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O sofrimento

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    O sofrimento

    YouTube - FILOSOFIA. Nietzsche e o Sofrimento 1/3


    http://www.youtube.com/watch?v=CLGajtQlRjE

    YouTube - FILOSOFIA. Nietzsche e o Sofrimento 3/3

    Todos nós passamos por estes momentos nas nossas vidas, a dor, angústia que nos causa, o seu desalento, mas superar tudo isto e extrair e ver a vida de uma perpectiva diferente e dos nossos ganhos perante o fracasso.

    Tudo o que conseguimos alcançar faz parte do nosso percurso e vivencia, o que sendo assim alcançamos a nossa maturidade e o desenvolvimento humano.

    Ninguém o deseja ou passar por ela, mas faz-nos dar o valor e real significado á nossa vida.

    A vida é por isso mesmo, perante o nosso sofrimento, é o que conseguimos extrair de positivo e gratrificante.

    Editado pela última vez por nunomplopes; 17 March 2010, 16:22.

    #2
    "Façamos das nossas fraquezas as nossas forças."

    Comentário


      #3
      Eu gosto de sofrimento...





      mas em circunstâncias muito particulares!

      "It is always by way of pain one arrives at pleasure."
      Editado pela última vez por MrsX; 29 October 2009, 17:30.

      Comentário


        #4
        Originalmente Colocado por MrsX Ver Post
        Eu gosto de sofrimento...





        mas em circunstâncias muito particulares!

        Este fórum ultimamente é uma desgraça....

        Comentário


          #5
          Originalmente Colocado por MrsX Ver Post
          Eu gosto de sofrimento...





          mas em circunstâncias muito particulares!

          "It is always by way of pain one arrives at pleasure."
          Ok, ok, não ajavardes já isto!

          Comentário


            #6
            Originalmente Colocado por nunomplopes Ver Post
            Ok, ok, não ajavardes já isto!
            Ei!!! Ajavardar??? Estou dentro do tema!

            Comentário


              #7
              Originalmente Colocado por MrsX Ver Post
              Ei!!! Ajavardar??? Estou dentro do tema!

              Ajavardamos logo????

              Comentário


                #8
                Originalmente Colocado por MrsX Ver Post
                Ei!!! Ajavardar??? Estou dentro do tema!
                Sim, não tinha colocado as coisas nessa perspectiva quando abri o tópico, mas é uma boa opinião, e consideraria um sofrimento positivo... (e que nos causa algum prazer!)

                Comentário


                  #9
                  Originalmente Colocado por Danone Ver Post
                  Ajavardamos logo????
                  Ui! Semana do fecho do mês... não deve dar!

                  Comentário


                    #10
                    Originalmente Colocado por MrsX Ver Post
                    Ui! Semana do fecho do mês... não deve dar!
                    Oki

                    Comentário


                      #11
                      Gostei bastante do documentário! Obrigado pelo link!

                      Comentário


                        #12
                        Originalmente Colocado por MrsX Ver Post
                        Eu gosto de sofrimento...





                        mas em circunstâncias muito particulares!

                        "It is always by way of pain one arrives at pleasure."
                        Parece impossível...

                        há malta que realmente tem com cada uma



                        Comentário


                          #13
                          Originalmente Colocado por MrsX Ver Post
                          Eu gosto de sofrimento...





                          mas em circunstâncias muito particulares!

                          "It is always by way of pain one arrives at pleasure."
                          Tu gostas é de ir ao castigo.

                          Comentário


                            #14
                            nunolopes ´, de sofrimento nem é bom falar.... tens de começar a criar topicos mais alegres , coisas mais criativas.

                            Comentário


                              #15
                              Originalmente Colocado por Nephilim Ver Post
                              nunolopes ´, de sofrimento nem é bom falar.... tens de começar a criar topicos mais alegres , coisas mais criativas.
                              Tenho de concordar com o Neph.

                              Tristezas não pagam dividas. À que pensar positivo, a vida é feita de altos e baixos.

                              Desculpem lá os clichés.

                              Comentário


                                #16
                                “A vida é uma pedra de amolar: desgasta-nos ou afia-nos, conforme o metal de que somos feitos”. (Shaw, George)

                                Ninguém gosta de falar de sofrimento, pois ele faz parte de uma porção da vida que todos gostaríamos de evitar. Mas quantas não são as vezes que só depois de passarmos por uma situação sofrida é que realmente damos valor ás pequenas coisas da vida? De certa forma explica a elevada taxa de suicídios nos países mais desenvolvidos: pela desvalorização que se dá àquilo que temos de bom e pela dificuldade de enfrentar as adversidades por muitas vezes não estarmos preparados para as encarar.

                                Todos os problemas que surgem na nossa vida trazem-nos sempre uma lição. O que sucede depois é a forma como cada um lida com essa nova situação.
                                Todos estamos sujeitos ao aparecimento de problemas que estarão presentes no caminho que iremos percorrer ao longo da estrada da vida. Mas por mais que pensemos estar preparados para os enfrentar, a realidade é que não estamos: por isso mesmo se afiguram como problemas. E é essa incapacidade de lidar com a nossa própria incapacidade que nos traz sofrimento.

                                As pessoas nunca souberam lidar com a felicidade como algo natural, mas sim como fases passageiras entre espaços de aprendizagem. Por isso, se fala tanto da busca da felicidade; do caminho para a felicidade. Mas como dizia Gandhi “Não existe um caminho para a felicidade. A felicidade é o caminho.” E seremos constantemente desafiados a lidar com as dificuldades e o sofrimento que causam. E fiquem a saber que quando falo de sofrimento sei muito bem aquilo que ele significa e a forma como me colocou à prova como nunca sequer imaginei ser possível. Tornou-me mais forte num mundo onde dou muito mais valor aos pequenos detalhes da vida.
                                Se me perguntarem se gostaria de voltar a sofrer assim? Claro que a reposta é não. Ninguém gosta. Ainda convivo mal com o sofrimento e travo uma luta existencial com ele sempre que surge. Mas tenho na minha existência o maior trunfo para o vencer, pois sou indispensável vivo e alegre para não causar sofrimento a quem amo. E isso traz-me felicidade e dá-me força para vencer o sofrimento sempre que ele surge e me desafia.

                                Ninguém julgue que a saúde, a riqueza ou a fé poderão apartar o sofrimento, pois ele faz parte da existência de todos os seres humanos.
                                Muitas vezes temos consciência de que esse sofrimento é fruto de injustiça e não sabemos explicá-lo procurando por esse ser ausente chamado de Deus para nos consolar a revolta que desassossega o nosso espírito. Mas a resposta está sempre em nós mesmos. Por mais que queiramos compreender, muitas vezes o sofrimento é apenas algo inexplicável e injusto que nos vai abrindo os horizontes do mundo.

                                É como a evidência de que “todos nós, cedo ou tarde, vamos morrer. E só quem aceita isso está preparado para a vida.”1 Assim temos de encarar aquilo que não gostamos para sabermos dar o real valor aos momentos de felicidade e à própria vida.
                                Pelas palavras que proferi, pode não parecer, mas sou das pessoas que pior lida com o meu próprio sofrimento e com o dos outros. Mas tendo a noção de que não estou num paraíso tento aproveitar o melhor da vida vivendo e sonhando com tudo aquilo que o sofrimento jamais será capaz de me tirar: a alegria de viver.

                                1(Coelho, Paulo)
                                Editado pela última vez por BLADERUNNER; 30 October 2009, 10:31.

                                Comentário


                                  #17
                                  Originalmente Colocado por TheMoBsTeR Ver Post
                                  Parece impossível...

                                  há malta que realmente tem com cada uma



                                  E há malta que não sabe o que é bom!

                                  Comentário


                                    #18
                                    Pois é meus caros, tristezas não pagam dividas, eu não devo nada a ninguém e qualquer contribuição é bem vinda.

                                    Eu questiono-me se relamente viram o filme e interpretaram bem a mensagem, como assim algo que eu já tenha dito.

                                    Vocês negam o sofrimento?

                                    Não terá todo o direito e o dever de a filosofia abordar isto?

                                    Será que por ser um sentimento negativo não mereça dar-lhe o seu real significado?

                                    E no papel de um médico não se questionará sobre isso?

                                    E além, como é que percepcionamos o mundo?

                                    Pois, ele faz sempre parte das nossas vidas... (directa ou indirectamente).


                                    (Elogio um bom post que li aqui)

                                    Comentário


                                      #19
                                      Originalmente Colocado por BLADERUNNER Ver Post
                                      [COLOR=navy]E fiquem a saber que quando falo de sofrimento sei muito bem aquilo que ele significa e a forma como me colocou à prova como nunca sequer imaginei ser possível. Tornou-me mais forte num mundo onde dou muito mais valor aos pequenos detalhes da vida.
                                      Se me perguntarem se gostaria de voltar a sofrer assim? Claro que a reposta é não. Ninguém gosta. Ainda convivo mal com o sofrimento e travo uma luta existencial com ele sempre que surge. Mas tenho na minha existência o maior trunfo para o vencer, pois sou indispensável vivo e alegre para não causar sofrimento a quem amo. E isso traz-me felicidade e dá-me força para vencer o sofrimento sempre que ele surge e me desafia.
                                      Essa é que é a mensagem de Nietzsche! O sofrimento faz-nos apreciar as coisas boas da vida, prepara-nos para os embates, ensina-nos a engolir sapos, torna-nos mais fortes para os desafios da vida. E todas as grandes conquistas são precedidas de períodos de grande sofrimento.

                                      Hoje em dia estou muito bem de vida. Mas houve uma altura em que sentia estar num banco de areias movediças em que, quanto mais me mexia para sair, mais me afundava. E tudo no final resolveu-se com muito esforço, preserverança, luta, sofrimento e fé.

                                      E sobretudo esqueçam todos aqueles que adoram dar-vos pontapés quando vocês estão em baixo; todos aqueles que cospem nos frutos do vosso esforço. São esses os verdadeiros falhados.

                                      Comentário


                                        #20
                                        Originalmente Colocado por rantamplan Ver Post
                                        Essa é que é a mensagem de Nietzsche! O sofrimento faz-nos apreciar as coisas boas da vida, prepara-nos para os embates, ensina-nos a engolir sapos, torna-nos mais fortes para os desafios da vida. E todas as grandes conquistas são precedidas de períodos de grande sofrimento.

                                        Hoje em dia estou muito bem de vida. Mas houve uma altura em que sentia estar num banco de areias movediças em que, quanto mais me mexia para sair, mais me afundava. E tudo no final resolveu-se com muito esforço, preserverança, luta, sofrimento e fé.

                                        E sobretudo esqueçam todos aqueles que adoram dar-vos pontapés quando vocês estão em baixo; todos aqueles que cospem nos frutos do vosso esforço. São esses os verdadeiros falhados.
                                        São as palavras dele e que muitos não o compreenderam, e que muitos evitam-no logo, pois sabemos bem que ninguém gosta de passar por eles e é natural, mas sabemos que para podermos alcançar algo temos de sofrer e dar muito de nós, e ao alcançarmos os nossos objectivos seremos recompensados pelo melhor e mais valor daremos pela causa que passamos.

                                        O sofrimento transmite-nos uma má sensação mas dá-nos o pronuncio que cada coisa e obejctivo prendido a alcançar nos transforma e nos torna mais fortes quando sabendo lidar com ele, preenche a nossa vida de valor e significado.

                                        Mas que é isso que nos faz valorizar as coisas e direi na minha pessoa que o valor que dou á vida é por tudo o que passei e o que me fez ver cada coisa e momento que alcancei e o que presentemente como pessoa me fez crescer perseguido por algum sofrimento, fez-me crescer e valorizar as coisas e ver de uma perpectiva positiva.

                                        Por assim direi que dessa forma positiva vejamos o sofrimento como algo natural conjugando com os objectivos que pretendemos alcançar e não nos deixemos vencer por ele.

                                        E respondendo a uma pergunta que coloquei, sabemos o sofrimento presente no nosso mundo, mas valorizemos quem dá tudo de si e por boas acções fazem por atenuar esse sofrimento.

                                        Comentário


                                          #21
                                          Em primeiro lugar Nuno, deixa-me felicitar-te não só pelo tópico, mas também pela forma como abordas o tema nos teus comentários.

                                          Não fosse o facto de me teres roubado o autor eu até , mas como o fizeste a minha opinião vai ser mais breve e desinteressante

                                          Para mim, quanto mais não seja, o sofrimento tem um valor inegável, na medida em que é uma das experiências impulsionadoras do questionamento filosófico.
                                          Esta capacidade provêm do modo como ele nos faz pensar, do modo como leva a uma introspecção profunda, que se não for rejeitada nem negada, traz sempre valiosos frutos: a capacidade de nos debruçarmos sobre nós mesmos, de nos conhecermos quetionando-nos a nós próprios e a tudo aquilo que nos rodeia, de aprendermos a estar sós connosco próprios, a fim de conhecermos as nossas capacidades.

                                          Nietzsche é um dos meus autores preferidos e é, talvez, aquele que melhor procuro conhecer nesta espécie de aventura amorosa que eu a filosofia vivemos. Para aqueles que não tem paciência para ver o espisódio que tão gentilmente colocaste, deixo aqui um excerto que resume bem o que Nietzsche pensa acerca do sofrimento:

                                          O sofrimento não tem menos sabedoria do que o prazer: tal como este, faz parte em elevado grau das forças que conservam a espécie. Porque se fosse de outra maneira há muito que esta teria desaparecido; o facto de ela fazer mal não é um argumento contra ela, é muito simplesmente a sua essência. Ouço nela a ordem do capitão: «Amainem as velas». O intrépido navegador homem deve treinar-se a dispor as suas de mil maneiras; de outro modo, não tardaria a desaparecer, o oceano havia de o engolir depressa. É preciso que saibamos viver também reduzindo a nossa energia; logo que o sofrimento dá o seu sinal, é chegado o momento; prepara-se um grande perigo, uma tempestade, e faremos bem em oferecer a menor «superfície» possível.
                                          Há homens, contudo, que, quando se aproxima o grande sofrimento, ouvem a ordem contrária e nunca têm ar mais altivo, mais belicoso, mais feliz do que quando a borrasca chega, que digo eu! E a própria tempestade que lhes dá os seus mais altos momentos! São os homens heróicos, os grandes «pescadores da dor», esses raros, esses excepcionais de que é necessário fazer a mesma apologia que se faz para a própria dor! Não lha podemos recusar! São conservadores da espécie, estimulantes de primeira qualidade, quando mais não seja porque resistem ao bem-estar e não escondem o seu desprezo por essa espécie de felicidade.

                                          Friedrich Nietzsche, in "A Gaia Ciência"


                                          Para terminar, falo de outro autor: Cioran. Este afirma que existem duas vivências que permitem ao ser humano aceder ao seu re-conhecimento: o amor e o sofrimento. E eu concordo, afirmando que, por essa razão, não existem vivências mais completas do que estas. Tanto uma como a outra devem ser vividas em pleno, confiando que ambas nos ensinam a viver melhor.

                                          Comentário


                                            #22
                                            Sofrer sozinho ou em conjunto?

                                            Quais as diferenças?Quais os prós e contras de cada uma destas hipoteses?

                                            Comentário


                                              #23
                                              Originalmente Colocado por NinaChampa Ver Post
                                              Em primeiro lugar Nuno, deixa-me felicitar-te não só pelo tópico, mas também pela forma como abordas o tema nos teus comentários.

                                              Não fosse o facto de me teres roubado o autor eu até , mas como o fizeste a minha opinião vai ser mais breve e desinteressante

                                              Para mim, quanto mais não seja, o sofrimento tem um valor inegável, na medida em que é uma das experiências impulsionadoras do questionamento filosófico.
                                              Esta capacidade provêm do modo como ele nos faz pensar, do modo como leva a uma introspecção profunda, que se não for rejeitada nem negada, traz sempre valiosos frutos: a capacidade de nos debruçarmos sobre nós mesmos, de nos conhecermos quetionando-nos a nós próprios e a tudo aquilo que nos rodeia, de aprendermos a estar sós connosco próprios, a fim de conhecermos as nossas capacidades.

                                              Nietzsche é um dos meus autores preferidos e é, talvez, aquele que melhor procuro conhecer nesta espécie de aventura amorosa que eu a filosofia vivemos. Para aqueles que não tem paciência para ver o espisódio que tão gentilmente colocaste, deixo aqui um excerto que resume bem o que Nietzsche pensa acerca do sofrimento:



                                              Para terminar, falo de outro autor: Cioran. Este afirma que existem duas vivências que permitem ao ser humano aceder ao seu re-conhecimento: o amor e o sofrimento. E eu concordo, afirmando que, por essa razão, não existem vivências mais completas do que estas. Tanto uma como a outra devem ser vividas em pleno, confiando que ambas nos ensinam a viver melhor.
                                              Obrigado (e só posso concordar com o teu comentário), sempre me alimentei deste pensamento conforme fui passando e desvendando as coisas e a vida, e isto faz parte de nós e pode ser uma mola que nos impulsiona para cima se conseguir-mos ver as coisas com a clareza devida.

                                              A minha confirmação ao meu modo de pensar foi confirmada e em concordancia ao que foi descrito no video e abordagem dele próprio.

                                              Quem dirigiu o documentário (Alain de Botton) ao qual já te tinha feito referência a um livro dele ao qual deixo-o aqui como sugestão:



                                              «Mas o que tem a sabedoria a dizer sobre o amor? É algo a evitar absolutamente, como o café ou o tabaco, ou será permitido em certas ocasiões, como um copo de vinho ou uma tablette de chocolate? (...)

                                              Se certos sábios pensadores deram a sua aprovação ao amor, tiveram o cuidado de distinguir nele variedades, de forma muito semelhante aos médicos, que nos aconselham a não comer maionese, mas já a permitem se for preparada com ingredientes pobres em colesterol. Fazem a distinção entre o amor imprudente de Romeu e Julieta e a veneração contemplativa de Sócrates pelo Bem, contrastam os excessos de um Werther com o amor fraterno e compassivo sugerido por Jesus.»

                                              In Ensaios Sobre o Amor

                                              Alain De Botton nasceu em Zurique em 1969 e cresceu entre a Suíça e a Inglaterra. Fala francês, alemão e inglês e formou-se em Filosofia em Cambridge. Alain de Botton vive presentemente em Londres, dá aulas na universidade, assina uma coluna ao Domingo no jornal Independent e é autor de sete livros. O primeiro livro, Ensaios Sobre o Amor, foi publicado em Novembro de 1993 e traduzido em Portugal. Sempre pelo amor, parece ser o lema de Alain De Botton que em 1994 publicava O Movimento Romântico, um livro sobre o romantismo dos affairs da Londres moderna, e um ano depois Beija e Diz (1995).
                                              Inspirando-se em Proust, o famoso autor de Em Busca do Tempo Perdido, Botton escreve o seu quarto título, primeiro na categoria de não ficção, Como Proust Pode Mudar a sua Vida (1997). Um misto de crítica literária, biografia de Proust e manual de auto-ajuda, o livro foi um best-seller nos EUA e na Inglaterra onde deu origem a um documentário na BBC2. As Consolações da Filosofia (2000) vendem no Reino Unido 150.000 cópias e transformam-se num programa da televisão Inglesa, a série de seis episódios “Filosofia : um guia para a felicidade”, exibida no Channel 4. A Arte da Viagem, “vai longe” e torna-se um campeão de vendas na Europa, Estados Unidos e Austrália. O último livro sai no próximo ano e chama-se Ansiedade do Status. Aborda o receio que todos nós temos, em maior ou menor grau, do julgamento dos outros.

                                              O escritor John Updike afirmou, «De Botton escreve em Inglês com a sabedoria francesa.»


                                              “Ensaios sobre o Amor” é um convite a acompanhar o narrador num itinerário ao país do Amor. Ele conhece Cloe no avião, ficam juntos no aeroporto e no táxi, e a relação progride de encontro em encontro, da ilusão ao desgosto, dos primeiros afagos às últimas palavras. Porque segundo Woody Allen, “o melhor especialista”, dos nossos tempos, em relações amorosas, «o amor é eterno enquanto dura». Ensaios sobre o Amor é simultaneamente um romance e um ensaio sobre as relações afectivas, que todos nós já vivemos, com tudo aquilo que têm de fatalismo romântico, idealização, vocabulário e lições de amor.
                                              Editado pela última vez por nunomplopes; 01 November 2009, 17:51.

                                              Comentário


                                                #24
                                                Originalmente Colocado por Israel Ver Post
                                                Sofrer sozinho ou em conjunto?

                                                Quais as diferenças?Quais os prós e contras de cada uma destas hipoteses?
                                                Gostaria de dizer que todos nós temos de partilhar os nossos sofrimentos, e sofrer sozinho por vezes só nos leva a estados de grande preocupação para a pessoa, e reprimir os nossos sentimentos é o pior que podemos fazer, mas o problema é que nem (sempre) se encontra alguém que nos queira aliviar o sofrimento, ouvindo-nos e compreendendo.
                                                Mas também teremos de ter um espaço só nosso para meditarmos e ganharmos forças para prosseguirmos, mas nunca deixando de partilhar o que atormenta, que será também quem nos guia.

                                                Comentário


                                                  #25
                                                  Todos nós temos fases más na vida. Todos enfrentamos dificuldades que parecem intransponíveis. Quando isso acontece, muitas vezes temos vontade de desistir. A maioria dos filósofos tentou reduzir o nosso sofrimento, dando conselhos de como amenizar a dor. Um dos que se debruçou mais seriamente sobre a questão, foi Nietzsche. Ele acreditava que todos os tipos de sofrimento e fracasso deviam ser bem-vindos ao caminho para o sucesso e vistos como desafios a serem superados, como os alpinistas fazem ao subir uma montanha. Praticamente sozinho entre os filósofos, considerava os infortúnios como algo vantajoso na vida.

                                                  Ele escreveu: "A todos com quem realmente me importo, desejo sofrimento, desolação, maus-tratos, indignidades, o profundo desprezo por si, a tortura da falta de auto-confiança, e a desgraça dos derrotados."


                                                  A sua montanha preferida era nos Alpes Suiços. Ele gostava do topo das montanhas porque é do ápice que se desfruta a melhor vista, mas chegar até lá é sempre mais difícil... Na sua visão, para conquistarmos algo que realmente valha a pena, tenhamos de fazer um grande esforço.


                                                  Nietzsche entendia de esforço, tanto físico como mental, pois a sua vida foi muito difícil. Viveu em permanente luta contra doenças: vertigens, dores de cabeça, enjôos, etc.

                                                  O local onde se sentia melhor era Sils Maria, no alto das montanhas do sudeste da Suiça, que descrevia do seguinte modo: "Tenho o melhor da Europa. A sua natureza combina com a minha." Lá passou oito Verões, onde escreveu das suas obras mais importantes: Assim Falava Zaratustra, Além do Bem e do Mal e Crepúsculo dos Ídolos.

                                                  Mas os seus livros não fizeram sucesso enquanto ele esteve vivo. Embora tenha recebido o título de professor universítário aos 24 anos, o seu pensamento destoava do dos seus colegas, e viu-se obrigado a aposentar-se aos 35 anos...

                                                  Viveu o resto da sua vida com pouco dinheiro, e muitos dos livros que escreveu foram ignorados enquanto ainda estava vivo.

                                                  Nietzsche não foi viver nas montanhas apenas pelo ar puro e pelas belas paisagens. O cenário que o rodeava, espelhava as suas ideias sobre si e sobre o seu trabalho. Ele escreveu: "A filosofia é o exílio voluntário entre montanhas geladas." A sua vida amorosa foi igualmente desastrosa: todas as suas tentativas de seduzir mulheres foram em vão. Muitas assustavam-se com o seu volumoso bigode. Ele confessou muitas vezes sofrer com a solidão.

                                                  Nietzsche resolveu mergulhar na filosofia, mas a sua vida produtiva foi abreviada cruelmente. Terminou os seus dias na loucura, depois do famoso colapso nervoso em que abraçou um cavalo em Turim em 1889. Voltou à pensão onde morava, dançou nu, pensou em fuzilar o Kaiser, e declarou ser, entre outros, Jesus, Napoleão, Buda, e Alexandre, o Grande. Foi enviado de comboio para a Alemanha, e confinado num sanatório onde, sob os cuidados da irmã e da mãe, permaneceu até à sua morte, onze anos mais tarde, aos 56 anos.

                                                  A essência da filosofia de Nietzsche é uma ideia simples: dificuldades são normais. Não devemos entrar em pânico nem desistir de tudo. A nossa dor vem da distância entre aquilo que somos e o que idealizamos ser. Por não dominarmos a receita da felicidade, entramos em sofrimento. Mas o filósofo achava que não bastava sofrer. Se o único requisito para nos sentirmos realizados fossem as dificuldades, todos seriamos felizes. O segredo está em saber reagir bem ao sofrimento, ou, quem sabe, usá-lo para criar coisas belas.

                                                  Ele foi um dos poucos filósofos a destacar o lado bom das dificuldades e do fracasso, pensando que todos nós podemos beneficiar deles. Nietzsche dizia que o fracasso é um tabu na nossa cultura, tratado como se fosse uma coisa que só acontecesse a alguns coitados, e, do outro lado, há o sucesso. Os dois são coisas distintas. O interessante é a ideia de que na vida de qualquer um, mesmo sendo uma boa vida, haverá sempre um grau de fracasso. Como poderemos apreciar o sucesso se não tivermos fracassado primeiro? O fracasso tem os seus benefícios. Mas a sua visão era mais subtil. Para ele, o fracasso não bastava. Todas as vidas têm um grau de fracasso. O que torna algumas mais satisfatórias é a forma como o encaramos.

                                                  Um dado que surpreende na biografia de Nietzsche é a vontade que ele sentiu de abandonar a vida académica para se dedicar à profissão de jardineiro. Esse plano nunca se realizou, mas lidar com as plantas ensinou-lhe uma lição. Nietzsche dizia que, diante de problemas, devemos espelhar-nos nos jardineiros. Os jardineiros deparam-se com plantas que têm raízes feias, mas eles são capazes de cultivar algo que parece feio ao princípio, até extrair a beleza que há nele. Para Nietzsche, esta é uma metáfora de como devemos agir na vida: pegar em situações que nos parecem horríveis e fazer nascer algo belo delas.

                                                  Há algo animador na comparação botânica feita por Nietzsche. Mesmo os nossos sentimentos mais vis e negativos podem dar belos frutos se bem cultivados. Isso só depende de nós mesmos. A ansiedade, por exemplo, pode deixar-nos em pânico, mas também pode levar-nos a análise do que está errado, originando, assim, paz de espírito.

                                                  Era por isso que Nietzsche desejava o infortúnio aos seus amigos, por acreditar que as dificuldades eram um mal necessário e que, se cultivadas com a aptidão necessária, podiam levar à criação de coisas belas.

                                                  Ele dizia que, para conseguir grande felicidade na vida, para colher grandes alegrias, é preciso viver perigosamente. Ele sugeria construir casas nas encostas do Monte Vesúvio, o que seria uma atitude imprudente. Imprudente, mas que nos daria uma vista maravilhosa do mar. Isso resumia a visão dele. Viver é uma coisa arriscada, e quem não arrisca, não petisca. A felicidade não vem da fuga dos problemas, mas sim, do acto de cultivá-los para extrairmos algo positivo deles. As nossas preocupações são pistas valiosas do que está mal na nossa vida, e podem apontar o caminho para torná-la melhor.

                                                  Nietzsche nasceu em Röcken, na ex-Alemanha Oriental, e o seu pai era o Pastor local. A sua mãe, extremamente devota, também era filha de pastor. O filósofo adorava o pai, e deve ter ficado em choque quando o perdeu repentinamente aos quatro anos. Essa perda atormentou-o durante toda a sua vida. Uma das primeiras coisas que fez quando conseguiu juntar algum dinheiro, foi comprar a grande lápide que ainda hoje pode ser vista no túmulo do seu pai, onde mandou inscrever uma frase do novo testamento: "O Amor nunca morre." Foi após a morte do pai que Nietzsche começou a ver com reservas o tipo de ajuda que o cristianismo oferece em tempos de dificuldades. Ele deve ter crescido num ambiente extremamente religioso, mas, apesar disso, é bem conhecida hoje toda a sua 'luta' contra o cristianismo e toda a religião em geral, fazendo aquilo a que ele próprio denominou: a transmutação dos valores.

                                                  Já em adulto, ele escreveu sobre a religião dos seus pais: "É justo que se leia o Novo Testamento com reservas. Em todo o texto, há uma única figura que inspira respeito, Pilatos, o governador romano. Simplificando, é indecente ser cristão hoje em dia."

                                                  Na sua obra Ecce Homo, com o subtítulo Como se chega a ser o que se é, uma espécie de autobiografia, podemos ler: "O que até agora a humanidade tomou a sério, não é realidade, é pura imaginação, ou, para me exprimir com mais rigor, são mentiras derivadas de instintos enfermiços, e de tendências profundamente nocivas: todas as ideis de Deus, alma, virtude, pecado, além, verdade, vida eterna... Supôs-se, no entanto, ver neles a grandeza da natureza humana, a sua divindade..." E ainda: "Conheço o meu destino. Dia virá em que apareça ligado ao meu nome memória de alguma coisa de formidável - de uma crise tal como jamais houve outra sobre a terra, do mais profundo choque de consciências, de um juízo proferido contra tudo quanto até hoje foi motivo de fé, de tudo quanto se exigiu, se santificou. Não sou homem, sou dinamite. Contudo, nada há em mim de um fundador de religião. Religiões são coisa do populacho, e eu tenho sempre de lavar as mãos depois de estar com contacto com religiosos... Nada quero com crentes, suponho ser demasiado astuto para tal, nem sequer creio em mim próprio. Nunca falo às massas... Sinto um medo espantoso de que um dia me canonizem... Transmutação de todos os valores, eis a fórmula para aquele acto decisivo de regresso à humanidade a si própria, que em mim se faz carne e génio. Quer o meu destino que eu seja o primeiro homem sincero, quer que me ponha em contradição com milhares de anos... Eu, primeiro entre todos, descobri a verdade, pelo facto de ser o primeiro a considerar a mentira como tal."

                                                  Nietzsche era contra o cristianismo pelo mesmo motivo que condenava o álcool: ir a um culto na igreja pode fazer-nos sentir melhor rapidamente, da mesma forma que nos sentimos melhor, se nos embebedarmos. Para ele, a fé cristã pode amortizar a dor, amortizando, também, a energia que ela nos dá para superar os problemas e chegar à verdadeira felicidade. Há diferenças entre a igreja e o bar, mas para o filósofo a ajuda oferecida nos dois locais é o mesmo. Tal como o álcool, o aconselhamento cristão pode aliviar a dor, mas também nos tira a energia para superar o problema que a gerou. Nietzsche foi o primeiro pensador a compreender que a morte de Deus daria lugar a algo totalmente novo na História humana: a ideia da liberdade absoluta do homem como única medida do Universo, enfraquecendo, assim, as nossas certezas morais e intelectuais. O que é o bem e o mal? O que é o certo e o errado?... Todos nós, actualmente, colocamos estas dúvidas, mas Nietzsche foi pioneiro nesta maneira de pensar, abalando todas as certezas que julgavamos possuir.

                                                  Perante as dificuldades, ele queria que deixássemos de não desejar as coisas mais difíceis. Nietzsche enfrentou dificuldades imensas. Ele foi pobre, doente e solitário, mas nunca teve a atitude que acusava os cristãos de terem, ou seja: ele nunca afirmou que saúde, riqueza e amor eram coisas ruins. Aceitava o facto de não ter essas coisas, em parte por escolha própria, em parte graças às circunstâncias, mas jamais negou os seus desejos e a sua dor. Por tudo que sabemos hoje através da obra de Nietzsche, não é surpreendente encontrar nos registos funerários da pequena vila de Röcken a inscrição deixada pelos párocos ao lado do seu nome dizendo: "O Anticristo."

                                                  Apesar da vida difícil que teve, não devemos achar que ele se lamentava o tempo todo. Muitas vezes ele falava de satisfação, principalmente quando estava nas montanhas. Mas por satisfação, ele entendia algo muito mais abrangente do que a sensação de bem-estar que talvez possamos imaginar. Chegou a escrever sarcasticamente sobre pessoas que ele considerava "viciadas na religião do conforto." Considerava essas pessoas mesquinhas, pequenas, que se escondem na floresta como servos amedrontados. Mas aqueles que se aventuram a sair para a clareira poderão apreciar a vista e respirar a brisa. Só então poderão compreender a vantagem de abandonar o conforto em busca da verdadeira realização. Como diz a sua famosa frase: "Aquilo que não nos mata, torna-nos mais fortes."

                                                  O interesse de Nietzsche era que todas as pessoas fossem felizes. Mas, ao contrário de muitos filósofos, ele acreditava que os extremos da dor eram um compenente vital para chegar à felicidade que tinha em mente. Nem tudo aquilo que nos faz sofrer, é necessariamente mau, assim como nem tudo o que nos dá prazer, nos faz necessariamene bem. Considerar o sofrimento como algo mau a ser abolido era, para ele, o cúmulo da idiotice.

                                                  Gerês - Espírito da Montanha: Friedrich Nietzsche e o sofrimento

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                                                    #26
                                                    Os videos do Post incial já não se encontram disponiveis, mas assim aqui ficam, para quem os desejar visualizar.

                                                    YouTube - FILOSOFIA Nietzsche e o Sofrimento 1 3

                                                    YouTube - FILOSOFIA Nietzsche e o Sofrimento 2 3

                                                    YouTube - FILOSOFIA Nietzsche e o Sofrimento 3 3

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                                                      #27
                                                      Originalmente Colocado por nunomplopes Ver Post
                                                      Os videos do Post incial já não se encontram disponiveis, mas assim aqui ficam, para quem os desejar visualizar.

                                                      YouTube - FILOSOFIA Nietzsche e o Sofrimento 1 3

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                                                      YouTube - FILOSOFIA Nietzsche e o Sofrimento 3 3

                                                      Grande Nuno Obrigada

                                                      Comentário

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