. Faz-se bem de comboio. Até Berlin são 3 horas tb de comboio. Fiz essa viagem num comboio antigo, daqueles com cabines individuais e camas. Do género dos que vemos nos filmes da 2ª guerra. Excelente experiência.
                    Aconselho a todos uma visita.

                    Comentário


                      #11
                      Vi um episodio recentemente no NG sobre o avanço do Exercito Vermelho, uma verdadeira máquina de Guerra, em semanas chegou a Berlim. Hitler suicidou-se quando o Exercito Vermelho invadiu Berlim, os aliados chegaram depois e pouco havia para contar.
                      Dresden não conhecia.

                      Comentário


                        #12
                        Originalmente Colocado por Zix Ver Post
                        Dresden parece ter sido mais uma avassaladora deonstração de força, desmoralização do inimigo etc, do que uma campanha militar com pés e cabeça.
                        O triste disto tudo é o querer esquecer todos os horrores que de parte a parte foram feitos durante a segunda guerra.

                        Assim como o genocídio de 8 milhões de Indianos durante o tempo em que a Inglaterra dominava a Índia e implementou politicas de aumento de produção de cereais, os 100 milhões de índios mortos pelos americanos, etc, etc.

                        A historia é escrita pelos vencedores...

                        Comentário


                          #13
                          Originalmente Colocado por Nthor Ver Post
                          O triste disto tudo é o querer esquecer todos os horrores que de parte a parte foram feitos durante a segunda guerra.

                          Assim como o genocídio de 8 milhões de Indianos durante o tempo em que a Inglaterra dominava a Índia e implementou politicas de aumento de produção de cereais, os 100 milhões de índios mortos pelos americanos, etc, etc.

                          A historia é escrita pelos vencedores...
                          E os descobrimentos!

                          O Chavez ainda n se esqueceu!

                          Comentário


                            #14
                            Originalmente Colocado por Nthor Ver Post
                            os 100 milhões de índios mortos pelos americanos,
                            Americanos, é como quem diz.. eram Europeus os colonizadores. Ingleses, Holandeses, Franceses, etc.
                            Na altura Americanos eram os Índios que lá habitavam


                            Originalmente Colocado por Zix Ver Post
                            E os descobrimentos!

                            O Chavez ainda n se esqueceu!
                            Quanto a descobrimentos, e particularmente na América do Sul, acho que os Portugueses foram uns 'meninos de coro' em comparação por exemplo com o que os Espanhois fizeram.

                            Comentário


                              #15
                              Originalmente Colocado por ExpertBoy Ver Post
                              Na onda dos recentes tópicos sobre a Segunda Guerra Mundial e sobre o regime nazi, achei por bem colocar aqui também algumas informações sobre um dos maiores massacres da história, embora seja muitas vezes "esquecido", vá-se lá saber porquê.

                              O MASSACRE EM DRESDEN

                              Não não está esquecido aqui no AHO, agora prepara-te para o rótulo de anti semita.

                              Aqui já se falou de variadissimos crimes de guerra, de Dresden a Katin, de Nugon Ri à Bósnia

                              WILHELM GUSTLOFF. Relembrar a maior tragédia ...

                              Fugir à Barra do TPI Tribunal Penal Internacional ...


                              Agora com se sabe, falam-se de uns e esquecem-se outros.

                              Comentário


                                #16
                                Originalmente Colocado por trtl Ver Post
                                Excelente tópico.. que relato impressionante!
                                Então se puderes passa por aqui:

                                Dresden Bombing



                                Há quem diga que os Britânicos levaram esta missão como uma "vingança" pelo bombardeamento das cidades inglesas.

                                Aliás já noutros tópicos aqui colocados se demonstrou que Dresden, na altura do bombardeamento não apresentava ameaça para o progresso aliado no terreno, e não apresentava um ponto estratégico de especial importância que aconselhasse um bombardeamento desta magnitude, em especial no centro da cidade.

                                Comentário


                                  #17
                                  Originalmente Colocado por eu Ver Post
                                  Numa Guerra, não existem os "bons" e os "maus". A ideia de "bons" e "maus" é uma lavagem cerebral que a história e os filmes nos tentam impingir...

                                  A Guerra é cruel e desumana, por isso deve ser evitada a todo o custo. No fim de começar uma guerra, a crueldade e o ódio são imparáveis.

                                  Custa-me ver que, apesar de tudo o que se passou no último século, as populações continuam a ser facilmente manipuladas pelos governos, principalmente pela criação de climas de medo, de modo a apoiarem guerras estúpidas, imorais e evitáveis. Sim, estou a falar da invasão do Iraque...
                                  Uh?

                                  Então imagina que tens uma quinta. Num certo dia um grupo de parasitas decide invadir propriedade privada com o intuito de destruir qualquer coisa. Tu chegas lá tentas dizer-lhes cordialmente para abandonarem a zona e eles além de não te ouvirem decidem reforçar o ímpeto destruidor. Tu juntas uns amigos e começa uma batalha campal. São os dois maus?

                                  Comentário


                                    #18
                                    Mas já agora não esquecer que DRESDEN não foi a cidade Alemã que teve o maior numero de vitimas, essa foi Hamburgo.

                                    A diferença é que Hamburgo era um alvo reconhecidamente estratégico, estaleiros, fabricas, industria pesada, armamento, etc, etc, tudo aqui era para o esforço de guerra nazi.

                                    Dresden era conhecida Internacionalmente como uma cidade ligada às artes, uma cidade a que muitos chamavam, Florença do Elba, e isso criou o sentimento especial em relação ao bombardeamento de que foi alvo, diga-se desnecessário.

                                    Leiam este artigo do Spiegel Online

                                    'POST-WAR MYTHS'

                                    The Logic Behind the Destruction of Dresden

                                    For years, the anniversary of the World War II bombing of Dresden has been a rallying point for neo-Nazis eager to accuse the Allies of war crimes. But, British historian Frederick Taylor explains, there was a clear military rationale behind the attack.

                                    SPIEGEL ONLINE: Every year, thousands of peole show up to the demonstrations marking the anniversary of the Feb. 13, 1945 Allied destruction of Dresden. But it wasn't the only German city obliterated by Allied bombs. Indeed, the death toll from the July 27, 1943 bombing of Hamburg was likely even higher. Why is more attention paid to Dresden?


                                    Frederick Taylor: Dresden was undoubtedly a particularly fine city, a tourist center well known to Germans and foreigners alike as a place where the arts flourished amidst architecturally distinguished surroundings. This gave rise to the myth that it was of no military or industrial importance. The high civilian death toll -- though current estimates of 25,000 are not as high as once thought -- also plays a role. Hamburg could never be seen as being of no military importance. Dresden, plausibly -- though not really accurately -- could be.



                                    SPIEGEL ONLINE: Many claim that Allied bombers were only interested in killing as many civilians as possible. Recently, though, new studies have revised downward the number of civilians thought to have been killed in the bombing of Dresden. Do you feel that your version of events has now been confirmed?

                                    Taylor: Such statements are often based on memoranda written by the British Air Marshal Charles Portal, Chief of the Air Staff. In the first, Portal argued for a new rationale, based on a hugely increased bomber force, which would carry out not just precision bombing but also indiscriminate "area bombing" by night of all German cities with populations exceeding 100,000. Portal thought that the resulting damage to the German war effort and civilian morale would lead to victory within six months. A second memorandum a year later made a similar argument.

                                    SPIEGEL ONLINE: That sounds like a rather cynical approach to the fighting of the war.


                                    Taylor: Portal's reports state these things as facts that would result from attacks on such a massive scale -- desirable only in as far as they aided victory over Germany -- rather than things in which he took some kind of personal satisfaction. It should also be noted that by late 1944 Portal had changed his mind, and unsuccessfully tried to persuade Royal Air Force Marshal Arthur "Bomber" Harris, to scale down attacks on German cities. I remain unconvinced that maximizing civilian casualties -- rather than winning the war by whatever means necessary -- was their chief objective.

                                    SPIEGEL ONLINE: Still, there was certainly more to the Dresden air raid than a desire to destroy civilian morale, wasn't there?


                                    Taylor: Certainly. The Dresden attack was directly linked to the conduct of the war elsewhere -- in this case on the Eastern Front. In Feb. 1945, Dresden was a major transport and communication hub less than 120 miles from the advancing Russians. The aim of the bombing was quite deliberately to destroy the center of the city, thereby making the movement of German soldiers and civilians impossible.
                                    SPIEGEL ONLINE: And in that, it was quite effective.

                                    Taylor: There were other targets too. Berlin was also seen as essential to continuing German resistance and was heavily bombed on Feb. 3. Raids on Dresden and Chemnitz were delayed by bad weather. And ultimately, only the Dresden raid was successful -- horribly so as the 25,000 or more casualties bear witness. This was, in fact, a clear-cut case where maximum destruction was the central aim of the attack. There can be no question that the presence of many refugees was factored into the Allies' calculations. A Feb. 1, 1945 memorandum specifically noted the huge tide of refugees passing through the eastern German cities as a "plus point," chillingly adding that attacking these cities would "result in establishing a state of chaos in some or all of these areas."

                                    SPIEGEL ONLINE: For neo-Nazis in Germany, the Dresden bombing anniversary has become the central day of protest. Why is that?

                                    Taylor: The neo-Nazis use the anniversary in two ways. First, as a straight propaganda bludgeon against the victors of World War II, an exemple of the Allies' allegedly criminal conduct of the war against Germany. Second, more subtly, as a tool to relativize Adolf Hitler's Holocaust. They refer to a "bomb holocaust" of the Allies against the civilian inhabitants of German cities, wildly inflating the figures involved and, of course, underplaying the number of Jews, Sinti, Roma, homosexuals and political prisoners, and other millions of victims of the real Holocaust. It is this two-fold advantage of the Dresden anniversary protests that is especially attractive to the neo-Nazis and their associates. Plus, many otherwise respectable people in Dresden and elsewhere, many of whom grew up with the post-war myths, continue to believe in the inflated casualty figures and in the criminality of the Allied bombing campaign.

                                    SPIEGEL ONLINE:
                                    The inflated casualty figures have proven quite resistant to academic research. The myth of Dresden as a victim of Allied aggression is one that refuses to go away. How innocent was Dresden really?

                                    Taylor: Dresden was undeniably a beautiful city, a center of the arts and a symbol of all that was great about pre-Nazi German humanism. It was also quite strongly Nazi and a major industrial center. Its light industries, ranging from factories producing typewriters and cigarettes to furniture and candy, had overwhelmingly been converted to war use after 1939. Around 70,000 workers in the city are thought to have been involved in war-related work. Its regional railway directorate was heavily involved in the war effort on the eastern front and also in the transport of prisoners within the concentration camp system. The question therefore is not whether Dresden contained legitimate bombing targets, but whether the method and intensity of the February 1945 bombing was justifiable.
                                    SPIEGEL ONLINE: Do you think it was justifiable?

                                    Taylor: Personally, though I can trace the logic of it, I have serious doubts. It is a ghastly example of how war depletes the moral reserves even of democratic nations. Goetz Bergander, who survived the bombing of his native city as an 18-year-old and has written widely about its destruction, has described the bombing in his characteristically forgiving way as "outsize." It was certainly all of that.


                                    Interview conducted by Charles Hawley

                                    Comentário


                                      #19
                                      Originalmente Colocado por tomix Ver Post
                                      Americanos, é como quem diz.. eram Europeus os colonizadores. Ingleses, Holandeses, Franceses, etc.
                                      Na altura Americanos eram os Índios que lá habitavam




                                      Quanto a descobrimentos, e particularmente na América do Sul, acho que os Portugueses foram uns 'meninos de coro' em comparação por exemplo com o que os Espanhois fizeram.
                                      Nós fizemos exactamente o que o espanhóis fizeram, ou talvez pior tendo em conta as nossas politicsa de escravização. Simplesmente não haviam grandes civilizações para destruir e serem varridas por doenças europeias. No Brasil existiam tribos dispersas e a maioria teve o mesmo destino que os povos dos territórios espanhóis.

                                      Comentário


                                        #20
                                        Penso que as palavras do eu têm sido mal interpretadas. O que é um facto, é que numa guerra destas ambos os lados enchem-se de ódio,, uma coisa quase tribal, e há massacres desnecessários e bárbaros apenas "porque sim". Por exemplo, pouco se ensina oficialmente o que se passou na guerra colonial, poucos ouviram falar de Wiriamu, por exemplo, entre outras coisas. O mal da guerra, o pior, diga-se, é mutilar porque sim, é decapitar porque sim, é violar porque sim, é queimar tudo e todos porque sim, é querer jogar à bola e cortar a cabeça a um inimigo para haver um "esférico", é estar na filinha para violar uma mulher, ser o ultimo da fila e cortar-lhe a cabeça depois de tar o serviço feito. Isto é a face oculta da guerra, que é praticada por ambos os lados, e fica esquecida nas mentes da quem lá esteve e se esforça por não recordar, até ao dia da sua morte. Quem pensa que a guerra é o que aparece no Call Of Duty, nos filmes americanos, que é trincheira a trincheira, tiros e granadas, só conhece meia história.

                                        Comentário


                                          #21
                                          Originalmente Colocado por tomix Ver Post
                                          A história é sempre escrita pelos vencedores.

                                          Daí que episódios vergonhosos como este sejam esquecidos, formatando as ideias das pessoas que apenas têm como fonte de informação aquilo que vêm no cinema ou televisão.
                                          Originalmente Colocado por eu Ver Post
                                          Numa Guerra, não existem os "bons" e os "maus". A ideia de "bons" e "maus" é uma lavagem cerebral que a história e os filmes nos tentam impingir...

                                          A Guerra é cruel e desumana, por isso deve ser evitada a todo o custo. No fim de começar uma guerra, a crueldade e o ódio são imparáveis.

                                          Custa-me ver que, apesar de tudo o que se passou no último século, as populações continuam a ser facilmente manipuladas pelos governos, principalmente pela criação de climas de medo, de modo a apoiarem guerras estúpidas, imorais e evitáveis. Sim, estou a falar da invasão do Iraque...
                                          Vai de encontro ao que ia escrever.

                                          A GM só se vê pelo lado dos campos de concentração e os massacres nele feitos.
                                          Episódios como este, em que uma população inteira foi dizimada passam para 2º plano, ou mesmo de outras cidades alemas ou mesmo britanicas.

                                          As Guerras acabam sempre por causar mais mortes nos civis que propriamente em que combate.

                                          Comentário


                                            #22
                                            A simples, mecânica reacção militar Aliada ao Blitz imposto pela força áerea alemã à população londrina, às bombas voadoras V12, à humilhação da República Francesa, Checa, entre outras atrocidades praticadas pelo Eixo na 1ª fase (1939/41) da II Grande Guerra.

                                            Comentário


                                              #23
                                              Originalmente Colocado por The_MoBsTeR Ver Post
                                              Penso que as palavras do eu têm sido mal interpretadas. O que é um facto, é que numa guerra destas ambos os lados enchem-se de ódio,, uma coisa quase tribal, e há massacres desnecessários e bárbaros apenas "porque sim". Por exemplo, pouco se ensina oficialmente o que se passou na guerra colonial, poucos ouviram falar de Wiriamu, por exemplo, entre outras coisas. O mal da guerra, o pior, diga-se, é mutilar porque sim, é decapitar porque sim, é violar porque sim, é queimar tudo e todos porque sim, é querer jogar à bola e cortar a cabeça a um inimigo para haver um "esférico", é estar na filinha para violar uma mulher, ser o ultimo da fila e cortar-lhe a cabeça depois de tar o serviço feito. Isto é a face oculta da guerra, que é praticada por ambos os lados, e fica esquecida nas mentes da quem lá esteve e se esforça por não recordar, até ao dia da sua morte. Quem pensa que a guerra é o que aparece no Call Of Duty, nos filmes americanos, que é trincheira a trincheira, tiros e granadas, só conhece meia história.
                                              Nem meia história

                                              Comentário


                                                #24
                                                Originalmente Colocado por TURBO Ver Post
                                                A simples, mecânica reacção militar Aliada ao Blitz imposto pela força áerea alemã à população londrina, às bombas voadoras V12, à humilhação da República Francesa, Checa, entre outras atrocidades praticadas pelo Eixo na 1ª fase (1939/41) da II Grande Guerra.

                                                V12? Não será V5 da Sachs?

                                                Comentário


                                                  #25
                                                  Desconhecia esta história.

                                                  Obrigado ExpertBoy

                                                  Comentário


                                                    #26
                                                    Bombardeamentos deste cariz, ocorreram vários na II GM. Nenhuma das partes ficou imune e nenhuma das partes se pode vangloriar de ter respeitado os civis das nações oponentes.

                                                    Aqui, neste caso em particular, e dada a importância estrategica (ou falta dela como se pode ver), o que se passou foi uma tentativa dos aliados em minar o moral do povo alemão, que a data ainda pouco sofrera na pele com a supremacia aliada no que diz respeito à guerra aérea. E com isso o que se viu foi uma "vingança" aliada por bombardeamentos prepertrados pelos alemães. Ao seu leme esteve um oficial britânico conhecido por ser pouco dado a sentimentalismos. Era conhecido como "Harry, o bombardeiro", pois ele veio dinamizar as tacticas e eficácias do comando de bombardeiros. Foi ele que implementou tácticas que permitiram usar o conceito "tapete de bombas" em Dresden.

                                                    À alguns anos que não me "debruçava" novamente sobre este episódio de Dresden mas lembro-me de ter lido em vários livros que a temperatura, aquando dos incêndios, era de tal forma alta que muitos materiais dos prédios derreteram e muitos dos corpos pura e simplesmente se "vaporizaram", não tendo deixado qualquer rasto ou traço, fundindo-se com a amalgama de destroços.

                                                    Este episódio fica como um dos mais sanguinários levados a cabo pelos aliados na II GM. Agora nas considerações éticas prefiro não me meter pois estava-se em guerra e nessas alturas muitas das coisas mudam e as regras tendem a ser quebradas, sem pejo pelas consequências unica e simplesmente à luz de objectivos militares a cumprir. Como já disse, todos os lados o fizeram.

                                                    De assinalar que uns dias após este acontecimento, já Goering (que devia estar envergonhado com a falta de capacidade da "sua" Luftwaffe) tirava fotos, no meio dos destroços, rodeados de jovens alemãs, numa típica acção de propaganda, mostrando a quem quisesse ver, que o povo alemão continuava forte e que os seus líderes estavam com ele. Discutível sem dúvida mas expectável neste tipo de enquadramento

                                                    PS: Infelizmente a história tem provado que acontecimentos do passado (mais ou menos distante) e que nós, hoje em dia, achamos inarráveis e bárbaros e jamais "repetíveis" à luz do mundo actual, tendem a surgir aqui e ali. Talvez não tão visíveis, não tão mediatizados e imediatos mas certamente e igualmente cruéis...
                                                    Editado pela última vez por Flyingsauce; 18 February 2009, 13:42.

                                                    Comentário


                                                      #27
                                                      Originalmente Colocado por Cahib Ver Post

                                                      V12? Não será V5 da Sachs?
                                                      Ele queria dizer as bombas V1 e as V2 (percursoras dos primeiros foguetões norte-americanos, ou não fosse o seu criador o mesmo. Von Braun).

                                                      Comentário


                                                        #28
                                                        Originalmente Colocado por Nthor Ver Post
                                                        O triste disto tudo é o querer esquecer todos os horrores que de parte a parte foram feitos durante a segunda guerra.

                                                        Assim como o genocídio de 8 milhões de Indianos durante o tempo em que a Inglaterra dominava a Índia e implementou politicas de aumento de produção de cereais, os 100 milhões de índios mortos pelos americanos, etc, etc.

                                                        A historia é escrita pelos vencedores...
                                                        mas que numeros sao esses? nao tas a exagerar um pouco

                                                        Comentário


                                                          #29
                                                          WILHELM GUSTLOFF. Relembrar a maior tragédia ...

                                                          Por acaso ia procurar esse tópico que faz parte da História desconhecida da II Grande Guerra.

                                                          Pouco se acrescenta ao facto da História ser escrita pelos vencedores e ser mostrada - frequentemente - enviesada ou de forma parcial.

                                                          Aqui na Polónia a História que era dada nas escolas, antes do colapso do Comunismo, era totalmente manipulada em favor dos soviéticos e do bloco soviético, relegando para segundo plano o papel dos Aliados; do mesmo modo a nossa História contemporânea foi moldada ao sabor dos nossos "amigos" e conveniências políticas - recordemos que Portugal durante a II Grande Guerra jogou dos dois lados.

                                                          Numa era em que as pessoas tem acesso a informação e pesquisam ou estudam assuntos esquecidos durante anos (por vezes assuntos tabu) fe natural que se reescreva a Historia, e natural que se venha a saber a verdade por trás de décadas de propaganda.

                                                          Dresden foi uma tragédia e tal como disse o Eu, não há nem bons nem maus quando falamos dos inocentes nas guerras, quando falamos dos que não ficam nos gabinetes, quando falamos dos que não deixam os seus filhos serem destruídos por as balas e bombas dos inimigos.

                                                          Comentário


                                                            #30
                                                            Originalmente Colocado por Nephilim Ver Post
                                                            mas que numeros sao esses? nao tas a exagerar um pouco
                                                            Com certeza que foi um erro de teclado.

                                                            Comentário

                                                            AD fim dos posts Desktop

                                                            Collapse

                                                            Ad Fim dos Posts Mobile

                                                            Collapse
                                                            Working...
                                                            X