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Diário da República: Guerra Colonial começa em 1961, ou o revisitar da História.

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    Diário da República: Guerra Colonial começa em 1961, ou o revisitar da História.

    Relembrar, para não se repetirem os erros, faz sempre bem...

    Diário da República: Guerra Colonial começa em 1961






    Associação Portuguesa dos Veteranos de Guerra

    O centenário da implantação da República celebra-se em 2010. Nas próximas semanas, a Renascença, em parceria com a Biblioteca Nacional, vai relembrar cada um dos cem anos desde que a República se fez ver em Portugal. O primeiro texto será relativo a 2009 e, nos dias seguintes, segue a contagem decrescente, até se chegar a 1910. Hoje recorde o essencial de 1961.

    O ano de todas as crises foi o princípio do fim do Estado Novo de Salazar. Em Janeiro, um comando revolucionário liderado por Henrique Galvão sequestrou o paquete Santa Maria, numa operação mediática destinada a chamar a atenção internacional para a ditadura em Portugal.

    Em Dezembro, a União Indiana invadiu Goa, Damão e Diu, pondo um ponto final em séculos de presença portuguesa na Índia.Mas o facto que mais marcou 1961 foi o início da guerra colonial… Salazar deu a ordem …para Angola, rapidamente em força!

    O principal facto e a principal crise do ano foi o início da Guerra Colonial, com o ataque dos militantes do MPLA à Cadeia de S. Paulo, ao posto da GNR e à emissora oficial em Luanda, a 4 de Fevereiro.

    Em meados de Março, sob a liderança da UPA, dezenas de fazendas no Norte de Angola foram violentamente assaltadas. Cerca de mil colonos portugueses e cinco mil negros que ali viviam foram chacinados.

    Em 1961, perante a vaga de descolonizações que já chegara ao continente africano, o Império português começava a aparecer como um anacronismo internacional. No entanto, inicialmente a Guerra até serviu para reforçar os apoios internos em redor de Salazar, na defesa da Pátria una e indivisível, do Minho a Timor. Na televisão, o chefe do governo anunciou que se marcharia “para Angola, rapidamente e em força”. Em 1963, o conflito alastraria à Guiné e em 1964 a Moçambique.

    Interminável e desgastante, a Guerra no Ultramar português foi o maior esforço militar de um país europeu desde a 2.ª Guerra Mundial. No cais de Alcântara, o país habituou-se a ver a rotina dos soldados que partiam e das famílias que deles se despediam… muitas para não mais os verem.

    1961 revisitado

    - Pouco depois do início da Guerra em Angola foi criado o Movimento Nacional Feminino, constituído por um grupo de mulheres que se propunha prestar apoio moral e material aos soldados que iam para África e às suas famílias, em Portugal. Cecília Supico Pinto foi a fundadora e presidente do MNF durante os seus treze anos de existência e não hesitou em vestir o camuflado, dormir em tendas e ir para a frente de batalha para cumprir a sua missão. O Movimento Nacional Feminino chegou a ter 82 mil mulheres, muitas delas, “madrinhas de guerra” dos soldados. Outra das iniciativas do MNF foi a viabilização dos famosos “aerogramas militares”, impressos - carta de papel muito fino, dobrados em 2 ou 4 partes que serviam de meio de correspondência entre os militares, a família e as madrinhas de guerra.

    - A meio de Janeiro os bispos portugueses publicaram na imprensa uma Nota de apoio à política colonial de Oliveira Salazar. O Episcopado exortava os fiéis a rezar pela missão evangelizadora de Portugal e da Igreja em África. E referia também que era “hora de orar pelos que têm o pesado encargo de velar pelos interesses nacionais, para que Deus os ilumine, guie e conforte nos rectos caminhos da Verdade e da Justiça”.

    - No dia 22 de Janeiro Salazar sofreu o primeiro Golpe do ano: no Mar das Caraíbas, um comando armado sob as ordens de Henrique Galvão assaltou o paquete de luxo “Santa Maria” e sequestrou cerca de 600 turistas que seguiam a bordo. O objectivo da Operação Dulcineia era rumar à colónia espanhola de Fernando Pó no Golfo da Guiné e lançar um ataque a Angola, iniciando aí o Golpe de derrube das ditaduras ibéricas. Depois de andar três dias “desaparecido”, o navio foi avistado por um cargueiro dinamarquês. Salazar pediu a intervenção das Marinhas britânica e norte-americana, mas estas recusaram-se a actuar e só duas semanas depois quando o Santa Maria atracou no Recife é que os “rebeldes” se entregaram às autoridades brasileiras, obtendo asilo político. Sem conseguir atingir o objectivo principal, o episódio chamou, no entanto, a atenção da comunidade internacional para a situação política em Portugal.

    - Mas Henrique Galvão não desistiu e em Novembro liderou novo ataque: um grupo de indivíduos armados tomou um avião TAP da carreira Casablanca – Lisboa, forçou o piloto a sobrevoar a capital e o sul do País, onde lançou panfletos e a prosseguir para Tânger. Henrique Galvão não estava no aparelho, mas apareceu em Marrocos. No dia seguinte, o Diário de Notícias referia que se tratava de “uma iniciativa do homem que tanto mal tem causado a Portugal: Galvão e o seu grupo de bandidos que assaltaram o Santa Maria”.

    - Em Abril o Presidente do Conselho fez uma remodelação governamental e assumiu a pasta da Defesa, exonerando o antigo ministro, Botelho Moniz. Esta foi a resposta de Salazar à tentativa de “golpe palaciano” do General que pretendia influenciar as “altas esferas” incluindo o Presidente Américo Thomaz, para destituir o Presidente do Conselho por causa da sua política de descolonização. Nesta tentativa de golpe esteve também implicado antigo Chefe de Estado Craveiro Lopes. Foi denunciado por Kaúlza de Arriaga e as mais altas chefias militares foram demitidas.

    - Em Agosto as primeiras cinco enfermeiras paraquedistas concluíram a formação na Força Aérea e receberam o “brevet”. Foi a primeira vez que as mulheres portuguesas tiveram acesso às funções militares e foram promovidas a alferes.

    - Nos territórios indianos de Goa, Damão e Diu a situação foi-se tornando cada vez mais tensa. E em Dezembro as possessões portuguesas acabaram por ser ocupadas pelas tropas de Nehru sem que o reduzido contingente de militares luso conseguisse resistir, como ordenara o Presidente do Conselho. O General Vassalo e Silva, Comandante Geral da Índia Portuguesa rendeu – se e por isso, caiu em desgraça junto de Salazar: foi preso e quando regressou a Portugal foi mal recebido. Expulso do Exército e enviado para o Exílio, só voltaria ao País depois da Revolução de 1974, recuperando também o estatuto militar. Aliás, o Estado Novo foi acusado de ter abandonado os soldados que estavam na Índia na altura da ocupação.

    - Em Setembro a Santa Casa da Misericórdia lançou um jogo de apostas que teve sucesso imediato: o TOTOBOLA. Baseado nos resultados das partidas de futebol, o apostador só tinha que escolher entre “1, X ou 2” conforme queria que a equipa da casa ganhasse, empatasse ou perdesse. Acertando nos 13 resultados podia ganhar umas centenas de contos, o que para a época era “uma fortuna”. O segundo prémio, com “12” também não era mau.

    - Logo em Janeiro o país perdeu um dos símbolos culturais: João Villaret. Actor de cinema e teatro, fez também Rádio. Mas, foi na RTP com o seu programa de domingo “Olhos nos Olhos” que se distinguiu como declamador. Para a história ficam as suas prestações com “Procissão”, o “Cântico Negro”, “O Menino de Sua Mãe” e o “Fado Falado”. Foi um grande divulgador de poetas portugueses, como António Botto e Fernando Pessoa.

    Diário da República: Guerra Colonial começa em 1961 - Renascença

    #2
    E assim perdemos o que tinhamos de melhor e mais precioso: as nossas colónias. E rapidamente passámos de um país expansionista, de uma nação que fez dos descobrimentos a sua bandeira para um pedaço de terra sem real valor na Europa. Aprender com os erros? Sem duvida. Os maiores foram mesmo a entrega de mão beijada daquilo que era nosso a quem ainda hoje não sabe fazer melhor do que nós poderiamos ter feito.

    Comentário


      #3
      não há botão de dislike?

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        #4
        Originalmente Colocado por Lagarto Ver Post
        E assim perdemos o que tinhamos de melhor e mais precioso: as nossas colónias. E rapidamente passámos de um país expansionista, de uma nação que fez dos descobrimentos a sua bandeira para um pedaço de terra sem real valor na Europa. Aprender com os erros? Sem duvida. Os maiores foram mesmo a entrega de mão beijada daquilo que era nosso a quem ainda hoje não sabe fazer melhor do que nós poderiamos ter feito.
        Antes de ser nosso foi de alguém.

        Comentário


          #5
          Originalmente Colocado por ricardodsb Ver Post
          Antes de ser nosso foi de alguém.
          essa parte não interessa

          Comentário


            #6
            Originalmente Colocado por ricardodsb Ver Post
            Antes de ser nosso foi de alguém.
            Es capaz de identificar aquem pertenciam esses territorios?

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              #7
              Este é mais um exemplo de como perdemos a nossa memoria e a continuamos a perder. Hoje poucos sabem como era, como fomos importantes nessas regiões ao atrair habitantes para os muitos entrepostos comerciais e que com isso contribuímos para que regiões quase desertas se povoassem e desenvolvessem. Assim como poucos sabem ou preferem ignorar, do esforço de uma geração inteira perdida nas selvas e nas picadas, das traições de aliados, do peso enorme para o país, que recebia de volta os seus filhos que não conheciam Portugal, as histórias desse trauma e da integração.

              Mais do que qualquer outro país da Europa, Portugal era verdadeiramente um país que transbordava muito além das suas fronteiras no continente europeu, ainda hoje abundam os sobrenomes portugueses em todos os locais onde aportou uma caravela.

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                #8
                Originalmente Colocado por Peste Ver Post
                Este é mais um exemplo de como perdemos a nossa memoria e a continuamos a perder. Hoje poucos sabem como era, como fomos importantes nessas regiões ao atrair habitantes para os muitos entrepostos comerciais e que com isso contribuímos para que regiões quase desertas se povoassem e desenvolvessem. Assim como poucos sabem ou preferem ignorar, do esforço de uma geração inteira perdida nas selvas e nas picadas, das traições de aliados, do peso enorme para o país, que recebia de volta os seus filhos que não conheciam Portugal, as histórias desse trauma e da integração.

                Mais do que qualquer outro país da Europa, Portugal era verdadeiramente um país que transbordava muito além das suas fronteiras no continente europeu, ainda hoje abundam os sobrenomes portugueses em todos os locais onde aportou uma caravela.

                Destas coisas não se pode falar, porque a malta de hoje não dá a minima importancia a historia do Pais onde nasceram. Falar destas coisas é ser imperialista, opressor e fascista.

                Agora para eles o conta agora é os euros, mas esquecem-se que um povo que não conhece e valoriza o seu passado, não tem futuro.

                Comentário


                  #9
                  Originalmente Colocado por Akagi Ver Post
                  Destas coisas não se pode falar, porque a malta de hoje não dá a minima importancia a historia do Pais onde nasceram. Falar destas coisas é ser imperialista, opressor e fascista.

                  Agora para eles o conta agora é os euros, mas esquecem-se que um povo que não conhece e valoriza o seu passado, não tem futuro.
                  Mas quem se lembra do passado também convém que não o faça de forma selectiva.

                  Comentário


                    #10
                    Originalmente Colocado por Akagi Ver Post
                    Es capaz de identificar aquem pertenciam esses territorios?
                    A quem neles vivia.

                    Comentário


                      #11
                      Mais uma achega para este tema (faz parte da História de Portugal e, como tal, não deve ser negligenciado):

                      Como foi notícia o início da Guerra há 50 anos



                      "Cem terroristas" atacam o império de Salazar. No rescaldo do desvio do paquete 'Santa Maria', os portugueses são surpreendidos com o assalto a representações em Luanda. Mais do que um golpe contra a ditadura, a rebelião expressa a primeira contestação ao colonizador e inicia o movimento independentista que obrigará à recruta dum milhão de soldados para três frentes de guerra. Salazar reage, pressionado pela comoção popular, mas morre sem achar a solução política que todos querem.
                      Salazar entrou no seu gabinete em São Bento e viu a primeira página do Diário de Notícias de 5 de Fevereiro de 1961. Sabia o que o esperava porque, no dia anterior, os acontecimentos lhe tinham sido comunicados e parte da noite fora de preocupação sobre o que se atravessava à frente da sua governação.
                      Não gostou do que estava impresso nas duas colunas da direita, mas ficou agradado com a mancha de notícias que dominava as quatro da esquerda. Aquela que mais o importunava era a notícia de que "Grupos armados tentaram assaltar ontem em Luanda a Casa de Reclusão, o Quartel da PSP e a Emissora Oficial". Aquela que mais bem disposto o deixava era o título que fazia a confirmação pública de que "o paquete Santa Maria voltou à posse do comandante e tripulantes". Uma notícia compensava a outra...
                      Se nesses dias fosse possível Salazar aperceber-se da verdadeira dimensão do significado dos ataques dos insurrectos em Angola, provavelmente nem uma linha teria sido publicada no jornal, tal como o presidente do Conselho iria mandar que fosse a regra nos anos seguintes, através de censura efectuada pela PIDE, que deixará em branco várias vezes as páginas do jornal dirigido por Augusto de Castro.
                      As notícias sobre o 4 de Fevereiro de 1961 em Luanda eram no dia seguinte ainda bastante difusas na metrópole, situação que se mantém inalterada até aos dias de hoje devido à inexistência de um esclarecimento definitivo, por via da História, do que foram esses factos e dos seus autores exactos. Se ao regime de Salazar interessava lançar a dúvida sobre a verdade, e até culpar quem interessasse às autoridades - das colónias e em território continental -, também nunca ficou conhecido o verdadeira rosto dos responsáveis por estes ataques independentistas que marcaram o início da verdadeira contestação à manutenção por Portugal das suas províncias ultramarinas.
                      Nem a história pós-independência de Angola ainda se preocupou com essa investigação e registo até ao momento, justificando-se com a sangrenta guerra civil posterior ao 25 de Abril de 1974 e até com o facto de existir uma história oral que caracterizará a passagem de testemunho nas ex-colónias.



                      In: http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1775553

                      Comentário


                        #12
                        Originalmente Colocado por ricardodsb Ver Post
                        A quem neles vivia.
                        Olha lá, que estás aqui está a falar dos navios negreiros.

                        Uma relação que começou com trocas comerciais e acabou com a ocupação de territórios, apenas porque eram povos que não tinham estabelecida uma herarquia social igual à nossa, europeia.
                        Não estou com isto a condenar a ocupação, até porque os aconteciemntos históricos devem ser estudados e comentados de acordo com a época em que se deram e quais as opções possíveis.

                        Quanto à guerra colonial, penso que as colónias não foram entregues de mão beijada, ou esquecemo-nos dos vários anos de guerra em que morreram milhares de soldados e habitantes locais?

                        Chegou-se sim a uma altura em que os esforços de guerra eram incomportáveis e os apoios exteriores diminutos.
                        Editado pela última vez por Ruie34; 04 February 2011, 10:02.

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                          #13
                          Originalmente Colocado por Akagi Ver Post
                          Es capaz de identificar aquem pertenciam esses territorios?
                          Citando Amilcar Cabral
                          ... A par do intenso trabalho político a fazer pelos responsáveis da acção política... levar o povo dessas áreas a pegar em armascorajosamente... para defender o seu chão.
                          Cabral, Amilcar, P.A.I.G.C. Unidade e Luta, Textos Amilcar Cabral / N.º 2 Lisboa 1974.

                          Antes dos portugueses chegarem a Angola ou Guiné ou a qualquer uma das outras ex-colónias já lá havia pessoas.
                          Muitos que saíram de África para estudar ou trabalhar, no Estrangeiro (Estados Unidos e Antilhas) ganharam também uma espécie de Consciencia Nacional "A defesa do Pan-Africanismo". Ou seja, pretendiam Àfrica de novo para os negros expulsando o colonizador branco.
                          Esta é uma matéria que já está estudada, de maneira que foi uma saída um bocado ao lado

                          Comentário


                            #14
                            Originalmente Colocado por Lagarto Ver Post
                            E assim perdemos o que tinhamos de melhor e mais precioso: as nossas colónias. E rapidamente passámos de um país expansionista, de uma nação que fez dos descobrimentos a sua bandeira para um pedaço de terra sem real valor na Europa. Aprender com os erros? Sem duvida. Os maiores foram mesmo a entrega de mão beijada daquilo que era nosso a quem ainda hoje não sabe fazer melhor do que nós poderiamos ter feito.
                            Eh pá os Espanhóis que nos venham "expropriar" então. Por esta ordem de ideias, estou certo que fariam muito melhor do que os nossos "governantes" tem feito...

                            Comentário


                              #15
                              Originalmente Colocado por JUDEU Ver Post
                              Eh pá os Espanhóis que nos venham "expropriar" então. Por esta ordem de ideias, estou certo que fariam muito melhor do que os nossos "governantes" tem feito...
                              x2

                              é sempre engraçado quando um português manda bitaites sobre como outros governam o seu pais.

                              Comentário


                                #16
                                Este pessoal

                                Mas alguém informado no seu perfeito juízo acha possível que Portugal (ou qualquer outro país colonizador) ainda tivesse direito a ter colónias?

                                E o que dizer da vontade desses povos?

                                Não têm direito a ser independentes?

                                E porquê?

                                Nós sim, mas eles não...

                                Sinceramente, que gente...tacanha.

                                Que a descolonização deveria ter sido feita de outra forma (como os britânicos fizeram nas suas, por exemplo), isso já se sabe.

                                Infelizmente como este país tem muita gente com muita falta de mundividência é que se foi para uma Guerra estúpida e perdida à partida, onde se desperdiçaram milhões de recursos e onde se saiu sem proteger os nossos interesses económicos (e dos cidadão nacionais que viviam lá!).

                                E o extraordinário é que ainda há gente saudosista dessa PÉSSIMA opção e do facto de Portugal estar agora "reduzido" a este "canto".

                                Hoje...no século XXI.

                                Impressionante

                                É por estas e por outras que o país está mesmo como está. A pensar assim, em vacas gordas, na mama de um território qualquer (seja Brasil, seja Angola, seja a "CEE") nunca se vai longe.

                                Oh povo pouco pragmático.
                                Editado pela última vez por Andre; 04 February 2011, 11:10.

                                Comentário


                                  #17
                                  Originalmente Colocado por Ruie34 Ver Post
                                  Olha lá, que estás aqui está a falar dos navios negreiros.
                                  1-Uma relação que começou com trocas comerciais e acabou com a ocupação de territórios, apenas porque 2-eram povos que não tinham estabelecida uma herarquia social igual à nossa, europeia.
                                  Não estou com isto a condenar a ocupação, até porque os aconteciemntos históricos devem ser estudados e comentados de acordo com a época em que se deram e quais as opções possíveis.
                                  3-Quanto à guerra colonial, penso que as colónias não foram entregues de mão beijada, ou esquecemo-nos dos vários anos de guerra em que 4-morreram milhares de soldados e habitantes locais?
                                  Chegou-se sim a uma altura em que os esforços de guerra eram incomportáveis e os apoios exteriores diminutos.
                                  1 - só nos fins do século XIX com as explorações da Sociedade Geográfica de Lisboa e a questão do Mapa Cor-de-Rosa (que não era Cor-de-Rosa) é que se dá um grande impulso às então Colónia, porque até aí eram pequenos portos marítimos: História « Sociedade de Geografia de Lisboa
                                  2 - No caso específico da Guiné há cerca de 25 tribos (cada uma tem o seu "chão" ou seja território, cada socieade tem a sua história e as suas tradições. Se há sociedades na Guiné que são estratificadas e não se misturam, há também outras sociedades que são igualitárias;
                                  se alguém tem grande produção de arroz faz-se uma festa e distribui-se o arroz pelos aldeãos
                                  Se há sociedades na Guiné que vivem sem tentar usurpar o poder, há outras que lutam para ascender socialmente. Há inclusive sociedades na Guiné em que os portugueses retiraram as chefias e colocaram lá portugueses na governação
                                  3 - A Guerra Colonial poderia ter sido evitada se optassem por outra política colonial, ou mesmo a descolonização completa (eram essas as aspirações do Grupo de Cabral) lendo uma passagem de Cabral (já não sei em que obra) dizia isto palavra por palavra
                                  devemos expulsar os brancos da nossa terra. Se no entanto estes quiserem desertar devemos tratálos bem. Caso resistam devemos prendelos mas sempre respeitando as regras. Todos os brancos favoráveis à colonização devem saír da nossa terra e mesmo os africanos filhos da nossa terra que se coloquem ao lado dos portugueses colonizadores devem ser expulsos, esses mesmo sendo africanos não são filhos desta terra

                                  Os apoios tornaram-se diminutos devido ao apoio dos países europeus (para não falar dos da esfera socialista) ao Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde na sua luta pela autodeterminação. pois com o partido nestes dois países e com Movimentos de Liberttação noutros mostraram que conseguem ter unidade de pensameto e ideias construtivas para uma terra dos africanos.
                                  4 - Habitantes Locais que foram massacrados em várias partes dos territórios (utilizo o plural para não especificar). Quanto aos soldados mortos, foram mortos em guerrilha e aí tudo pode acontecer. Os que foram feitos reféns, poucos foram os que morreram às mãos das forças revolucionárias.
                                  Originalmente Colocado por Peste Ver Post
                                  Este é mais um exemplo de como perdemos a nossa memoria e a continuamos a perder. Hoje poucos sabem como era, como fomos importantes nessas regiões ao atrair habitantes para os muitos entrepostos comerciais e que com isso contribuímos para que regiões quase desertas se 1 povoassem e desenvolvessem. Assim como poucos sabem ou preferem ignorar, do esforço de uma 2 geração inteira perdida nas selvas e nas picadas, das traições de aliados, do peso enorme para o país, que recebia de volta os seus filhos que não conheciam Portugal, as histórias desse trauma e da integração.
                                  Mais do que qualquer outro país da Europa, Portugal era verdadeiramente um país que transbordava muito além das suas fronteiras no continente europeu, ainda hoje abundam os sobrenomes portugueses em todos os locais onde aportou uma caravela.
                                  1 - A percentagem de brancos na Guiné e Cabo Verde não chegava aos 2 dígitos. Em Angola talvez devido à economia, mas mesmo assim tenho sérias dúvidas.
                                  2 - Só se forem os que foram nomeados capitães das tribos da Guiné, porque ainda ontem estive a ler sobre o assunto e as fontes dizem que muitos africanos morreram sem ver um branco. Alguns que viam brancos chegavam a esfregar a pele dos brancos para perceber como eram.

                                  No Ponto 3 para não me alongar posso dar o exemplo de um país europeu que apoiou o PAIGC. A Suécia

                                  Editado pela última vez por LIC; 04 February 2011, 11:13. Razão: tornar isto mais compreensivel

                                  Comentário


                                    #18
                                    Originalmente Colocado por Lagarto Ver Post
                                    E assim perdemos o que tinhamos de melhor e mais precioso: as nossas colónias. E rapidamente passámos de um país expansionista, de uma nação que fez dos descobrimentos a sua bandeira para um pedaço de terra sem real valor na Europa. Aprender com os erros? Sem duvida. Os maiores foram mesmo a entrega de mão beijada daquilo que era nosso a quem ainda hoje não sabe fazer melhor do que nós poderiamos ter feito.
                                    Concordo a 100% para além do drama de milhões de pessoas que perderam tudo. Pessoas queimadas vivas nos carros por serem brancos!!

                                    Comentário


                                      #19
                                      é preciso é não confundir as coisas. Eu não acho que devíamos ter ficado com as colónias e desaprovo muita coisa que fizemos, isso não quer dizer que ao olhar para a nossa história não fique totalmente impressionado e me custe até perceber a magnitude dos feitos.

                                      Comentário


                                        #20
                                        Quote LIC
                                        4 - Habitantes Locais que foram massacrados em várias partes dos territórios (utilizo o plural para não especificar). Quanto aos soldados mortos, foram mortos em guerrilha e aí tudo pode acontecer. Os que foram feitos reféns, poucos foram os que morreram às mãos das forças revolucionárias.

                                        1 - A percentagem de brancos na Guiné e Cabo Verde não chegava aos 2 dígitos. Em Angola talvez devido à economia, mas mesmo assim tenho sérias dúvidas.


                                        [/QUOTE]

                                        4- Morreram pessoas nessa situação por parte dos dois lados, Até mais da parte dos movimentos de independencia
                                        1- A percentagem de portugueses era de 100% e de brancos eram milhões tanto em angola como em Moçambique e passavam oa 2 digitos e foram quase massacrados pelo MPLA e FRELIMO e perderam tudo. Não valia a pena lutar por milhões de brancos?

                                        Comentário


                                          #21
                                          Originalmente Colocado por JOAO77SILVA Ver Post
                                          Concordo a 100% para além do drama de milhões de pessoas que perderam tudo. Pessoas queimadas vivas nos carros por serem brancos!!
                                          Se vierem cá os Espanhóis, ofereces-lhes os teus bens de mão beijada?
                                          Perderam tudo o quê? O que roubaram e exploraram aos negros?

                                          Comentário


                                            #22
                                            Originalmente Colocado por Andre Ver Post
                                            Este pessoal

                                            Mas alguém informado no seu perfeito juízo acha possível que Portugal (ou qualquer outro país colonizador) ainda tivesse direito a ter colónias?

                                            E o que dizer da vontade desses povos?

                                            Não têm direito a ser independentes?

                                            E porquê?

                                            Nós sim, mas eles não...

                                            Sinceramente, que gente...tacanha.

                                            Que a descolonização deveria ter sido feita de outra forma (como os britânicos fizeram nas suas, por exemplo), isso já se sabe.

                                            Infelizmente como este país tem muita gente com muita falta de mundividência é que se foi para uma Guerra estúpida e perdida à partida, onde se desperdiçaram milhões de recursos e onde se saiu sem proteger os nossos interesses económicos (e dos cidadão nacionais que viviam lá!).

                                            E o extraordinário é que ainda há gente saudosista dessa PÉSSIMA opção e do facto de Portugal estar agora "reduzido" a este "canto".

                                            Hoje...no século XXI.

                                            Impressionante

                                            É por estas e por outras que o país está mesmo como está. A pensar assim, em vacas gordas, na mama de um território qualquer (seja Brasil, seja Angola, seja a "CEE") nunca se vai longe.

                                            Oh povo pouco pragmático.
                                            Quer dizer que na tua opinião se a opinião dos lideres mundiais fosse a ocupaçao de Portugal por Espanha, porque este rectângulo era outrora deles,nós devessemos ceder sem luta?

                                            Comentário


                                              #23
                                              Originalmente Colocado por JOAO77SILVA Ver Post
                                              4- Morreram pessoas nessa situação por parte dos dois lados, Até mais da parte dos movimentos de independencia
                                              1- A percentagem de portugueses era de 100% e de brancos eram milhões tanto em angola como em Moçambique e passavam oa 2 digitos e foram quase massacrados pelo MPLA e FRELIMO e perderam tudo. Não valia a pena lutar por milhões de brancos?
                                              Por essa ordem de ideias Angola e Moçambique eram Portugal. Se havia 100% de portugueses quer dizer que todo o angolano era português, não havia ninguém angolano nem moçambicano

                                              Comentário


                                                #24
                                                Originalmente Colocado por JUDEU Ver Post
                                                Se vierem cá os Espanhóis, ofereces-lhes os teus bens de mão beijada?
                                                Perderam tudo o quê? O que roubaram e exploraram aos negros?
                                                Pessoas que tinham lá casa, quintas, tinham EMPREGADOS(não escravos), pessoas que faziam lá a vida, contribuíam para a economia local.

                                                Mas sim, roubavam e exploravam tanto aquilo, que depois de saírem de lá, os nativos ficaram muito melhor.

                                                Comentário


                                                  #25
                                                  Originalmente Colocado por Hecho Ver Post
                                                  Pessoas que tinham lá casa, quintas, tinham EMPREGADOS(não escravos), pessoas que faziam lá a vida, contribuíam para a economia local.

                                                  Mas sim, roubavam e exploravam tanto aquilo, que depois de saírem de lá, os nativos ficaram muito melhor.
                                                  Ficaram um povo LIVRE e INDEPENDENTE.

                                                  Comentário


                                                    #26
                                                    Originalmente Colocado por JUDEU Ver Post
                                                    Se vierem cá os Espanhóis, ofereces-lhes os teus bens de mão beijada?
                                                    Perderam tudo o quê? O que roubaram e exploraram aos negros?
                                                    Se vierem cá os Espanhois as minhas coisas só levam se me matarem acredita nisso e levava os que conseguisse comigo. Eu tal como os brancos nascidos em Africa trabalhei para ter as minhas coisas, pode mudar o governo ou a côr de pele das pessoas no governo mas as minhas coisas ficam comigo.
                                                    Perderam o fruto do trabalho deles de uma vida pah nada daquilo é roubado ou explorado aos negros, se não conheces a realidade das colonias só te resta uma coisa...

                                                    Comentário


                                                      #27
                                                      Originalmente Colocado por JOAO77SILVA Ver Post
                                                      Quer dizer que na tua opinião se a opinião dos lideres mundiais fosse a ocupaçao de Portugal por Espanha, porque este rectângulo era outrora deles,nós devessemos ceder sem luta?
                                                      Sabes quais são os critérios que definem uma nação?

                                                      Se souberes, tens a tua pergunta respondida.

                                                      Comentário


                                                        #28
                                                        Originalmente Colocado por ricardodsb Ver Post
                                                        A quem neles vivia.
                                                        Uma resposta lucida e altamente esclarecedora.

                                                        Comentário


                                                          #29
                                                          Originalmente Colocado por JUDEU Ver Post
                                                          Ficaram um povo LIVRE e INDEPENDENTE.
                                                          Acredita que ficaram pior em tudo. A miseria é mais que muita agora. Acredito que teriamos que dar a independência com a garantia de que os brancos fossem tratados como seres humanos e conservassem as suas posses e negocios

                                                          Comentário


                                                            #30
                                                            Originalmente Colocado por Andre Ver Post
                                                            Sabes quais são os critérios que definem uma nação?

                                                            Se souberes, tens a tua pergunta respondida.
                                                            Portugal e as suas colonias e ilhas eram uma nação.
                                                            Tenta compreender uma coisa só houve apoio ás ex colonias por causa das riquezas de Angola.
                                                            Com os movimentos de independência no poder era mais facil Americanos e Russos sacarem petroleo e diamantes

                                                            Comentário

                                                            AD fim dos posts Desktop

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