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    País feio

    País feio

    «Há uma guerra que foi surda e hoje é ensurdecedora contra o Ministério Público. Há que fazer algumas perguntas e situar a coisa.

    Porque é que o Governo, desde o primeiro dia, pediu tanto a demissão de Souto Moura?

    Que concretos telefones estão inscritos no envelope 9 que causaram tanto incómodo? Que chamada? De quem para quem?

    Porque é que o Código Penal e o Código de Processo Penal foram revistos à medida do Processo Casa Pia?

    Porquê a rápida aprovação da Lei de Política Criminal e da Lei de Execução de Política Criminal, subordinando a referida política e os seus executores ao Governo?

    Porquê a pressa na revisão do Estatuto do Ministério Público, com poderes para deslocar Magistrados e nomeações de confiança?

    Porquê tanta pressão?

    Porque é que a Polícia Judiciária não depende de quem é suposto "mandar" na investigação – o Ministério Público – e sim do Governo?

    Enquanto isto acontece, há escova branqueadora a percorrer o regime.

    Com franqueza, com tanta questão difícil, dura e que condiciona o nosso futuro, era evitável tanta conversata inútil ou pérfida. Agora vêm o discurso e a prática branqueadora. Já basta o que basta, para andarmos a ouvir muitos dos que incentivaram a entrada de toxicidades várias na nossa Sociedade, por exemplo a defesa de certas securitizações, até de empresas públicas ou o apoio a situações de imoralidade óbvia de certos concelhos de administração de instituições públicas, ou ainda a certos agentes políticos, virem agora "dar-nos lições" ou falar-nos de grandes obras que (não) deixaram e (não) fizeram, exibindo umas negras asinhas pintadinhas de branco. Mas há quem tenha memória e eu, infelizmente, tenho-a em demasia. A verdade é que os casos de branqueamento se sucedem. É extraordinário as vezes que algumas personagens aparecem recicladas. Da lama saem imaculadas.

    Francamente, com lavagem de personagens não vamos a lado nenhum. Tem de terminar o tempo em que as teias de influências políticas, económicas e mediáticas permitem manter uma imagem de seriedade de quem o não é ou mesmo da sustentabilidade eterna de dúvidas, sejam elas de que sector forem (económico, político, judicial). Este quadro de fundo da Sociedade Portuguesa não permite que nos centremos no essencial. Estou a falar mesmo do essencial, isto é, da nossa viabilidade social.

    A guerra ao Ministério Público não terá nada a ver com o branqueamento que anda por aí?»


    Paula Teixeira da Cruz, Advogada

    #2
    Ah, pois...

    Comentário


      #3
      Originalmente Colocado por Veloce Ver Post
      País feio

      «Há uma guerra que foi surda e hoje é ensurdecedora contra o Ministério Público. Há que fazer algumas perguntas e situar a coisa.

      Porque é que o Governo, desde o primeiro dia, pediu tanto a demissão de Souto Moura?

      Que concretos telefones estão inscritos no envelope 9 que causaram tanto incómodo? Que chamada? De quem para quem?

      Porque é que o Código Penal e o Código de Processo Penal foram revistos à medida do Processo Casa Pia?

      Porquê a rápida aprovação da Lei de Política Criminal e da Lei de Execução de Política Criminal, subordinando a referida política e os seus executores ao Governo?

      Porquê a pressa na revisão do Estatuto do Ministério Público, com poderes para deslocar Magistrados e nomeações de confiança?

      Porquê tanta pressão?

      Porque é que a Polícia Judiciária não depende de quem é suposto "mandar" na investigação – o Ministério Público – e sim do Governo?

      Enquanto isto acontece, há escova branqueadora a percorrer o regime.

      Com franqueza, com tanta questão difícil, dura e que condiciona o nosso futuro, era evitável tanta conversata inútil ou pérfida. Agora vêm o discurso e a prática branqueadora. Já basta o que basta, para andarmos a ouvir muitos dos que incentivaram a entrada de toxicidades várias na nossa Sociedade, por exemplo a defesa de certas securitizações, até de empresas públicas ou o apoio a situações de imoralidade óbvia de certos concelhos de administração de instituições públicas, ou ainda a certos agentes políticos, virem agora "dar-nos lições" ou falar-nos de grandes obras que (não) deixaram e (não) fizeram, exibindo umas negras asinhas pintadinhas de branco. Mas há quem tenha memória e eu, infelizmente, tenho-a em demasia. A verdade é que os casos de branqueamento se sucedem. É extraordinário as vezes que algumas personagens aparecem recicladas. Da lama saem imaculadas.

      Francamente, com lavagem de personagens não vamos a lado nenhum. Tem de terminar o tempo em que as teias de influências políticas, económicas e mediáticas permitem manter uma imagem de seriedade de quem o não é ou mesmo da sustentabilidade eterna de dúvidas, sejam elas de que sector forem (económico, político, judicial). Este quadro de fundo da Sociedade Portuguesa não permite que nos centremos no essencial. Estou a falar mesmo do essencial, isto é, da nossa viabilidade social.

      A guerra ao Ministério Público não terá nada a ver com o branqueamento que anda por aí?»


      Paula Teixeira da Cruz, Advogada
      Falta a fonte

      Comentário


        #4
        Este é daqueles tópicos que passam despercebidos e a crónica parece estar escrita em linguagem hermética.

        Este levantar do véu sobre os bastidores da justiça portuguesa é a resposta a inúmeras situações contra as quais nos insurgirmos regularmente neste fórum.

        O "Aparelho de Estado" na sua plenitude, 34 anos de sujidade para limpar... quem o vai fazer e quando?

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          #5
          Como português que sou sinto-me revoltado com um pequeno pormenor mas que faz toda a diferença.

          Como anónimo e simples cidadão sou responsável e exigem de mim responsabilidades e eu cumpro-as, ao invés de quem foi escolhido para gerir este nosso Portugal, quem diz isso diz todos aqueles que dai advêm, não têm responsabilidades de coisas gravíssimas aos olhos de qualquer sociedade dita republicana, desculpem a franqueza mas sinto que vivo num pais de forte regime onde prevalece o crime/burla/fraude/roubo/mentira/etc sobre qualquer outra coisa.

          Por aquilo que eu conheço de história, mais valia continuar-mos no regime que estávamos antes de 74, desculpem lá mas apesar de tudo as pessoas viviam mais felizes, comparem e vejam...

          Só uns 20% das pessoas que conheço hoje é que não têm ou sofreram de depressão devido a questões como as dividas às finanças ou bancos... se calhar 20% é muito.
          Editado pela última vez por Stratos; 11 April 2009, 17:48.

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            #6
            Eu vou mais longe...

            Porque é que o PS votou contra um projecto do PSD para tipificar o crime de enriquecimento ilícito?

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              #7
              Originalmente Colocado por smi1e Ver Post
              Eu vou mais longe...

              Porque é que o PS votou contra um projecto do PSD para tipificar o crime de enriquecimento ilícito?
              Eu consigo ir ainda mais longe, queres ver?

              Desde Outubro do ano passado que não se mexe nisto:

              Lei do Financiamento Partidário

              22 OUT 08 às 19:31

              O ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, reconheceu, esta quarta-feira, que pode ser feita uma clarificação à norma que altera a base de referência para as subvenções, depois de ter garantido que os donativos em dinheiro vivo aos partidos continuavam a ser proibidos.

              Lei de Financiamento dos Partidos sujeita a clarificação - TSF

              Já que a lei actual é de: Lei 19/2003 de 20 de Junho

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                #8
                A independência do Ministério Público é o garante da independência dos tribunais.
                Se o Ministério Público passar a ser mais um órgão do Governo, os tribunais só julgarão quem o Governo quiser e por motivos políticos.
                É o regresso do regime totalitário onde os amigos do velho "Botas" viam os processos arquivados administrativamente e, às vezes, pelo próprio António.
                Infelizmente, não é assunto que mereça grandes atenções da imprensa e permanece um pouco desconhecido para a generalidade dos cidadãos mas é, sem dúvida, um dos grandes ataques à democracia desde 1974.

                Comentário


                  #9
                  Originalmente Colocado por Leonardo Sinisgalli Ver Post
                  A independência do Ministério Público é o garante da independência dos tribunais.
                  Se o Ministério Público passar a ser mais um órgão do Governo, os tribunais só julgarão quem o Governo quiser e por motivos políticos.
                  É o regresso do regime totalitário onde os amigos do velho "Botas" viam os processos arquivados administrativamente e, às vezes, pelo próprio António.
                  Infelizmente, não é assunto que mereça grandes atenções da imprensa e permanece um pouco desconhecido para a generalidade dos cidadãos mas é, sem dúvida, um dos grandes ataques à democracia desde 1974.

                  Um passo já foi dado nesse sentido, a colocação do Pinto Monteiro como PGR...

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