As imagens do aterro sanitário de Fresh Kills, em Staten Island (Nova Iorque) são conhecidos por alguns de nós devido ao cinema.
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O que era pertença de índios americanos e posteriormente (até 1943) uma zona agrícola, nos arredores da florescente Manhattan, desapareceu.
Foi durante mais de 50 anos um verdadeiro oceano de lixo criado pelos milhares de toneladas de resíduos sólidos provenientes sobretudo de Manhattan e Staten Island (cerca de 30.000 toneladas diárias). Nos últimos anos da sua exploração o aterro (Fresh Kills Landfill) estava já 25 metros mais elevado do que a Estátua da Liberdade.
As condições insalubres e as proporções gigantescas (890 hectares) de terreno coberto de lixo levaram a que os trabalhadores temessem matilhas de cães raivosos e os milhares de ratazanas que por ali proliferavam atacando inclusivamente os funcionários.
Concebido para 20 anos de exploração, o aterro de Fresh Kills (deriva o nome de um curso de água que passa perto) e arrastou-se até 2001 quando, em consequência dos eventos do 11 de Setembro, foi palco do despejo dos detritos do WTC e também das análises forenses (a pente fino) dos agentes do FBI aos restos mortais e objectos pessoais das vitimas.
O lixo era apanhado por os camiões de recolha, despejado em barcos (chamados barge) que cruzavam diariamente a foz do rio Hudson e retirados dos mesmos por uma grua. De seguida era espalhado e compactado por a maquinaria que vemos na primeira imagem.
Fresh Kills em 1990
Era urgente cessar o mostrengo de lixo em Staten Island - um pesadelo para os moradores com o cheiro nauseabundo e falta de higiene. O New York City Department of Parks & Recreation deitou mãos à obra e, através de concurso público, criou um projecto denominado Freshkills Park que irá criar uma nova área verde, duas vezes maior do que Central Park.
O encerramento do aterro estima-se que custará mais de 1 bilião de dólares à cidade de Nova Iorque.
O curioso deste projecto é que o aterro e a criação do parque acarretam uma obra de engenharia notável. O gás metano e outros libertados pelos milhões de toneladas de lixo enterradas tem de ser canalizado para o exterior, através de uns tubos e válvulas, e inclusivamente se criou uma área de ventilação, a qual se pode entender melhor neste vídeo do site do NYCDPR.
O problema maior prende-se com a libertação de metano e com as infiltrações dos lençóis freáticos.
Este ano passam 10 anos sobre o encerramento do aterro e será uma data memorável para Staten Island. O futuro dirá a viabilidade deste projecto mas realçasse a constatação que não se pode tratar o lixo de uma cidade gigantesca desta forma.
Fresh Kills foi uma lição, como disse o ex-Mayor, "Rudy" Giulliani. Uma lição sobre o que não se pode fazer. Em Staten Island respira-se melhor e a qualidade de vida aumentou.
Um bom exemplo vindo do outro lado do Atlântico.
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O que era pertença de índios americanos e posteriormente (até 1943) uma zona agrícola, nos arredores da florescente Manhattan, desapareceu.
Foi durante mais de 50 anos um verdadeiro oceano de lixo criado pelos milhares de toneladas de resíduos sólidos provenientes sobretudo de Manhattan e Staten Island (cerca de 30.000 toneladas diárias). Nos últimos anos da sua exploração o aterro (Fresh Kills Landfill) estava já 25 metros mais elevado do que a Estátua da Liberdade.
As condições insalubres e as proporções gigantescas (890 hectares) de terreno coberto de lixo levaram a que os trabalhadores temessem matilhas de cães raivosos e os milhares de ratazanas que por ali proliferavam atacando inclusivamente os funcionários.
Concebido para 20 anos de exploração, o aterro de Fresh Kills (deriva o nome de um curso de água que passa perto) e arrastou-se até 2001 quando, em consequência dos eventos do 11 de Setembro, foi palco do despejo dos detritos do WTC e também das análises forenses (a pente fino) dos agentes do FBI aos restos mortais e objectos pessoais das vitimas.
O lixo era apanhado por os camiões de recolha, despejado em barcos (chamados barge) que cruzavam diariamente a foz do rio Hudson e retirados dos mesmos por uma grua. De seguida era espalhado e compactado por a maquinaria que vemos na primeira imagem.
Fresh Kills em 1990
Era urgente cessar o mostrengo de lixo em Staten Island - um pesadelo para os moradores com o cheiro nauseabundo e falta de higiene. O New York City Department of Parks & Recreation deitou mãos à obra e, através de concurso público, criou um projecto denominado Freshkills Park que irá criar uma nova área verde, duas vezes maior do que Central Park.
O encerramento do aterro estima-se que custará mais de 1 bilião de dólares à cidade de Nova Iorque.
O curioso deste projecto é que o aterro e a criação do parque acarretam uma obra de engenharia notável. O gás metano e outros libertados pelos milhões de toneladas de lixo enterradas tem de ser canalizado para o exterior, através de uns tubos e válvulas, e inclusivamente se criou uma área de ventilação, a qual se pode entender melhor neste vídeo do site do NYCDPR.
O problema maior prende-se com a libertação de metano e com as infiltrações dos lençóis freáticos.
Este ano passam 10 anos sobre o encerramento do aterro e será uma data memorável para Staten Island. O futuro dirá a viabilidade deste projecto mas realçasse a constatação que não se pode tratar o lixo de uma cidade gigantesca desta forma.
Fresh Kills foi uma lição, como disse o ex-Mayor, "Rudy" Giulliani. Uma lição sobre o que não se pode fazer. Em Staten Island respira-se melhor e a qualidade de vida aumentou.
Um bom exemplo vindo do outro lado do Atlântico.
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