A um adepto do Clube X deve agradar-lhe a existência de anti-X. E deve agradar-lhe porque um anti-X, sem se dar conta, só contribui para engrandecer a dimensão de X. Porque uma pessoa, ao definir-se a si própria em oposição ao objecto do seu desagrado, está na verdade o sublinhar e enfatizar o dito objecto. A Psicanálise já se debruçou longamente sobre isso. Quando um determinado conceito não representa para nós qualquer ameaça psicológica nunca o referimos. Limita-mo-nos a ignorá-lo. Mas quando esse conceito nos pesa, quando nos desperta outro sentimento que não a indiferença (isto vai do amor ao ódio e apeadeiros intermédios), então não somos capazes de o ignorar no nosso discurso, e acabamos sempre por falar nele.
Mas o que é mais incrível é que muitas vezes o clube Y do adepto que se confessa anti-X já possui um palmarés mais que suficiente para que o adepto de Y se defina a si próprios sem necessidade de o fazer em contraposição a nada. Muitos conseguem-no perfeitamente. Esses são adeptos de corpo inteiro. Mas há sempre alguns que continuam a não ser capazes de definir e sentir o seu "Yismo" sem ser por oposição a qualquer coisa. Um Yista a sério deve evitar isso a todo o custo. Resumindo, um Xista só pode ficar feliz quando um Yista se confessa anti-X.
Mas o que é mais incrível é que muitas vezes o clube Y do adepto que se confessa anti-X já possui um palmarés mais que suficiente para que o adepto de Y se defina a si próprios sem necessidade de o fazer em contraposição a nada. Muitos conseguem-no perfeitamente. Esses são adeptos de corpo inteiro. Mas há sempre alguns que continuam a não ser capazes de definir e sentir o seu "Yismo" sem ser por oposição a qualquer coisa. Um Yista a sério deve evitar isso a todo o custo. Resumindo, um Xista só pode ficar feliz quando um Yista se confessa anti-X.
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