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Chamada entre INEM e Bombeiros

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    Sociedade Chamada entre INEM e Bombeiros

    A sic está a passar uma reportagem sobre uma emergência médica.
    Intervenientes:
    Um cidadão que pede socorro. Telefonista do Inem. Viatura de emergência Médica de Vila Real. Bombeiros de Favaios e de Alijó.

    Mais de 15 minutos para se entenderem.

    Agora estão a debater a questão.

    Só visto. Se alguém gravou a peça que a coloque, pois, repito, só visto!

    #2
    realmente...
    a chamada foi péssima desde o primeiro segundo, as pessoas a ser socorridas tb nao ajudaram nada.

    estarem duas corporações de bombeiros so com um homem tb é engraçado, nao podem fazer nada!

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      #3
      Tb estou a ver.

      Foi uma vergonha

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        #4
        É uma tristeza acabam com os postos de saude e de urgencias e nem um serviço de ambulancias há como deve ser...o Estado a cortar naquilo que tem de mais precário

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          #5
          Vergonha é a falta de organização dos BV de Favaios! 'Ahh coitados são voluntários... já fazem muito!' não chega! Estão integrados no plano de socorrismo e tem a obrigação de dispor de uma equipa de ambulância em estado permanente de modo a evitar estas situações.

          Se de facto não há possibilidade de o fazer terão de se demitir dessa responsabilidade.

          15min é inadmissível para a vítima. Não sei no entanto qual o estado das restantes viaturas que prestam socorro naquela área... não sei se a reportagem refere isso pois só vi um pedaço.

          Comentário


            #6
            Originalmente Colocado por trtl Ver Post
            Vergonha é a falta de organização dos BV de Favaios! 'Ahh coitados são voluntários... já fazem muito!' não chega! Estão integrados no plano de socorrismo e tem a obrigação de dispor de uma equipa de ambulância em estado permanente de modo a evitar estas situações.

            Se de facto não há possibilidade de o fazer terão de se demitir dessa responsabilidade.

            15min é inadmissível para a vítima. Não sei no entanto qual o estado das restantes viaturas que prestam socorro naquela área... não sei se a reportagem refere isso pois só vi um pedaço.
            tanto em alijo como favaios so estava um homem. nao podiam fazer nada...

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              #7
              Olha, olha...o o caramelo está agora a enrolar: têm que inventar gps rurais que os existentes só são eficazes em meio urbano.
              Era para rir se não fosse dramático.

              Trapalhadas, palhaçadas e embustes!

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                #8
                Muito mau mesmo....

                Infelizmente essa é a regra neste país...

                Comentário


                  #9
                  Originalmente Colocado por miguel santos Ver Post
                  tanto em alijo como favaios so estava um homem. nao podiam fazer nada...
                  Pois mas aí são essas equipas de Bombeiros que falham! É da responsabilidade DELES ter uma ambulância pronta a prestar serviço 24h por dia!

                  Quanto à questão dos GPS não sei de que tipo de aparelhos dispõem nas ambulâncias, mas provavelmente serão algo datados... Será fácil arranjar dinheiro para actualizações / novos aparelhos quando nem há recursos para ter pessoal de escala?

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                    #10
                    Nem os bombeiros nem o Inem têm culpa. Isto é muito bonito fechar-se isto e aquilo e cag@rem-se para as pessoas. A culpa é dos Governantes e das Câmaras que deixam isto acontecer. Fecharam-se as urgências mas não ouvi que fosse dada nova formação aos diversos agentes que vão passar a ser os responsáveis pelo auxilio. E acredito que futuramente vão acontecer coisas bem piores. Se os serviços de urgência foram criados era porque as regiões necessitavam deles.

                    Comentário


                      #11
                      Boas,

                      Já tinha lido hoje no jornal e mais pareceu uma (des)conversa de tolos,
                      é o país que temos ou merecemos, e os ministros que elegemos... eu não escolhi estes nomes...

                      Comentário


                        #12
                        Quem não tem competência não se estabelece, pra ser essa bosta mais vale não ter essas pseudo-corporações... ou se tem ou não se têm.

                        Se eu fosse telefonista do INEM dava em tolo ao ver tanto amadorismo

                        Comentário


                          #13
                          Originalmente Colocado por pensante Ver Post
                          Quem não tem competência não se estabelece, pra ser essa bosta mais vale não ter essas pseudo-corporações... ou se tem ou não se têm.
                          Ora nem mais!

                          Eu não percebo porque tem de ser TUDO culpa do Governo...

                          Se os Bombeiros não tem capacidade para suportar essa responsabilidade têm que se estruturar de outra forma ou sair de cena!

                          Uma pessoa estar dependente de um serviço que não existe e que só em cima do acontecimento é que se descobre que não pode funcionar... é ridículo!

                          Comentário


                            #14
                            engraçado, mesmo então com uma urgencia lá perto, os bombeiros neste caso tambem não faziam nada, pois não?! eles não tinham ninguem..

                            Ou seja, neste caso estão a focar esse ponto erradamente!

                            Pois ou iam os familiares com uma carreta com o homem às supostas urgencias que fecharam ou então?!

                            Aqui falharam os bombeiros! Apenas isso!
                            Pois duas corporações, em que está apenas um homem! A fazer o que? a guardar aquilo?! Se têm bombeiros, deviam estar no minimo sempre 2 e uma ambulancia.

                            e para mais, neste caso o gajo que atendeu não batia muito bem, parecia era estar com uns copos a mais. (posso estar errado e peço desculpa), mas alguem atender daquela maneira não está bem, para mais na função que está!

                            PS: Se calhar para transportar uns doentes durante o dia, já tem ambulancias e bombeiros, pois isso dá bom ganho ;-)

                            Comentário


                              #15
                              Em França por muito menos já tinham feito uma revolução...
                              O pessoal aqui até gosta , sempre se tem do que falar nao café da esquina.
                              E quando nos fartarmos votamos no PSD ...

                              e ainda descascamos nos bombeiros... é demais

                              Comentário


                                #16
                                chi, e o presidente do INEM a falar?

                                Comentário


                                  #17
                                  Originalmente Colocado por ComBota Ver Post
                                  e ainda descascamos nos bombeiros... é demais
                                  Pois claro que descascas nos bombeiros, a culpa é deles!

                                  Com a atitude típica do português de estar sempre no contra é que não vamos a lado nenhum. Anda tudo com a ânsia de mostrar ao vizinho do lado que 'a ele ninguém o como por parvo! sacanas do governo!' e não são capazes de se informar acerca dos procedimentos e competências das entidades envolvidas nas situações para fazerem um juízo com rigor.

                                  Isso sim é triste!

                                  Comentário


                                    #18
                                    Originalmente Colocado por jomaso Ver Post
                                    Nem os bombeiros nem o Inem têm culpa. Isto é muito bonito fechar-se isto e aquilo e cag@rem-se para as pessoas. A culpa é dos Governantes e das Câmaras que deixam isto acontecer. Fecharam-se as urgências mas não ouvi que fosse dada nova formação aos diversos agentes que vão passar a ser os responsáveis pelo auxilio. E acredito que futuramente vão acontecer coisas bem piores. Se os serviços de urgência foram criados era porque as regiões necessitavam deles.
                                    Antes de fecharem as unidades de saúde deveriam ter dado formação adequada aos bombeiros e, simultaneamente, fiscalizar o que se faz nas corporações. Não me levem a mal aqueles são ou que colaboram com os bombeiros, mas todos sabemos que, sobretudo nos pequenos municípios existe uma promiscuidade entre Câmaras e Bombeiros (sempre dão uns votitos). Alijó pode ser excepção. Falo no geral, obviamente, pois desconheço a relação do Cascarejo com os bombeiros.

                                    Comentário


                                      #19
                                      Também não acho que a culpa seja do governo... antes pelo contrário.... acho que o Governo quer é contrário disto, ter nelhor meios, mais profissionais e concentrados do que estes meios pouco profissional espalhados pelo país. Nas últimas semanas os jornais encheram-se de notícias de casos, mas quantos não tem havido muito piores com a situação actual ?


                                      (Depois da chamada de emergência, outra operadora do CODU do INEM telefona para os Bombeiros de Favaios)

                                      Operadora (O): – Boa noite. É do CODU do INEM. É uma saidinha para Castedo.

                                      Bombeiro de Favaios (BF): – Diga.

                                      O: – Para o Bairro de Santo António, n.º **. Diga-me uma coisa: a VMER de Vila Real é a mais próxima, não é?

                                      BF: – A de Vila Real já está fechada.

                                      O: – Quanto tempo demora a viatura médica?

                                      BF: – Ainda demora até ao Castedo. Vila Real...

                                      O: – Não. De Vila Real a Castedo?

                                      BF: – Ai. De Vila Real a Castedo? Sei lá.Três quartos de hora.

                                      (A operadora do CODU fala com uma médica que se encontra no CODU)

                                      O: – Doutora, a VMER demora três quartos de hora, mas também não tem coiso aberto...

                                      Médica (M): [imperceptível]

                                      O: – Mas que quer que ponha? VMER não disponível?

                                      M: [imperceptível]

                                      (Volta a falar com os Bombeiros de Favaios)

                                      O: – Não há nenhum centro de saúde aberto?

                                      BF: – Não, aqui está fechado.

                                      O: – Vamos mandar a VMER de Vila Real. Isto é um masculino, de 44 anos. Quem nos ligou diz que caiu das escadas, deitou sangue pela boca, parece estar morto.

                                      BF: – Diga. Estou?

                                      O: – Sim. Está-me a ouvir?

                                      BF: – Estou.

                                      O: – Estou. Está-me a ouvir?

                                      BF: – Estou...

                                      O: – Ó meu Deus! Eu estou a ouvir. Está-me a ouvir?

                                      BF: – Diga, diga...

                                      O: – Ouviu o que eu disse até aqui ou não ouvi nada?

                                      BF: – Não ouvi. Desculpe lá, estou a ouvir de telemóvel.

                                      O: – Vou mandar vir a VMER de Vila Real. O senhor caiu pelas escadas. Quem ligou diz que já está morto!.

                                      BF: – Ah!... Pois, e agora o que quer que se faça?

                                      O: – Ficha CODU 32...

                                      BF: – Espere aí, que eu agora não tenho aqui caneta!!!

                                      O: – Eu vou ajudá-lo. Vou passar a VMER de Vila Real para ajudar a chegar ao local. Não desligue. (...) Valha-me Deus, estou lixada.

                                      (A operadora do CODU liga para a médica de serviço à VMER de Vila Real)

                                      Médica da VMER (MV): – Sim?

                                      O: – Olá, doutora. É uma saída, para longe.

                                      MV: – Para onde?

                                      O: – Castedo, Alijó. (risos)

                                      MV: – Ok. O que é?

                                      O: – Um senhor de 44 anos caiu pelas escadas. Deitou sangue pela boca. O contactante diz que ele está morto!

                                      MV: – Morto?

                                      O: – Sim. Diz o irmão.

                                      MV: – Pois, coitadinho.

                                      C: – Mas com uma calma gélida, segundo a minha colega.

                                      MV: – Hummm...

                                      O: – Eu vou passar-lhe os Bombeiros de Favaios para dar uma ajudita.

                                      (A operadora do CODU retoma a conversa com os Bombeiros de Favaios)

                                      O: – Estou, Favaios?

                                      BF: – Estou, estou.

                                      O: – Ajude aqui a viatura médica, se faz favor..

                                      BF: – Sim, sim, ora diga lá então..

                                      O: – Estão em linha, pode falar.

                                      (Bombeiro de Favaios e a médica da VMER de Vila Real falam um com o outro)

                                      MV: – Boa noite.

                                      BF: – Boa noite.

                                      MV: – Boa noite. Podiam dar-nos algumas indicações? Onde é o...

                                      BF: – Como, como?

                                      MV: – Se nos podia dar algumas indicações. Onde é...

                                      BF: – Ora bem. Eu não sei como é que vou explicar. Chega ali a Alijó, vai adiante, ao pé das bombas de gasolina. Há uma rotunda à esquerda. Corta à esquerda, para ir ao Intermarché. E segue sempre em frente para o Castedo. Sempre estrada fora.

                                      MV: – Para onde?

                                      BF: – Para o Castedo.

                                      MV: – OK. Pronto, obrigado.

                                      BF: – E agora, o que faço?

                                      MV: – Diga?!?

                                      BF: – O que faço? É preciso ir lá eu?

                                      MV: – (risos). Ó senhor, nós vamos a caminho.

                                      (A operadora do CODU reentra na chamada telefónica)

                                      O: – Ó, Favaios!

                                      BF: – Diga, diga.

                                      O: – Obviamente é para lá ir a ambulância para iniciar suporte básico de vida. Se estiver em paragem. Digo eu.

                                      BF: – Olhe, mas arranco para lá eu?

                                      O: – ... (risos).

                                      BF: – Estou?

                                      O: – Peço desculpa. Eu estou a falar com uma corporação de bombeiros, não estou?

                                      BF: – Está sim. Mas estou a atender o telemóvel.

                                      O: – Então eu estou a dar-lhe uma saída, e pergunta-me a mim o que vai fazer? Nunca tal me aconteceu.

                                      BF: – Desculpe lá, desculpe lá.

                                      O: – Claro que tem de ir para o local com a ambulância e com o colega.

                                      BF: – Então qual é o número?

                                      O: – 32703.

                                      BF: – Posso desligar, CODU?

                                      O: – Pode, pode.

                                      BF: – Arranco então. Vou já arrancar para lá.

                                      O: – Sim, arranque para lá. Avalia a vítima e, quando tiver dados, dá a informação para cá para o CODU.

                                      BF: – Eu estou sozinho.

                                      O: – Está sozinho?

                                      BF: – Estou.

                                      O: – Então como vai sair uma ambulância sozinha?!.

                                      BF: – Não tenho mais ninguém agora aqui.

                                      O: – Como não tem?

                                      BF: – Então como vou fazer!?!

                                      O: – Espere aí! (dirigindo-se para a médica da VMER) Ó doutora, Favaios está sozinho, não tem mais ninguém... (volta a falar com o bombeiro) Não arranja outro tripulante?

                                      BF: – Quem é que vou arranjar agora?!

                                      O: – Qual é a corporação mais próxima além de vocês?

                                      BF: – Só Alijó.

                                      O: – Quanto tempo para chegar ao local?

                                      BF: – É só ir buscar a ambulância e arrancar!

                                      O: – É só ir buscar a ambulância e arrancar! (risos em fundo)

                                      BF: – Cinco minutos.

                                      O: – Mas quanto tempo demora a chegar ao local?

                                      BF: – Daqui ao local são sete a oito minutos.

                                      O: – Dez minutos. Qual é a corporação mais próxima? É Alijó?

                                      BF: – É Alijó.

                                      O: – Quanto tempo Alijó demora a chegar ao local?

                                      BF: – Mais ou menos a mesma coisa. É pegado.

                                      O: – Então vou mandar Alijó. Vou pedir ajuda, para você ajudá-lo a chegar ao local. (desabafo para alguém que está ao lado) Tu estás a ver? Ele está sozinho. “O que é que eu faço?”, pergunta-me ele.

                                      (A operadora do CODU telefona para os Bombeiros de Alijó)

                                      Bombeiro de Alijó (BA): – Estou sim...

                                      O: – Uma saidinha para Castedo.

                                      BA: – Castedo é Favaios!

                                      O: – Pois é. Mas Favaios está só com um senhor e a ambulância. E a vítima pode estar em paragem respiratória. Vai a viatura médica de Vila Real. Não posso enviar uma ambulância só com uma pessoa para fazer uma emergência médica.

                                      BA: – Aqui também não tenho ninguém.

                                      O: – Não tem aí ninguém.

                                      BA: – Não. Só se chamar...

                                      O: – Então...

                                      BA: – Aqui só fico eu de noite.

                                      O: – Só fica o senhor sozinho de noite na corporação? Então se há um incêndio?

                                      BA: – Tenho de tocar a sirene.

                                      O: – Tem de tocar a sirene. Ó valha-me Deus!

                                      BA: – Minha amiga, não temos meios.

                                      O: – (dirigindo-se à médica da VMER) Ó doutora, Alijó idem idem...

                                      BA: – Mas eu vou chamar um colega meu.

                                      O: – Ó doutora. Eu posso mandar ir o de Favaios e o de Alijó. (dirige-se ao bombeiro) O senhor pode ir?

                                      BA: – Vou chamar o meu colega.

                                      O: – Vai chamar o colega. Pronto, então siga. Vá. Bairro de Santo António. n.º **

                                      BA: – Qual é o número da ficha?

                                      O: – 32706, Sabe onde fica?

                                      BA: – Sei, sei. Vou já ligar.

                                      O: – Pronto, obrigada.

                                      (chamada termina após nove minutos e meio, minutos depois das 04h00 de anteontem)

                                      CHAMADA PARA O 112

                                      (Uma mulher é atendida por uma operadora do CODU minutos antes das 04h00 de anteontem)

                                      Operadora (O): – Emergência médica, bom dia.

                                      Mulher (M): – [imperceptível]

                                      O: – Mais alto, estou a ouvir muito mal.

                                      M: – [imperceptível]

                                      O: – Castedo, Alijó, Bairro de Santo António nº **. Diga-me o número de telefone caso a chamada vá abaixo.

                                      M: – *********

                                      O: – *********. Minha senhora, ouça o que lhe vou dizer. O que se passa aí?



                                      (Um irmão de António Moreira toma o lugar da mulher do outro lado da linha)

                                      Irmão (I):– Estou? Estou?

                                      O: – Diga então o telefone daí.

                                      I: - *********.

                                      O: – Pronto, muito bem. Diga-me o que se passa aí.

                                      I: – Podia ligar-me aos bombeiros?

                                      O: – Diga-me o que se passa aí. Para que quer a ambulância?

                                      I: – [imperceptível]

                                      O: – Quer uma ambulância em sua casa?

                                      I: – A vir cá alguém é a guarda [a GNR], não é?

                                      O: – Mas quer a guarda ou a ambulância?

                                      I: – Vale mais a guarda.

                                      O: – Olhe, se é só a autoridade que quer, vai desligar e voltar a ligar 112 e pede autoridade. Se há pessoas feridas, é mais ambulância.

                                      I: – Não, não... Ele morreu.

                                      O: – Morreu?!

                                      I: – Ele deve ter morrido.

                                      O: – E é homem ou mulher?

                                      I: – É um homem.

                                      O: – Com que idade?

                                      I: – Quarenta e nove, mais ou menos.

                                      O: – Quarenta e quantos?

                                      I: – Quarenta e quatro.

                                      O: – Quarenta e quatro anos. Ele já estava doente ou foi agredido?

                                      I: – Ele estava doente.

                                      O: – Doente com quê?

                                      I: – Caiu!

                                      O: – Você é familiar dele?

                                      I: – Sou irmão.

                                      O: – O seu irmão já estava acamado?

                                      I: – Não. Estava em pé e tudo. Foi em casa. Ia a descer as escadas e caiu.

                                      O: – Ao descer as escadas caiu. Foi hoje a queda?

                                      I: – Foi, foi agora de noite.

                                      O: – O senhor disse que ele morreu.

                                      I: – É. Está morto. Deitou muito sangue pela boca.

                                      O: – Mas diga-me uma coisa: isso mesmo agora?

                                      I: – Foi. A minha mãe estava a dormir e deu conta.

                                      O: – Ele não respira?

                                      I: – Não.

                                      O: – Confirme-me a morada.

                                      I: – [imperceptível], Alijó.

                                      O: – Como?

                                      I: – Castedo, Alijó.

                                      O: – O senhor está a dizer que o seu irmão faleceu e está tão calmo. O senhor não está a brincar com o 122, pois não?

                                      I: – Não. Não estamos a brincar. Ouve lá.

                                      O: – Neste momento o seu irmão não se mexe e não respira?

                                      I: – Não, não, não.

                                      O: – Olhe, vai desligar que eu daqui a um bocadinho volto a ligar. Pretendem ambulância e autoridade. É isso?

                                      I: – Sim, sim.

                                      O: – Para que querem a autoridade?

                                      I: – Quer dizer que não se vai tocar nele nem nada. Não é?

                                      O: – O quê?

                                      I: – Não se pode tocar nele.

                                      O: – Fique a aguardar a chegada de ajuda. Boa noite.

                                      (a chamada termina depois de quatro minutos de conversa)

                                      UM CERTO PAÍS: (A Opinião de Manuel Catarino, Chefe de Redacção)

                                      Aconversa telefónica entre a operadora do Centro de Orientação de Doentes Urgentes e um bombeiro de serviço no quartel de Favaios parece tirada de um filme cómico – mas desgraçadamente verdadeira e trágica. Ao pedido de socorro, ele responde com um desabafo revelador do amadorismo e da impreparação de quem tem a missão de salvar vidas. O triste bombeiro, perante a necessidade de mandar avançar uma ambulância pergunta-se desolado: “E agora, o que quer que faça?” Estava sozinho de serviço no quartel. O mesmo em Alijó – um único bombeiro de plantão só para atender o telefone. Tenho a certeza de que o exemplo de Favaios e de Alijó não se estende à generalidade dos corpos de bombeiros portugueses: será a excepção que mancha a regra. Mas esta história é o retrato fiel de um certo País – um País miserável, abandonado, relapso e irresponsável.
                                      http://www.correiomanha.pt/noticia.a...Canal=10&p=200

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                                        #20
                                        ainda por cima o homem já estava morto há muito tempo quando telefonaram a pedir ajuda.

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                                          #21
                                          Fecharam o SAP e não garantiram outros meios de atendimento. Por acaso o acidentado já estava morto, mas se estivesse vivo o problema era o mesmo.
                                          Aliás os bombeiros não podem saír para socorro sem autorização do CODU, de outro modo não recebem o valor da chamada.

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                                            #22
                                            Surreal!! Parece tirado de um filme do Mr. Bean, tais são as incongruências e o non-sense!!

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                                              #23
                                              Originalmente Colocado por narak Ver Post
                                              Fecharam o SAP e não garantiram outros meios de atendimento. Por acaso o acidentado já estava morto, mas se estivesse vivo o problema era o mesmo.
                                              Aliás os bombeiros não podem saír para socorro sem autorização do CODU, de outro modo não recebem o valor da chamada.
                                              Então e se houvesse SAP como era? Naturalmente só por haver SAP já tinhas uma equipa socorrista em permanência nos bombeiros de alijó e favaios, não?
                                              A função de um SAP não é nem de perto nem de longe a mesma que tem uma equipa de ambulância de emergência!

                                              Os meios de que o INEM dispõe são muito reduzidos. A acção de emergência tem de ser coordenada com a Cruz Vermelha e as corporações de Bombeiros. Tudo isso tem procedimentos que devem ser cumpridos. Os bombeiros têm a OBRIGAÇÃO de prestar esse serviço.

                                              Os bombeiros não podem sair para socorro sem contacto do CODU porque é o CODU que coordena os recursos disponíveis. Naquela zona devia estar disponível uma equipa que prestasse os 1ºs socorros até À chegada da VMER.

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                                                #24
                                                Fizeram-se as estradas mas esqueceram-se de instruir as pessoas

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                                                  #25
                                                  Originalmente Colocado por rpalma Ver Post
                                                  Surreal!! Parece tirado de um filme do Mr. Bean, tais são as incongruências e o non-sense!!
                                                  Tb fiquei com essa ideia.


                                                  Há uma coisa que disseram depois que julgo ser relevante, as distancias no interior entre as terras não são como entre Lisboa e a Amadora e com pistas de lama a servir de estrada.

                                                  Comentário


                                                    #26
                                                    Originalmente Colocado por Nthor Ver Post
                                                    Tb fiquei com essa ideia.


                                                    Há uma coisa que disseram depois que julgo ser relevante, as distancias no interior entre as terras não são como entre Lisboa e a Amadora e com pistas de lama a servir de estrada.
                                                    Até podiam ter uma auto-estrada, pouco adiantava já que ninguém saiu do telefone

                                                    Comentário


                                                      #27
                                                      Aproveito para aconselhar o pessoal a fazer o curso de socorrista, são 100€ numa cruz vermelha, e são muito bem empregues!

                                                      Ao menos quando se virem perante uma situação complicada já podem actuar em vez de culpar o governo por fechar SAPs e urgências.

                                                      Comentário


                                                        #28
                                                        Uma família com óbvios problemas mentais e um operador de transmissões dos bombeiros que não lhes fica atrás.

                                                        A operadora do INEM era a única que parecia estar acordada e funcional...

                                                        Comentário


                                                          #29
                                                          Originalmente Colocado por pensante Ver Post
                                                          Fizeram-se as estradas mas esqueceram-se de instruir as pessoas
                                                          Xeque-mate!...

                                                          Comentário


                                                            #30
                                                            Impressionante, o Homem (irmão da vítima) estava com uma calma que só visto..... digo já que pensei que era uma brincadeira, não ajudaram nada a operadora do Inem, mas santa paciência.....e já agora está la um Homem a fazer o quê (no quartel de bombeiros)?!

                                                            Comentário

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