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Portugal e seus problemas estruturais:Educação dos pais condiciona futuro dos filhos

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    Portugal e seus problemas estruturais:Educação dos pais condiciona futuro dos filhos

    Esta semana deparei-me com este artigo bastante polémico, que poderá dar uma boa discussão neste fórum, apesar de ser um assunto já debatido algumas vezes.

    Pergunta-se: estará realmente o futuro de Portugal, enquanto Estado, hipotecado a médio/longo prazo?? :



    Em jeito provocatório, deixo aqui também a letra da música "Portugal, Portugal", de Jorge Palma:

    Portugal, Portugal

    Jorge Palma



    Tiveste gente de muita coragem
    E acreditaste na tua mensagem
    Foste ganhando terreno
    E foste perdendo a memória

    Já tinhas meio mundo na mão
    Quiseste impor a tua religião
    E acabaste por perder a liberdade
    A caminho da glória

    Ai, Portugal, Portugal
    De que é que tu estás à espera?
    Tens um pé numa galera
    E outro no fundo do mar
    Ai, Portugal, Portugal
    Enquanto ficares à espera
    Ninguém te pode ajudar

    Tiveste muita carta para bater
    Quem joga deve aprender a perder
    Que a sorte nunca vem só
    Quando bate à nossa porta

    Esbanjaste muita vida nas apostas
    E agora trazes o desgosto às costas
    Não se pode estar direito
    Quando se tem a espinha torta

    Ai, Portugal, Portugal
    De que é que tu estás à espera?
    Tens um pé numa galera
    E outro no fundo do mar
    Ai, Portugal, Portugal
    Enquanto ficares à espera
    Ninguém te pode ajudar

    Fizeste cegos de quem olhos tinha
    Quiseste pôr toda a gente na linha
    Trocaste a alma e o coração
    Pela ponta das tuas lanças

    Difamaste quem verdades dizia
    Confundiste amor com pornografia
    E depois perdeste o gosto
    De brincar com as tuas crianças

    Ai, Portugal, Portugal
    De que é que tu estás à espera?
    Tens um pé numa galera
    E outro no fundo do mar
    Ai, Portugal, Portugal
    Enquanto ficares à espera
    Ninguém te pode ajudar

    Ai, Portugal, Portugal
    De que é que tu estás à espera?
    Tens um pé numa galera
    E outro no fundo do mar
    Ai, Portugal, Portugal
    Enquanto ficares à espera
    Ninguém te pode ajudar
    Alarmismo excessivo? O homem está coberto de razão (há nomes de peso a apoiá-lo)? Será Portugal insustentável a médio/longo prazo? Para nós, que já ganhamos tão pouco, a solução passa mesmo por "diminuir" os salários?? Que futuro e que rumo para este país, afinal??

    #2
    O artigo não refere apenas Portugal. O autor é da opinião de que os países da UE irão formar, num futuro relativamente próximo, uma união de estados tal como acontece actualmente com os EUA.

    Comentário


      #3
      Mas o enfoque principal é no desaparecimento apenas de Portugal como Estado soberano, devido à insustentabilidade e falta de competitividade da sua Economia. Para isso, ele teria que mencionar que todos os outros Estados da UE iriam também desaparecer, mas parece-me que ele não quer ir tanto por aí...

      Comentário


        #4
        Originalmente Colocado por Karma Ver Post
        O artigo não refere apenas Portugal. O autor é da opinião de que os países da UE irão formar, num futuro relativamente próximo, uma união de estados tal como acontece actualmente com os EUA.
        Também me parece.
        Apesar de os Estados mais fracos, onde se incluí o nosso, mais facilmente formarem essa EUE de acordo com o autor.

        Comentário


          #5
          Originalmente Colocado por LinoMarques Ver Post
          Mas o enfoque principal é no desaparecimento apenas de Portugal como Estado soberano, devido à insustentabilidade e falta de competitividade da sua Economia. Para isso, ele teria que mencionar que todos os outros Estados da UE iriam também desaparecer, mas parece-me que ele não quer ir tanto por aí...
          Eu por acaso interpreto o artigo de opinião de uma forma diferente. E não digo que seja melhor ou pior (a perda de soberania), será diferente. Um país do tamanho de Portugal e com a importância de Portugal se ficar sozinho e desagregado de uma união de países como aquela onde se encontra actualmente, ou vira paraíso fiscal ou fica como a Albânia.

          Comentário


            #6
            a existencia de uma moeda comum pressupoe uma politica monetaria comum, e tambem politica orcamental comum. Este ultimo ponto é a razao da existencia do PEC.
            Como o PEC tem sido pouco eficaz, a partir do momento que se deixa de cumprir os seus pressupostos de forma continuada so ha duas solucoes: a eliminacao do euro, e reversao a moedas nacionais, ou uma maior integracao europeia, com um orcamento federal, e emissao de Eurobonds a nivel europeu. Isto claro que leva a uma diluicao de Portugal como estado soberano, pois deixamos de ter controle sobre a nossa moeda, divida publica e, a prazo, politica externa. Mas dado o nosso desgoverno cronico, nao é assim tao mau como isso.

            Comentário


              #7
              Originalmente Colocado por Corsa1200Sport Ver Post
              a existencia de uma moeda comum pressupoe uma politica monetaria comum, e tambem politica orcamental comum. Este ultimo ponto é a razao da existencia do PEC.
              Como o PEC tem sido pouco eficaz, a partir do momento que se deixa de cumprir os seus pressupostos de forma continuada so ha duas solucoes: a eliminacao do euro, e reversao a moedas nacionais, ou uma maior integracao europeia, com um orcamento federal, e emissao de Eurobonds a nivel europeu. Isto claro que leva a uma diluicao de Portugal como estado soberano, pois deixamos de ter controle sobre a nossa moeda, divida publica e, a prazo, politica externa. Mas dado o nosso desgoverno cronico, nao é assim tao mau como isso.
              Sendo a política orçamental comum, a moeda única, a política externa comum e havendo livre circulação de pessoas e bens, é um facto que a soberania já se começou a diluir um bom bocado. E irá diluir muito mais. Dentro de uns anos teremos um presidente da comissão europeia eleito por sufrágio universal, temos a bandeira comum e passaremos a simples estados.

              Quanto à moeda, penso que, nos casos complicados como nós, o BCE vai ser um espécie de FMI e vai exigir um PEC rigoroso, para nós, Espanha, Grécia e por aí adiante.

              Penso que muita gente se vai tentar mudar para outras paragens e que a nossa economia nunca mais vai ter potencial de crescimento. A vida será sempre mais barata por cá; ficam por cá os aposentados e os estrangeiros que querem vida calma e barata e sol.

              Comentário


                #8
                É com cada um...
                Que dizer, então, dos países com economias mais fracas do que a nossa?
                Já tinham desparecido todos?
                E olhem que não são tão poucos quanto isso...
                Quando não há mais nada para dizer para vender papel, surgem estas coisas...

                Comentário


                  #9
                  A vida sempre esteve má e difícil para milhões de portugueses , só porque agora a classe média anda a comer o mesmo pão é que dizem que há crise, crise já existe há muuuuuuuuito tempo meus amigos.
                  Editado pela última vez por Botzilla; 17 February 2010, 11:16.

                  Comentário


                    #10
                    Este homem por acaso não é parente do Medina Carreira?

                    Comentário


                      #11
                      Portugal anda há décadas ou séculos na cepa torta quando comparado com o resto da Europa. E deve continuar assim. Não vamos ser mto melhores nem muito piores do que aquilo que já somos.
                      às vezes temos só o nariz de fora, outra vezes a cabeça e às vezes até quse metade do tronco. Mas sempre com a sensação que tamos a meter água.

                      Comentário


                        #12
                        Não me importava nada que a Europa se tornasse numa união de estados, como os EUA.
                        Alem de se tornar num bloco fortíssimo a todos os níveis, poderia ser muito melhor para a economia europeia e para nós.

                        Comentário


                          #13
                          O Pecado mora ao lado.

                          Comentário


                            #14
                            Originalmente Colocado por Zix Ver Post
                            O Pecado mora ao lado.

                            O Sporting também está condenado.

                            Em relação à fraude fiscal essa tende actualmente a aumentar. Com o aumento dos impostos e encargos muitos empresários preferem arriscar e fazer tudo ao negro para conseguir ganhar algum dinheiro.
                            No entanto a administração fiscal está mais eficaz neste aspecto e dispõe actualmente de mecanismos para apanhar estes infractores dentro dos prazos que estão previstos na lei.

                            Comentário


                              #15
                              Esta teoria n é nada nova.
                              Aliás, embora n enunciada assim, existe desde a génese da nossa nacionalidade. As razões foram sempre as mesmas.
                              A coisa concretizou-se c os "filipes" e só n foi em frente, n por causa de uma revolução popular em Lisboa (tal n aconteceu; aquilo q se verificou foi uma utilização de uma população inerte e ignorante por parte de uma minoria - é como hoje), mas porque uns quantos nobres, após acreditarem q já n tinham muito a perder, juntaram esforços c outros q, além de tb estarem nessa posição, ficaram profundamente desagradados c os reis hispânicos quando estes tomaram o partido da ala menos conservadora ( q viria a vencer...) da Igreja...
                              Durante o domínio dos filipes, Portugal manteve sempre um estatuto político próprio, embora ancorado no poder de Castela. É engraçado e terrível como a história insiste em se repetir, n é? De facto, as condições n mudaram.
                              A verdadeira mudança radical de paradigma dá-se com a Revolução Liberal. Esse é o grande marco na nossa história, uma Bastille tardia. O problema é q a desmontagem de todo o edifício nacional, cristalizado, podre e antigo, tb arrasou c aqueles q detinham e estavam em condições de transmitir cultura e escolaridade (desgraçadamente, esta é a maior diferença social e cultural p a revolução luterana-calvinista), mantendo-se a população indigente exactamente onde mais interessava q tivesse evoluido. Como o país continuava pequeno, pobre (Lisboa insalubre... e o resto era a paisagem mais pobre e analfabeta da Europa), sem recursos e incapaz de produzir bens de verdadeiro poder acrescentado, nada mais de basilar viria a mudar. Até hoje.
                              O país sempre foi assim, quando n muito pior. As releituras históricas e icónicas feitas em finais do século XIX e durante o EStado Novo é q nos levaram a creditar no contrário.
                              Já agora, estas são algumas razões pelas quais o livro de Gil (o tal medo atávico em ser português) é hoje razoavelmente relativizado.

                              Comentário


                                #16
                                Engraçado, o meu post de ontem a dizer que o cronista perdia toda a credibilidade quando dizia que o Mira Amaral era brilhante desapareceu...

                                Comentário


                                  #17
                                  Hein?

                                  .....

                                  Comentário


                                    #18
                                    Originalmente Colocado por Alpiger Ver Post
                                    Não me importava nada que a Europa se tornasse numa união de estados, como os EUA.
                                    Alem de se tornar num bloco fortíssimo a todos os níveis, poderia ser muito melhor para a economia europeia e para nós.
                                    Pois eu acho que quanto mais se tentar homogeneizar 27(!) países diferentes e maior poder se der a Bruxelas, maior é o risco de implosão da UE, mas isso já são outros 500...

                                    Comentário


                                      #19
                                      Eu não faço futurologia, não sei se o país está condenado ou não. Sei é que com governantes como os que temos tído, se mudarmos é para pior. Portugal é como um rio bastante poluído que precisa de ser descontaminado. Nestas águas escuras, muito se passa no fundo que não vemos. Quando pudermos beber desse rio, estamos bem.

                                      Acerca dos EUE, se por um lado seria eventualmente uma forma de "limpar o rio" (não é certo), por outro, todos sabemos, com maior ou menor consciência, que quanto mais longe e hierárquico o poder, menos o povo se faz ouvir. Se já num país os governantes não conhecem o país real, quanto mais numa Europa.

                                      Comentário


                                        #20
                                        Uma pessoa que perde o emprego tem 2 alternativas
                                        Esperar que perca tudo e viver debaixo de uma ponte, por não ter um salário para fazer face as despesas.
                                        ou ir para a cadeia onde tem comida, roupa e cama lavada
                                        e para tal entra na empresa com a caçadeira e mata o patrão e restantes administradores, e assim resolve 2 problemas de uma só vez

                                        Comentário


                                          #21
                                          ...ou então fazem como os ucranianos.

                                          Quando os Nazis invadiram a Ucrânia foram recebidos como heróis pela população , porque o regime bolchevique na altura não queria saber deles, deixava-os morrer a fome.

                                          Se um dia Espanha declara guerra a Portugal, de certeza que a população( desempregada e viver na miséria) ficava na rua a espera dos espanhóis para os receber como heróis.

                                          Comentário


                                            #22
                                            Originalmente Colocado por cuica Ver Post
                                            Engraçado, o meu post de ontem a dizer que o cronista perdia toda a credibilidade quando dizia que o Mira Amaral era brilhante desapareceu...
                                            Do que conheço do Mira Amaral, brilhantismo tvz seja exagerado, mas convivi com ele, ate desde os tempos de faculdade, onde me deu aulas, e sempre foi muito claro nas suas palavras, sem floreados ou rodeios.

                                            Relativamente à questao..nada de novo.No longo prazo, se muita coisa nao mudar, é mais que certo.
                                            De todo o modo no longo prazo tb ja faremos parte(preve-se) da UEFE(Uniao de Estados Federados da Europa) aka EUE (Estados Unidos da Europa).

                                            Comentário


                                              #23
                                              Numa perspectiva ligeiramente diferente, mas ainda assim enquadrada no tema do tópico, penso que a seguinte notícia tem também bastante relevância:

                                              Portugal entre os piores. Educação dos pais limita salário dos filhos

                                              por Bruno Faria Lopes e Marta F. Reis, Publicado em 01 de Março de 2010

                                              O fosso entre os salários das pessoas com pai licenciado e aquelas cujo pai cumpriu o 9.o ano de escolaridade é mais alto em Portugal do que em qualquer outro país da Organização para a Cooperação Económica (OCDE), mostra um estudo comparativo sobre mobilidade social publicado pela organização sediada em Paris. Apesar do crescimento económico nas últimas três décadas ter aberto novas oportunidades de ascensão social para milhares de portugueses, a mobilidade social relativa continua mais baixa do que noutros países desenvolvidos: Portugal é um dos países da OCDE onde a educação e o contexto económico dos pais mais influência tem no salário ganho pelos filhos.

                                              "Em todos os países cobertos pelos dados, um filho tem muito mais probabilidade de estar no quartil [25%] salarial mais alto se o pai tiver educação superior, comparado com um filho cujo pai tem apenas educação básica [abaixo do 9.o ano], particularmente em Portugal, no Luxemburgo e no Reino Unido", aponta o estudo da autoria dos economistas Orsetta Causa e Asa Johansson (que serviu de base para o relatório publicado em Fevereiro pela OCDE). Ter um pai com educação superior sobe os salários dos filhos no mínimo 20%. O jogo social funciona também ao contrário: filhos de pais com menos do que o 9.o ano "tendem a ganhar consideravelmente menos".

                                              Esta persistência salarial (e social) entre gerações verifica-se apesar das políticas públicas para criar igualdade de acesso ao factor que mais pesa na conquista por um emprego bem pago: a educação. A rigidez salarial reproduz mesmo um grau de rigidez semelhante na educação pública, confirma a OCDE. O contexto económico da família, por exemplo, tem um impacto importante nos resultados escolares, um efeito que é mais forte nos países mais desiguais.

                                              "Em países com desigualdades grandes no contexto socioeconómico dos estudantes, incluindo México, Portugal, Luxemburgo, Espanha e Turquia, até uma influência relativamente moderada desse contexto nos resultados dos alunos conduz a uma persistência educacional maior entre gerações", aponta o estudo. Em Portugal, um filho de um pai licenciado tem menos 50% de probabilidades de se ficar apenas pelo ensino secundário, ao contrário de um colega cujo pai tenha o nono ano - é a diferença maior entre os países da OCDE. Estas conclusões são coerentes com as de estudos anteriores, como o realizado em 2006 pelo economista Pedro Carneiro, na University College de Londres, que revelou que dos alunos cujos pais concluíram o ensino primário só 7% acabaram a universidade.

                                              O ambiente na escola é outro factor importante nos resultados dos alunos - Portugal cai no grupo de países em que o ambiente escolar (a diversidade social de alunos, por exemplo) tem um peso semelhante ao da família, não conseguindo inverter a lotaria social.

                                              "Por muito que a educação e o 'mérito' sejam importantes para entreabrir as portas de subida dos mais carenciados, o certo é que estes transportam consigo o seu próprio 'travão' que os impede de subir", comenta Elísio Estanque, sociólogo da Universidade de Coimbra [ver opinião]. "Trata-se de um processo sociocultural, quase congénito, em que o baixo estatuto herdado dos pais define um 'destino' (provável) que empurra os indivíduos para se manterem em padrões de vida idênticos ou próximos da sua origem social", acrescenta.

                                              A influência do padrão de vida dos pais no futuro dos filhos é transversal a todos os países da OCDE, mas é mais intensa nos países do sul da Europa, que têm sociedades mais desiguais e barreiras de classe difíceis de transpor.

                                              Rigidez laboral agrava problema Para ultrapassar estas limitações - que põem directamente em causa a igualdade de oportunidades que é objectivo dos modelos de estado social europeus - a OCDE recomenda uma série de instrumentos políticos, que vão das alterações nas escolas a mudanças na lei do trabalho, cuja rigidez em Portugal tem sido criticada várias vezes pela OCDE.

                                              "Há uma relação entre a protecção ao emprego e a persistência salarial entre gerações nos países europeus da OCDE", aponta o estudo. O efeito não é fácil de explicar, sublinha a instituição, mas a hipótese mais provável é de que a protecção seja usada pelos trabalhadores com contratos à custa dos que estão fora do sistema, nomeadamente os precários. "Na medida em que é mais provável que as pessoas com contextos [familiares] mais vantajosos estejam no grupo dos 'insiders' [dentro do sistema], a protecção pode aumentar o diferencial salarial entre os dois grupos, o que, por sua vez, pode traduzir-se numa persistência salarial mais alta entre gerações", acrescenta. O grau de protecção laboral em Portugal é também o mais alto da OCDE.

                                              Outras medidas para diminuir a desvantagem dos pais com pior contexto económico ou escolar passam por dar prioridade ao pré-escolar, essencial para diminuir os efeitos da origem social na capacidade de aprendizagem das crianças mais pequenas. Apoios financeiros apenas para educação ou maior mistura de alunos de diferentes classes sociais são outras medidas propostas.
                                              In: Portugal entre os piores. Educação dos pais limita salário dos filhos

                                              Comentário


                                                #24
                                                Sem querer fazer de velho do Restelo, eu já digo isso há muito tempo mas as pessoas não querem ver.

                                                Depois pensem bem nas acções e reivindicações de Srs. como o Mário Nogueira e aquele Komintern que é o sindicato dos professores que se opõem à avaliação.

                                                Vamos fazer um pequeno balanço da realidade escolar e laboral do nosso país de acordo com o relatório da OCDE:

                                                (a) a escola cristaliza as diferenças sociais. Os professores são incapazes de acompanhar as pessoas mais carenciadas e, ao distribuir a matéria igualmente a todos os alunos, favorecem os alunos das classes mais educadas privilegiando-lhes o acesso à universidade.

                                                (b) Portugal e Espanha são os únicos países que conheço cujas universidades privadas são as universidades da classe média e média baixa. Em Itália e na Alemanha são as universidades das elites. Isto apenas demonstra a natureza elitista do ensino superior público português.

                                                (c) os professores - os principais responsáveis por este estado de coisas - ganham acima da média nacional (são, aliás, os segundos mais bem pagos da OCDE), não podem ser despedidos, têm progressões automáticas nas carreiras, não têm avaliações e existe uma promiscuidade enorme entre o ensino e a indústria das "explicações", colégios privados que são fábricas de 19s e afins. Em contrapartida, os pais e os alunos terão que prestar provas nos empregos todos os dias se não quiserem ser despedidos.

                                                Pergunta: até quando é que vamos aguentar este estado de coisas? Quem é que vai meter mão numa das corporações cujo egoísmo mais danos tem provocado ao país?

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                                                  #25
                                                  Originalmente Colocado por rantamplan Ver Post
                                                  Sem querer fazer de velho do Restelo, eu já digo isso há muito tempo mas as pessoas não querem ver.

                                                  Depois pensem bem nas acções e reivindicações de Srs. como o Mário Nogueira e aquele Komintern que é o sindicato dos professores que se opõem à avaliação.

                                                  Vamos fazer um pequeno balanço da realidade escolar e laboral do nosso país de acordo com o relatório da OCDE:

                                                  (a) a escola cristaliza as diferenças sociais. Os professores são incapazes de acompanhar as pessoas mais carenciadas e, ao distribuir a matéria igualmente a todos os alunos, favorecem os alunos das classes mais educadas privilegiando-lhes o acesso à universidade.

                                                  (b) Portugal e Espanha são os únicos países que conheço cujas universidades privadas são as universidades da classe média e média baixa. Em Itália e na Alemanha são as universidades das elites. Isto apenas demonstra a natureza elitista do ensino superior público português.

                                                  (c) os professores - os principais responsáveis por este estado de coisas - ganham acima da média nacional (são, aliás, os segundos mais bem pagos da OCDE), não podem ser despedidos, têm progressões automáticas nas carreiras, não têm avaliações e existe uma promiscuidade enorme entre o ensino e a indústria das "explicações", colégios privados que são fábricas de 19s e afins. Em contrapartida, os pais e os alunos terão que prestar provas nos empregos todos os dias se não quiserem ser despedidos.

                                                  Pergunta: até quando é que vamos aguentar este estado de coisas? Quem é que vai meter mão numa das corporações cujo egoísmo mais danos tem provocado ao país?
                                                  Isto não tem pés nem cabeça.

                                                  Cheira-me a complexo de pequenino com professores...não conheces, de forma alguma, a realidade.

                                                  Não cabe aos professores arranjar condições. E muitas condições arranjam eles. Conheço o caso de uma professora que dá materiais aos alunos, pagos do seu bolso, para que os alunos possam ter material. E isto não é caso único.

                                                  Sabes qual é o problema? São pessoas como tu que investem em difundir mitos e mentiras sobre professores, em tentar mostrar que os professores ganham bem, quando na verdade ganham pessimamente comparados com um qualquer professor da UE dos 12. E mesmo dos 15 e 25, não devemos andar longe. E já agora, os professores são licenciados, alguns são engenheiros, doutorados, etc. Tentar dizer que estes deviam ganhar o mesmo que um funcionário público que tem o 9º ano é, no mínimo, hilariante.

                                                  Hilariante também é achar que um professor que em 25 anos de carreira tira 1500€ limpos é muito, quando existem administradores públicos a ganhar 2.5milhões/ano. Muito bonito.

                                                  O problema da educação é que este Governo anda a tentar fazer com a classe dos professores o mesmo que a France Telecom fez com os seus trabalhadores. Estão a tentar desunir a classe. Mas tenho uma má notícia. Não o estão a conseguir fazer.

                                                  O problema é que em vez de se atacar os problemas reais, que são a fraca competência dos pais na educação dos seus filhos, a responsabilização da classe estudantil, estamos a criar uma geração fraca, que não entende que é preciso lutar para conseguirem os seus objectivos. E depois pessoas como tu tentam culpabilizar uma classe que nenhuma culpa tem na situação. Ao menos vê se sabes do que falas, antes de dizeres essas barbaridades.

                                                  Já agora, não percebi a referência ao ensino superior. Deve ser para rir, mesmo. Alguém que defende que o ensino privado deve ser elitista e o público de baixo calibre, é alguém que tem as noções de igualdade e sociedade completamente trocadas.

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                                                    #26
                                                    Originalmente Colocado por rantamplan Ver Post
                                                    Sem querer fazer de velho do Restelo, eu já digo isso há muito tempo mas as pessoas não querem ver.

                                                    Depois pensem bem nas acções e reivindicações de Srs. como o Mário Nogueira e aquele Komintern que é o sindicato dos professores que se opõem à avaliação.

                                                    Vamos fazer um pequeno balanço da realidade escolar e laboral do nosso país de acordo com o relatório da OCDE:

                                                    (a) a escola cristaliza as diferenças sociais. Os professores são incapazes de acompanhar as pessoas mais carenciadas e, ao distribuir a matéria igualmente a todos os alunos, favorecem os alunos das classes mais educadas privilegiando-lhes o acesso à universidade.

                                                    (b) Portugal e Espanha são os únicos países que conheço cujas universidades privadas são as universidades da classe média e média baixa. Em Itália e na Alemanha são as universidades das elites. Isto apenas demonstra a natureza elitista do ensino superior público português.

                                                    (c) os professores - os principais responsáveis por este estado de coisas - ganham acima da média nacional (são, aliás, os segundos mais bem pagos da OCDE), não podem ser despedidos, têm progressões automáticas nas carreiras, não têm avaliações e existe uma promiscuidade enorme entre o ensino e a indústria das "explicações", colégios privados que são fábricas de 19s e afins. Em contrapartida, os pais e os alunos terão que prestar provas nos empregos todos os dias se não quiserem ser despedidos.

                                                    Pergunta: até quando é que vamos aguentar este estado de coisas? Quem é que vai meter mão numa das corporações cujo egoísmo mais danos tem provocado ao país?
                                                    a) os alunos são todos avaliados pela mesma bitola nos exames nacionais, portanto a matéria tem que ser igual para todos. Não há alunos de 1ª nem de 2ª.

                                                    b) ensino superior público elitista? Com propinas mensais de 100 e poucos euros e com a qualidade de ensino existente em muitas das universidades? É um verdadeiro negócio da China!

                                                    c) a indústria das explicações existe porque os alunos do secundário não têm o hábito de ir esclarecer dúvidas com o professor depois das aulas. Na universidade onde eu andei (e penso que nas outras será igual) o professor, seja ele catedrático, auxiliar, associado ou assistente tem um horário para receber os alunos.

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                                                      #27
                                                      a) Isso é inevitavel, de qualquer forma subscrevo que deveria haver um maior esforço por parte da classe educativa para atenuar estas diferenças.
                                                      b)Nao concordo.Alem disso a Universidade Catolica, por exemplo, nao é propriamente frequentada por classe media e media-baixa.
                                                      c)Aqui sim, tal como na saude, muita coisa terá de mudar, para o bem de todos.

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                                                        #28
                                                        Cheira-me a complexo de pequenino com professores...não conheces, de forma alguma, a realidade.
                                                        Fui aluno e conheço muitos professores.
                                                        Não cabe aos professores arranjar condições. E muitas condições arranjam eles. Conheço o caso de uma professora que dá materiais aos alunos, pagos do seu bolso, para que os alunos possam ter material. E isto não é caso único.
                                                        Podem não ser casos únicos mas não são a maioria. Aliás são mesmo uma minoria.
                                                        Sabes qual é o problema? São pessoas como tu que investem em difundir mitos e mentiras sobre professores, em tentar mostrar que os professores ganham bem, quando na verdade ganham pessimamente comparados com um qualquer professor da UE dos 12. E mesmo dos 15 e 25, não devemos andar longe. E já agora, os professores são licenciados, alguns são engenheiros, doutorados, etc. Tentar dizer que estes deviam ganhar o mesmo que um funcionário público que tem o 9º ano é, no mínimo, hilariante.
                                                        Eu não estou a dizer que devam ganhar o mesmo que um funcionário com o 9º ano. Digo apenas que, no conjunto dos países da OCDE, são os segundos mais bem pagos em comparação com os salários do país. Factos são factos, números são números.

                                                        Hilariante também é achar que um professor que em 25 anos de carreira tira 1500€ limpos é muito, quando existem administradores públicos a ganhar 2.5milhões/ano. Muito bonito.
                                                        Os professores ganham consideravelmente mais do que isso. E eu sei disso porque conheço vários. E o caso dos administradores não é exemplo para ninguém.
                                                        O problema da educação é que este Governo anda a tentar fazer com a classe dos professores o mesmo que a France Telecom fez com os seus trabalhadores. Estão a tentar desunir a classe. Mas tenho uma má notícia. Não o estão a conseguir fazer.
                                                        O problema é uma coisa chamada sindicato dos professores.
                                                        O problema é que em vez de se atacar os problemas reais, que são a fraca competência dos pais na educação dos seus filhos, a responsabilização da classe estudantil, estamos a criar uma geração fraca, que não entende que é preciso lutar para conseguirem os seus objectivos. E depois pessoas como tu tentam culpabilizar uma classe que nenhuma culpa tem na situação. Ao menos vê se sabes do que falas, antes de dizeres essas barbaridades.
                                                        Vou ignorar os insultos. Relativamente aos demais elementos da tua frase, os dados da OCDE falam por si: filhos de ricos mantêm-se ricos, filhos de pobres mantêm-se pobres. A escola não é um factor de mobilidade social. E, que eu saiba, os principais activos de uma escola são os professores.
                                                        Já agora, não percebi a referência ao ensino superior. Deve ser para rir, mesmo. Alguém que defende que o ensino privado deve ser elitista e o público de baixo calibre, é alguém que tem as noções de igualdade e sociedade completamente trocadas.
                                                        Deves ter tido muitos maus professores pois tens notáveis dificuldades a ler Português. Eu apenas disse que o ensino superior público português é tendencialmente elitista e que as universidades privadas são, na sua esmagadora maioria, frequentada pela classe média/média baixa. Isto está em contraste com a situação verificada nos demais países.

                                                        Eu defendo um sistema de ensino democrático em que as pessoas tenham possibilidades de mobilidade social independentemente dos rendimentos doa pais - o que não acontece de acordo com o relatório da OCDE.

                                                        E deixa-me desde já agradecer imenso esse post completamente corporativista que me deu imenso prazer em ler.

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                                                          #29
                                                          a) os alunos são todos avaliados pela mesma bitola nos exames nacionais, portanto a matéria tem que ser igual para todos. Não há alunos de 1ª nem de 2ª.
                                                          O Ministério tem realizado estatísticas onde procura demonstrar as taxas de sucesso dos exames nacionais e, todos os anos, as escolas privadas dominam quer em termos de aprovações, quer em termos de notas. Portanto as escolas privadas preparam melhor os alunos para os exames.

                                                          Diz-me se isso nao é factor de diferenciação.

                                                          b) ensino superior público elitista? Com propinas mensais de 100 e poucos euros e com a qualidade de ensino existente em muitas das universidades? É um verdadeiro negócio da China!
                                                          Vai a uma faculdade de medicina e vê o nível social dos alunos que a frequenta. Compara agora com uma universidade como a Autonoma ou a Lusófona onde a maioria dos alunos trabalha aos fins de semana em centros comerciais para pagar propinas.

                                                          c) a indústria das explicações existe porque os alunos do secundário não têm o hábito de ir esclarecer dúvidas com o professor depois das aulas. Na universidade onde eu andei (e penso que nas outras será igual) o professor, seja ele catedrático, auxiliar, associado ou assistente tem um horário para receber os alunos.
                                                          Um dia, no meu ensino secundário, estava com dúvidas e fui esclarecê-las no final com a professora. Ela respondeu-me com maus modos que a aula tinha terminado e que já nao tinha que explicar mais nada. Mas tratou de dar-me um cartaozinho de um amigo dela que vendia explicações por fora para ajudar alunos com dificuldades.

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                                                            #30
                                                            a) Isso é inevitavel, de qualquer forma subscrevo que deveria haver um maior esforço por parte da classe educativa para atenuar estas diferenças.
                                                            Amigo: apenas é inevitável aquilo que quisermos que o seja! E a classe educativa construiu uma indústria à volta destas diferenças.
                                                            b)Nao concordo.Alem disso a Universidade Catolica, por exemplo, nao é propriamente frequentada por classe media e media-baixa.
                                                            A Católica não é exemplo pois é um caso único a nível nacional.
                                                            c)Aqui sim, tal como na saude, muita coisa terá de mudar, para o bem de todos.
                                                            O Corporativismo é um cancro que debilita este país e que tem que terminar para o bem de todos!

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