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    Promiscuidade

    Tenho na minha sobrelotada estante, nas prateleiras ocupadas com obras sobre o Portugal que passou à história, um pequeno opúsculo da autoria do dr. Raul Rego, “Os políticos e o poder económico”, com data de 1969, no qual o velho republicano, socialista e ‘maçon’ recenseia e desanca a promiscuidade no trânsito entre as cadeiras do poder e os cadeirões dos conselhos de administração.

    O impresso do dr. Rego diz respeito aos últimos anos do auto-denominado Estado Novo, também chamado fascismo.
    Ontem, ao ler no Diário de Notícias que 40 ministros e secretários de Estado saíram directamente da política para cargos em grandes empresas fui levado a comparar a situação arrolada pelo dr. Raul Rego com a actual, em democracia. E de facto a única diferença é a democracia: o opúsculo de Raul Rego saiu em edição de autor para uma "campanha eleitoral" e recolheu logo após aos subterrâneos da liberdade de expressão, enquanto a denúncia do Diário de Notícias vem escarrapachada num jornal de referência que quem quiser pode consultar, analisar e tirar conclusões. De resto, a maxarufada é a mesma, independentemente dos tempos e dos regimes. Um considerável número de políticos metem a mão na massa da coisa pública a pensar no futuro da respectiva vidinha. E a assegurar, sabe-se lá a que preço e sob que condições, um lugar ao sol de um conselho de administração deste grupo ou daquela empresa.
    O dr. Raul Rego ainda viveu quase três décadas em democracia e não se sabe se a saúde e a idade lhe permitiram entender que caminhos tortuosos e perversos seguia a democracia pela qual lutou tantos anos. Certo é que o seu opúsculo de 1969 nos revela hoje que em matéria de promiscuidade, através dos tempos, só as moscas é que variam.

    João Paulo Guerra
    14/01/11 00:05
    Promiscuidade | Económico

    #2
    Quando é que não foi assim?
    Na idade da pedra que não existia iniciativa privada.
    Mais de resto na politica conhece-se muita gente, e se nenhuma quiser aproveitar os nossos ex-politicos estamos mal, é sinal que nem como politico é demasiado incompetente mesmo para os nossos padrões.
    Editado pela última vez por kushinadaime; 14 January 2011, 00:49.

    Comentário


      #3
      Originalmente Colocado por kushinadaime Ver Post
      Na idade da pedra que não existia iniciativa privada.
      Desculpa? Na idade da pedra só existia era iniciativa privada.

      Comentário


        #4
        É uma questão interessante, sobre a qual já tenho reflectido.

        O poder gera sempre abusos (basta ver qualquer função em que haja um ascendente de alguém sobre outro) e isso acontece tanto em democracia como noutros regimes (em principio mais nos outros).

        A lógica de perpetuação do poder é bastante má, porque se tem que apostar no parecer em vez do ser e tem que se vender a alma, com o que isso significa em termos de compromissos.

        Comentário


          #5
          Originalmente Colocado por NunoMF Ver Post
          Desculpa? Na idade da pedra só existia era iniciativa privada.
          Enganas-te... tanto no Paleolitco como no Neolitico, o que permitia a sobrevivência do individuo era a existência do grupo. Tanto para caçar como para defesa.

          Dai falar-se em colectividades. Iniciativa privada, ou o sujeito individualmente só nos jogos de PC como p Prehistoric!

          Isto não é uma questão de estar a defender nenhuma orientação...são factos.

          Comentário


            #6
            Originalmente Colocado por setyoureyestozion Ver Post
            Enganas-te... tanto no Paleolitco como no Neolitico, o que permitia a sobrevivência do individuo era a existência do grupo. Tanto para caçar como para defesa.

            Dai falar-se em colectividades. Iniciativa privada, ou o sujeito individualmente só nos jogos de PC como p Prehistoric!

            Isto não é uma questão de estar a defender nenhuma orientação...são factos.
            Então por essa lógica nenhuma empresa com mais do que uma pessoa pode ser considerada privada, pois trata-se duma colectividade.

            Um colectivo de pessoas a tratar dos interesses do seu próprio grupo continua para mim a ser iniciativa privada, e só passou a haver iniciativa público quando passou a existir um estado.

            Comentário


              #7
              Originalmente Colocado por NunoMF Ver Post
              Então por essa lógica nenhuma empresa com mais do que uma pessoa pode ser considerada privada, pois trata-se duma colectividade.

              Um colectivo de pessoas a tratar dos interesses do seu próprio grupo continua para mim a ser iniciativa privada, e só passou a haver iniciativa público quando passou a existir um estado.

              Se vires bem a coisa....foi o início do socialismo.
              Era uma espécie de cooperativa.

              Comentário


                #8
                Originalmente Colocado por AyrtonRose Ver Post
                Se vires bem a coisa....foi o início do socialismo.
                Era uma espécie de cooperativa.

                Comentário


                  #9
                  A pré-história no paleolitico é caracterizada por pequenas tribos recolectoras que consumiam todos os recursos de um determinado sítio e depois iam para outro. Era uma vida simples em que de facto o grupo era o mais importante e não o individuo.

                  No neolítico temos o desenvolvimento da agricultura e a domesticação dos animais, o que permitiu ao homem estabelecer-se num determinado sítio durante gerações, permitindo assim a criação do sentido de propriedade privada, que define a sociedade até aos dias hoje.

                  Dizer que o socialismo nasceu na pré-história é um grave anacronismo.

                  Comentário


                    #10
                    Originalmente Colocado por Bluebelt Ver Post
                    A pré-história no paleolitico é caracterizada por pequenas tribos recolectoras que consumiam todos os recursos de um determinado sítio e depois iam para outro. Era uma vida simples em que de facto o grupo era o mais importante e não o individuo.

                    No neolítico temos o desenvolvimento da agricultura e a domesticação dos animais, o que permitiu ao homem estabelecer-se num determinado sítio durante gerações, permitindo assim a criação do sentido de propriedade privada, que define a sociedade até aos dias hoje.

                    Dizer que o socialismo nasceu na pré-história é um grave anacronismo.
                    O Soares já anda na política há tanto tempo que já não digo nada...

                    Comentário


                      #11
                      Originalmente Colocado por Bluebelt Ver Post
                      A pré-história no paleolitico é caracterizada por pequenas tribos recolectoras que consumiam todos os recursos de um determinado sítio e depois iam para outro. Era uma vida simples em que de facto o grupo era o mais importante e não o individuo.
                      Pois, porque o individuo dificilmente sobreviveria sozinho.

                      Agora se um dos membros do grupo, que tivesse capacidade para contribuir, decidisse ficar sentado à sombra da bananeira à espera que os outros lhe trouxessem comida, o que seria o equivalente ao rendimento social de inserção da altura, dúvido que o grupo o aturasse muito tempo....
                      Editado pela última vez por NunoMF; 15 January 2011, 10:46.

                      Comentário


                        #12
                        Originalmente Colocado por NunoMF Ver Post
                        Pois, porque o individuo dificilmente sobreviveria em grupo.

                        Agora se um dos membros do grupo, que tivesse capacidade para contribuir, decidisse ficar sentado à sombra da bananeira à espera que os outros lhe trouxessem comida, o que seria o equivalente ao rendimento social de inserção da altura, dúvido que o grupo o aturasse muito tempo....

                        nesse altura a coesão era imposta através de uma moca

                        como nos flinstones

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                          #13
                          Isto acontece em todo o mundo, qual é a admiração?

                          Que empresa não vai querer um ex-ministro/secretário de estado/etc no seu conselho de administração?

                          Comentário


                            #14
                            Originalmente Colocado por Bimmer Ver Post
                            Isto acontece em todo o mundo, qual é a admiração?

                            Que empresa não vai querer um ex-ministro/secretário de estado/etc no seu conselho de administração?
                            Qualquer empresa no mundo. Aqui na Irlanda quase não vês isso, porque as empresas querem gente competente, e credenciais políticas não significam competência.

                            Agora em países socialistas em que o estado tem mão em tudo é capaz de ser mesmo assim.

                            Em POrtugal a competência não interessa à maior parte dos Portugueses, só os conhecimentos que se tem com gente importante e a influência.

                            Preocupante é que já se ache normal.

                            Comentário


                              #15
                              Originalmente Colocado por NunoMF Ver Post
                              Qualquer empresa no mundo. Aqui na Irlanda quase não vês isso, porque as empresas querem gente competente, e credenciais políticas não significam competência.

                              Agora em países socialistas em que o estado tem mão em tudo é capaz de ser mesmo assim.

                              Em POrtugal a competência não interessa à maior parte dos Portugueses, só os conhecimentos que se tem com gente importante e a influência.

                              Preocupante é que já se ache normal.
                              Por acaso quando escrevi o post estava-me a basear principalmente nos USA, onde as grandes empresas vão sempre atrás de ex-funcionários senior da casa branca/ex-senadores/ex-congressman/etc como loucas.

                              Os conhecimentos, influências, capacidade de lobbying, conhecimento de como realmente o governo funciona por dentro, etc, que essas pessoas têm são uma mais valia enorme para as grandes empresas, seja num país socialista como Portugal, ou num capitalista como os USA ou a Irlanda.

                              E se é verdade que credênciais políticas não atestam competências, também é verdade que não as invalidam.

                              Comentário


                                #16
                                Originalmente Colocado por Bimmer Ver Post
                                Por acaso quando escrevi o post estava-me a basear principalmente nos USA, onde as grandes empresas vão sempre atrás de ex-funcionários senior da casa branca/ex-senadores/ex-congressman/etc como loucas.

                                Os conhecimentos, influências, capacidade de lobbying, conhecimento de como realmente o governo funciona por dentro, etc, que essas pessoas têm são uma mais valia enorme para as grandes empresas, seja num país socialista como Portugal, ou num capitalista como os USA ou a Irlanda.

                                E se é verdade que credênciais políticas não atestam competências, também é verdade que não as invalidam.
                                Tens exemplos disso? Por acaso fico curioso de saber que empresas fazem isso nos EUA.

                                A promiscuidade é, quanto a mim, infinitamente maior em Portugal, até porque em Portugal o governo mantém monopólios para manter os amigos bem gordinhos, enquanto nos EUA não há monópolios.

                                Comentário


                                  #17
                                  Que empresas? Todas!
                                  Não vou estar aqui a fazer a pesquisa por ti, mas se quiseres basta ires aos sites das empresas e veres se há alguma que no seu Board of Directors não tenha um membro que anteriormente já tenha tido algum cargo público. O primeiro que me apareceu no google foi este: Sam Nunn | About Chevron | Chevron



                                  Ou então vai aqui, só como exemplo, e vê quantos actualmente não estão nos Boards de várias empresas:
                                  List of White House Chiefs of Staff - Wikipedia, the free encyclopedia

                                  Estás a falar disto como se fosse algo de vergonhoso passar do serviço publico para o privado. É um percurso totalmente natural da carreira de alguém que esteve num alto cargo público e se reformou/acabou o mandato...


                                  Uma boa maneira para se ter uma ideia de como funciona o governo dos USA por dentro é ver esta série:
                                  The West Wing - Wikipedia, the free encyclopedia

                                  Comentário


                                    #18
                                    Originalmente Colocado por Bimmer Ver Post

                                    Estás a falar disto como se fosse algo de vergonhoso passar do serviço publico para o privado. É um percurso totalmente natural da carreira de alguém que esteve num alto cargo público e se reformou/acabou o mandato...

                                    Bom, se soou assim não é isso que queria dizer. Não acho que alguém que exerça um cargo político deva ser de seguida ostracizado de cargos executivos no sector privado, de forma alguma.

                                    E aliás, a quase total inexistência de casos que tenham feito o percurso inverso é quanto a mim uma das causas do triste estado das coisas na Europa.

                                    É olhar para o percurso profissional dos políticos portugueses e quase sempre encontramos percursos que se limitam à entrada nas juventudes partidárias e a partir daí a vida deles é isso. Como se pode esperar que alguém que nunca sequer esteve numa empresa saiba o que o país necessita? Como se pode esperar que alguém que nunca teve de mostrar resultados e que nunca soube o que ser responsabilizado pelos seus falhanços faça o mínimo esforço para ser competente? É quase impossível.

                                    De qualquer forma, coisas como se passam em POrtugal, como por exemplo o caso dos identificadores electrónicos para para os carros, em que um assessor do PS passa para a entidade reguladora, depois tira licença sem vencimento e vai para CEO duma empresa que vai fornecer os tais identificadores ao governo seriam impensáveis por exemplo aqui. Sinceramente não vejo como tal poderia acontecer, e isso é muito diferente do que se passa nos USA. Não que não haja casos parecidos lá também, mas em Portugal é completamente vergonhoso e é sempre feito de forma a lesar o cidadão o mais possível.

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