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Excesso de Peso e Obesidade - Até que ponto a maioria determina o que é normal

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    Sociedade Excesso de Peso e Obesidade - Até que ponto a maioria determina o que é normal

    Começo por dizer que o objectivo deste tópico não é discutir porque é que as pessoas com excesso de peso o têm, nem porque é que não o perdem. Esses já são temas demasiado gastos.

    Com ele quero que se discuta de forma saudável o impacto que uma população com excesso de peso tem em todos os sectores da sociedade.

    Espero também que vos apeteça discutir a obesidade infantil e os limites que devemos colocar aos nossos filhos e familiares.

    Começando o tópico propriamente dito:

    Não é segredo para ninguém que a população mundial está a engordar. A obesidade foi considerada pela OMS a epidemia do séx XXI. Esta é uma "doença" que afecta todas as idades e todos os extractos sociais.

    Na infância

    Se antigamente um bebe "nestlé" era sinónimo de saúde e o magro poderia indiciar carências, hoje o paradigma mudou. Milhares de pediatra vêem-se envolvidos diariamente na luta que é mentalizar um pai que tem de reduzir as calorias ingeridas pelo seu filho. O que, para quem tem filhos, sabe que isso se traduz em fome, pois quando o corpo habitua-se a uma determinada quantidade de alimentos, este vai sentir a sua diminuição de uma forma diferente que um adulto (não existe consciência, necessidades calóricas proporcionalmente superiores, etc)

    Será que a frase "o meu filho de 7 já veste roupa para 14/16" continua a ser motivo de orgulho para um pai, pois é sinónimo que o miúdo é grande e saudável ?

    Até quando vamos continuar a usar eufemismos (grande, forte, pesado, etc) para não nos referirmos a um miúdo como obeso, dourando desta forma a pílula da verdade ?

    Na Adolescência

    Mais uma vez aqui notam-se diferenças para os padrões de há 30 anos atrás.

    O conceito de "o gordo" (sim esse miúdo que todas as turmas tinham, normalmente na proporção de apenas 1 por turma) actualmente deu lugar aos "fortes", pois como estes já não são uma minoria, possuem agora força suficiente na hierarquia social escolar para exigirem nomes com uma conotação menos negativa.

    Como é que os pais vêem o seu filho adolescente obeso ? Será que têm consciência dos problemas que isso lhe vai acarretar ou continuam a acreditar na história do amigo do primo que era obeso e quando iniciou o "pulo de crescimento" virou atlético.

    Quais são os direitos que esses adolescentes deverão ter... aulas de educação física à parte, pois não acompanham a restante turma ? aulas de educação física pautadas pela sua própria bitola para não se sentirem inferiores aos colegas ?

    Deverá ser-lhes negado "comer porcarias" no bar quando um "magro" pode comer tudo ou retirados todos e quaisquer alimentos não nutritivos do menu ?

    E se for fora do recinto escolar ? Se é consensual que devemos proibir álcool e tabaco a menores, porque é que não se proíbe também que uma só criança saia de um café com 1 quilo de gomas, 1 chocolate e um pacote de batatas fritas ?

    Idade Adulta

    Esta será talvez a faixa onde é mais difícil intervir, pois falamos de pessoas que descontam os seus impostos, cidadãos de primeira como todo a restante população que usufruem dos mesmo direitos e deveres.

    Se é de senso comum que ninguém tem o direito de proibir uma pessoa adulta de comer seja o que for, será que esse senso comum também nos diz a população obesa tem o direito de ocupar metade do nosso lugar no metro, autocarro, avião ?

    É dever da sociedade adaptar-se sendo os custos dessa adaptação suportados por todos ? ou pelo contrário, acreditam que existe espaço para a discriminação, quando os direitos dos outros se sobrepõe aos nosso ?

    Qual acham que vai ser o futuro ? Será que o conceito de "normalidade" está a ser lentamente empurrado para a população com excesso de peso? Como será daqui a 50 anos... acham que vamos assistir a uma inversão dos papeis em que os "magros" terão direito às suas lojas especiais, pois não vão encontrar nada que lhes sirva no retalho convencional ?

    Como é que os sistemas/seguros de saúde vão reagir a uma "nova" população ? Começará a discriminação ou mudar-se-ão os limites ?

    PS - tentei encontrar algum tópico sobre isto, mas apenas encontrei temas dispersos (Perda de Peso, Lugares de Avião, etc)

    #2
    Tema muito interessante e com muito por dizer.

    Aflorando só a questão, acho que cada vez mais é preciso ter a consciência dos maleficios do excesso de peso.

    Nós derivamos de pessoas que há algumas dezenas de anos, raramente podiam comer tudo e tanto como queriam, porque simplesmente não havia, então no fundo a nossa mensagem genética impulsiona-nos a comer como forma de sobrevivência, perante uma mesa de comida somos impulsionados pelo nosso cérebro a comer o que podermos, quando hoje quase todos temos acessiveis muitos mais alimentos do que aqueles que realmente precisamos.

    O normal seria já termos algum auto-controlo, mas a verdade é que não temos namaior parte dos casos.

    Há muitos pais ainda a achar que dar muito ou tudo é que é bom.

    O resultado é cada vez mais pessoas com excesso de peso, mesmo desde miúdos.

    Acho que os gordos devem ser consequentes em relação aos seus excessos e portanto não devem ser protegidos.

    O excesso de peso é negativo e deve-se lutar contra isso.

    Comentário


      #3
      Acrescentava ainda que não só não me parece que seja a maioria que determina o que é normal, como principalmente o normal não é sinónimo de bem.

      Pegando num exemplo simples para ilustrar isto, actualmente a maioria da imprensa é sensacionalista, por ser a maioria o sensacionalismo não passa a normalidade e principalmente não passa a uma coisa boa.

      Comentário


        #4
        Realmente, muito bom tópico.

        Uma coisa curiosa que reparei este verão, é que cada vez mais vemos as mãezinhas com corpinhos de ginásio, a petiscar na praia palitos de cenoura, uma frutazinha, etc, e os putos são uns badochas. Via-os frequentemente a comer bolas de berlim, os pães com chouriço, os folhados e essas coisas que se vendem na praia.

        Em casa possivelmente será a mesma coisa, as mães a comerem saladinhas e as crianças a comer porcarias congeladas e altamente calóricas.

        Comentário


          #5
          Um tópico para apontar o dedo às falhas dos outros.
          Ser gordo é mau. Deve-se combater.
          Pronto. Acho que não é preciso mto mais paleio.

          Comentário


            #6
            Eu gosto de gordas bem feitas, e claro a cara conta muito. O tolerável é não passar dos 85 KG (Adulto).

            Comentário


              #7
              Originalmente Colocado por AyrtonRose Ver Post
              Um tópico para apontar o dedo às falhas dos outros.
              Ser gordo é mau. Deve-se combater.
              Pronto. Acho que não é preciso mto mais paleio.
              Isso parece-me uma visão muito redutora da coisa

              Não é apontar o dedo às falhas dos outros, porque se calhar quem está a postar até é gordo, o que não quer dizer que se sinta bem nesse papel.

              Há consequências em haver gordos, para os que não são gordos e pelo que me parece o tópico também é sobre isso.

              Comentário


                #8
                Não me agrada o fascismo higiénico.

                Comentário


                  #9
                  Originalmente Colocado por SavageXp Ver Post
                  Eu gosto de gordas bem feitas, e claro a cara conta muito. O tolerável é não passar dos 85 KG (Adulto).
                  Isso no minimo deve depender da altura ....

                  Uma gorda de 1,50 mts com 85 kg é muito gorda.

                  Comentário


                    #10
                    Peso a mais é aquele que trás problemas de saúde devido ao peso.

                    Comentário


                      #11
                      Originalmente Colocado por v7 Ver Post
                      Isso no minimo deve depender da altura ....

                      Uma gorda de 1,50 mts com 85 kg é muito gorda.
                      Então é gorda ou muito gorda?

                      Comentário


                        #12
                        Eu como tenho um trabalho sedentário mas não queria gastar € em ginásios (até porque não é ambiente que me agrade muito), decidi "fazer pela vida".

                        Portanto agora corro sempre que posso no Estádio Nacional ao ar livre e vê-se muita gente de todas as idades (é incrivel ser ultrapassado por pessoas com uns 70 / 80 anos que correm como se não houvesse amanhã ) a praticar desporto.

                        Ao fim de semana então é a loucura

                        Comentário


                          #13
                          Originalmente Colocado por v7 Ver Post
                          Nós derivamos de pessoas que há algumas dezenas de anos, raramente podiam comer tudo e tanto como queriam, porque simplesmente não havia, então no fundo a nossa mensagem genética impulsiona-nos a comer como forma de sobrevivência, perante uma mesa de comida somos impulsionados pelo nosso cérebro a comer o que podermos, quando hoje quase todos temos acessiveis muitos mais alimentos do que aqueles que realmente precisamos.
                          Exactamente!

                          O ser humano evoluiu sem nunca ter tido um fornecimento constante e seguro de alimentos, até ao advento da agricultura que só ocorreu recentemente. Durante os períodos de fome quem teria mais probabilidades de sobreviver seriam aqueles que armazenassem mais reservas. Esta selecção provavelmente fez predominar o património genético daqueles mais aptos a armazenar reservas e com o metabolismo mais lento (os que engordam mais).

                          Comentário


                            #14
                            Originalmente Colocado por AyrtonRose Ver Post
                            Um tópico para apontar o dedo às falhas dos outros.
                            Ser gordo é mau. Deve-se combater.
                            Pronto. Acho que não é preciso mto mais paleio.
                            Um tópico para discutir um problema real, com implicações reais na nossa vida e dos nossos filhos e netos.

                            Repara que comecei por dizer que não queria que se discutisse porque é que os obesos chegam a obesos, assim como não me interesse as razões pelas quais eles não emagrecessem.

                            O tópicos é para discutir o impacto de um população XL na vida como a conhecemos hoje.

                            Tal como disse o V7, não sabes se eu próprio tenho excesso de peso, se os meus filhos têm excesso de peso, se os meus irmãos ou pais têm excesso peso. A única coisas que sabes é que é um tema pelo qual me interesso, caso contrário não teria iniciado o tópico.

                            Se consideras isto fascismo higiénico, é a tua opinião, todos somos livres de discordar ou concordar.

                            Comentário


                              #15
                              Originalmente Colocado por AyrtonRose Ver Post
                              Não me agrada o fascismo higiénico.
                              Continuando a resposta

                              Sobre Obesidade Infantil, escrito por Dr. João Vilela Gonçalves

                              "A obesidade nas crianças ou adolescentes aumentará a prevalência de doença coronária (as coronárias são as artérias que levam sangue ao coração) no adulto em 5-16%, sendo responsável por mais 100.000 pessoas com risco agravado de ter um enfarte do coração.

                              Também o aumento da incidência de "fígado gordo" (esteatose hepática) progredirá para hepatite e cirrose com consequente insuficiência hepática, tal como acontece nos alcoólicos. Note que a esteatose hepática é uma doença silenciosa que se diagnostica por alterações analíticas (aumento das transaminases superior a 4 vezes o limite superior da normalidade) ou imagens típicas observadas na ecografia abdominal.

                              As raparigas adolescentes que tenham obesidade, comparadas com raparigas da mesma idade com peso normal, agravam a probabilidade de morrer na meia-idade em 2-3 vezes.

                              A obesidade infantil diminui a esperança de vida em 2-5 anos, sendo essa diminuição equivalente à de todos os cancros juntos."

                              Outro texto extremamente preocupante, escrito pelo mesmo autor:

                              "A Diabetes tipo 2, também conhecida pela diabetes do adulto, está em franca expansão em crianças (a partir dos 5 anos).

                              Tal se deve ao aumento do consumo de açúcar, gordura e sal contidos nos alimentos que as crianças se habituaram a comer.

                              Faz sentido ter uma criança de 8 anos medicada para a hipertensão arterial, para o colesterol elevado, para a diabetes ?"


                              Portanto.... preocupar-me com a saúde dos meus filhos, pois não consigo controlar em pleno o que comem ou não comem nas escola, cafés, centros comerciais é fascismo higiénico ?

                              Preocupar-me com a saúde dos meus pais e familiares, pois gostaria de passar o máximo de tempo de qualidade com eles na sua velhice, é fascismo higiénico ?

                              Preocupar-me que face à evolução do S.N.S. e seguros privados de saúde, possa ver os meus familiares com as suas "coberturas" diminuídas ou prémios agravados é fascismo higiénico ?

                              Queres que continue ?

                              Aguardo comentários construtivos sobre os temas que se pretende discutir.
                              Editado pela última vez por DocJRA; 15 February 2011, 13:11.

                              Comentário


                                #16
                                Ok, ok! Leva lá bicicleta. Só meti a colher. Não quero discutir este assunto.

                                Abraço.

                                Comentário


                                  #17
                                  Originalmente Colocado por v7 Ver Post
                                  Isso no minimo deve depender da altura ....

                                  Uma gorda de 1,50 mts com 85 kg é muito gorda.
                                  Não se deve considerar somente o peso e a altura, mas também o somatótipo, isto é a estrutura física. O índivíduo pode ter ossos mais pesados e mais massa muscular (que é mais pesada que a massa gorda ).

                                  Considerando pessoas com o mesmo peso e altura, uma poderá ser magra e outra gorda.

                                  Este é um tema que me interessa, pois sou uma das pessoas que estou no PES na minha escola (Projecto para a saúde) e penso que o tema deste tópico deveria ser mais abrangente,isto é debater Estilos de Vida Saudável, e, estes passam obrigatóriamente por Alimentação, Actividade Física e Ocupação dos tempos de lazer.

                                  O Ensino Secundário devia criar hábitos de actividade física regular na população, Os bons hábito alimentares devem ser constantes e não só nas dieta de Verão, que não deviam existir. A ocupação dos tempos livres devem ser mais do que estar sentado no computador ou a ver televisão.

                                  Mas vou contribuir mais para este tópico,...mais adiante.

                                  Comentário


                                    #18
                                    Trata-se de um problema de Saúde Pública cada vez mais preocupante.

                                    Como interveniente directo na área da saúde constato com cada vez maior frequência o excesso de peso/obesidade infantil.

                                    Destaco aqui "meia-dúzia" de pontos que me parecem importantes:

                                    - não vale de "nada" limitar o acesso a produtos de alto teor calórico/baixo valor nutritivo na escola, se após as aulas qualquer criança/adolescente tem acesso aos mesmos no café da esquina.

                                    - não vale a pena insistir junto dos jovens para que mantenham uma alimentação equilibrada quando os menus nas cantinas universitárias (e talvez também nas escolas??) são o que são...

                                    - a alimentação deve fazer parte da educação (cada vez mais!). Nós somos o que comemos, e nas idades mais jovens somos principalmente o que os nossos pais nos põem na mesa. O exemplo e a dieta devem vir "de cima"

                                    Por último, destaco 2 pontos talvez mais polémicos:

                                    - o enquadramento social e económico de muitas famílias. A comida altamente calórica e que fornece maior sensação de saciedade é a mais barata e, portanto, mais económica.

                                    - o quotidiano dos pais e a sua "ausência" em relação aos filhos faz com que seja mais fácil atafulhar o congelador e o frigorifico de lasanhas, pizzas pré-congeladas e hamburgueres, do que ensiná-los sobre o que devem comer e até ensiná-los a cozinhar...

                                    Comentário


                                      #19
                                      Originalmente Colocado por MariaHelena Ver Post
                                      Não se deve considerar somente o peso e a altura, mas também o somatótipo, isto é a estrutura física. O índivíduo pode ter ossos mais pesados e mais massa muscular (que é mais pesada que a massa gorda ).

                                      Considerando pessoas com o mesmo peso e altura, uma poderá ser magra e outra gorda.

                                      Este é um tema que me interessa, pois sou uma das pessoas que estou no PES na minha escola (Projecto para a saúde) e penso que o tema deste tópico deveria ser mais abrangente,isto é debater Estilos de Vida Saudável, e, estes passam obrigatóriamente por Alimentação, Actividade Física e Ocupação dos tempos de lazer.

                                      O Ensino Secundário devia criar hábitos de actividade física regular na população, Os bons hábito alimentares devem ser constantes e não só nas dieta de Verão, que não deviam existir. A ocupação dos tempos livres devem ser mais do que estar sentado no computador ou a ver televisão.

                                      Mas vou contribuir mais para este tópico,...mais adiante.
                                      O tema pode ser expandido, só queria era evitar os comentários estereotipados semelhantes a:

                                      "São gordos porque não fecham a boca", "São gordos, porque querem" ou "São gordos porque têm uma doença. A prova é que duas pessoas a comerem o mesmo uma até pode emagrecer e a outra engordar"

                                      Comentário


                                        #20
                                        Mostro aqui o melhor trabalho que me foi apresentado no ambito da minha disciplina e que tem muita informação. O tema era a relação da doenças com a Obesidade e falta de Actividade Física. Têm aqui bastante informação e o essencial.







                                        DISCIPLINA DE EDUCAÇÃO FISICA








                                        INTRODUÇÃO

                                        Na disciplina de Educação física foi-nos proposto a realização de um trabalho abordando a problemática da obesidade/doenças associadas e a sua relação com a falta de exercício físico.
                                        Pareceu-me um tema interessante de aprofundar, pois quase todos os dias nos vários meios de comunicação social esta questão é abordada sob diversas perspectivas.
                                        A obesidade é considerada como a mais recente epidemia mundial, com implicações e elevadíssimos custos pessoais, sociais e económicos.
                                        A diminuição da ingestão de alimentos preparados em casa, em detrimento de alimentos industrializados (fast food), o aumento do consumo de refrigerantes e de bebidas alcoólicas, a redução de actividade física, incluindo o gasto de energia no trabalho e o uso crescente do automóvel têm aumentado a taxa de prevalência da obesidade nas sociedades ocidentais.
                                        Esta é uma doença muito complexa possuindo múltiplas causas, pois o seu desenvolvimento resulta de complexas interacções entre factores genéticos, psicológicos, socioeconómicos, culturais e ambientais.
                                        Contudo, múltiplos estudos comprovam que o aumento da incidência de casos de obesidade nas sociedades ocidentais nos últimos 25 anos do século XX teve como principais causas o consumo excessivo de alimentos hipercalóricos (o consumo médio de calorias quase quadruplicou entre 1977 e 1995, no mundo industrializado) associado a um aumento de um estilo de vida sedentário. Porém, a alteração dos hábitos alimentares, por si só, não explica o significativo aumento nas taxas de obesidade. Alguns autores referem que, simultaneamente ao aumento do sedentarismo, outros factores podem ter contribuído para aquele crescimento exponencial, tais como o stress da vida moderna e o número insuficiente de horas de sono, apesar da sua ligação directa com a obesidade ainda não estar bem definida.




                                        CONCEITO DE OBESIDADE E IMPLICAÇÕES PARA A SAUDE

                                        Segundo a Organização Mundial de Saúde, obesidade define-se como sendo um excesso de gordura corporal acumulada no tecido adiposo, com implicações graves para a saúde (OMS, 2002), motivado por diferentes factores, sejam: genéticos, ambientais (padrões dietéticos, actividade física) ou motivado por outras patologias (alteração hormonal). A obesidade é assim, uma doença complexa que pode afectar qualquer pessoa de qualquer idade, etnia ou grupo socioeconómico, em qualquer parte do mundo, tendo como consequências a redução da qualidade de vida, elevadas taxas de morbilidade e mortalidade.
                                        As principais causas da obesidade são os erros alimentares (aumento do consumo de carnes, ingestão excessiva de gorduras e de açúcares simples, alimentos muito calóricos, etc.) e o sedentarismo. Contudo, os factores genéticos também são um importante factor de risco, pois os filhos de pais obesos têm uma probabilidade 10 vezes mais elevada de virem a ser obesos.
                                        A OMS, em 2000, estandardizou a classificação do excesso de peso e da Obesidade baseada no Índice de Massa Corporal (IMC), para adultos de ambos os sexos. O IMC é um método simples e de referência que serve para determinar os diferentes níveis de obesidade, sendo calculado pela fórmula:



                                        O excesso de gordura resulta de sucessivos balanços energéticos positivos, em que a quantidade de energia ingerida é superior à quantidade de energia dispendida.
                                        Nos adultos considera-se existir obesidade quando a MG ultrapassa os 20% da massa corporal, nos homens, e 30% nas mulheres. No que diz respeito aos jovens, os do sexo masculino são considerados obesos quando a MG ultrapassa os 20% e os do sexo feminino quando a MG atinge os 30%. A MG quer se trate da população em geral ou de desportistas, nunca deve ser inferior a 9% nas mulheres e a 5 % nos homens. O peso corporal mantém-se constante quando existe um equilíbrio energético, ou seja, quando a ingestão calórica é igual ao gasto de energia.
                                        Com um IMC superior a 25 considera-se excesso de peso e a probabilidade de se tornar obeso aumenta consideravelmente. Com um índice superior a 40 entra-se num nível de obesidade grau III, também designada de obesidade mórbida, e cuja incidência em Portugal é de cerca de 0,8%. Entre estes dois patamares encontra-se o nível de pré-obesidade, para obesidades grau I e grau II.
                                        A tabela abaixo, publicada pela OMS (Organização Mundial de Saúde) em 2001 sintetiza estes valores.

                                        IMC
                                        Níveis obesidade
                                        Problemas de saúde
                                        <18,5
                                        Baixo peso
                                        Peso baixo para a altura. Maior probabilidade de anorexia.
                                        18,5 – 24,9
                                        Peso Normal
                                        Maior probabilidade de ser um indivíduo saudável.
                                        25 – 29,9
                                        Pré-obesidade
                                        Alguma probabilidade de problemas de saúde. Predisposição a tornar-se obeso.
                                        30-34,9
                                        Obesidade Grau I
                                        Risco Moderado de diabetes tipo II, hipertensão, colesterol, cardiopatia.
                                        35 – 39,9
                                        Obesidade Grau II
                                        Risco Grave. Aumenta o risco das doenças associadas. O risco de mortalidade aumenta 50%.
                                        > 40
                                        Obesidade Grau III ou obesidade mórbida
                                        Risco Muito Grave. O risco de doenças associadas assim como a mortalidade aumenta 90%.

                                        Fonte: Centro Vegetariano - Vegetarianismo e Veganismo

                                        A classificação da obesidade com recurso ao IMC apresenta como vantagem a grande facilidade de recolha de dados. Contudo, entre as limitações do seu uso está o facto de que este indicador pode valorizar como sendo gordura o peso de pessoas com elevada percentagem de tecido muscular e subestimar a gordura corporal de pessoas que perderam massa muscular, como no caso de idosos.
                                        A obesidade para além de constituir em si mesma uma doença, também é um factor de risco para o aparecimento, desenvolvimento e agravamento de muitas outras doenças, físicas e mentais, a médio e longo prazo. Nomeadamente:
                                        · Aparelho cardiovascular - hipertensão arterial, arteriosclerose, insuficiência cardíaca congestiva, enfarte agudo do miocárdio, e angina de peito;
                                        · Complicações metabólicas – hiperlipidémia (aumento do colesterol), alterações de tolerância à glicose, diabetes mellitus não insulino-dependentes;
                                        · Sistema pulmonar - dificuldade em respirar (dispneia) e cansaço, síndroma de insuficiência respiratória do obeso, apneia de sono (ressonar) e embolismo pulmonar;
                                        · Aparelho gastrointestinal - esteatose hepática, litíase vesicular (formação de areias ou pequenos cálculos na vesícula), hérnias de hiato, refluxo gastro-esofágico e cancro do cólon;
                                        · Aparelho genito-urinário e reprodutor - infertilidade e amenorreia (ausência anormal da menstruação), incontinência urinária de esforço, cancro do endométrio, cancro da mama, cancro da próstata;
                                        · Outras alterações - artrite, insuficiência venosa crónica (varizes), hérnias e risco de quedas por dificuldades na mobilidade.

                                        Efectivamente os peritos consideram que em pessoas obesas a probabilidade de ocorrência de doenças cardíacas e de valores elevados de tensão arterial é 5 vezes mais elevada. Os homens obesos, porque têm a gordura mais localizada no abdómen têm mais probabilidades de desenvolver doenças cardiovasculares do que as mulheres, geralmente com a gordura localizada na zona glúteo-femural.
                                        A obesidade pode também agravar a osteoartrite ao nível da coluna, ancas e joelhos, uma vez que o peso em excesso exerce uma pressão considerável sobre estas articulações. Também a diabetes tipo 2 decorre geralmente da obesidade (presente em 60 a 90% dos casos), uma vez que esta dificulta a acção da insulina.
                                        A nível psicológico e social nos indivíduos obesos surge com relativa frequência depressão, ansiedade, agressividade, isolamento social e casos de baixa/perda de auto-estima.
                                        Outro dado alarmante é que em indivíduos com obesidade mórbida o risco de morte súbita é 15 a 30 vezes mais elevado do que em indivíduos não obesos.




                                        A OBESIDADE AO LONGO DOS TEMPOS

                                        Ao longo da História a Obesidade foi encarada sob diversas perspectivas, nas diferentes sociedades.
                                        Em algumas civilizações da Antiguidade ser gordo era considerado sinal de sucesso enquanto noutras, como por exemplo no Japão medieval, era visto como um deslize moral cometido pela pessoa. Na Europa, durante muitos séculos, a obesidade foi um estigma pois a Igreja Católica considerava-a como resultante do pecado capital da gula.
                                        Podemos assim dizer, que a obesidade foi estigmatizada ao longo dos tempos, sendo que, na actualidade, existe uma tendência maior ao preconceito. Contudo, existem excepções nalgumas regiões, como em África, em que a obesidade nos homens é sinal de domínio e poder e nas mulheres é sinal de maior fertilidade. Todavia, com os progressos ocorridos nas últimas décadas, originados em pesquisa científica, descobriu-se que a obesidade é uma doença multifatorial, não estando relacionada apenas com um único aspecto individual.
                                        Actualmente a obesidade é encarada como a maior desordem nutricional nos países ocidentais, sendo declarada pela OMS como o maior problema não reconhecido de saúde pública que a sociedade, dos nossos dias, enfrenta. Todavia, este não é um problema apenas dos países desenvolvidos, também nos países em vias de desenvolvimento se tem registado um crescimento significativo de pessoas com excesso de peso e obesas. É na realidade considerada como a epidemia do século XXI a nível mundial.
                                        Efectivamente, em 2005 a OMS emitiu estimativas que indicavam que cerca de 150 milhões de adultos europeus seriam obesos em 2010, atingindo 14% no sexo feminino e 16% no sexo masculino.
                                        O cenário desta doença em Portugal, enquadra-se nestes dados. Em 2005, Martins e Aguiar realizaram um estudo concluindo que cerca de 14,4% da população portuguesa, entre os 18 e 65 anos, era obesa e 35% tinha excesso de peso. Dados da OMS revelam que a prevalência de obesidade (IMC ≥30kg/m2) na população portuguesa para 2005 era de: Mulheres: 16,1% e Homens: 13,7%.




                                        O PAPEL DO SEDENTARISMO NA OBESIDADE/DOENÇAS ASSOCIADAS

                                        Segundo a British Medical Association (2005) a prática de actividade física, em todas as idades, é essencial para uma boa saúde, sendo indispensável para o controlo do peso.
                                        A actividade física é consensualmente definida como todo e qualquer movimento corporal produzido pela contracção músculo-esquelético resultando num gasto energético. Já o conceito de exercício físico é definido como uma actividade repetida e estruturada que visa a obtenção dum objectivo concreto tendo em vista a manutenção ou melhoria da aptidão física.
                                        Segundo a Organização Mundial de Saúde estima-se que cerca de 60% a 80% da população mundial não é suficientemente activa para obter benefícios na saúde (OMS, 2002), sendo que a ausência de actividade física origina uma maior acumulação energética, podendo ser um factor para o desenvolvimento da obesidade.
                                        Hoje sabe-se que a actividade física, nas suas diferentes vertentes, a utilitária (andar, subir e descer escadas, jardinagem), a educação física e o desporto, executados de uma forma moderada, é favorável à manutenção da saúde e ajuda também na prevenção de doenças.
                                        Contudo, apesar de este aspecto ser consensual, milhões de pessoas optam por um estilo de vida sedentário. As actividades de lazer, tais como, ver televisão, jogar videojogos e navegar na Internet parecem ser as principais responsáveis pelo aumento do sedentarismo de crianças/adolescentes e adultos.
                                        A constatação da prevalência de pessoas com excesso de peso e obesos fornece dados que realçam a importância de programas de educação para a saúde que integrem a prática orientada de actividade física e a adopção de hábitos alimentares saudáveis, como medidas preventivas.
                                        Os benefícios da actividade física e do exercício físico para a saúde estão muito bem documentados. Estudos descritivos e prospectivos disponíveis mostram uma relação positiva entre actividade física e condição física e o decréscimo no risco de diversas doenças crónicas como as Doenças Cardiovasculares, a Hipertensão Arterial, a Obesidade, Diabetes tipo 2, Osteoporose, alguns tipos de Cancro e algumas desordens emocionais. No entanto, para se obterem os efeitos benéficos é necessário que a actividade física seja praticada de forma regular. A actividade física faz parte integrante de um estilo de vida saudável. É, pois, fundamental que as crianças e os adolescentes aprendam a apreciar a prática de desporto e a actividade física na escola e durante os tempos de lazer, tornando-se adultos mais saudáveis.


                                        OBESIDADE INFANTIL E NA ADOLESCÊNCIA

                                        O excesso de peso durante a infância e adolescência é sinal de excesso de peso na idade adulta. As crianças com excesso de peso, entre os 10 e os 14 anos, com pelo menos um dos pais obeso ou com excesso de peso, são referenciados como tendo 79% de probabilidades de que o excesso de peso se mantenha quando adultos.
                                        A prevalência da obesidade na infância e na adolescência tem vindo a aumentar a nível mundial.
                                        Em 2005 num relatório da OMS estimava-se que na Europa cerca de 15 milhões de crianças e adolescentes seriam obesos em 2010 e que em Portugal cerca de 31,5% das crianças dos 7 aos 9 anos seriam obesas (Sousa, 2009).
                                        Segundo a Associação Internacional para o estudo da obesidade, a International Obesity taskforce (IOTF), sediada em Londres, em 2004 Portugal era o 2º país com maior prevalência de obesidade na infância e adolescência.
                                        No decorrer do 1º Fórum do Observatório Nacional da Obesidade e Controlo do Peso (ONOCOP), em Novembro de 2009, a Dra. Joana Sousa (dietista) apresentou os resultados de um trabalho de investigação que desenvolveu no âmbito do seu doutoramento em que estudou a “Prevalência de pré-obesidade e obesidade nos adolescentes em Portugal e a sua relação com os hábitos alimentares, a prática de actividade física e os comportamentos sedentários”, incidindo sobre crianças e adolescentes do 2º ciclo, 3º ciclo e ensino secundário de Portugal Continental, num total de 4033 estudantes. Os resultados deste estudo revelaram que:
                                        · 31,4% Crianças e adolescentes entre 10-18 anos em Portugal têm excesso de peso;
                                        · Os rapazes e os adolescentes jovens são os que apresentam indicadores de excesso de peso mais elevados;
                                        · Os hábitos alimentares entre adolescentes normoponderais e com excesso de peso não são estatisticamente significativos entre os dois grupos;
                                        · Adolescentes em Portugal praticam em média ½ h actividade física por dia;
                                        · O excesso de peso e a prática de actividade física são inversamente proporcionais;
                                        · O excesso de peso e os comportamentos sedentários são directamente proporcionais.
                                        Estes resultados estão em concordância com o estudo nacional de prevalência de obesidade infanto-juvenil em Portugal, que foi apresentado no XIV Congresso Português de Obesidade, no passado dia 28/11/2010, e segundo o qual 22,6% dos jovens entre os 10 e os 18 anos estão em situação de pré-obesidade e 7,8% é já obeso. O mesmo trabalho, que analisou 5708 participantes, revela que são mais os rapazes e os mais jovens que têm as maiores prevalências de excesso de peso (Diário de Noticias on-line, 26/11/2010).
                                        Numa entrevista ao referido órgão de comunicação social a Dra. Joana Sousa, da Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa e responsável pelo estudo refere que "Aos dez anos, as prevalências de excesso de peso são superiores a 40%. Isto quer dizer que uma em cada quase duas crianças tem peso a mais. É preocupante o impacto que isso terá na vida adulta, em morbilidade e mortalidade e na economia. O retrato está feito, agora é preciso actuar". Referindo ainda que “Há indicadores que mostram que 95% da obesidade infantil têm uma causa nutricional associada ao estilo de vida e que apenas 5% têm causa genética".




                                        OBESIDADE VERSUS HÁBITOS DE VIDA SAUDÁVEL

                                        Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o conceito "Saúde", mais do que a completa ausência de doença, representa uma situação de completo bem-estar físico, psíquico e social. Inclui também a adequação do sujeito individual ao meio em que está inserido, resultando duma contínua intenção em gerir a afectividade, evitar atitudes e hábitos prejudiciais.
                                        Como já foi referido anteriormente a obesidade é uma doença motivada por múltiplos factores, verificando-se uma grande influência dos hábitos de vida (alimentares e actividade física). Como forma de minimizar esta problemática, a OMS propõe vários princípios a ter em conta, que são consensuais e sugeridos à população pelos vários profissionais de saúde (médicos, nutricionistas, enfermeiros, etc):
                                        · Optar por uma dieta equilibrada, consumindo mais fibras e hidratos de carbono não refinados e evitando excessos proteicos de gorduras e açúcares;
                                        · Privilegiar alimentos frescos ou adequadamente congelados, em vez de salgados, fumados ou conservados com antioxidantes;
                                        · Evitar bebidas alcoólicas, tabaco e outras drogas (medicamentos e/ou estupefacientes);
                                        · Evitar o stress e gerir o tempo livre para a realização de ocupações alternativas e períodos de relaxamento;
                                        · Praticar exercício físico regular com prazer, sem esforço exagerado e adaptado à idade e condição física do sujeito (proporciona sensação de bem-estar e ajuda a ter sono de qualidade);
                                        · Ter uma vida disciplinada, com tempo de sono necessário e de padrão regular.

                                        Estes são procedimentos simples mas fundamentais que, sendo cumpridos, terão impacto na saúde da população, a médio e longo prazo, consolidando a ideia dos profissionais de saúde de que a atitude mais correcta de um sistema de saúde, mais do que tratar a doença, é promover a saúde e prevenir a doença.
                                        O aumento da prevalência da obesidade e os riscos graves para a saúde das pessoas justificam esforços para a sua prevenção.




                                        CONCLUSÃO

                                        Se analisarmos o nosso estilo de vida, com a tecnologia que hoje qualquer um tem à sua disposição, cada vez se realiza menos esforço para levar a cabo as mesmas tarefas diárias, que no passado exigiam um grande dispêndio energético. A juntar a estas alterações, não podemos ignorar as mudanças dos hábitos alimentares, pois cada vez mais as refeições são hipercalóricas, o fast food invade as ementas das refeições de todos nós.
                                        O aumento da prevalência da obesidade e das doenças que lhe estão associadas é uma realidade com a qual todos nós somos confrontados diariamente, mas que não temos a real consciência da sua dimensão. Penso que a realização deste trabalho me permitiu aprofundar conhecimentos nesta área e consciencializar da importância de mantermos hábitos de vida saudáveis, nos quais o desporto/actividade física é fundamental.
                                        A promoção de regimes alimentares saudáveis e da actividade física contribui para diminuir a obesidade, mas também os riscos ligados à hipertensão, às doenças cardíacas, à diabetes e a certas formas de cancro. De um modo mais geral, uma alimentação saudável e a prática de exercício físico permitem melhorar consideravelmente a qualidade de vida.




                                        CAMPANHA ADEXO 2010 - Associação de Doentes Obesos e Ex-obesos de Portugal



                                        PERDER PESO É DIVERTIDOPOR ISSO TOCA A MEXER



                                        Editado pela última vez por MariaHelena; 15 February 2011, 15:09.

                                        Comentário


                                          #21
                                          "De pequenino se torce o pepino"

                                          "Olha para o que digo, não olhes para o que faço"

                                          2 provérbios que têm algo a ver com este tópico.
                                          Em minha casa, desde tenra idade, sempre se comeu sopa, legumes e salada. Familia de parcos rendimentos mas felizmente com uma boa horta, foi assim a minha infancia. E os meus filhos, desde o nascimento, sempre aprenderam a comer de tudo, particularmente fruta e legumes, mesmo a beterraba, nabos, courgete, alho francês, beringela...e todos aqueles legumes que "os pobres dos meninos, coitadinhos, não gostam!"
                                          Sim, pq o paladar treina-se, ao contrário de pais que dizem que os seus bébés não gostam disto ou daquilo. Claro que se lhes meter-mos um açucar de absorção rapida, umas bolachas ou um leite achocolatado, certamente que vão rapidamente preferir esse sabor às frutas ou ao pão.

                                          Ainda não chegamos ao extremo das sociedades americana e inglesa, que, generalizando, os putos apenas sabem o que são hamburgers e fish and chips. Não comem sopa, não sabem sequer reconhecer legumes ou vegetais. Aliás, basta ver alguns programas (ainda que com mto show off à mistura) do Jamie Oliver para tentar mudar mentalidades e dietas nas cantinas escolares desses paises.

                                          Mas mesmo em Portugal começam já a ver-se alguns sinais preocupantes: bares e refeitorios de escolas que colocam sobremesas açucaradas em vez de fruta, onde um travesseiro de chocolate é mais barato que um pão com queijo e onde os miudos são "condicionados" para as maquinas de vending ou para aquilo que interessa vender, alimentos que não se estragam pelos conservantes que têm e duram dias até serem vendidos. É já o habitual em muitos locais publicos.

                                          E se virem os cabazes de ajuda a familias necessitadas, os alimentos com alto teor de gordura e açucares são o que predominam. A quem interessa vender, investir em esses produtos, num pais que era tão rico em fruta, em legumes? Ele é varios pacotes de manteiga, ele é todo o tipo de bolachas açucaradas, arroz doce enlatado ( nem sabia que existia!), aperitivos salgados, enfim...Só faltam mesmo as minis e um presuntinho para acompanhar.

                                          Por isso acho que uma cultura de alimentação saudavel tem, obrigatoriamente e forçosamente que começar em casa, desde tenra idade. Eu tenho uma luta diária com 2 crianças que provavelmente nunca comeram fruta e começaram a fazê-lo recentemente. Não há dia que não levem fruta na mochila para a escola e comem-na certamente que me garanto pessoalmente que o façam.
                                          Mas lá que era mto mais comodo meter-lhes um Bolicao e não pensar mais nisso, lá isso era...
                                          Editado pela última vez por manucas; 15 February 2011, 15:55.

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                                            #22
                                            Originalmente Colocado por v7 Ver Post
                                            Isso no minimo deve depender da altura ....

                                            Uma gorda de 1,50 mts com 85 kg é muito gorda.
                                            Tu demonstras uma certa falta de respeito pelas pessoas com excesso de peso.

                                            Para ti, uma pessoa com 1,50 mts e com 85kgs não é uma pessoa, é uma gorda. Ou seja, uma gorda muito gorda.

                                            Lamentável.

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                                              #23
                                              engano, desculpem.

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                                                #24
                                                Originalmente Colocado por manucas Ver Post
                                                "De pequenino se torce o pepino"

                                                "Olha para o que digo, não olhes para o que faço"

                                                2 provérbios que têm algo a ver com este tópico.
                                                Em minha casa, desde tenra idade, sempre se comeu sopa, legumes e salada. Familia paraca em rendimentos mas felizmente com uma boa horta, foi assim a minha infancia. E os meus filhos, desde o nascimento, sempre aprenderam a comer de tudo.
                                                Sim, pq o paladar treina-se, ao contrário de pais que dizem que os seus bébés não gostam disto ou daquilo. Claro que se lhes meter-mos um açucar de absorção rapida, umas bolachas ou um leite achocolatado, certamente que vão rapidamente preferir esse sabor às frutas ou ao pão.

                                                Ainda não chegamos ao extremo das sociedades americana e inglesa, que os putos apenas sabem o que são hamburgers e fish and chips. Não comem sopa, não sabem sequer reconhecer legumes ou vegetais. Aliás, basta ver alguns programas (ainda que com mto show off à mistura) do Jamie Oliver para tentar mudar mentalidades e dietas nas cantinas escolares.

                                                Mas mesmo em Portugal começam já a ver-se alguns sinais preocupantes: bares e refeitorios de escolas que colocam sobremesas açucaradas em vez de fruta, onde um travesseiro de chocolate é mais barato que um pão com queijo e onde os miudos são "condicionados" para as maquinas de vending ou para aquilo que interessa vender, alimentos que não se estragam pelos conservantes que têm e duram dias até serem vendidos. É já o habitual em muitos locais publicos.

                                                E se virem os cabazes de ajuda a familias necessitadas, os alimentos com alto teror de gordura e açucares são o que predominam. A quem interessa vender, investir em esses produtos, num pais que era tão rico em fruta, em legumes? Ele é varios pacotes de manteiga, ele é todo o tipo de bolachas açucaradas, arroz doce enlatado ( nem sabia que existia!), aperitivos salgados, enfim...Só faltam mesmo as minis e um presuntinho para acompanhar.

                                                Por isso acho que uma cultura de alimentação saudavel tem, obrigatoriamente e forçosamente que começar em casa, desde tenra idade. Eu tenho uma luta diária com 2 crianças que provavelmente nunca comeram fruta e começaram a fazê-lo recentemente. Não há dia que não levem fruta na mochila para a escola e comem-na certamente que me garanto pessoalmente que o façam.
                                                Mas lá que era mto mais comodo meter-lhes um Bolicao e não pensar mais nisso, lá isso era...
                                                WTF???!!! Já somos dois!!

                                                Acho que o laxismo dos pais e dos educadores (ou de quem está acima destes) está a atingir proporções de que nem eles se estão a aperceber.

                                                Mesmo que os pais insistam uma alimentação regrada e correcta (o que não acontece sempre), a própria escola boicota estes esforços quando apresenta uma ementa de bradar aos céus e máquinas a cada canto com produtos hipercalóricos. Se numa criança activa pode eventualmente não fazer grande mossa dado o dispêndio de energia, num futuro próximo essa criança enérgica pode rapidamente tornar-se num adulto obeso, quando a actividade física abrandar ou cessar, quando o metabolismo abrandar, etc. Mas por cá nunca se pensa a longo prazo!

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                                                  #25
                                                  Originalmente Colocado por MrsX Ver Post
                                                  WTF???!!! Já somos dois!!

                                                  Acho que o laxismo dos pais e dos educadores (ou de quem está acima destes) está a atingir proporções de que nem eles se estão a aperceber.

                                                  Mesmo que os pais insistam uma alimentação regrada e correcta (o que não acontece sempre), a própria escola boicota estes esforços quando apresenta uma ementa de bradar aos céus e máquinas a cada canto com produtos hipercalóricos. Se numa criança activa pode eventualmente não fazer grande mossa dado o dispêndio de energia, num futuro próximo essa criança enérgica pode rapidamente tornar-se num adulto obeso, quando a actividade física abrandar ou cessar, quando o metabolismo abrandar, etc. Mas por cá nunca se pensa a longo prazo!
                                                  Por acaso ainda ontem estiveram a falar das ementas nas escolas e o que foi dito é que o Ministerio da Educação até faz as ementas saudáveis e que só autoriza os fritos de 15 em 15 dias.

                                                  O grande problema é que a maior parte dos alunos não come nas cantinas, saem da escola para irem comer fast-food.

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                                                    #26
                                                    Originalmente Colocado por MerryBerry Ver Post
                                                    Por acaso ainda ontem estiveram a falar das ementas nas escolas e o que foi dito é que o Ministerio da Educação até faz as ementas saudáveis e que só autoriza os fritos de 15 em 15 dias.

                                                    O grande problema é que a maior parte dos alunos não come nas cantinas, saem da escola para irem comer fast-food.

                                                    Mas então, para fascista, fascista e meio.
                                                    Se os miudos/pais não sabem incentivar um padrao alimentar saudável e demitem-se dessas responsabilidades, então que sejam impostas essas regras. Se as maquinas de vending fossem retiradas, se se estabelecesse um regime de creditos ou fichas ou senhas que poderiam ser apenas trocadas no bar da escola para alimentos devidamente programados por uma nutricionista (o problema é que tb estes bares começam a ser exclusivamente explorados por empresas que visam o lucro facil e produtos de baixa qualidade) e se fossem controladas as saidas à hora das refeições para a malta não se atafulhar de cachorros no café da esquina, talvez, ainda que de forma imposta, estivessemos a "abrir os olhos" a quem não quer ver.

                                                    Provavelmente vão-me dizer que as instituições escolares não têm que assumir ainda mais esse papel e responsabilidade acrescidas e concordo com isso mas provavelmente conseguia-se que o periodo escolar fosse o unico periodo de alimentação saudavel no dia de mtos miudos. E eu concordo que há fins que justificam os meios....

                                                    Comentário


                                                      #27
                                                      Originalmente Colocado por MerryBerry Ver Post
                                                      Tu demonstras uma certa falta de respeito pelas pessoas com excesso de peso.

                                                      Para ti, uma pessoa com 1,50 mts e com 85kgs não é uma pessoa, é uma gorda. Ou seja, uma gorda muito gorda.

                                                      Lamentável.
                                                      Eu tenho tendencia para simplificar e o politicamente correcto ou eufemismos para designar as coisas enfadam-me um bocado.

                                                      Ter que me referir a pretos como "individuos de raça negra" a maricas por "homosexuais" ou a gordos por "fortezinhos" parece-me tudo uma hipocrisia.

                                                      Portanto dispenso moralismos e excesso de zelos.

                                                      Comentário


                                                        #28
                                                        Você é o que você come!

                                                        Desculpem lá se vou parecer agressivo, mas só vou dizer aquilo que muita gente sabe que é o correcto mas não gosta de ouvir ou não teve um pai à altura para o dizer.
                                                        A nossa saúde começa pela boca e há que perceber isso! algo elementar.

                                                        As nossas crianças começam a ser mal-educadas logo desde pequenas e isso vê-se em toda a parte.
                                                        Nas escolas são imensas as crianças que deitam fora o pão, jogam à bola com a maçã, não querem sopa nem saladas e muitas delas (mesmo subsidiadas) não comem na cantina preferindo comer chocolates, gomas e afins. Nas escolas existem máquinas que vendem essas porcarias e quando não as há, existem no café ali mesmo ao lado.

                                                        Depois, é ver como os pais se alimentam e onde vão com os putos comer: Hamburgarias, pizzarias, pipocas, sumos e coca-colas e todo o género de porcaria é o que se dá aos miúdos.
                                                        Assisto a tanto atentado à saúde em tantos lares que fico boquiaberto. Só se come carne, fritos, gorduras, açúcares e comida artificial. Depois, não é estranho ver o resultado que daí surge.

                                                        Os pais não sabem educar. A maioria são uns putos grandes a quem nunca se soube dizer “NÃO” e que agora fazem o mesmo aos filhos. Educação – zero.

                                                        É rara a vez que vá às compras e não repare na mixórdia de produtos que as pessoas compram. Enquanto no meu carrinho a fruta e salada preenche a maioria do espaço, em carrinhos de donas de casa muito prendadas só se encontra todo o género de comida artificial.

                                                        Sei que existem casos de pessoas com metabolismos propensos a engordar, mas não me vão dizer que de um momento para o outro a população simplesmente mudou o metabolismo.

                                                        Se querem uma resposta para a pergunta “Até que ponto a maioria determina o que é normal?” só posso responder: até ao ponto em que o excesso de peso comece a ser prejudicial para a saúde.

                                                        Comentário


                                                          #29
                                                          Originalmente Colocado por v7 Ver Post
                                                          Eu tenho tendencia para simplificar e o politicamente correcto ou eufemismos para designar as coisas enfadam-me um bocado.

                                                          Ter que me referir a pretos como "individuos de raça negra" a maricas por "homosexuais" ou a gordos por "fortezinhos" parece-me tudo uma hipocrisia.

                                                          Portanto dispenso moralismos e excesso de zelos.
                                                          Mas tu viste-me a usar algum eufemismo?

                                                          Eu disse que as pessoas de excesso de peso continuam a ser pessoas, portanto, acho que era desnecessário o termo "gorda" para designares essa pessoa já que mais à frente na frase usaste o "muito gorda".

                                                          Comentário


                                                            #30
                                                            Tu demonstras uma certa falta de respeito pelas pessoas com excesso de peso.

                                                            Para ti, uma pessoa com 1,50 mts e com 85kgs não é uma pessoa, é uma gorda. Ou seja, uma gorda muito gorda.

                                                            Lamentável.

                                                            É pá uma pessoa com excesso de peso,...é uma pessoa com excesso de peso,...raio!!!

                                                            Por acaso concordo com o V7. Se uma pessoa é gorda,...é gorda, não vamos cá estar com paninhos quentes, assim como se é bonita é bonita,...também não é preciso paninhos quentes.

                                                            As pessoas devem ser confrontadas com a realidade, evitando no entanto ser bruto. Só assim se pode fazer alguma coisa,...as pessoas vêm a realidade, aceitam-na e modificam-na!!

                                                            E o V7 tem razão 1,50 para 85 Kg, é gorda sim e provavelmente muito gorda. Lógicamente que há estrutura, mas é óbvio que preticamente a "olho nú" se vê.


                                                            Originalmente Colocado por v7 Ver Post
                                                            Eu tenho tendencia para simplificar e o politicamente correcto ou eufemismos para designar as coisas enfadam-me um bocado.

                                                            Ter que me referir a pretos como "individuos de raça negra" a maricas por "homosexuais" ou a gordos por "fortezinhos" parece-me tudo uma hipocrisia.

                                                            Portanto dispenso moralismos e excesso de zelos.
                                                            Eu concordo absolutamente, que raio!!!!

                                                            Comentário

                                                            AD fim dos posts Desktop

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