A sério que não percebo este país...:
Amêijoa do Tejo segue para Espanha - Portugal - DN
Limitações legais deixam mercado nacional à mingua. Exportação já representa 80% dos bivalves capturados.
Os pescadores de amêijoa do rio Tejo começaram a virar-se para a exportação rumo a Espanha, deixando o mercado português à míngua daquele bivalve. Contas feitas pelo sector concluem que 80 por cento das capturas já cruzam a fronteira. Os profissionais justificam que a "legislação apertada" limita a captura a 80 quilos diários por embarcação dando pouca margem de lucro. Além de pagarem mais dois euros por quilo, os clientes espanhóis acertam contas no acto da entrega e não a 15 dias ou um mês como sucede em Portugal.
Rui Gonçalves, armador da Trafaria (Almada), é um dos empresários que passaram a negociar a venda da amêijoa capturada nas águas do Tejo directamente com o mercado espanhol, justificando que por cá o quilo do bivalve é pago a quatro euros ao pescador, enquanto em Espanha chega aos seis euros e meio, dependendo do tamanho do molusco.
"Faz uma grande diferença, mesmo contando com as viagens regulares que temos de fazer para entregar o artigo", sustenta ao DN, admitindo que seria possível inverter o actual cenário.
"Bastava que nos autorizassem a apanhar 140 quilos, em lugar dos 80 previstos na lei para cada barco", alerta Rui Gonçalves, referindo que em Portugal os 80 quilos dariam cerca de 320 euros (à ordem de quatro euros o quilo) a dividir pela média dos seis homens que pescam em cada uma das 30 embarcações licenciadas para a captura da amêijoa no Tejo.
"É preciso ter em conta os 40 ou 50 euros que se gastam por dia em combustível e eles não pescam todos os dias", insiste este armador.
O Sindicato dos Trabalhadores da Pesca do Sul (STPS) conhece o novo fenómeno da exportação de bivalves para o país vizinho, mas sublinha não ser esta a única razão pela qual o mercado nacional se está a debater com a falta do molusco junto do consumidor final, numa altura em que os preços se perfilam mais elevados.
"O Tejo está cheio de amêijoa. Na semana passada foram ali capturadas mais de 70 toneladas de amêijoa japónica. Se os espanhóis tivessem este potencial estavam ricos", garante o dirigente Lídio Galinho, para quem há uma solução capaz de "inundar" o mercado português de bivalves, caso o Instituto de Investigação das Pescas e do Mar (Ipimar) autorizasse a alteração de uma franja do Tejo - desde a entrada da barra à Ponte 25 de Abril - de zona C para o B.
Explica o dirigente que o facto de todo estuário estar classificado como zona C obriga a que a amêijoa tenha de ser cozida, para queimar eventuais substâncias tóxicas, antes de ser comercializada.
"Mas como já se provou pelas análises do Instituto Ricardo Jorge a amêijoa não tem toxinas, pelo que esta franja pode passar a zona B", reclama, tendo feito, há um ano, uma exposição a tutela sobre o assunto.
Ou seja, caso alcançasse a classificação de zona B, a amêijoa poderia ser vendida directamente ao público após passar pela depuração (ficando 24 horas em água salgada para libertar o lodo) obtendo o certificado de qualidade. "Nunca mais faltava amêijoa no mercado, mesmo que os pescadores continuassem a vender para Espanha", assegura.
Os pescadores de amêijoa do rio Tejo começaram a virar-se para a exportação rumo a Espanha, deixando o mercado português à míngua daquele bivalve. Contas feitas pelo sector concluem que 80 por cento das capturas já cruzam a fronteira. Os profissionais justificam que a "legislação apertada" limita a captura a 80 quilos diários por embarcação dando pouca margem de lucro. Além de pagarem mais dois euros por quilo, os clientes espanhóis acertam contas no acto da entrega e não a 15 dias ou um mês como sucede em Portugal.
Rui Gonçalves, armador da Trafaria (Almada), é um dos empresários que passaram a negociar a venda da amêijoa capturada nas águas do Tejo directamente com o mercado espanhol, justificando que por cá o quilo do bivalve é pago a quatro euros ao pescador, enquanto em Espanha chega aos seis euros e meio, dependendo do tamanho do molusco.
"Faz uma grande diferença, mesmo contando com as viagens regulares que temos de fazer para entregar o artigo", sustenta ao DN, admitindo que seria possível inverter o actual cenário.
"Bastava que nos autorizassem a apanhar 140 quilos, em lugar dos 80 previstos na lei para cada barco", alerta Rui Gonçalves, referindo que em Portugal os 80 quilos dariam cerca de 320 euros (à ordem de quatro euros o quilo) a dividir pela média dos seis homens que pescam em cada uma das 30 embarcações licenciadas para a captura da amêijoa no Tejo.
"É preciso ter em conta os 40 ou 50 euros que se gastam por dia em combustível e eles não pescam todos os dias", insiste este armador.
O Sindicato dos Trabalhadores da Pesca do Sul (STPS) conhece o novo fenómeno da exportação de bivalves para o país vizinho, mas sublinha não ser esta a única razão pela qual o mercado nacional se está a debater com a falta do molusco junto do consumidor final, numa altura em que os preços se perfilam mais elevados.
"O Tejo está cheio de amêijoa. Na semana passada foram ali capturadas mais de 70 toneladas de amêijoa japónica. Se os espanhóis tivessem este potencial estavam ricos", garante o dirigente Lídio Galinho, para quem há uma solução capaz de "inundar" o mercado português de bivalves, caso o Instituto de Investigação das Pescas e do Mar (Ipimar) autorizasse a alteração de uma franja do Tejo - desde a entrada da barra à Ponte 25 de Abril - de zona C para o B.
Explica o dirigente que o facto de todo estuário estar classificado como zona C obriga a que a amêijoa tenha de ser cozida, para queimar eventuais substâncias tóxicas, antes de ser comercializada.
"Mas como já se provou pelas análises do Instituto Ricardo Jorge a amêijoa não tem toxinas, pelo que esta franja pode passar a zona B", reclama, tendo feito, há um ano, uma exposição a tutela sobre o assunto.
Ou seja, caso alcançasse a classificação de zona B, a amêijoa poderia ser vendida directamente ao público após passar pela depuração (ficando 24 horas em água salgada para libertar o lodo) obtendo o certificado de qualidade. "Nunca mais faltava amêijoa no mercado, mesmo que os pescadores continuassem a vender para Espanha", assegura.
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